Novidades para as provas em areias nacionais

André CoroadoMarço 27, 20205min0

Novidades para as provas em areias nacionais

André CoroadoMarço 27, 20205min0
Em pleno período de isolamento em face da pandemia COVID-19, parecem distantes as celebrações de golos nos estádios montados nas areias do nosso Portugal mas a FPF continua a trabalhar para desenvolver a elite desta modalidade e explicamos como

A temporada de 2020 do futebol de praia português traz novidades aos amantes da modalidade em solo nacional. O ano marca a estreia do novo coordenador da FPF para o futebol de praia: nem mais nem menos do que Madjer, o lendário capitão da selecção nacional que foi recentemente considerado pela revista France Football o melhor de sempre nas areias Após a conquista do terceiro mundial da carreira em Dezembro do ano passado, no Paraguai, o número 7 empresta a experiência adquirida durante 22 anos de carreira ao desenvolvimento do projecto de expansão do futebol de praia da FPF, augurando assim as melhores perspectivas para um crescimento muito favorável que já se tinha vindo a verificar em anos anteriores.

Se no ano passado a FPF instituiu a Taça de Portugal, cuja primeira edição foi conquistada pelo SC Braga, este ano o alargamento do calendário nacional prossegue, desta vez com uma extensão do quadro competitivo do campeonato de elite.

Novo formato

Num ano sem mundial, jogos olímpicos europeus ou jogos mundiais de praia, o calendário internacional adivinha-se bastante menos movimentado do que o de 2019, pelo que estão reunidas condições para transformar a fase regular do campeonato de elite numa liga a duas voltas. Cada uma das 8 equipas participantes terá assim a oportunidade de defrontar por 2 vezes cada um dos seus adversários. Desta forma, a fase regular consistirá num total de 56 partidas, sendo que cada equipa disputará 14 encontros – números bastante mais condizentes com a realidade do futebol de praia nacional do país campeão do mundo.

Também o desfecho da prova será diverso do anterior: os dois últimos classificados passam a ficar automaticamente despromovidos, privilegiando-se a regularidade dos resultados ao longo da fase principal da prova e evitando os play-outs que se disputavam até então, sempre muito questionáveis (independentemente de ficar em 5º ou em 8º lugar, as equipas partiam todas em pé de igualdade e um único jogo acabava frequentemente por decidir o desfecho de uma época inteira). Por seu turno, o apuramento de campeão continua a ser discutido pelas 4 primeiras equipas, mas com uma novidade: a final four em formato “liga de todos contra todos” dá lugar a meias-finais a duas mãos, jogando o 1º classificado da fase regular contra o 4º e o 2º classificado contra o 3º, seguindo-se a final entre os vencedores.

Trata-se de um sistema que coloca um maior peso na fase regular e estimula as equipas a lutar sempre pela melhor classificação possível, na óptica de se proteger na fase final encontrando adversários “teoricamente mais acessíveis”. No nosso entender, estas modificações são salutares e evidenciam a maturidade da competição mais emblemática do futebol de praia dentro das fronteiras nacionais.

O elenco

A prova será disputada pelo actual campeão em título, SC Braga, bem como pelas equipas do Sporting (vice-campeão), GRAP (3º), GD Alfarim (4º), Casa do Benfica de Loures e Leixões SC (repescados da liga de manutenção) e das equipas promovidas da divisão nacional, ACD “O Sótão” (campeão) e GD Chaves (vice-campeão). Se, por um lado, a rivalidade já histórica entre o Sporting Clube de Braga (que recentemente se sagrou bicampeão do Mundialito de Clubes) e o Sporting Clube de Portugal promete ser renovada em 2020, existem várias equipas que poderão intrometer-se na luta pelos lugares cimeiros, nomeadamente o GRAP (que este ano perdeu a sua figura de proa, o internacional André Lourenço, para o SC Braga). Suscita-nos também muita curiosidade a expectativa do que fará a Casa do Benfica de Loures, cujo plantel sofreu algumas transformações importantes (agora sem o pivô internacional português Von, mas com o também internacional Duarte Vivo), assim como o GD Alfarim, grande surpresa pela positiva da edição de 2019, e o Leixões, que contra alguams previsões conseguiu a manutenção e continua a representar Matosinhos na elite.

Porém, os ingredientes que chegam da divisão nacional não são menos aliciantes: “o Sótão”, da Nazaré, volta a marcar presença no principal escalão do futebol de praia português, onde não competia desde 2005, e a liderança de João Carlos Delgado augura boas perspectivas para a nova época, depois de um 2019 de grande sucesso nas várias competições. E se as hostes nazarenas mereceram o prémio depois de tantas temporadas a cair no jogo decisivo da subida, o mesmo se pode dizer do GD Chaves, que já em 2016 havia marcado presença nas meias-finais da divisão nacional, ficando sempre muito perto do apuramento. Os transmontanos estreiam-se assim na elite do futebol de praia nacional e certamente vão disputar de igual para igual os seus desafios, não fosse Chaves o palco de um dos melhores torneios de futebol de praia não oficiais do país: a maratona 24 horas de Chaves, realizada anualmente em Agosto, com um altíssimo nível competitivo.

Cumpre-nos ainda referir que a divisão nacional ainda não conta com qualquer anúncio alusivo ao seu formato, pelo que estimamos que se mantenha nos moldes anteriores. A divisão nacional e os seus actores serão abordados numa ocasião futura.

Estão portanto reunidas todas as condições para um 2020 escaldante, que certamente arrancará a todo o gás assim que as restrições motivadas pela situação pandémica vigente foram definitivamente levantadas. A bola vai voltar a rolar nos areais de Portugal!


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