As emoções do primeiro derby europeu de futsal entre Sporting e Benfica

José Nuno QueirósNovembro 20, 20186min0

As emoções do primeiro derby europeu de futsal entre Sporting e Benfica

José Nuno QueirósNovembro 20, 20186min0
Sporting e Benfica já se encontraram inúmeras vezes para provas nacionais, mas este derby teve, de facto, um sabor especial por ser o primeiro a acontecer num panorama europeu. Quem foram as figuras e os principais destaques deste confronto?

Este fim de semana viveu-se o primeiro derby europeu entre o Sporting CP e o SL Benfica na modalidade de futsal e o jogo correspondeu às expectativas dos fervorosos adeptos da modalidade.

Um ambiente arrepiante recebeu o derby dos derbies no João Rocha e os adeptos foram os primeiros a dar vida ao eterno jogo entre os grandes de Lisboa. Com apoio constante a vir das bancadas, principalmente de trás das balizas, ficou a certeza de que o futsal português saiu valorizado para o panorama europeu, também no jogo fora das 4 linhas.

Num jogo onde a grande ausência era Merlim, que devido a castigo não pode dar o seu contributo à equipa verde e branca, a pressão estava do lado dos encarnados que jogavam na casa do rival e sabiam que o empate dava a passagem aos leões, fruto das duas primeiras jornadas e dos golos em cada encontro.

O jogo começou “quentinho” com algumas disputas entre os jogadores de cada equipa como é habitual nestes encontros, com Deo e a estrela Robinho a serem os expoentes máximos deste jogo mais duro nos primeiros minutos.

Num jogo que se pautou sempre por um equilíbrio constante de duas equipas que se conhecem bem, foi o Benfica a tentar assumir o jogo no início e a ter as melhores oportunidades, que desde cedo começavam a esbarrar num dos homens do jogo, Guitta.

Fernandinho, a soltar a bola com a pressão de Leo (Fonte: SL Benfica)

Com Robinho a assumir as despesas do jogo no seu habitual movimento de mandar subir os 3 companheiros para construir no 1×1 ou com a subida de Roncaglio nas reposições laterais, o Benfica ia conseguindo enganar a primeira pressão dos leões que muitas vezes se perdiam no momento em que o guardião encarnado tinha a bola nos pés.

No entanto acabaram por ser as bolas paradas a escrever a história do primeiro derby europeu da história com Robinho a marcar aos 12’ com um pontapé à entrada da área que entrou junto ao poste direito de Guitta, depois de uma excelente movimentação dos seus companheiros que lhe abriram espaço numa série de bloqueios aos adversários.

No entanto, o Benfica apresentou-se muito faltoso neste primeiro tempo e numa arrancada de Deo, o Benfica cometeu mesmo a 6ª falta e viu Cardinal ter a oportunidade de colocar tudo empatado aos 18’, numa altura em que os leões já estavam por cima do jogo à busca do golo.

Cristiano ainda entrou para tentar travar o pivô português, mas viu a bola rematada dos 10 metros a passar-lhe pelo meio das pernas e dar o empate na partida, que recorde-se, era suficiente para os comandados de Nuno Dias.

Cavinato prepara-se para rematar com a pressão de Fernandinho (Fonte: Record)

Na segunda parte, os papéis inverteram-se e foi o Sporting a entrar melhor na partida com Nuno Dias a querer colocar-se em vantagem e ficar com uma segurança maior na partida, mas as suas tentativas esbarraram sempre num intransponível Roncaglio.

Com o passar dos minutos e o aproximar do fim do jogo, o Benfica tornou-se dono e senhor da partida e o Sporting precisou de sofrer e ligar o gigante Guitta que embalou para uma exibição de sonho, carimbada com uma super defesa de ombro que impediu o golo certo do Benfica já muito perto do fim.

Com o Sporting a ser agora a equipa mais faltosa e a ter já o placar a assinalar as 5 faltas, os encarnados tentaram aproveitar o 1×1 de Fernandinho e de Robinho, mas sem sucesso acabou Joel Rocha por colocar o 5×4 e permitir ao Sporting respirar melhor no capítulo das faltas, e ver 1 oportunidade de golo para cada lado. Em primeiro lugar, um remate dos leões desde o seu meio campo, com a bola a passar muito perto do poste esquerdo da baliza deserta dos encarnados, com a resposta a acontecer logo de seguida com um pontapé canhão de André Coelho e já com Guitta batido, foi a trave a salvar e a garantir a presença dos leões na terceira final-four consecutiva.

Num jogo, onde ambas as equipas mereciam seguir em frente, foi a capacidade defensiva dos leões que permitiu ao Sporting seguir em frente e juntar-se a Inter Movistar, Barcelona e Kairat Almaty nos dias 23 e 25 de Abril.

Foram os leões a fazer a festa no João Rocha (Fonte: UEFA)

Numa final-four que pode vir a ser jogada em Braga, serão vistos os já habituais Inter, Barcelona e Sporting sendo que a equipa de Ricardinho e os leões estiveram nas duas últimas finais da competição e sempre com vitórias para os espanhóis, algo que os portugueses sonham em quebrar, mas que este ano parece ainda mais uma missão impossível.

Em primeiro lugar, o Sporting não parece ser uma equipa com a mesma força dos anos transactos e isso pesa muito quando se joga contra equipas que tem jogadores como Ferrão do Barcelona ou Ricardinho do Inter Movistar e que continuam a ter planteis de luxo e que fazem da dupla espanhola os favoritos a vencer a prova mais importante no futsal europeu.

Em segundo lugar, e ao contrário das duas útlimas épocas em que os leões apanharam a equipa teoricamente mais fraca das 4 nas meias-finais e “facilitou” o caminho até ao derradeiro jogo, este ano as 4 equipas são os melhores dos melhores, e o Sporting sabe que o nível vai ser super elevado logo nas meias finais, mesmo que apanhe o Kairat, com quem já perdeu nesta UEFA Futsal Champions League.

Resta ao leões prepararem se e crescerem como equipa até Abril e desejar que depois da Revolução de 1974, o dia 25 de Abril seja também o dia em que o principal troféu de clubes do futsal entrou em Portugal pela segunda vez.


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