EUROLEAGUE: Real Madrid, la décima

Tiago MagalhãesMaio 21, 20187min0

EUROLEAGUE: Real Madrid, la décima

Tiago MagalhãesMaio 21, 20187min0
Chegamos ao fim da Euroleague de basquetebol e temos o Real Madrid como grande vencedor! Passamos os olhos na Final4!

O Real Madrid conquistou a cidade de Belgrado e o título da EuroLeague desta temporada depois de duas actuações soberbas na Final4 da competição. O “Wonderboy” Luka Doncic entra para a história como o mais jovem MVP de sempre e continua a sua temporada verdadeiramente inesquecível.

A abertura da Final4: o domínio turco

No primeiro clash das meias finais o Fenerbahce Dogus Istambul venceu o Zalgiris Kaunas e mostrou que a experiência nos grandes palcos é crucial neste tipo de competições em que os jogos são a eliminar. O resultado final de 76-67 não é o espelho do domínio que os turcos mostraram durante quase toda a partida e crédito para o Zalgiris que batalhou com o que pode.

O jogo iniciou-se com um ritmo defensivo muito forte por parte das duas equipas, sendo que no final do primeiro período a vantagem caía para o Fenerbahce apenas pelo maior talento individual. Com o decorrer do jogo vimos um Zalgiris a entrar mais no esquema ofensivo característico e assim conseguiram manter-se sempre com uma desvantagem abaixo da casa das dezenas.

A segunda parte trouxe-nos um parcial de 10-0 por parte dos lituanos que quiseram mostrar o porquê de serem a equipa revelação no basquetebol europeu este ano, porém Ali Muhammad saltou do banco e com as suas brilhantes tomadas de decisões no 1×1 voltou a pôr os turcos na liderança que acabariam por controlar.

Os lances livres, a inexperiência mas sobretudo as perdas de bola por parte dos lituanos (21 bolas perdidas no total) acabaram por ser cruciais no desenrolar do jogo e resultado final onde os destaques individuais foram Ali Muhammad com 19 pontos em 12 minutos em campo, Kostas Sloukas no comando ofensivo e Jan Vesely no domínio das tabelas. Pelo Zalgiris, Kevin Pangos e Brandon Davies culminaram as suas primeiras temporadas na EuroLeague com boas exibições.

(Foto: bettingpro.com)

Uma final antecipada num festival ofensivo

Na partida que todos os especialistas consideravam como uma final antecipada o Real Madrid bateu o CSKA Moscow por 92-83 garantindo assim a presença no jogo do título, algo que seria totalmente inesperado durante a fase regular, com a vaga de lesões que afectaram os espanhóis durante todo o ano.

Os russos entraram focados e com bastante criatividade no ataque liderados por Cory Higgins que finalizou o primeiro período com 11 pontos marcados, apesar disso os espanhóis não se deixaram afectar por esta entrada rompante e, muito devido ao espaçamento ofensivo e lançamento exterior, foram equilibrando o jogo até ao intervalo com a habitual capacidade eléctrica de Sergio Llull e com Jayce Carroll a abrir o campo a partir da linha de 3 pontos. Via-se uma partida com um ritmo extremamente alto não fossem estas as duas equipas mais ofensivas na Europa esta temporada.

Na segunda parte o Real Madrid conseguiu baixar o ritmo através de uma defesa muito sólida e dos lançamentos exteriores do francês Fabien Caeseur e da super estrela em ascensão Luka Doncic conseguindo assim uma vantagem de 10 pontos. Devido a uma péssima prestação do Real Madrid da linha de lance livre (22/35 para 63%), o CSKA conseguiu voltar ao jogo com destaque para Will Clyburn e Nando de Colo até aos últimos minutos onde os “blancos” acabaram por disparar no marcador.

O total desacerto ofensivo das super estrelas do conjunto de Moscovo durante grande parte do jogo e a execução primorosa por parte dos comandados de Pablo Laso foram a chave de um jogo intenso mas que acabou por não ser bonito.

(Foto: Euroleague)

O jogo inglório e mais um desaire russo

No jogo que “ninguém quer jogar” para encontrar o terceiro e quarto classificados da competição o CSKA Moscow voltou a surpreender pela negativa tendo perdido para o Zalgiris Kaunas por 77-79 numa partida totalmente atípica, mas que espelha a “irrelevância” que este jogo tem vindo a ter ao longo dos anos.

As duas equipas usaram toda a profundidade do seu plantel para tentar encontrar soluções que não apareceram nas meias finais e na primeira parte vimos um jogo bem disputado e com os dois conjuntos a manter distâncias “normais” no resultado.

A saída dos balneários para o terceiro período foi o momento chave desta partida com os lituanos liderados pelo base sérvio Vasilije Micic a saltar do banco e a nível ofensivo acrescentar claridade que não tinha aparecido totalmente nos primeiros 20 minutos. O Zalgiris abriu uma vantagem de 21 pontos.

Os russos do CSKA não atiraram a toalha ao chão e com um quarto período com percentagens de lançamento altíssimas e onde elevaram a sua defesa a níveis que pouco se viu durante toda a final4 encurtaram a desvantagem, porém não tiveram tempo de completar a sua remontada tendo acabado o jogo com um resultado final de 79-77.

O veteraníssimo Paulius Jankunas terminou assim a temporada mais brilhante da sua carreira na Euroleague com o MVP da partida.

A grande final

Chegávamos assim à final, a que depois do sorteio das meias finais, toda a gente queria. A possibilidade de redenção de Doncic e do Real Madrid que não esquecem o jogo da meia final do ano passado, aquando Final4 realizada em Istambul.

As duas equipas entraram a executar muito bem ofensivamente, trocando cestos nas duas tabelas apesar das irregulares percentagens de lançamento. O base esloveno era o mais destacado no conjunto de Madrid com os primeiros 8 pontos do jogo a serem marcados por ele enquanto que no outro lado do campo Kostas Sloukas voltava a mostrar o porquê de ser um jogador 3x campeão da competição. Ao intervalo o resultado fixava-se nos 40-38 para a equipa de Obradovic.

O inicio de terceira parte trouxe um parcial de 7-0 para os espanhóis que viria a ser crucial no desfecho do jogo com a consistência ofensiva do francês Fabian Caeseur (viria a ser escolhido o MVP da partida) a vir ao de cima. Nicolo Melli pelo Fenerbahce fez, provavelmente, a melhor exibição da temporada mantendo o conjunto turco vivo no jogo.

Nos últimos minutos viveu-se um “jogo de pressão” com as constantes idas para a linha de lance livre e onde o Real Madrid não claudicou, e quando o fez, na posse de bola mais importante do jogo, Trey Thompkins garantiu o ressalto ofensivo e cesto que mantinha a diferença nos 5 pontos, que seria a vantagem final.

Título merecido para os “blancos”, depois de uma temporada em que nada previa que chegassem à final4, com todas as lesões no plantel. Pablo Laso tem um enorme mérito sobretudo pela execução primorosa do plano de jogo nesta final.

Luka Doncic continua a juntar à sua prateleira títulos e distinções pessoais com o prémio MVP desta Final4 depois de já neste fim de semana ter recebido o prémio “Rising Star” e o MVP da fase regular desta mesma competição.

(Foto: Getty Images)

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