5 melhores estreantes da Ledman LigaPro na Liga NOS 2018/2019
CHIQUINHO (MOREIRENSE)
Considerado um dos melhores jogadores da Académica de Coimbra na temporada passada, Chiquinho teve as portas da Liga NOS abertas pelo SL Benfica, mas acabou por não ficar nas águias rumando em direcção a Moreira de Cónegos. O médio-ofensivo agarrou a titularidade desde o 1º dia da equipa treinada por Ivo Vieira e, para os que desconheciam o médio-ofensivo, ficaram a perceber a qualidade e influência que pode ter numa equipa.
Nunca tinha jogado a este nível na sua carreira e depois de ter sido nomeado como um dos melhores atletas da segunda liga no ano passado, era o momento ideal para tentar novos patamares. Tem sido preponderante na construção de jogo, munido de um passe bem direccionado e de uma visão de jogo bem trabalhada, para além de conseguir descobrir soluções de ataque para a sua equipa.
Não marcou, nem assistiu neste arranque de campeonato, verdade, só que a sua importância no meio-campo não se vê somente por esses dois elementos, há muito mais a “ver” para perceber a influência do médio nos cónegos. Note-se a forma como consegue manter e dar outra dimensão às linhas de transição ofensiva, na rapidez de movimentos e ideias completando bem o trabalho feito pelos avançados.
É aos 22 anos um dos atletas a seguir e que melhor tem entrado neste campeonato dos jogadores que provieram da Ledman Liga Pro da temporada passada.
BRUNO LAMAS (CD SANTA CLARA)
Gostam de técnica e de pormenores estonteantes? De livres bem marcados e de médios-ofensivos que gostam de criar lances de ataque do nada? Então sigam Bruno Lamas, o italo-brasileiro de 24 anos que nos últimos anos jogou ao serviço do SC Leixões e que agora finalmente teve uma oportunidade de actuar na primeira liga.
É um dos jogadores de melhor recorte técnico em Portugal, que gosta de aplicar movimentos de fantasia e de passes bem medidos tanto em formato de tabela ou em profundidade.
Falta-lhe um pouco mais de velocidade para ser uma constante ameaça no lançamento rápido de jogo, mas consegue equilibrar essa “falha” com uma construção de jogo genial com uma procura incessante pelas melhores combinações e soluções na frente de ataque. Tem sido importante no pendor ofensivo dos açorianos nesta Liga NOS, participando em pelo menos em 4 golos de forma indirecta, rubricando até este momento uma assistência.
Bons passes, boas ideias e bons pormenores… é um atleta que facilmente cola o espectador ao ecrã ou que mexe com quem está no estádio, muito por esses três elementos e da forma como consegue mudar os ritmos de jogo num instante.
OSAMA RASHID (CD SANTA CLARA)
Finalmente ficaram com atenção ao único atleta iraquiano a jogar em Portugal não foi? Aquele livre contra o FC Boavista foi só um detalhe em vários que Rashid tem aplicado desde que pôs os pés na Liga NOS e não será de espantar que vai deliciar adeptos, treinadores, colegas e dirigentes pela cultura de jogo que tem nos pés e pela forma como assume o jogo sem medos.
É um jogador difícil de parar quando em velocidade sem perder o controlo do esférico, fazendo-o de um dos jogadores mais perigosos no último terço do terreno. Em seis jogos para o campeonato marcou três golos e assistiu por três vezes, ou seja, teve (quase) sempre influência nos jogos disputados pela equipa de João Henriques.
O treinador tem conseguido dar uma certa liberdade ao iraquiano, de modo a que o médio consiga partir criar ou decidir os lances de ataque do Santa Clara.
Com Bruno Lamas e Anderson Carvalho, faz um dos trios mais interessantes da Liga NOS, todos com pouca experiência nesta liga (só Carvalho é que tem alguma experiência com a época que realizou ao serviço do Boavista em 2017) mas que premeiam o meio-campo com um misto de perfume ofensivo, de recuperação de bola rápida e de criação de soluções no “miolo” dando outra dimensão ao gameplay do Santa Clara.
Osama Rashid é um dos médios mais cativantes deste campeonato fora das equipas principais e merece todo o destaque por aquilo que destrói, cria e faz.
JOVANE CABRAL (SPORTING CP)
Está encontrada a nova coqueluche dos leões para esta temporada, Jovane Cabral. O extremo de 20 anos, natural de Cabo Verde, que passou por todos os escalões da Academia do Sporting Clube de Portugal teve a sua estreia aos 20 anos no plantel de José Peseiro. Tem merecido elogios rasgados do timoneiro actual dos verde-e-brancos e deve-se muito à sua propensão ofensiva, capacidade de rasgar linhas e de elevar a intensidade ofensiva.
Nunca passou pelas selecções nacionais jovens, um pormenor interessante para alguém que chegou a Portugal em 2014 e que tem um potencial alto apesar de só ter “aparecido” na primeira liga aos 20 anos.
Perante a necessidade de soluções, José Peseiro estreou Jovane Cabral que aguardou a sua oportunidade com paciência e entusiasmo… mal entrou no jogo trouxe outra versatilidade, incomodando centrais e laterais, forçando faltas e erros dos seus adversários para depois sentenciar uma jogada com um passe mortal ou um remate venenoso.
É neste momento um dos jogadores com melhor aproveitamento na Liga NOS em termos de tempo/golos e assistências, pois ao fim de 177 minutos marcou um golo (da vitória contra o Feirense) e assistiu por duas ocasiões (decisivo para o 2-1 frente ao Vitória FC) e isto prova a excelente aposta feita pela equipa técnica do Sporting CP.
A velocidade que mete pelo corredor, a dificuldade em pará-lo e a forma como consegue tirar adversários da frente ou de como encontra o espaço certo, são qualidades mais que suficientes para continuar a dar oportunidades a Jovane Cabral.
DIOGO LEITE (FC PORTO)
Um dos jogadores mais vibrantes da sua geração, Diogo Leite conquistou o espaço no plantel do FC Porto e tem sido uma das revelações da Liga NOS, apesar de Sérgio Conceição ter encostado o central no banco após a derrota com o Vitória SC. Contudo, nesse encontro Diogo Leite não teve culpa em qualquer dos três golos consentidos e até foi dos atletas mais seguros durante todo o encontro.
Olhando bem para a capacidade de Diogo Leite enquanto defesa, temos um central duro de passar por, capaz de sair a jogar com facilidade e sem qualquer sinal que vá tremer, rápido a surgir como “bombeiro” na área, dotado no jogo aéreo e com uma noção de colocação no centro do terreno de qualidade alta.
Sabe o que é sacrificar-se em prol da equipa (desistiu de ir ao Europeu de sub-19 para ficar no plantel do FC Porto, quando este não tinha mais centrais para além de Felipe e Chidozie) e tem trabalhado bem a partir do centro da defesa.
Só tem 19 anos e já evoca alguns traços da mística dos Dragões, opondo-se bem no duelo com adversários inteligentes, capaz de galgar bons metros num espaço bom de tempo e que tenta dar outro sentido físico e técnico à equipa.
Ao fim de seis jornadas já leva dois golos, esteve bem ao lado de Felipe enquanto foi titular e será, sem dúvida, alguma o central à Porto que os adeptos do clube tanto anseiam por.