4 vencedores da Libertadores/Champions “esquecidos”

Francisco IsaacMarço 21, 20244min0

4 vencedores da Libertadores/Champions “esquecidos”

Francisco IsaacMarço 21, 20244min0
Sabias que Celso Roth conquistou uma Libertadores... e passou por 34 clubes na sua carreira? Recorda 4 vencedores da Libertadores/Champions esquecidos pelo tempo

Carlo Ancelotti, Pep Guardiola, Alex Ferguson, José Mourinho, Marcelo Lippi, Carlos Bianchi, Telê Santana, Osvaldo Zubeldia são todos nomes reconhecidos e estimados, com várias vitórias e conquistas nas suas carreiras de treinadores, o contrário destes quatro que aqui lembramos. Uns por só terem ganho uma competição e pouco mais, outros porque caíram no meio de um período caótico… mas qual deles o mais esquecível?

Roberto Di Matteo (vencedor da Champions League em 2011/2012 pelo Chelsea)

Quem pensaria que André Villas Boas abriria caminho para a primeira Champions League conquistada pelo Chelsea? Bem, dizemos abriu caminho porque foi só através do seu despedimento que resultou na ascensão meteórica de Roberto Di Matteo, na altura um dos adjuntos do treinador português no emblema de Stamford Bridge. Di Matteo, que foi jogador dos Blues e internacional italiano, assumiu a equipa em 2012 e num par de meses foi capaz de colar os cacos de uma equipa em constante revolução, acabando por conquistar o título europeu mais desejado numa final emocionante e decidida nas grandes-penalidades. Porém, Di Matteo acabou por ser despedido só uns meses depois, mais precisamente no dia 21 de Novembro. O italiano nunca mais seria capaz de ganhar qualquer troféu de importância e retirou-se mesmo do futebol em Outubro de 2016. O registo de Roberto Di Matteo pelo Chelsea ficou nos 55% de vitórias nos 42 disputados enquanto treinador do emblemático clube inglês.

Reinaldo Rueda (vencedor da Libertadores em 2016 pelo Atlético Nacional)

Entre 2015 e 2017, o Atlético Nacional da Colômbia gozou o seu melhor momento de sempre, somando títulos e conquistas tanto a nível local como internacional, atingindo o Olimpo do futebol sul-americano a 27 de Julho de 2016. Nesse dia, os colombianos derrotariam o Independiente del Valle num agregado de 2-1, com Reinaldo Rueda a guiar o clube a essa extraordinária conquista, a segunda da sua história e quase ao fim de 30 anos. Foi, contudo, o único momento ao sol do treinador, que nas suas 15 passagens por clubes e selecções só foi capaz de ganhar troféus quando passou pelo Atlético Nacional, seguindo-se uma sequência extremamente depressiva após essa Libertadores. Veja-se, Rueda saiu em 2017 para o Flamengo, onde permaneceu até Janeiro de 2018 (13 vitórias em 31 encontros), saltando depois para o Chile (dos piores períodos dos chilenos), tentando novamente a Colômbia e, finalmente, as Honduras. Após a vitória a 27 de Julho de 2016, Rueda só foi capaz de acabar como vencedor de 45 de 120 encontros, um dos registos mais cinzentos e estranhos para quem parecia ter descoberto o caminho das pedras no futebol.

Frank Rijkaard (vencedor da Champions League em 2005/2006 pelo FC Barcelona)

Um alerta inicial: Frank Rijkaard merecia muito mais carinho e respeito daquilo que teve, porque efectivamente foi ele que fundou várias das bases do futebol do tiki taka, montando parte do sistema que Pep Guardiola viria utilizar para dominar o futebol europeu de clubes durante um certo período de tempo. O neerlandês conquistou a Champions League de 2005/2006, levantou um bicampeonato pelos blaugrana e lançou Xavi e Andrés Iniesta na equipa principal, edificando um dos momentos mais gloriosos do Barcelona após anos a minguar e a sofrer para levantar taças ou ligas. Rijkaard acabou por sair no fim da temporada 2007/2008, nunca mais recuperando a sua confiança e longe dos principais holofotes do futebol europeu e mundial.

Celso Roth (vencedor da Libertadores em 2010 pelo Internacional)

O Brasil teve uma era em que recheou o futebol sul-americano (e mundial) com extraordinários treinadores, como Telê Santana, Mario Zagallo, entre outros… por outro lado, também teve alguns dos treinadores mais sortudos do universo, como Celso Roth, que apesar de nunca ter ganho um Brasileirão e ter só levantado dois campeonatos Gaúchos e um Nordeste numa carreira que começou em 1988 e no qual passou por mais de 34 clubes, acabou por levar o Internacional a somar a sua segunda Libertadores em 2010. Mas querem saber a parte divertida da história? Este Internacional de Roth perdeu tantos jogos como os que jogou, e só as duas vitórias na final ofereceram-lhe um saldo positivo no fim de contas. Entre os oitavos e meias, o Internacional teve só ganhou porque marcou sempre mais um golo fora, pendendo isso a seu favor. Depois da conquista, o treinador brasileiro acabou por ser despedido passado uns meses, e nunca mais saboreou qualquer título. Roth foi votado como o pior treinador brasileiro dos últimos trinta anos, isto numa votação com participação de jogadores, treinadores e dirigentes, ficando essa nota para todo o sempre. Porém, tem tantas Libertadores como Tite, por exemplo, e isso ninguém lhe pode tirar!


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