Taça de Portugal 2020/2021 com uma final inédita!

Guilherme CatarinoMarço 5, 20214min0

Taça de Portugal 2020/2021 com uma final inédita!

Guilherme CatarinoMarço 5, 20214min0
A Taça de Portugal 20/21 vai ter o SL Benfica e SC Braga como finalistas e é assim uma final inédita! A opinião de Guilherme Catarino

SC Braga e SL Benfica encontrar-se-ão na sempre carinhosa final da Taça de Portugal que, caso nada se altere, se realizará como sempre no Jamor. Na segunda vez em que a final da competição terá lugar durante a pandemia da COVID-19 – e última esperemos! – as equipas de Carvalhal e Jesus tentarão levar o caneco para os respetivos museus, com o Benfica a tentar vingar a derrota na final da época passada perante o FC Porto de Sérgio Conceição.

E por falar na turma de Sérgio Conceição e na final da Taça de Portugal, inevitável será falar de um clube: SC Braga. Que alma! Que equipa e que união dos Gverreiros do minho na caminhada até esta final. Especialmente no difícil e decisivo teste frente aos comandados por Sérgio Conceição, na meia-final da prova. Marcada pela polémica mas por um espetáculo digno de duas das melhores equipas a jogar futebol em Portugal, a eliminatória foi decidida até ao último minuto do jogo do Dragão, acabando por sorrir, no final, aos minhotos. Minhotos que, no caminho até à final, eliminaram ainda o Trofense, Olímpico de Montijo, Torreense e Santa-Clara.

Numa visão generalista daquilo que tem sido a época do SC Braga, todo o mérito terá de ser dado a Carlos Carvalhal, António Salvador e toda a estrutura técnica e desportiva. Inserido em todas as competições nacionais (e uma europeia!) até perto do seu término – denote-se que o Braga chegou à final da Taça da Liga e está isolado no 2º lugar do campeonato – com uma equipa que (em teoria apenas…) não leva o estatuto, pela grande maioria, de “grande”, assombrada ainda por uma onda de lesões importantes e com jogos de três em três dias, a turma bracarense superou todas as expetativas e tem-se destacado dos restantes concorrentes ao título.

Não desprezamos, nem pouco mais ou menos, o trabalho de Rúben Amorim em Alvalade, mas a verdade é que, “internamente”, o Sporting beneficiou bastante da eliminação precoce da Liga Europa, havendo outro ritmo e muito mais tempo para preparar as contendas, apenas semanais.

Por outro lado, aparece o Benfica de Jorge Jesus. Abalado por uma época muito abaixo das expectativas dos associados e apoiantes do clube encarnado, o técnico encarnado terá aqui a principal oportunidade de, este ano, colocar alguma água na fervura.

Teoricamente relegado da luta pelo título nacional, a largos 13 pontos do líder, começam a faltar argumentos para Jesus se manter no comando da equipa A encarnada. Muito atrapalhado pela pandemia que, admitamos, se abateu proficuamente no plantel às suas ordens, é importante não esquecer que o campeonato começou já com a ameaça pandémica e, desde logo, nos perguntamos se Luís Filipe Vieira e os seus dirigentes responsáveis não tomaram isso em conta ou se, por outro lado, se exacerbaram com a quantidade de dinheiro investido. Questão esta que deve ser debatida num escrito distinto e não nesta sede, tal é a delicadeza e unicidade da temática.

Com uma caminhada, porém, imaculada nesta competição, eliminando o USC Paredes, Vilafranquense, e Estrela, o Benfica chegava à meia-final da competição com a tarefa de eliminar o surpreendente Estoril-Praia de Bruno Pinheiro. Apesar da boa campanha interna que os canarinhos estão a fazer – atualmente em lugar de subida à Primeira Liga – os homens da linha mostraram-se muito aquém e não conseguiram dar suficiente réplica às segundas linhas do Benfica. Resta-nos desejar toda a sorte do mundo ao Estoril porque, com identidade, demonstrou um particular fio de jogo e não se limitou – como muitas equipas infelizmente em Portugal – ao “chutão para a frente” ou a “enfiar o autocarro”, demonstrando que pode dar muito à Primeira Liga portuguesa.

Lançados os dados, importa também distinguirmo-nos e apresentar a nossa “aposta” para o vencedor desta partida. Ambas partem de uma posição prometedora, e sendo uma final, as equipas usualmente agigantam-se e esquecem os problemas que as possam assombrar. Não deixamos, contudo, de afirmar que a equipa do SC Braga, pelo que tem vindo a demonstrar esta temporada a todos os níveis, se poderá, em teoria, superiorizar ao Benfica. Porém, o clube da Luz está mais que habituado a estas andanças e tem um treinador mais que capaz (e habituado) para tal tarefa e pressão. Veremos!


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