O Que Falta ao Benfica?
O Sport Lisboa e Benfica tem conseguido ter alguma dominância no contexto nacional. Ainda assim, devido à apregoada saúde financeira do clube, era esperado um domínio mais avassalador e firme em relação aos rivais (que atravessam momentos delicados do ponto de vista financeiro), algo que não se tem verificado. Nas competições europeias as prestações têm sido medíocres, sendo que o clube da Luz não tem conseguido fugir ao rótulo de chacota no que toca às suas prestações na Champions League.
O que falta então à turma de Bruno Lage? Poderíamos ir por vários caminhos, desde a postura (ou falta dela) competitiva de muitos jogadores quando o nível sobe, ou mesmo a abordagem do clube no que toca à competição, sendo praticamente inequívoco que o campeão nacional utiliza a prova milionária para “vender” aquela que é a menina dos olhos de Luís Filipe Vieira, a academia do Seixal, e os jogadores que de lá saem.
Mas vamos cingir-nos à falta de qualidade que muitas posições do 11 encarnado apresentam.
Comecemos pela baliza. Odysseas Vlachodimos melhorou de forma substancial em vários parâmetros, e até à paragem vinha a ser um dos melhores elementos da turma da Luz. Ainda assim, Zlobin e Svilar não se perfilam como alternativas à altura do grego, e numa equipa grande a concorrência é importante, para não dizer fulcral.
Desta forma, é exigido ao Benfica a contratação de um elemento com capacidade para rivalizar com Vlachodimos, algo que só pode fazer o grego melhorar.
Numa altura em que se dá como quase fechada a aquisição de Helton Leite, deixamos aqui alguns nomes que poderiam ser alvos interessantes para o clube encarnado. Hervé Koffi, emprestado pelo Lille ao Belenenses e Cláudio Ramos são opções interessantes no nosso campeonato, no entanto, nomes mais conceituados poderiam ser alvo de investimento, como Walter Benítez do Nice ou Timo Horn do Colónia.
Na lateral direita reside um dos grandes problemas do Benfica. André Almeida é um lateral mediano, e o jovem Tomás Tavares não está minimamente preparado para a exigência do clube. Por estas razões, a contratação de um lateral direito que possa pegar de estaca é quase obrigatória, mas já o é desde a saída de Nélson Semedo, e a direção do clube tem “tapado o sol com a peneira”.
Para esta posição, sugerimos nomes jovens e com margem de progressão, mas já com capacidade para entrar de caras no onze do Benfica, como Pol Lirola, lateral espanhol da Fiorentina, Jonas Maehle, jovem dinamarquês do Genk ou Gonzalo Montiel, jovem internacional argentino do River Plate. Todos eles nascidos em 1997, seriam um acréscimo de qualidade em termos ofensivos, destacando-se ainda este trio pela velocidade e energia que oferecem ao corredor direito.
No eixo da defesa Rúben Dias é o patrão, mas Ferro teve uma época para esquecer até à paragem. A principal alternativa aos dois jovens portugueses, o capitão Jardel é constantemente fustigado por lesões, pelo que a chegada de um central é vital.
O talentoso e jovem alemão Robin Koch tem sido fortemente associado ao clube da luz, mas o nível que apresentou em 19/20 e o facto de já ser internacional A pela Alemanha fez com que alguns clubes mais endinheirados se juntassem aos interessados.
Outro nome interessante seria o compatriota de Koch, Marc-Oliver Kempf. Afundado na segunda liga alemã com o Estugarda, o canhoto de 25 anos veria com bons olhos uma mudança para a luz, sendo que o internacional alemão sub 21 já foi apontado aos encarnados no passado recente.
Se a intenção passar por contratar um central mais experiente, o paraguaio Fabián Balbuena, que perdeu algum protagonismo no West Ham, ou o brasileiro Jemerson poderiam ser boas opções.
Outra posição que grita por reforço é a posição de extremo direito. Pizzi tem sido o dono do lugar, no entanto, o português não tem qualquer alternativa (Zivkovic não parece contar), e não é o tipo de extremo que consiga arrancar e driblar como muitas vezes se exige a um ala.
Desde a saída do mal amado Salvio que os encarnados não têm um extremo com estas características, e mesmo a chegada de Pedrinho pode não ser a solução, devido às fragilidades físicas do brasileiro e ao sempre necessário período de adaptação.
O esquecido no Sevilha Rony Lopes seria um reforço brutal para o clube da Luz, ele que seria um dois em um, uma vez que foi formado parcialmente pelo clube da Luz. Rémi Oudin, talentoso extremo do Bordéus, ou o argentino Christian Pavón também poderiam ser reforços interessantes e ao alcance do clube encarnado.
Na frente de ataque, continua a faltar um substituto para João Félix e Jonas, os dois “segundos avançados” que deixaram orfã a posição atrás do ponta de lança. Bruno Lage já testou várias soluções, Taraabt, Chiquinho e Rafa, no entanto nenhum parece reunir todas as características exigidas para ter sucesso na posição, que passam pelo jogo entre linhas, capacidade de passe, rapidez na decisão, finalização e capacidade de jogar sem bola e ser um dos primeiros na manobra defensiva através da pressão.
Luca Waldschimdt tem sido associado aos encarnados nos últimos tempos, e seria uma opção extremamente interessante, sendo um avançado com muita qualidade técnica e com capacidade para jogar em várias posições. Santi Mina, avançado do Celta de Vigo, e o brasileiro João Pedro Galvão do Cagliari (época brutal em Itália, e um conhecedor do futebol português) seriam também opções interessantes, ou, num cenário mais irrealista, o craque argentino Joaquin Correa, da Lazio.