Paulo Meneses e a estreia oficial pelo Cehegín Deportivo pt.4

Fair PlayDezembro 14, 20217min0

Paulo Meneses e a estreia oficial pelo Cehegín Deportivo pt.4

Fair PlayDezembro 14, 20217min0
Continuam os bons resultados e grandes momentos com Paulo Meneses no Cehegín Deportivo, e o treinador conta tudo nesta 4ª parte do seu Diário

Passado Outubro e Novembro, e chegado finalmente ao último mês do ano de 2021, Paulo C. Meneses tem somado bons resultados na sua viagem por Espanha ao serviço do Club Cehegín Deportivo, e contamos o que se passou de novo na 3ª e 4ª parte do Diário do Treinador, contada pelo próprio.

10º JOGO

Jogo em casa contra uma equipa que tinha menos 2 pontos que nós. Uma vez mais, tínhamos boas sensações de termos realizado uma semana muito bem conseguida. Estávamos todos com confiança para defrontar um adversário dificil, e perante os nossos adeptos, conquistar os 3 pontos para dar seguimento à vitória conseguida fora de casa.

No entanto, perante todos os cenários (que possam acontecer num jogo de futebol) previstos no plano mental de um treinador durante a semana e nos dias antes de um jogo, não passará pela cabeça de nenhum treinador que, na manhã de um domingo, com jogo às 16h, o Consejal del Deporte da cidade local (pessoa que gere e chefia a gestão dos espaços desportivos da cidade), decida que não podemos jogar no estádio principal de relva natural.

O relvado estava em perfeitas condições para que o jogo se realizasse, e assim mesmo opinaram os árbitros, quando fizeram a revisão ao campo. A mesma opinião tinha também a direção do clube, para além da equipa técnica e todos os jogadores. Dessa forma, não se entende que, uma (só) pessoa, possa “ter” mais razão num contexto onde os jogadores e treinadores do clube (além dos árbitros) têm mais conhecimento acerca das condições de um relvado.

Como eu digo sempre: não há desculpas. No entanto, se preparamos um jogo para jogar no nosso estádio principal, relva natural, campo com dimensões máximas, e propomos durante a semana um Plano Estratégico para jogar e desmontar o adversário, esse jogo nunca será o mesmo, se na manhã do jogo, nos dizem que o jogo vais ser no campo artificial, mais estreito e mais curto. E para não falar do facto da reação dos nossos jogadores, que ficaram bastante incomodados antes do jogo.

De realçar que a equipa adversária, jogo num campo muito parecido a esse campo artificial, o que não era surpresa para nós, que o adversário se iria sentir confortáveis durante o jogo, porque com uma defesa lenta e nós com poder de fogo na frente… não conseguimos acelerar o jogo (como uma das principais caraterísticas da nossa equipa) e encontrar os espaços que tínhamos treinado durante a semana.

Enfim, o empate 1-1 foi benéfico para o adversário, e prejudicando bastante a nossa equipa.

11º JOGO

Depois de termos conseguido 1 vitória fora e um empate em casa (apesar das condições e com as condicionantes que tivemos), queríamos dar seguimento aos bons resultados. Continuamos com o Sistema Tático 1-4-3-3. Tínhamos algumas baixas na equipa, por lesão. Levamos poucos jogadores para o banco de suplentes, mas a ambição e a vontade eram mais que nunca para ganhar. Então, não era desculpa termos poucas opções, era opção sim, unir-nos mais ainda para conseguir o objectivo fora de portas.

Para isso, jogamos com um defesa central de 17 anos (Javier Garcia) adaptado a Lateral Direito, um lateral esquerdo de raíz a jogar de Extremo Esquerdo (Franchu), e também tivemos uma estreia de titular de um jogador bastante jovem, na posição de extremo direito (Sergio Martinez). Tivemos que saber jogar e “fintar” o vento em contra na 1ª parte. Como somos uma equipa de “toque” e que gostamos de jogar bola no pé (antes de acelerar o jogo quando a situação se proporciona), conseguimos adaptar-nos à condições climatéricas. A equipa adversária entrou muito forte e decidida em abrir o marcador.

Nos primeiros 15 minutos soubemos defender-nos de uma forma compacta e aguentamos a forte investida atacante do adversário. A partir dos 20 minutos, conseguimos equilibrar o jogo, com mais posse de bola e fomos criando situações de perigo, através de ataques pelas bandas laterais, ganhando pontapés de canto e livres laterais.

Mais uma vez, fruto da pressão alta que a nossa equipa realiza muitas vezes e bem, aos 33 minutos conseguimos roubar uma bola em campo contrário através do nosso Ponta de Lança (Diego), que se converteu em Contra – Ataque, com uma condução rápida pela direita, fixou um defesa central adversário, para assistir a Franchu dentro de área – que acompanhou a jogada, este rematou para uma boa defesa do Guarda Redes adversário, e na recarga, o mesmo (Diego Jimenez) que começou toda a jogada, fez o 0-1.

No intervalo, ajustamos alguns pormenores de cara à segunda parte, principalmente, porque iríamos jogar a favor do vento. Colocamos 2 objetivos (Defensivo e Ofensivo) para a 2ª parte. O objectivo Defensivo, era trabalhar muito de uma forma colectiva para não encaixar nenhum golo. O objectivo Ofensivo era continuar a “agredir” o adversário através de ataques rápidos, para tentar marcar mais 1 golo.

A equipa entrou de novo muito empenhada a conseguir um golo, mas mais uma vez, conseguimos estar muito concentrados e bem organizados defensivamente para resistir. A espaços fomos controlando o jogo, valorizando a bola, dando os tempos ao jogo que mais nos convinha, mas sem deixar de “agredir” o adversário através de Contra-Ataques.

Aos 60 minutos, tivemos um livre a favor antes da linha de meio campo, o nosso Medio Defensivo (Antonio Jimenez), que tem como uma das suas virtudes, o passe longo, viu o Guarda Redes adversário adiantado. Disparou um míssil de 50 metros… com a ajuda do vento, bateu na barra, e na recarga, Diego Jimenez fazia assim o 0-2 e o seu 2º golo no jogo.

A partir dos 0-2, a nossa equipa instalou-se no meio campo contrário, à procura de rematar o jogo (com um 3º golo). Crescemos bastante no jogo e conseguimos criar bastantes problemas ao adversário. Tivemos várias oportunidades para “matar” o jogo com um 0-3. O 3º golo apareceu de uma jogada muito bem conseguida pela esquerda, um centro-remate do nosso capitão Javi Cardozo que bateu no 2º poste, e na recarga, cheio de sentido de oportunidade, Diego Jiminez, fez o hat-trick.

De destacar um trabalho em equipa e um espirito assinalável, que aliados à grande concentração durante todo o jogo, e uma organização em todos os momentos do jogo, foi possível ganhar fora de portas 0-3, e fazer o 3º jogo a pontuar. É de facto, o melhor momento da temporada.

Depois do jogo, estava agendado o jantar de Natal da equipa. Depois de um resultado muito positivo, era hora de celebrar juntamente aos jogadores lesionados, que se juntaram a nós para o jantar de Natal, e aportar também ao espirito de equipa que este grupo tem, mas principalmente, partilhar com os lesionados o sucesso que tivemos nessa tarde, como forma de lhes transmitir um pouco de carinho e apoio – importante na recuperação.


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