A instabilidade do Wolverhampton de Espírito-Santo

Fair PlayOutubro 27, 20195min0

A instabilidade do Wolverhampton de Espírito-Santo

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Com reforços como Patrick Cutrone, Jesus Vallejo e Pedro Neto onde irá parar o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo?

Artigo escrito por Gonçalo Faria

A equipa mais portuguesa da Premier League, liderada pelo técnico Nuno Espírito Santo, foi a mais recente novidade na época passada ao entrar no difícil top-10 da liga mais competitiva do futebol europeu. O treinador português, que já teve passagem pelo FC Porto, entrou com tudo na primeira época na liga inglesa levando o Wolverhampton tanto à fase de grupos da Europa League como ao sétimo lugar da classificação.

O atual residente do décimo primeiro lugar da tabela classificativa, reforçou-se com competência esta época nos vários setores do campo. A chegada mais sonante é a do avançado Patrick Cutrone, proveniente do AC Milan, proporcionando assim mais soluções na frente de ataque com Raúl Jiménez, Diogo Jota e Adama Traoré.

Patrick Cutrone é uma contratação importante para os Wolves (Foto: Express Star)

O meio-campo e o ataque maravilha

No setor intermédio, as dinâmicas são feitas pela qualidade de Rúben Neves, João Moutinho, Dendoncker e Saiss, dando assim ao meio campo, não só grande qualidade de passe como também espaço para a equipa progredir no terreno. De acordo com o esquema tático, Rúben Neves é sempre o mais recuado dos médios para ajudar na construção de jogo, e desta forma João Moutinho e Saiss auxiliam nas tarefas mais ofensivas do campo. A qualidade de passe do internacional português de 22 anos é verificada e desejada por todos, e podemos observar que tem obtido nos encontros uma média de “72% de eficiência no passe” e “78% de passes dentro do terreno defensivo”.

Por fim, no setor ofensivo da equipa, a qualidade Patrick Cutrone e Pedro Neto vem aprimorar ainda mais o ataque, juntando-se a Raúl Jiménez e Diogo Jota, contando assim com grandes referências atacantes que transportam consigo excelente mobilidade e capacidade de finalização.

Rúben Neves é o pilar do meio-campo do Wolverhampton (Foto: Express Star)

O técnico português atua num esquema tático de 5x3x2 no momento defensivo e no momento ofensivo num 3x5x2. Este enquadramento tático que o treinador utiliza tem feito oscilar as exibições da equipa, devido aos pontos fortes e fracos que são intrínsecos. No momento de defender, os laterais juntam-se aos defesas centrais de modo a ficar uma linha corretamente alinhada, e deste modo, os médios formarem uma segunda linda, onde Rúben Neves fica como mais recuado.

Os jogadores têm como objetivo preferencial a pressão apenas ao portador da bola, e quando o adversário coloca mais jogadores na linha média, os Wolves tendem a colocar jogadores a sair à marcação com o intuito de a recuperar, provocando assim descompensações, sendo este um dos pontos fracos defensivos na equipa, como mostram os onze golos sofridos na liga.

Transição ofensiva e problemas na defesa

Nos momentos de transição ofensiva, Nuno Espírito Santo, tem como preferências não só a procura de verticalidade, como também um futebol apoiado. A peça-chave está no posicionamento e projeção dos laterais, combinando a largura que têm com os cruzamentos de grande habilidade que realizam. Desta forma, ao chegarem á área do adversário, encontram rapidamente o médio interior à entrada da área, e os atacantes em zona de finalização.

O Wolverhampton surpreende sempre os adversários com os movimentos de desmarcação rápida realizadas pelas referências como Diogo Jota e Adama Traoré, isto é, como a circulação de bola é rápida e a qualidade no “núcleo” é bastante, os avançados trocam a bola com os médios, procurando depois as linhas de passe nas costas da defesa com velocidade.

O sucesso dos Wolves dependerá sempre de Nuno Espírito Santo (Foto: Record)

Apesar da organização defensiva apresentar falhas e descompensações na base dos três centrais, não obstante, a organização ofensiva é bem estruturada e um dos pontos mais fortes da equipa, tendo além disso, a capacidade de colocar quatro a cinco jogadores na fase de finalização de forma rápida e de excelente qualidade, dispondo de várias oportunidades de golo no decorrer dos jogos.

Mas se por um lado, as estruturações táticas do técnico Português estarem a atuar em conformidade na Europa League, ocupando o terceiro lugar a um ponto apenas do primeiro, num grupo constituído por: Slovan Bratislava, Braga e Besiktas, por outro lado, na Premier League não teve o início desejado, estando assim, no decimo primeiro lugar a dois pontos do sétimo, tendo somente obtido duas vitórias, uma delas recentemente com o Manchester City.

Desta forma, a equipa está num momento agridoce, mas será que vitória frente ao campeão em título é a mudança para um ciclo vitorioso e entusiasmante do Wolverhampton, voltando a surpreender no final da época?


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