Liga Russa – As forasteiras “resistentes” em território isolado

José AndradeJaneiro 4, 20236min0

Liga Russa – As forasteiras “resistentes” em território isolado

José AndradeJaneiro 4, 20236min0
A Liga Russa de basquetebol está marcada pelo momento que vivemos e José Andrade olha para as "estrangeiras" que resistiram a tudo isto

Neste novo texto vamos olhar para a Liga Russa que era habitualmente uma das melhores ligas do mundo e que devido à invasão à Ucrânia e a toda a situação com Brittney Griner deixou de contar com jogadoras estrangeiras e hoje vamos falar das “resistentes” deixando de fora atletas de países que têm se aliado com bloco russo, como Bielorrússia, Sérvia, Arménia ou Cazaquistão.

Unique Thompson – Uma das estrelas em Oremburgo

Unique Thompson é uma jogadora da posição 3 que se mostrou cedo em Auburn University onde foi grande destaque e com isso conseguindo ser a 19ª escolha do draft da WNBA em 2021 na altura pelas Indiana Fever. Depois de ser escolhida e não ter lugar na WNBA e tal como muitas outras jogadoras, a norte-americana procurou a sorte no mercado europeu, começando ai a sua ligação com a Rússia quando ainda em 2021 foi contratada pelas Spartak Moscovo. Aí conseguiu brilhar e com isso ganhar algum mercado a nível europeu brilhando na Eurocup, nos dois duelos que as russas tiveram na competição e principalmente pela média de 12.3 pontos, 9.7 ressaltos e 1.5 roubos de bolas que conseguiu na liga russa.

Como bem sabemos o conflito armado mudou o mundo, teve um impacto muito grande e com isso era esperado que Unique acabasse por ser uma das atletas a rumar a outras paragens. No verão trabalhou com as Dallas Wings na WNBA onde não ficou e seguiu-se o período em que esteve na Austrália ao serviço das Albury. A verdade é que surpreendendo tudo e todos, Unique Thompson rumou à Rússia para representar o Nadezhda. Tem se afirmado como uma das estrelas da Liga ao serviço das atuais quartas classificadas, somando, para já, uma média de 11.1 pontos por jogo nesta temporada.

Isabela Macedo – A brilhar no Politech Samara

Mudamos para Samara, mais concretamente para a brasileira Isabela Macedo, jogadora que já passou por Portugal em 2018-2019 quando esteve ao serviço do GDESSA. Falamos de uma jogadora capaz de atuar a 3 e a 4, que já conta com muita experiencia em território europeu como em Espanha, sendo que na última época passada jogou pelo Celje da Eslovénia. Nesta temporada e para surpresa de muitos, foi uma das “estrangeiras” a rumar à Rússia para se afirmar como uma das grandes protagonistas de uma equipa que nesta altura segue na 6ª posição da tabela na Liga Russa. Internacional canarinha desde cedo, com muita experiência e conhecida do público português, Isabela Macedo leva média de 11.9 pontos, 2.8 ressaltos, 1.7 assistências e 1.6 roubos de bola sendo uma das estrelas do conjunto de Samara.

Saicha Grant-Allen – Segue em bom plano no NIKA SYKTYVKAR

Voltamos a um nome conhecido do mercado europeu, Saicha Grant-Allen jogadora canadiana que começou a brilhar em Glendale no Canadá rumando à Universidade de Dayton saltando depois para a Europa. Esteve sempre em bom plano no Bembrine na principal liga Espanhola. Depois disso rumou à Turquia e em seguida começou o seu tempo em território russo em 2020-2021 ao serviço Enisey, seguindo-se o Samara, mostrando que era uma jogadora de valor tal como sempre tinha evidenciado desde cedo. As ligações à Rússia já existiam, mas era esperado que fosse uma das atletas a mudar de ares, o que não aconteceu e nesta temporada a jogadora atura no Syktyvkar onde se assume como uma das peças mais determinantes da equipa com média de 11.2 pontos, 7.7 ressaltos e 1.4 assistências por jogo na liga russa, sendo  nesta altura a quarta melhor ressaltadora.

Dínamo Novosibirsk – Três estrelas ao serviço da equipa desilusão da temporada

O conjunto de Novosibirsk é a grande desilusão da temporada ao seguir na 9ª posição depois de terem investido forte com três ateltas estrangeiras_ Mya Hollingshed, extremo porto-riquenha que surpreendeu tudo e todos ao rumar à Rússia na sua primeira época depois da universidade, ela que chegou a ser apontada como uma das escolhas do último draft da WNBA e que tinha  mercado depois de brilhar no Colorado. Ainda nesta equipa está La Mamma Kapinga-Maweja uma poste natural da Republica Democrática do Congo e que nas duas últimas temporadas tinha estado em evidência na Croácia ao serviço do Pozega. É uma jogadora capaz de jogar a 4 e 5 com uma capacidade física elevada e por isso a média de 5.2 ressaltos que leva nesta temporada. Por fim, a outra “estrangeira” nesta equipa é a Ashley Beverly-Kelley uma base norte-americana com vasta experiência na Europa e que já brilhou em Israel e em França. Ashley segue como a jogadora com a segunda melhor média de pontos na Liga Russa sendo uma das maiores estrelas da competição registando 17.1 pontos de média nesta época.

Ezinne Kalu – Seguir em destaque em Kirsk

Voltamos ao Dínamo Kirsk para falar de Ezinne Kalu, uma base de muito valor e que é nesta lista a jogadora com mais anos na Europa, tendo se destacado na NCAA 2 ao serviço da Savannah State University rumando em seguida ao nosso país para representar o conjunto de Torres Novas e em seguida o Olivais FC. Seguiram-se depois aventuras na Hungria, Alemanha, França e Turquia onde foi deixando claro o seu muito valor. Kalu começou esta temporada na Turquia e novamente para surpresa de muitos quando era pretendida por equipas de grandes ligas, optou por rumar à Rússia para representar o Dínamo Kirsk, em que se vai assumindo como uma das peças nucleares levando uma média de 10.6 pontos nestes 7 primeiros jogos mostrando que chegou para fazer a diferença.

Lapresha Stanley – Liderança e qualidade em Nadezhda

Lapresha surgiu em grande plano em App State rumando em 2021-2022 à Europa para actuar no Paok da Grécia, sendo destaque e conseguindo até algum mercado. A verdade é que nesta temporada Stanley escolheu rumar à Liga Russa onde tem estado bem abaixo do esperado no Nadezhda registando uma média de 3.2 pontos nesta altura, uma opção que acabou por sair ao contrário de outras jogadoras.

Ficou aqui a lista de atletas que “resistiram” ao momento vivido a nível global e decidiram rumar à Liga Russa outrora uma das competições mais emocionantes do basquetebol mundial.


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