Sporting ultrapassa Benfica e mostra que na Europa quer ser o Rei
O Sporting CP está pela 3ª vez consecutiva na final four da UEFA Champions League de futsal. A equipa treinada por Nuno Dias terminou a Ronda de Elite na primeira posição e, por isso, juntou-se ao Barcelona Lassa, ao Inter Movistar e ao Kairat Almaty na final four da prova que vai ditar o novo rei da Europa.
Assim que ficou conhecido o sorteio da Ronda de Elite da prova que de imediato soaram em Portugal os alarmes para um jogo que podia ser um dos mais importantes da história desta rivalidade. Isto porque este foi o primeiro confronto entre as duas equipas em provas europeias.
O repto estava lançado e o contexto ajudava à causa: o jogo disputava-se em Lisboa – num pavilhão com excelente qualidade – os árbitros eram estrangeiros, era um jogo do tudo ou nada e coincidiu com o ano em que Benfica e Sporting estavam mais próximos em termos de qualidade. Nos últimos anos tem sido nítida a superioridade do emblema leonino.
Os ingredientes estavam lançados e os resultados do grupo confirmaram: Benfica e Sporting decidiam mesmo entre si quem iria passar. Embora com os mesmos seis pontos conquistados, ao Sporting bastava um empate uma vez que tinham melhor diferença de golos.
O empate comprovou o equilíbrio entre as equipas.
À partida tudo apontava para um jogo de grande emoção, em que o ataque e contra-ataque iriam ser coisas comuns, no entanto não foi o que aconteceu.
O início de jogo foi prometedor nesse sentido, mas logo as equipas optaram pela consistência em detrimento da irreverência. Sem nunca baixar a intensidade sobre o portador da bola, ambas as equipas apostaram na defesa. Isto é, preocuparam-se mais em defender bem e em não permitir superioridade ofensiva ao adversário do que nos momentos de ataque. Os principais lances de perigo acabam por surgir em bolas paradas – que os técnicos tanto defendem ser um dos principais momentos de um jogo – ou em ataque organizado.
A escolha foi certa. Ao Sporting não lhe era incutido que fosse pressionar o adversário com linhas muito altas (partia em vantagem) e o Benfica sabia que um erro defensivo podia custar muito caro. Se ganhar não era fácil e o jogo estava empatado, então a perder a tarefa tornar-se-ia muito mais complicada. No final ambas as equipas foram exímias nesses aspetos.
Contudo, o jogo naturalmente perdeu em lances de ataque rápido. Ambas as equipas foram mais calculistas e assumiram um enorme respeito uma pela outra.
Sobre o jogo propriamente dito pode dizer-se que não foi dos mais emocionantes que houve nos últimos tempos (com isto, não queremos dizer que tenha sido decorrido com menor intensidade) uma vez que só se marcaram dois golos, no entanto a nível tático ficou claramente demonstrado o porquê de serem candidatas à conquista desta prova. Foram raras as vezes que uma equipa permitiu à outra alguma superioridade.
Os modelos de jogo “encaixaram-se” como seria de esperar e o jogo acabou por pautar-se muito pelas ideias pré-definidas dos treinadores.
Um golo de Robinho, a que respondeu Cardinal na marcação de um livre de 10 metros, e mais de duas mãos cheias de defesas de Guitta e Roncaglio foram as notas de maior destaque deste jogo em que no final foi o tri-campeão nacional que se qualificou para a fase final da prova.
E a partir de agora?
A partir de agora, o Sporting tem uma tarefa mais difícil, contudo está ao nível das outras equipas no que toca a favoritismo. E sim, é mesmo isso. O Inter Movistar tem vindo a perder a força que tinha no panorama nacional e europeu.
Já o ano passado conquistou a UEFA Futsal Cup com claras ideias de que o Sporting podia bem ter conquistado a prova, e este ano a nível nacional tem-se mostrado menos vitorioso. Talvez porque o modelo de jogo esteja cada vez mais bem estudado pelas outras equipas e porque as mesmas outras equipas se reforçaram também no sentido de melhorar técnica e táticamente.
O Barcelona aparece como o Sporting, cada vez mais perto do Inter de Ricardinho, e o Kairat Almaty surge como outsider face às equipas que marcaram presença na final four do ano passado, contudo o histórico da prova mostra que esta equipa do Cazaquistão está bem posicionada para ganhar também a prova. Não seria a primeira vez que conquistaria o troféu.
Quatro equipas, quatro favoritos, e um Leão a querer ser o rei desta “selva”.
8 anos depois o troféu pode voltar a terras portuguesas.