SL Benfica e SC Braga e uma época de afirmações e regresso de velhas glórias

Diogo RugeiroAgosto 6, 20236min0

SL Benfica e SC Braga e uma época de afirmações e regresso de velhas glórias

Diogo RugeiroAgosto 6, 20236min0
SL Benfica e SC Braga reforçaram-se bem durante este Verão de 2023 e Diogo Lopes avalia o significado das aquisições

SL Benfica e SC Braga, em particular, estão a fazer uma clara afirmação de intenções e estatuto neste mercado de transferências. Mas parecem divergir daquele que têm sido um princípio basilar da sua política de mercado até hoje: recrutar, valorizar e vender.

Neste artigo vamos olhar para os reforços de cada clube. Já aqui debati o porquê de me ter manifestado contra o regresso de Di María (por uma questão de custo de oportunidade de recrutamento e a composição actual do plantel com Rafa e João Mário), mas olhemos as razões a favor:

Di Maria, cuja porta de entrada para o Futebol europeu foi precisamente pelo Benfica (07/08), faz parte de um leque restrito de jogadores:

Foto: Transfermarkt

A par do colega Otamendi (que já passou pelo FC Porto), fazem parte dos 8 jogadores argentinos com mais de 100 representações acumuladas pelo seu país. Além deles, só Messi continua no ativo; e os três foram fulcrais na conquista do título de Campeões do Mundo (a par de um tal Enzo Fernández, que foi galardoado com o prémio de melhor jogador jovem do torneio). 😉

A nível de golos, Di Maria leva o 7° lugar atrás de Gonzalo Higuaín (31), Diego Maradona (34), Hernán Crespo (41)… O pódio leva-o Messi (103), Batistuta (54) e Aguero (41). Lendas do Futebol!

Poderá ultrapassar a marca de assistências de Messi e quiçá de Ronaldo, durante a presente época, de águia ao peito – talk about legacy!

Félix continua a ser falado como possível reforço dos encarnados, o que exacerbaria o “desequilíbrio” das opções do sector ofensivo.

Já em Braga…

Pizzi, agora com 33 anos, regressou ao clube Minhoto a meio da época passada. Em Braga (desde 07/08) pouco ou nada havia jogado – 2 jogos na Liga Sagres 11/12, época em que é emprestado ao Atlético de Madrid -, tendo sido consecutivamente emprestado até consumada a sua transferência para o clube “da Luz” (13/14), onde se destacou durante quase 8 épocas.

Bruma (28), chegou por empréstimo, na mesma janela que Pizzi mas é “hoje” oficialmente Gverreiro, tendo o clube exercido o direito de opção (tal como aconteceu com a grande maioria dos “reforços” desta época). Outrora um dos talentos nacionais mais promissores, tinha vindo a cair no esquecimento de muitos Portugueses. Viu no Braga a hipótese de “relançar a sua carreira” e marcar presença como uma das peças chave de Artur Jorge.

José Fonte (39), outro ex-internacional português, que vai acrescentar muita qualidade, no centro da defesa minhota – e promete notar-se a diferença. Honestamente, sinto que é um dos jogadores que com alguma pena não tiveram a devida “dimensão”(Iuri Medeiros, outro) e reconhecimento tendo acumulado apenas 50 tentos pela seleção (A) das quinas.

Rony Lopes (27), a mais recente confirmação minhota, é, à semelhança de Bruma, alguém de quem muitos esperavam ter tido outra afirmação no decorrer da sua carreira.

Todos os que referi acima, têm, a meu ver, uma dimensão especial pelo seu contexto e afirmação nacional.

Mas não poderia deixar de destacar o reforço proveniente do Schalke 04, Rodrigo Zalazar (23), o quarto reforço mais caro de sempre dos Arsenalistas. Bruma, o terceiro, e o ponta espanhol, formado em “La Masia” (Barcelona), titular e capitão dos Sub-21, Abel Ruiz (20/21), segundo – €8M. Simon Banza (26) é também digno de destaque.

A minha ressalva é contudo o número de jogadores (5), principalmente titulares, no apogeu teórico da sua carreira – com cerca de 28 anos de idade.

O que será do amanhã? Não é que não haja boas ressalvas e jovens de qualidade – Vasconcelos por exemplo – a subir pelos escalões de formação do clube, mas tendencialmente tais reestruturações mais pronunciadas envolvem quebras de rendimento que perduram dois, três, quatro anos até se regularizarem.

Acredito piamente que somos capazes de ver o melhor SC Braga de sempre esta ou a próxima época, mas qual o plano, e retorno financeiro no mercado, que irá promover essa reestruturação?

O investimento da Qatar Sports Investments (QSI) – proprietária majoritária do PSG – que comprou 21.67% do clube, o ano passado, implica, à partida, acesso a um outro patamar de crédito, atratividade e retenção de jogadores e enquadramento virtuoso para a promoção e desenvolvimento de jogadores: uma das aclamadas sinergias de quem detém múltiplos clubes. Será essa a nova pedra basilar deste “novo” Braga?

Um tema debatível e que terá direito a resposta por parte dos protagonistas durante esta nova temporada!


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