A nova Liga dos Campeões
Vamos a meio da nova fase de grupos da Liga dos Campeões, e apesar deste formato já ter conquistado muitos, há aqueles que continuam a preferir um regresso ao passado.
Do meu lado já encontrei algumas vantagens nesta nova versão:
– No formato de fase de grupos anterior, à quarta jornada, já estaríamos a “repetir” jogos e equipas como o Real Madrid teriam “batido” duas vezes numa equipa mais fraca e eram regra geral logo 6 pontos garantidos. Por esta altura, à quarta jornada, já teriam os seus 12 pontos e o apuramento na mão. Neste novo formato, nesta fase continua tudo em aberto, o que torna a competição mais interessante. Acho que perdeu alguma da sua previsibilidade!
– Adeptos do Barcelona (e não só) lembram-se que após aquele resultado pesado (sim, o trauma do 2-8 não desaparece de um dia para o outro) ainda apanhamos o Bayern em duas fases de grupos e já sabíamos que provavelmente a derrota viria em todos os jogos. 0 pontos ganhos, a continuação do trauma e o divertimento máximo de Thomas Müller. Mas este ano, para o bem ou para o mal, pelo menos só teríamos que lidar com eles uma vez.
A vitória foi nossa. Obrigada, Hansi Flick! O Müller perdeu o sorriso e eles não puderam reagir com “na segunda mão vai haver vingança”.
– E por último, o facto de termos as equipas do pote 1 a jogarem entre elas neste novo formato, torna a coisa mais entusiasmante e também menos previsível. O formato anterior com uma equipa de cada pote por grupo, regra geral levava a grupos em que tínhamos os “tubarões” do pote 1, uma equipa ainda interessante do pote 2, mas as do pote 3 e 4 habitualmente, iam ali para tentar a sua sorte, mas acabavam devoradas pelos grandes.
Mas também tenho uma pequena desvantagem (esta como adepta que sempre que “po$$ível” gosta de ir ao estádio ver estes jogos):
– No ano passado o Barcelona ficou com o Porto na fase de grupos e isso deu-me a possibilidade de ver a equipa Blaugrana em Portugal, porque tinham que vir cá obrigatoriamente. Neste novo formato, já depende se o sorteio declara o jogo como sendo cá ou lá.
Apresentados alguns prós e contras que juntei até agora ao ver o novo formato, e porque já se jogaram 4 jornadas, vou então partilhar os meus 4 “destaques” do momento:
– O lugar que o Real Madrid ocupa neste momento na tabela é sem sombra de dúvidas uma surpresa para mim (mas continua tudo em aberto). Os senhores desta competição, por esta altura, no formato antigo já estariam provavelmente com o apuramento no bolso (como referi anteriormente), mas desta vez, somam apenas 6 pontos em 4 jogos. Claro que ninguém se esquece da forma como recuperaram o resultado contra o Dortmund, mas acho que está bem presente na memória de todos, que após a cerimónia do Ballon D’Or se falava que o Real Madrid tinha intenções de “marcar a sua posição” e “fazer uma declaração ao mundo” já no jogo seguinte que seria contra o AC Milan no Bernabéu. A “declaração” acabou por não correr como esperado, perderam 1-3 e a lei do ex funcionou mais uma vez com Morata.
Facto engraçado sobre o Morata e a sua relação como ex do Real Madrid: nesse jogo conseguiu marcar pelo 3.º clube contra o Real Madrid no Bernabéu e os merengues são também a sua vítima preferida – 7 golos em 13 jogos.
– Viktor Gyökeres estar no grupo de melhores marcadores não é o facto que destaco. Quem tem acompanhado o avançado sueco do Sporting já está bem familiarizado com as capacidades dele, mas o facto de estar nesse grupo devido a um hat-trick contra a equipa comandada por Pep Guardiola já é motivo de surpresa e também de rasgados elogios. Parabéns ao Sporting que teve a visão e capacidade de o ir buscar, e sortuda a equipa que vencer a corrida para o comprar no final da época (o jogador já deu garantias de que não irá sair no mercado de inverno, mas é impossível que o clube leonino o consiga manter no mercado seguinte).
– O Aston Villa reencontrou o Bayern München 42 anos depois da primeira (e até este ano única) vez que se defrontaram. Muitos de nós ainda nem andávamos por cá, mas foi assim que o Villa ganhou a sua Champions League, com uma vitória por 1-0 conquistada com um golo de Withe aos 67’. Este ano, numa noite em que Emiliano Martínez foi essencial para manter a baliza do Villa a zeros, o resultado repetiu-se, numa jogada que iniciou no guarda-redes, que colocou a bola no Torres e o mesmo tratou de assistir Durán que veio do banco para dar os 3 pontos à sua equipa.
– Por último as equipas francesas – mais propriamente o Brest e o Paris Saint-Germain. Se por um lado surpreende que o atual líder do campeonato francês se encontre na zona de eliminação da UCL com apenas 4 pontos conquistados em 12 possíveis, por outro, o Brest estar em 4.º lugar com 10 pontos e a apenas 2 do primeiro classificado quando a sua prestação na Ligue 1 não está tão famosa (ocupa o 12.º lugar com 13 pontos e a 19 do 1.º classificado) é ainda alvo de maior surpresa. Sem dúvida que é uma equipa a acompanhar até ao final da fase de grupos, nem que seja pela curiosidade de ver se conseguirá manter-se por aqueles lugares até ao fecho da mesma.
Muitos mais dados ou momentos poderia ter destacado, mas decidi falar destes. Agora resta-nos desfrutar da restante fase de grupos e ver que outras surpresas ela nos trará até à última jornada.