A dança de cadeiras do MotoGP em 2024

Diogo SoaresJunho 16, 20245min0

A dança de cadeiras do MotoGP em 2024

Diogo SoaresJunho 16, 20245min0
Mudanças, renovações, saídas e... muito mais! Diogo Soares traz-te a dança de cadeiras do MotoGP em 2024 e o que esperar destas mexidas

No início de 2024, já sabíamos que iríamos ter um ano muito entretido em termos de mudanças de pilotos, e até, de possíveis mudanças de fornecedoras de motos nas equipas privadas. Só não sabíamos o que nos esperava.

Aprilia

Vejamos, portanto, de construtor em construtor, começando pela marca de Noale, que abriu esta “caixa de pandora”. Em maio, na semana que antecedeu o Grande Prémio da Catalunha, Aleix Espargaró anunciou a sua retirada do Campeonato do Mundo. Abria-se um espaço na Aprilia oficial.

https://twitter.com/MotoGP/status/1793633375753834988

Espaço esse que já foi preenchido por nada mais, nada menos, que Jorge Martín. O atual líder do campeonato fartou-se de esperar pela chamada da Ducati oficial e, quando percebeu que não seria o escolhido dos senhores de Borgo Panigale, atendeu a chamada de Massimo Rivola e, rapidamente, assinou contrato com a rival italiana.

https://twitter.com/denkmit/status/1797661553489224089

Resta a dúvida em relação à segunda vaga da Aprilia oficial e às duas vagas da Trackhouse. Massimo Rivola já admitiu a subida de um dos pilotos da equipa americana à equipa de fábrica, mas também não descarta a contratação de um piloto italiano para essa mesma vaga. Terão existido abordagens a Enea Bastianini, mas o piloto da Ducati já não se disponível – mais à frente percebemos o porquê. Marco Bezzechi aparenta ser a grande prioridade para o diretor desportivo da marca. Na Trackhouse, a continuidade de Miguel Oliveira é incerta, tanto poderá subir, como mudar de universo, dado que existe o interesse de outras construtoras.

Ducati

Como era de esperar, a Ducati oficial foi a que mais alimentou a substituição dos pilotos. Pecco Bagnaia mantém-se na equipa – aliás, diria que o tricampeão do mundo só sai se quiser -, mas é na outra moto que se verificam as alterações. Gigi Dall’Igna e Davide Tardozzi foram sempre deixando em aberto que o tempo de Bastianini em Borgo Panigale não iria além de 31 de dezembro de 2024 e que Martín e Marc Márquez estariam a lutar por essa vaga. Mais tarde, Dall’Igna afirmou que a escolha não iria ser simplesmente baseada em 2024, mas em toda a carreira dos pilotos, ou seja, abria a porta a Márquez.

E confirmou-se, o octocampeão do mundo Marc Márquez foi o escolhido pela construtora italiana para pilotar a partir de 2025 e até 2026.

A VR46 deverá passar a ser a principal “moto secundária” do universo Ducati. Isto, porque é incerto que Gresini e, principalmente, Pramac se mantenham neste mesmo universo. É dado como certo que a Yamaha irá apresentar uma proposta de moto a estas duas equipas, resta a dúvida se aceitam ou não a construtora nipónica.

Mas falemos de pilotos.

As três equipas não têm pilotos para 2025, sendo certo que Fermín Aldeguer, piloto de Moto2, será promovido para uma destas seis motos, uma vez que já assinou contrato com a Ducati.

 

Neste momento, a possibilidade mais provável para o espanhol é a VR46, embora terão de ser analisadas as possibilidades da Pramac e da Gresini. Morbidelli também entra nestas contas, visto que rejeita voltar à moto da Yamaha, após sair de costas voltadas com os japoneses em 2023. Por isso, resta resolver os dossiês de Fabio DiGiannantonio, e Aléx Márquez, com Miguel Oliveira a piscar o olho a estas equipas.

KTM

A KTM é a única com a vida resolvida. Brad Binder tem contrato até 2026 e o mesmo deverá ser cumprido. Ao seu lado, já foi anunciado Pedro Acosta. O jovem de 20 anos sobe à equipa austríaca com um contrato multi-anual.

Mas a equipa secundária já está definida. Primeiro, o ‘naming’ GasGas cai, e passará a chamar-se “Red Bull KTM Tech3” e será composta por Enea Bastianini e Maverick Viñales.

Yamaha

Fabio Quartararo é o único confirmado na empresa de Iwata. Existe uma grande dúvida em torno da continuidade de Alex Rins, no entanto, parece-me algo improvável que a Yamaha não mantenha o piloto espanhol por um motivo simples: estabilidade. A Yamaha é a equipa mais interessada em Miguel Oliveira, todavia, só farão essa aposta se conseguirem garantir uma equipa satélite.

Honda

O mau momento – “mau”… para ser simpático – da Honda poderá dificultar a tarefa de atrair talento. Marini está garantido na fábrica e Zarco está garantido na equipa satélite, mas acrescem as dúvidas em relação à continuidade de Joan Mir e Taka Nakagami. Principalmente, no caso de Mir, em que há rumores que afirmam que o campeão do mundo de 2020 pondera terminar a carreira ou até dar um ano sabático no pináculo da motovelocidade. Se pelo menos uma destas hipóteses se confirmar, Ai Ogura, piloto japonês de Moto2, deverá ser o preferido para cobrir estas hipotéticas saídas

A dança de cadeiras continuará durante mais alguns meses. Diria que teremos de esperar até dezembro para ver confirmada a lineup para 2025


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