Habemus Final Four da Euroliga!

Lucas PachecoMarço 23, 20235min0

Habemus Final Four da Euroliga!

Lucas PachecoMarço 23, 20235min0
E temos os 4 finalistas da Euroliga feminina 2022/2023, com Lucas Pacheco a lançar a antevisão de quem pode chegar ao título

O palco para o Final Four da Euroliga não está pronto, sequer definido, porém os atores já estão escalados. Após três séries de quartas de final equilibradas, decididas no confronto desempate, chegamos às quatro equipes que sonham com o título continental: Fenerbahçe, Mersin Çukurova, Beretta Famila Schio e USK Praga.

A Final Four da Euroliga (Foto: Euro League)
A Final Four da Euroliga (Foto: Euro League)

A potência turca Fenerbahçe era a única semi-finalista conhecida desde a semana passada. O time de altíssimo investimento fechara a série contra o húngaro Sopron já no segundo duelo, vingando a derrota na final da temporada passada. Curiosamente, o placar repetiu-se nos dois jogos, vencidos pelas turcas por 82 x 62. Era o esperado: enquanto o Sopron sofreu perda no investimento, acrescido de contusão de sua pivô titular, o Fenerbahçe se reforçou ainda mais.

A diferença no placar demonstra o desnível da competitividade entre as equipes, neste ano não superada por aplicação tática e plano de jogo. Jelena Brooks e Ezi Magbegor tentaram manter o time húngaro na disputa, mas era pouco frente a Breanna Stewart, Alina Iagupova, Satou Sabally, Courtney Vandersloot, Kayla McBride, em um conjunto a cada dia mais homogêneo.

Nesta quarta-feira, dia 22, outra equipe turca juntou-se ao Fenerbahçe no Final Four: o Mersin Çukurova finalmente correspondeu, em quadra, ao alto investimento. Ainda que, no caminho, três técnicos tenham passado por lá, jogadoras tenham pulado do barco e contratações tenham sido adquiridas. No final, o pouco tempo de trabalho do técnico espanhol Roberto Iñiguez surtiu efeito e nem a perda, durante a Euroliga, de Jonquel Jones e DeWanna Bonner fizeram falta.

Mersin possuía vantagem no mando de quadro contra o francês Tango Bourges, a qual se comprovou fundamental. As anfitriãs venceram os três jogos, com placar dilatado nos jogos na Turquia. Na França, em jogo que empatou a série e levou a disputa ao decisivo confronto, Bourges comandou o jogo e segurou a remontada turca no útlimo quarto.

E, na hora da decisão, brilhou a estrela da armadora Chelsea Gray, a jogadora mais clutch da atualidade: na vitória de 84 x 56, Gray fez nada menos que 27 pontos, 7 rebotes, 9 assistências e 3 roubos. Tal qual no título do Las Vegas Aces na WNBA, Gray cresceu na hora mais necessária e conduziu o time ao inédito Final Four. Ao Bourges, resta o sentimento da digna campanha frente a um adversário mais capitalizado.

Outra novidade no Final Four vem da Itália, acabando com um jejum que durava desde 2002. Há mais de 20 anos a Euroliga não presenciava um time italiano na fase decisiva e o responsável pelo feito é o Beretta Famila Schio, comandado pela dupla de pivôs Jasmine Keys e Astou Ndour-Fall. Ambas anotaram metade dos pontos do time no confronto decisivo, em casa: Ndou-Fall com 17 pontos e Keys com 14. A forte defesa teve papel fundamental, já que segurou o espanhol Valencia a 34% de arremessos de quadra.

O mando de quadra pesou: após vencer a partida inaugural e perder na Espanha, o Schio avançou ao Final Four com a vitória por 62 x 53. Será a primeira participação da equipe na fase decisiva, que buscará superar o favoritismo na semi-final. Além de jogar fora de seus domínios, onde permenece invicto na Euroliga, o Schio precisará de melhores participações das jogadoras de perímetro, especialmente da dupla norte-americana Marina Mabrey e Rhyne Howard. O Valencia despede-se na competição demonstrando a força do projeto, construído de forma gradual e que apenas começa a colher seus frutos, assim como a promissora carreira da pivô Raquel Carrera.

Fecha o Final Four as tchecas do USK Praga, depois de uma série de pesos-pesados no continente. Praga venceu o espanhol Avenida, equipe acostumada à fase decisiva, que após uma temporada conturbada soube se reinventar e quase beliscou a vaga. No jogo da definição, Praga venceu por 74 x 66, graças a mais uma exibição de gala de Alyssa Thomas: 20 pontos, 10 rebotes e 7 assistências, compensando a contusão da ala Maria Conde e o problema de faltas de Brionna Jones.

Resta agora as quatro partidas finais para conhecermos a grande campeã da Euroliga 2022-23. Em local a ser definido nos próximos dias, as semis serão disputadas no dia 14 de abril e a final e disputa do bronze, no dia 16.

De um lado, teremos o duelo do azarão Schio contra as grandes favoritas do Fenerbahçe. A equipe turca sonha com o título continental, adiado no ano passado, e para o qual o elenco e acomissão técnica foram formados. Será um jogo de vida ou morte e haverá pressão da fanática torcida turca pela vitória; as italianas terão 20 dias para planejar o duelo – e as liçoes da temporada passada seguem vivas na recordação de todos.

Na outra semi, o equilíbrio deve prevalecer, uma vez que oporá os novos ricos de Mersin contra o tradicional USK Praga, em um duelo recheado de estrelas. Destaque, ainda, para o confronto dos técnicos Roberto Iñiguez e Natalia Hejkova, profundos conhecedores dos atalhos rumo ao sucesso. Das quatro equipes, apenas Praga já conquistou o troféu, em 2015.

A Euroliga chega ao seu ápice com quatro ótimos times e uma expectativa enorme. Serão dias de longa espera rumo ao Final Four – nada, porém, para quem tanto pelejou para chegar ao palco principal


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