3 curiosidades de (finais do) Campeonatos do Mundo de futebol
Depois de termos falado em momentos e recordes que podem cair, é altura de mencionarmos algumas curiosidades do Campeonato do Mundo, e escolhemos três para ficarem a conhecer um pouco mais da história desta competição especial do futebol mundial.
BOTAS DE OURO CAMPEÕES DO MUNDO: SÓ 3 EM 21 EDIÇÕES
Mario Kempes, Paolo Rossi (sim, como é que foi capaz de ser o goleador de 1982 depois de dois anos suspenso e fora dos relvados?) e Ronaldo Nazário todos grandes nomes da história do Desporto-Rei, e os únicos a terem levantado a Bota de Ouro do Mundial e a estarem na equipa vencedora dessa edição da maior prova de selecções. Isto ocorreu em apenas três ocasiões, apesar de se terem sucedido casos em que mais que um jogador marcou o mesmo número de golos, exemplo de Vavá e Garrincha em 1962, com estes dois a terem terminado com 4 golos, os mesmos do vencedor da Bota de Ouro, o chileno Leonel Sánchez.
Ou seja, ter o melhor marcador não significa ter um mão no troféu de campeão mundial, não deixando de ser uma preciosa ajuda como se viu no caso da Espanha de 2010, com os 5 golos de David Villa a terem ajudado a La Roja conquistar o seu primeiro título num Campeonato do Mundo.
Os esforços de Just Fontaine (13 golos), Sándor Kocsis (11 golos) e Gerd Müller (10 golos) acabaram por ser em vão, com os seus muito golos a não terem sido suficientes para ajudar a sua selecção a caminhar até ao título de campeão do Mundo – talvez sem estes golos, nenhuma destas selecções tinha ultrapassado a fase-de-grupos.
Every single goal from Brazil's 2002 World Cup triumph! ? ??
Which of these goals was the best? ? #KoreaJapan02 | @CBF_Futebol pic.twitter.com/FUBYZxzwVQ
— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) June 30, 2022
QUAIS AS MAIORES ENCHENTES DE SEMPRE EM FINAIS?
O Uruguai-Brasil de 1950, conhecido pelo (in)feliz incidente do Maracanazo teve 173 mil pessoas no lendário Maracaña, seguido do Argentina-RFA de 1986 no estrondoso estádio Azteca, e finalmente, o Brasil-Itália de 1970 que também foi jogado nesse mítico recinto, tendo na altura estado 107 mil pessoas a assistir à goleada da canarinha à Itália. Três jogos em que o público presente ultrapassou a fasquia dos 100 mil, conferindo um ambiente completamente louco e ensurdecedor, ficando bem lembrados na história do futebol.
Olhando para o Maracanazo (ou Maracanaço), ter quase 200 mil pessoas presentes no Estádio Jornalista Mário Filho (é o nome oficial do recinto, dedicado a um dos maiores impulsionadores para a sua construção) adicionou um timbre ainda mais icónico a um momento que ficou para sempre colado na História do futebol… porquê? Imaginem o cenário: Brasil chegou à final num torneio organizado por si, estando no seu caminho o Uruguai, uma selecção de qualidade, mas ainda assim longe de poder ombrear uma equipa onde estava Juvenal, Bigode, Bauer, Jair ou Friaça, de acordo com o que se conta à altura. Porém, na final, os uruguaios conseguiram recuperar da desvantagem inicial de um golo, para recuperarem e consumarem a reviravolta aos 79′, impondo um coro de desilusão e choque total. Maracaña mergulhado em gelo, o árbitro apita para o final do encontro e… silêncio.
Silêncio total. Nem um sopro se ouvia, nem um choro ou lamurio, só choque, tristeza fúnebre e um Uruguai coroado como campeão pela 2ª vez na sua história. Ghiggia, uma das maiores caras da celeste, teceu apenas alguns comentários, com duas frases ainda hoje a perdurarem nos corredores do tempo e memória do Maracaña,
“O silêncio era tão grande que se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos o seu zumbido” / “Apenas três pessoas calaram o Maracanã: o Papa João Paulo II, Frank Sinatra e eu”
PENALTIS NA FINAL COM DIREITO A DUAS APARIÇÕES
Marca de grande penalidade, esse castigo que mata corações, lavra almas e assombra até o mais bravo dos espíritos, que teve lugar em só duas edições da final de Campeonatos do Mundo, mostrando que no jogo para apurar campeão há alguma decência para arrumar o assunto nos 90 minutos ou, pelo menos, nos 120′. Em 21 edições deste torneio de selecções da FIFA, só sete foram para tempo-extra, recorrendo aos penalties em apenas duas edições, tendo sido em 1994, entre Brasil e Itália onde surgiu aquele momento de tristeza imensa para Roberto Baggio, e em 2006 quando a squadra azzurra arrancou o troféu de campeão das mãos da França, para tristeza de Zinedine Zidane que fora apanhado numa armadilha de Marco Materazzi.
Grandes penalidades caem sempre numa questão de sorte (ou a falta dele) ou jeito, de engenho para saber onde o adversário vai colocar a bola ou de alguma surpresa pelo facto do guardião ter sido surpreendido quando o pontapé parecia previsível. Felizmente, o Mundial de futebol é um torneio à prova de desempate por grandes penalidades, o que tira algum do nervoso miudinho aos adeptos… mas será que na realidade alguém ficará descansado?
Roberto Baggio missing that penalty during the 1994 World Cup Final. pic.twitter.com/JNMhymISsN
— 90s Football (@90sfootball) July 25, 2017