(Outros) 3 jogadores que conquistaram a Champions e não nos lembrávamos
Depois de termos falado de António Nuñez, Bojan Krikc e McDonald Mariga fomos à busca de outros jogadores que fizeram parte de equipas vencedoras da Champions League mas pouco ou nada jogaram… contudo, nesta lista há uma espécie de sentimento retro já que os 3 nomes nesta lista são de um passado nem por isso tão recente!
ELVIR BALJIC (REAL MADRID)
Jogou apenas uma época pelo Real Madrid, mas foi o suficiente para conseguir fazer parte da lista de vencedores dos merengues sendo um dos poucos jogadores do leste europeu a merecer esta honra no emblema espanhol. Mas como é que Elvir Baljic surgiu em Madrid? Bem, é fácil de explicar… o Real Madrid na altura (e até o início da 2ª década do século XXI) tinha uma predileção por gastar milhões e milhões em jogadores que estavam a realizar excelentes épocas, que tinham conquistado o título do melhor da sua liga/clube ou que eram referências nessas competições como aconteceu com Ronaldo Nazário, Zinedine Zidane, Luís Figo, Sávio, Clarence Seedorf, Steve McManaman, Nicolas Anelka, entre outros.
Baljic em 1998-1999 tinha rubricado uma estupenda temporada pelos turcos do Fenerbahçe, merecendo o título de melhor jogador da Super Lïg como do futebol bósnio e acabou por “empurrar” os merengues no sentido de o contratarem… custou “só” e “apenas” 26M€, sendo a segunda contratação mais cara do clube nesse Verão de 1999 – Nicolas Anelka foi o “campeão” de custos, vindo do Arsenal a troco de 37M€ quando tinha somente 20 anos.
Infelizmente para o internacional bósnio a vinda na capital espanhola quase nunca correu de feição… uma lesão no início da época no joelho e tornozelo significaram vários e longos meses longe dos relvados, com o regresso a ficar marcado para Março indo a tempo de participar no último jogo da 2ª fase-de-grupos da Liga dos Campeões (o anterior formato era constituído por duas fases de de grupos, seguindo-se os quartos-de-final), conseguindo jogar 15 minutos contra o Manchester United e um total de 11 nas meias-finais frente ao Bayern de Munique. Não alinhou na final ante o Valencia, terminando aí a sua ligação ao Real Madrid… fica a medalha de campeão europeu na história do médio bósnio que é considerado um dos maiores flops de mercado dos merengues.
DAVID MAY (MANCHESTER UNITED)
Querem saber a história de um jogador de sinónimo de lealdade e paixão pelo clube mesmo sendo considerado um suplente desde o primeiro dia que joga no clube? Então, David May é o homem que personifica bem esse longo conceito já que em 9 anos de ligação com o Manchester United alinhou uns meros 112 jogos, não deixando de fazer parte de uma era de grandes conquistas do emblema inglês. Nas várias épocas de serviço aos Red Devils, o polivalente defesa conseguiu ser titular em apenas uma temporada, mais precisamente na de 1996/1997 que terminou com a conquista do título inglês tendo contribuído com 3 golos para as várias vitórias dos homens de Alex Ferguson. Porém, os anos seguintes foram de afastamento constante das primeiras escolhas tanto devido às chegadas de excelentes concorrentes directos para o seu lugar como Ronny Johnsen ou Jaap Stam, ou pelo simples facto de que os seus melhores anos enquanto atleta estavam já a ficar algo longe, reservando-se assim o papel de um dos líderes de plantel do Manchester United.
Mesmo com ascensão de Wes Brown, o central acabou por conseguir fazer parte da lista de convocados para a final da Liga dos Campeões em 1999 que opôs os Red Devils e Bayern Munique frente-a-frente, naquela que é considerada um dos encontros mais emotivos da maior competição de clubes da UEFA. Para a história fica o facto de que David May não jogou qualquer minuto ou segundo nessa campanha vitoriosa do Manchester United mas nas regras da UEFA basta ter feito parte dos convocados.
Foi um fiel representante do clube até 2003, abandonando Mancester com 33 anos e vários títulos e troféus no seu palmarés.
O primeiro golo de May foi quando Cantona deu aquele pontapé de Kung-Fu num adepto
STEFANO BORGONOVO (AC MILAN)
Internacional italiano por três ocasiões e membro do Hall of Fame da Fiorentina, Stefano Borgonovo é lembrado pela forma como lutou contra a Esclerose Multipla, doença que acabou por vitimá-lo em 2013. Borgonovo nos seus tempos de glória, enquanto atleta, era reconhecido pela velocidade de movimentos dentro da grande-área e pelo instinto felino de striker que podia fazer a diferença em qualquer momento do jogo como Carlo Ancelotti referiu na sua autobiografia, mencionando ainda que o seu antigo colega de equipa era dos jogadores mais inteligentes com quem tinha jogado.
O avançado notabilizou-se no Como e em 1986 o AC Milan avançou para o seu concurso, numa ligação que durou quatro anos mas que até começou “mal”, já que foi cedido logo após a pré-época ao seu clube anterior… passou três temporadas fora do Giuseppe Meazza até que após uma temporada sensacional pela Fiorentina, onde registou 15 golos em 33 jogos, foi chamado ao plantel de Arrigo Sacchi, fazendo então parte das conquistas internacionais da Supertaça Europeia e Taça Intercontinental de 1989.
O momento mais épico da carreira do avançado italiano foi passado apenas uns meses, precisamente no dia 18 de Abril de 1990: meia-final da Taça dos Campeões Europeus em casa do Bayern Munique. Num jogo que foi forçado a ir para prolongamento em virtude do golo dos germânicos que empatou a eliminatória, Borgonovo apareceu para decidir (praticamente) a eliminatória com um golo carregado de finesse ou, se quisermos, à italiana… corte da defesa milanesa, a redonda pingou perto da grande área e Borgonovo surgiu sozinho para desenhar um chapéu perfeito que Raimond Aumann não conseguiu defender. Golo e o AC Milan estava na final da competição, podendo assim revalidar o título conquistado na temporada anterior.
Frente ao SL Benfica, Borgonovo não foi chamado a entrar dentro de campo mas esse pormenor não belisca a importância que o italiano teve para a conquista do bicampeonato europeu dos milaneses ficando assim na história do clube.