Emprestados de Sporting CP, SL Benfica e FC Porto: qual o veredicto? pt.1

Ricardo LopesAbril 14, 20237min0

Emprestados de Sporting CP, SL Benfica e FC Porto: qual o veredicto? pt.1

Ricardo LopesAbril 14, 20237min0
Olhamos para quem pode voltar a "casa" e singrar, ou sair em definitivo, nesta lista de emprestados de Sporting CP, SL Benfica e FC Porto

Quando abordamos a temática dos empréstimos – neste caso dos emprestados de Sporting CP, FC Porto e SL Benfica -, temos de pensar que é todo um processo pensado e com várias variáveis que têm de ser analisadas pelos clubes e jogadores. Nem todos os empréstimos têm os mesmos objetivos (o sucesso do jogador é a meta transversal), porém as partes envolvidas desejam o sucesso total da operação. Está tudo dependente de alguns fatores, como:

• A idade: Irá existir uma maior preocupação onde colocar o atleta caso o mesmo seja jovem e tenha de somar mais minutos para crescer;

• O término de contrato: Não é o mesmo quando se empresta um jogador que termina contrato no final da temporada ou quando um atleta que terá mais anos de casa, pois o que está em final de contrato, na maioria dos casos, não deverá voltar;

• A folha salarial: Caso a folha salarial do clube estiver incomportável, emprestar atletas é uma boa solução, porém o principal cuidado é saber se o outro clube comporta o salário;

• A adaptação: por vezes um jogador necessita de um empréstimo para se habituar às condições do país, com menos pressão do que jogar em um clube de maior dimensão;

• O estatuto: Jogadores que percam o seu estatuto no plantel, por qualquer motivo (mudança de projeto, por exemplo), podem voltar a ganhar destaque num empréstimo, de modo a que sejam aproveitados de novo na equipa que o cede ou possam obter lucro com ele;

• A falta de qualidade: O jogador não tem a qualidade necessária e não soma interessados nos seus serviços, a título definitivo. Um empréstimo é uma boa forma de o “colocar na montra”;

Os Três Grandes do futebol português naturalmente contam com alguns emprestados a outras equipas, jogadores que não tinham espaço na equipa A e que, em alguns casos, não fazem parte dos objetivos da equipa B. Com a existência de equipas B e Sub-23 (exceto no cado do FC Porto), o número de empréstimos é muito inferior ao que tínhamos em certas temporadas, pois há mais vagas para jogadores. O limite de atletas emprestados levou também a uma maior cautela e estudo do que fazer relativamente ao futuro a curto prazo dos jogadores, já que o objetivo é que o atleta participe no maior número de minutos possível, pois continua a ser um ativo do clube, embora não esteja nos seus quadros, nessa faixa de tempo.

Como é praticamente impossível ter sucesso em 100% de uma época, na questão dos empréstimos existiram jogadores que somaram um bom 2022/23, porém outros que estiveram longe de cumprir os objetivos propostos. Vejamos e analisemos em cada um dos três casos, o que aconteceu com a respetiva lista.

Emprestados do Sporting

O Sporting tem alguns atletas jovens emprestados, que poderão integrar o plantel para 2023/24. Tiago Tomás aparenta ser a figura de proa da lista, somando algum sucesso no seu empréstimo de um ano e meio ao Estugarda. A falta de um avançado ao Sporting, com as caraterísticas de TT, poderão evitar uma ida ao mercado, já que os adeptos pedem uma verdadeira alternativa a Paulinho. Não nos podemos esquecer que Tiago Tomás foi um dos campeões pelo Sporting, sendo um membro relevante no plantel. Desde que saiu, não houve um elemento capaz de retirar a titularidade a Paulinho de maneira consecutiva. O grande problema é a existência de uma cláusula de compra cifrada nos 15 milhões de euros.

José Marsà tem crescido bastante desde a sua chegada ao Real Sporting Gijón, onde tem atuado como médio defensivo, posição em que poderá ser utilizado no Sporting, já que Ugarte é o único membro de real qualidade (no momento), para desempenhar tal função. Apesar de o Gijón não estar a fazer um campeonato de qualidade, Marsà melhorou muito no aspeto defensivo, sendo posto à prova constantemente por equipas que assumiam o jogo, algo que o Gijón não faz com certa regularidade.

Eduardo Quaresma também poderá ser parte do plantel para 2023/24, porém terá o problema da concorrência e de mais um ano em que o empréstimo não correu de feição. Neste momento, particamente todos os defesas centrais do Sporting são superiores ao jovem (excetuando Neto, que tem um peso brutal no balneário), o que dificulta a sua eventual chegada ao onze titular. Não é descabido que o mesmo faça a pré-temporada, porém necessita de crescer ainda mais para poder regressar a um lugar que já foi seu.

Rúben Vinagre é um caso peculiar. Não foi aproveitado no Everton (sobretudo devido à presença de Mykolenko) e regressará ao Sporting sem grande evolução desde o momento em que saiu. Podíamos referir que foi um flop de Amorim devido ao preço, porém o lateral esquerdo mostrou qualidade em Famalicão e até mesmo no Sporting, antes do fatídico jogo contra o Ajax, onde foi dizimado por Antony. Trata-se de um problema de confiança, porque tem a qualidade necessária para lutar por um lugar no plantel. A pré-temporada será fundamental, embora não se descarte uma possível venda, em caso de boa proposta (como no caso de Eduardo Quaresma, que parece estar estagnado). A sua cláusula de 21 milhões de euros dificilmente será exercida.

Rafael Camacho e Doumbia apresentam-se como os elos mais fracos da lista. São jogadores que não contam para Rúben Amorim, não havendo esperanças de integrar a equipa, tendo o objetivo do empréstimo sido uma valorização. Os dois elementos têm contrato por mais uma temporada e é muito provável que passem 2023724 em um novo empréstimo, caso não exista uma rescisão de contrato, de modo a que os dois atletas possam reconstruir as suas carreiras. As suas cedências até estão a ser bem sucedidos, mas já estavam condenados desde o momento em que saíram do clube.

O Sporting escolheu mal o destino de Geny Catamo, porém é um elemento que continuará emprestado na próxima temporada, pois não tem lugar no plantel. Como existe a confiança do treinador que o extremo irá continuar a crescer, terá que se pensar melhor no destino para 2023/24 (dependendo das propostas que cheguem), numa equipa com objetivos positivos.

A maioria dos emprestados do Sporting pode ter alguma esperança em ser reintegrado no plantel principal, neste ano ou em outro. Os principais fatores para o empréstimo dos jogadores foi a sua idade e esperança na respetiva utilização, que no caso de Vinagre e Quaresma foi muito inferior ao esperado. Houve falta de estudo (ou propostas), nestes dois casos e no de Catamo, que podem ter sofrido algum retrocesso. Já no exemplo de Tiago Tomás, há um sucesso claro, com utilização, num campeonato exigente, sendo o atleta com mais probabilidade de ser reintegrado.


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