3 curiosidades de (finais do) Campeonatos do Mundo de futebol

Francisco IsaacOutubro 20, 20225min0

3 curiosidades de (finais do) Campeonatos do Mundo de futebol

Francisco IsaacOutubro 20, 20225min0
De goleadores fantásticos a grandes penalidades que tiram a vida de qualquer um, fica a conhecer estas 3 curiosidades de Campeonatos do Mundo

Depois de termos falado em momentos e recordes que podem cair, é altura de mencionarmos algumas curiosidades do Campeonato do Mundo, e escolhemos três para ficarem a conhecer um pouco mais da história desta competição especial do futebol mundial.

BOTAS DE OURO CAMPEÕES DO MUNDO: SÓ 3 EM 21 EDIÇÕES

Mario Kempes, Paolo Rossi (sim, como é que foi capaz de ser o goleador de 1982 depois de dois anos suspenso e fora dos relvados?) e Ronaldo Nazário todos grandes nomes da história do Desporto-Rei, e os únicos a terem levantado a Bota de Ouro do Mundial e a estarem na equipa vencedora dessa edição da maior prova de selecções. Isto ocorreu em apenas três ocasiões, apesar de se terem sucedido casos em que mais que um jogador marcou o mesmo número de golos, exemplo de Vavá e Garrincha em 1962, com estes dois a terem terminado com 4 golos, os mesmos do vencedor da Bota de Ouro, o chileno Leonel Sánchez.

Ou seja, ter o melhor marcador não significa ter um mão no troféu de campeão mundial, não deixando de ser uma preciosa ajuda como se viu no caso da Espanha de 2010, com os 5 golos de David Villa a terem ajudado a La Roja conquistar o seu primeiro título num Campeonato do Mundo.

Os esforços de Just Fontaine (13 golos), Sándor Kocsis (11 golos) e Gerd Müller (10 golos) acabaram por ser em vão, com os seus muito golos a não terem sido suficientes para ajudar a sua selecção a caminhar até ao título de campeão do Mundo – talvez sem estes golos, nenhuma destas selecções tinha ultrapassado a fase-de-grupos.

QUAIS AS MAIORES ENCHENTES DE SEMPRE EM FINAIS?

O Uruguai-Brasil de 1950, conhecido pelo (in)feliz incidente do Maracanazo teve 173 mil pessoas no lendário Maracaña, seguido do Argentina-RFA de 1986 no estrondoso estádio Azteca, e finalmente, o Brasil-Itália de 1970 que também foi jogado nesse mítico recinto, tendo na altura estado 107 mil pessoas a assistir à goleada da canarinha à Itália. Três jogos em que o público presente ultrapassou a fasquia dos 100 mil, conferindo um ambiente completamente louco e ensurdecedor, ficando bem lembrados na história do futebol.

Olhando para o Maracanazo (ou Maracanaço), ter quase 200 mil pessoas presentes no Estádio Jornalista Mário Filho (é o nome oficial do recinto, dedicado a um dos maiores impulsionadores para a sua construção) adicionou um timbre ainda mais icónico a um momento que ficou para sempre colado na História do futebol… porquê? Imaginem o cenário: Brasil chegou à final num torneio organizado por si, estando no seu caminho o Uruguai, uma selecção de qualidade, mas ainda assim longe de poder ombrear uma equipa onde estava Juvenal, Bigode, Bauer, Jair ou Friaça, de acordo com o que se conta à altura. Porém, na final, os uruguaios conseguiram recuperar da desvantagem inicial de um golo, para recuperarem e consumarem a reviravolta aos 79′, impondo um coro de desilusão e choque total. Maracaña mergulhado em gelo, o árbitro apita para o final do encontro e… silêncio.

Silêncio total. Nem um sopro se ouvia, nem um choro ou lamurio, só choque, tristeza fúnebre e um Uruguai coroado como campeão pela 2ª vez na sua história. Ghiggia, uma das maiores caras da celeste, teceu apenas alguns comentários, com duas frases ainda hoje a perdurarem nos corredores do tempo e memória do Maracaña,

“O silêncio era tão grande que se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos o seu zumbido” / “Apenas três pessoas calaram o Maracanã: o Papa João Paulo II, Frank Sinatra e eu”

PENALTIS NA FINAL COM DIREITO A DUAS APARIÇÕES

Marca de grande penalidade, esse castigo que mata corações, lavra almas e assombra até o mais bravo dos espíritos, que teve lugar em só duas edições da final de Campeonatos do Mundo, mostrando que no jogo para apurar campeão há alguma decência para arrumar o assunto nos 90 minutos ou, pelo menos, nos 120′. Em 21 edições deste torneio de selecções da FIFA, só sete foram para tempo-extra, recorrendo aos penalties em apenas duas edições, tendo sido em 1994, entre Brasil e Itália onde surgiu aquele momento de tristeza imensa para Roberto Baggio, e em 2006 quando a squadra azzurra arrancou o troféu de campeão das mãos da França, para tristeza de Zinedine Zidane que fora apanhado numa armadilha de Marco Materazzi.

Grandes penalidades caem sempre numa questão de sorte (ou a falta dele) ou jeito, de engenho para saber onde o adversário vai colocar a bola ou de alguma surpresa pelo facto do guardião ter sido surpreendido quando o pontapé parecia previsível. Felizmente, o Mundial de futebol é um torneio à prova de desempate por grandes penalidades, o que tira algum do nervoso miudinho aos adeptos… mas será que na realidade alguém ficará descansado?


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