Fair PlayAnálise à 1ª volta do Campeonato Nacional de andebol feminino
SL Benfica e Madeira SAD com percurso imaculado, mantêm invencibilidade nesta pausa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina. Decorreram no último fim de semana os jogos referentes à 11ª jornada do campeonato nacional da 1ª Divisão Feminina, que seria a última jornada da primeira volta, com o campeonato a voltar apenas a 4 de Fevereiro de 2023.
No entanto, com muitos jogos adiados ao longo destes últimos meses, apenas duas equipas completaram totalmente os 11 jogos calendarizados inicialmente. As equipas senior do Maiastars e da ARC Alpendorada ja realizaram todas as 11 partidas relativas à primeira volta e encontram-se atualmente no 10º e 7 lugares. Mas estas posições não são reais, já que as restantes equipas têm entre 1 e 4 jogos em atraso, quando chegamos à pausa para as festividades natalícias.
Esta necessidade de alterações de jogos, por motivos de participação nas competições europeias ou questões de indisponibilidade de pavilhão devido às condições climatéricas, leva ao desvirtuamento do campeonato nacional, já que os momentos das equipas serão necessariamente diferentes quando se defrontarem mais à frente. Para além desta questão, devemos referir também que há jogos desta primeira volta que se realizarão já depois do início da segunda volta do campeonato, algo que normalmente não é permitido a nível do regulamento, a não ser por motivos de força maior.
Até ao momento, a equipa senior do SL Benfica mantém o estatuto de maior candidato ao título (27 pontos e 1º lugar atualmente), já que após 9 jogos realizados tem 9 vitórias, faltando apenas os dois embates contra as equipas da Madeira. Também Madeira SAD tem 7 vitórias em 7 jogos realizados (atualmente na 3ª posição com 21 pontos), sendo que dos jogos que tem em atraso, aquele que trará mais interesse será o embate contra o SL Benfica, pois irá definir qual dos dois emblemas estará mais perto de levantar o troféu no final da época. Ambas as equipas estão a fazer um época bastante equilibrada e competente, juntando a invencibilidade no campeonato nacional com excelentes percursos na competição europeia onde participam, a EHF European Cup, onde ambas atingiram os 1/8 da prova.
A equipa do Colégio de Gaia ocupa atualmente a 2ª posição da tabela classificativa com 23 pontos, mas com mais 3 partidas realizadas que o 3º classificado. Tem-se mantido no topo da tabela apesar dos vários contratempos já descritos anteriormente pelo elevado número de atletas lesionadas. Conseguiu vários resultados sofridos, com vitórias pela margem mínima, mas vai para a pausa do Natal com um saldo bastante positivo. Na 4ª posição encontra-se a AD Academia de São Pedro do Sul com 21 pontos e 9 jogos realizados (6 vitórias).
Tem oscilado entre vitórias muito avultados, quando joga no seu pavilhão, e jogos mais equilibrados nos jogos fora de casa. As três derrotas foram todas na casa do adversário (SL Benfica, Madeira SAD e ABC), sendo que em meados de Janeiro realiza-se o embate contra o Colégio de Gaia, em Gaia. Este será mais um jogo de bastante interesse, pois põem frente a frente aqueles que neste momento parecem ser os maiores competidores pelo terceiro lugar da tabela classificativa.
Do 5º ao 12º lugar, a competição tem-se apresentado bastante oscilante, dado que os resultados são extremamente imprevisíveis, tanto pelo momento geral da equipa como pela instabilidade que se vive dentro de cada formação. Pode dizer-se que qualquer equipa pode mesmo vencer ou perder com qualquer outra equipa, incluindo até ADA São Pedro Sul e Colégio de Gaia. Apenas SLBenfica e Madeira SAD parecem estar mais estáveis nas posições cimeiras.
Atualmente Sir 1ºMaio e ABC encontram-se na 5ª e 6ª posições, respetivamente, separados apenas por um ponto, com o ABC a ter menos uma partida realizada que o Sir 1ºMaio. No confronto direto, a equipa da Marinha Grande leva vantagem, já que venceu o jogo realizado na sua casa por 2 golos (28-26). ARC Alpendorada, Cale e CS Madeira encontram-se respetivamente na 7ª, 8ª e 9ª posições separados apenas por 2 pontos, mas com a equipa de Marco de a ter mais jogos realizados que as outras duas formações.
No confronto direto entre estas 3 equipas, a equipa de Leça leva vantagem pois venceu os dois jogos contra as outras duas equipas e a ARC Alpendorada venceu neste último fim de semana a equipa madeirense num jogo muito sofrido e de grande luta, com uma recuperação de uma desvantagem que chegou a estar nos 7 golos. Nas últimas 3 posições da tabela classificativa encontram-se o Maiastars (11 jogos realizados, 15 pontos), Alavarium Love Tiles (9 jogos realizados, 13 pontos) e CDE Gil Eanes (8 jogos realizados, 12 pontos), mas com as prestações das três equipas nesta primeira volta, percebe-se que podem sair do fundo da tabela com um ou duas vitórias que escaparam por pouco.
Várias equipas tiveram necessidade de se reinventar dentro dos próprios planteis por motivos de lesão ou de transferências de atletas. Já referimos a equipa do CDE Colégio de Gaia que começou a época com várias atletas lesionadas, e que conseguiu manter a estabilidade competitiva, especialmente devido à estrutura do clube que se mantém já há muitos anos à frente do clube e foi-se reforçando com atletas da formação. A equipa recém-promovida à primeira divisão, o CDE Gil Eanes, também foi afetada por um grande número de lesões de longa duração em atletas fulcrais para a formação Algarvia (a ponta esquerda Maria Pico, a pivot Matilde Correia e a central Miriam Martins), o que as coloca com um plantel muito reduzido para a segunda volta do campeonato, sendo bastante difícil reforçarem-se convenientemente especialmente por questões geográficas.
No entanto foi a formação da ARC Alpendorada que teve a maior instabilidade desde o início da época. Desde logo vinha a perder atletas desde a última temporada, iniciando esta época com um plantel bastante curto e renovado, repleto de atletas sub18 e sub21. Perdeu o seu treinador das duas últimas épocas logo após o jogo da primeira jornada, Alexandre Monteiro, tendo sido substituído pela treinadora Ana Carvalho, que nas últimas 9 temporadas esteve apenas num clube (ND Santa Joana). Perdeu a meio da primeira volta uma das atletas mais influentes do plantel, a capitã Ana Silva, que se transferiu para o SLBenfica, e perdeu também a ponta direita Poliana Silva, indisponível até ao final da época. Com um plantel demasiado curto, a necessidade de trazer caras novas é imprescindível se querem aspirar a ter um segunda volta mais confortável e estável do que aquela que tiveram nesta primeira volta. Acreditamos que nesta paragem poderão existir mais alterações aos planteis, que poderão alterar completamente a força de cada equipa para a segunda volta.
Janeiro traz-nos não só alguns jogos de acerto de calendário, mas também uma nova competição da Federação de Andebol de Portugal, a Taça FAP Nesta nova competição participam apenas as 12 equipas presentes na 1ª divisão nacional, distribuídas por 4 grupos de 3 equipas cada. Apenas o primeiro classificado de cada grupo irá estar presente nas meias finais da competição a realizar no final do mês de Janeiro. Sendo paragem de campeonato nacional, esta será uma boa altura para estabilizar planteis e modelos de jogo, dando mais tempo de jogo a quem não tem estado tão em ação, o que será uma boa preparação para a segunda volta da 1ª divisão nacional.
