Mundial 2018 Rússia: Onze provável do Brasil
O trajecto
“O Brasil dorme desde o título de 2002. Nós, na Alemanha, olhamos para fora. Vocês precisam aceitar que jogam um futebol do passado.” (Paul Breitner, em comentário na TV alemã, em Julho/2014).
O Mundial de 2014 foi uma grande decepção para os adeptos brasileiros e grande vexame para o país, sobretudo os 1-7 da meia-final contra a Alemanha. Em meio a muita indiferença e desconfiança, os brasileiros começaram o apuramento para a Rússia em Outubro de 2015 com Dunga no comando técnico e com ele ficou até a sexta jornada, em um empate ante o Paraguai, em Assunção, com golo nos descontos da segunda parte. Era metade de 2016 e o Brasil estava fora da zona de classificação, em sexto lugar, com 9 pontos, quatro atrás do então primeiro colocado, o Uruguai, com 13.
Havia ainda muito pela frente, mas não era uma campanha satisfatória. Dunga era reprovado pela opinião pública e muito questionado pela imprensa, formadores de opinião e especialistas. Em Maio de 2015 o Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, é preso acusado de corrupção. Com isso, a crise institucional agrava-se. Marco Polo del Nero assume a presidência e convida Adenor ‘Tite’ Bachi para a vaga de seleccionador nacional, que pouco tempo antes fora muito bem sucedido em um dos clubes mais populares do país, o Corinthians. Depois de bastante negociação, Tite assume o posto e traz com ele Eduardo Gaspar para ser o Gerente de Seleções, função semelhante que desempenhava no clube paulista quando trabalhava junto com o treinador.
A partir de então o cenário muda completamente e a Seleção Brasileira desempenha uma campanha como nunca antes vista. Os brasileiros não perderam um só jogo e terminou o apuramento com 41 pontos, dez à frente do segundo colocado, o Uruguai. Fora a Rússia (país-sede), foi a primeira equipa a garantir a presença no Mundial.
Apesar dos bons números, de um modo geral o Brasil não vive uma euforia com a Copa do Mundo como acontecia antes. Face o bom trabalho já realizado, a seleção possui uma boa aprovação entre os adeptos, entretanto sabem que o Mundial é uma competição completamente diferente e já não esperam muito, para não viver uma decepção como foi em 2014.
A filosofia
Com Tite, o escrete joga em um formato 4-5-1, entretanto sua filosofia tem como base não a quantidade, mas a qualidade e intensidade do treinamento. O espírito do balneário é muito trabalhado pelo treinador, com base em princípios e valores que remetem ao culto à história e mística da camisola amarela do Brasil.
Tite tem visão táctica e conceitos modernos. Fez a equipa jogar de maneira colectiva com mais liberdade, sem depender com antes dos individualismos dos seus futebolistas. Dentro de campo, a saída de bola, a rápida tomada de decisão, o trabalho de transição e marcação por zona são seus pontos fortes.
Possui uma comissão técnica bastante especializada e reflexo da mudança que alguns treinadores (entre eles, Tite) se propõem a conferir para o futebol do Brasil. Elas já têm dado resultado, entretanto são ainda poucos dispostos a isso. É algo positivo para mas é preciso sustentabilidade e continuidade.
O 11 provável pelas lentes do Fair Play
Alisson, Marcelo, Marquinhos, Miranda e Danilo; Casemiro, Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus
Esta foi a equipa base para o Brasil conseguir o apuramento para o Mundial da Rússia. Sobretudo porque mostrou grande constância e desempenho. Houve excepções, entre uma convocatória e outra, no entanto para a aplicação da filosofia de trabalho de Tite, estes são os onze ideal pelas lentes do Fair Play:
Alisson; Marcelo, Marquinhos, Miranda e Danilo; Casemiro, Willian, Paulinho, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.