Seriam estes três regressos ao Dragão bem-vistos pelos adeptos?

Francisco IsaacJunho 15, 20196min0

Seriam estes três regressos ao Dragão bem-vistos pelos adeptos?

Francisco IsaacJunho 15, 20196min0

O Mercado de Verão ainda está para chegar, mas alguns adeptos do Futebol Clube do Porto gostavam de ver alguns reforços úteis a chegar ao plantel. Este artigo, no entanto, vai muito para além da quadra da “silly season”, pois tenta abordar três reforços que não só são desejados desde o dia que abandonaram o Dragão, mas também entrariam nas contas devido à sua utilidade directa no plantel.

HULK (SIPG)

Foram alguns os jogadores que marcaram profundamente o FC Porto no Século XXI e não há dúvidas dos nomes desses quantos mitos: Deco, Ricardo Quaresma, Vítor Baía, Jorge Costa, Lucho Gonzalez, Lisandro Lopez, Falcao, Jackson Martínez, Costinha e Hulk. O extremo é, sem dúvida alguma, a par de Deco e Jardel um dos melhores brasileiros a passar pela Invicta.

Hulk foi um atleta sensacional em Portugal, com mais de 50 golos marcados em 99 jogos na Liga NOS, para além de 43 assistências. Ou seja, o extremo esquerdo/direito internacional pelo Brasil tem quase 1 golo/assistência por jogo no Campeonato português, um registo ultrapassado só por Jonas ou Bas Dost, dois dos pontas-de-lança mais prolíferos em Portugal.

No registo final, considerando todas as competições, o brasileiro “só” fez 78 golos e 60 assistências em 170 jogos, levantou uma Liga Europa e quatro campeonatos nacionais (um dos quais só jogou os primeiros três encontros), três Taças de Portugal e três Supertaças, sendo um dos atletas com mais “prata” a passar pelo Dragão.

Mas o que acrescentaria o Hulk de “hoje” ao FC Porto de Sérgio Conceição? Apesar dos 32 anos, o canarinho continua com a mesma velocidade, poder de choque, capacidade de explosão e detalhe técnico, sempre pautado por um remate violento ou uma capacidade de fazer rasgos constantes na defesa contrária. Mais experiente e mais líder, Hulk assume para si algumas características que o actual treinador dos azuis-e-brancos tanto gosta de ver num jogador do FC Porto: mística, raça e capacidade de querer mais.

Depois de ter levantado o título no SIPG (87 jogos, 51 golos e 43 assistências), Hulk é um jogador “caro” em termos de compra a 100% (passe no valor de 30-40M€) mas que bem negociado com os actuais campeões chineses poderá ser possível chegar a um acordo viável.

O brasileiro já se demonstrou disponível para regressar ao Dragão e num plantel que sofre de alguma escassez não só de extremos de qualidade mas de atletas com capacidade de decisão.

RAFA SOARES (VITÓRIA SC)

Não será porventura um regresso lendário, até porque Rafa Soares nunca calçou as botas no Dragão (na equipa principal diga-se, uma vez que fez parte da equipa B e sub-19) mas não deixa de ser um regresso bem visto em termos de consistência de plantel e de assegurar o futuro da faixa esquerda do FC Porto que está “refém” do supremo-Alex Telles.

Se o brasileiro abandona o Dragão neste Verão, tecnicamente não há ninguém que possa assumir o lugar com a mesma qualidade e excelência, perdendo os azuis-e-brancos aquela velocidade e capricho no passe (pelo chão ou ar) que só Alex Telles pode dar.

Rafa Soares, transferido no Verão de 2018 para o Vitória SC, teria sido uma opção credível para a esquerda pelas seguintes razões: talento para sair com o esférico controlado da defesa; inteligência na leitura defensiva; capacidade de reacção à perda de bola; apoio intenso no ataque, com técnica suficiente para ganhar duelos.

Não é um Alex Telles, mas não deixa de ser um atleta da “casa”, com boa capacidade de progressão e de talento puro o suficiente para ganhar o lugar no plantel de Sérgio Conceição.

Até quando pode o FC Porto dar-se ao luxo de não ter um lateral-esquerdo suplente (Diogo Dalot, em 2017/2018, salvou os Dragões na recta final da época)? Não merecerá Rafa Soares uma oportunidade de voltar ao Dragão depois de boas prestações no Rio Ave, Portimonense e Vitória SC?

JACKSON MARTÍNEZ (PORTIMONENSE SC)

Cha, Cha, Cha Martínez voltou ao futebol português em 2018, assim como também, aos golos depois de dois anos afastado por constantes lesões. O colombiano parece estar a caminhar para total recuperação, notando-se alguns dos traços que fizeram-no de um dos goleadores mais mortíferos do futebol português, isto quando passou pela 1ª vez na Liga NOS: 96 jogos, 68 golos e 11 assistências (quem se esquece daquele passe de calcanhar para Tello contra o Sporting CP).

O FC Porto actualmente “sofre” de uma limitação nos pontas-de-lança, existindo só Soares e Moussa Marega (que nem é um verdadeiro ponta-de-lança), com André Pereira e Adrián Lopez a serem soluções de último recurso, sendo que Vincent Aboubakar será uma incógnita até regressar à plenitude da sua forma.

Ou seja, uma nova lesão na frente-de-ataque e os Dragões ficam à mercê de uma mudança táctica ou de jogadores que não estão prontos para assumir o lugar de titulares num plantel que luta pela recuperação do título de campeões nacionais. Jackson Martínez é uma opção “fácil”, barata e que já conhece bem os cantos a uma casa onde fez quase 100 golos em três temporadas.

Com Jackson Martínez, Sérgio Conceição ganharia um ponta-de-lança com faro para o golo, de um tacto especial dentro da grande-área e de um sentido posicional único e que faz a diferença em momentos críticos. A grande questão é o aspecto físico e se o artilheiro colombiano teria capacidade em sobreviver num clube que vai exigir um máximo de intensidade alto a cada novo jogo.

Ainda é cedo para perceber se o internacional pela Colômbia está ou não no caminho de voltar a ser um goleador nato, ou se estes são os momentos finais de uma carreira que já teve traços mais entusiasmantes.

Depois de regressos de lendas como Ricardo Quaresma, Lucho Gonzalez e, até, do actual treinador do FC Porto (Sérgio Conceição regressou em 2004 ao plantel então treinado por José Mourinho), será que algum destes três vão voltar a vestir a camisola azul-e-branca num futuro próximo?


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS