3 jogadores que conquistaram a Champions e não nos lembrávamos

Francisco IsaacFevereiro 25, 20205min0

3 jogadores que conquistaram a Champions e não nos lembrávamos

Francisco IsaacFevereiro 25, 20205min0
São três atletas que assumiram sempre o papel de suplentes (quase sempre) nas suas equipas e que foram esquecidos pelo tempo como vencedores da Champions! Quem são estes três nomes?

A Champions League, a competição mais desejável de ganhar por todos os jogadores que alinham nos clubes europeus e que só alguns entre milhares conseguiram efectivamente levantar o troféu. Fomos à descoberta de três nomes que passaram sobretudo o seu tempo no banco de suplentes destas equipas campeãs europeias!

BOJAN KRIKC (FC BARCELONA)

Foi considerado um dos diamantes da Academia do FC Barcelona “La Masia” durante alguns anos e chegou mesmo a ascender à equipa sénior blaugrana em 2007, quando ostentava apenas 17 anos de idade. Considerado por alguns scouters e autores de websites desportivos como The New Next Big Thing em Espanha, Krikc chegou a prometer que ia ser uma referência no plantel da formação catalã alinhando em 48 de 52 jogos possíveis e só 28 como suplente… infelizmente, estes números da primeira temporada ao serviço do Barcelona coincidiram com uma temporada cinzenta sob o comando de Frank Rijkaard, sem qualquer título conquistado e apenas um 3º lugar na La Liga levando estes resultados ao despedimento do treinador holandês.

Quando Pep Guardiola assumiu a equipa, o jovem avançado começou a ter uma utilização mais curta apesar de ter tido algum impacto na época de estreia do criado do tiki-taka, surgindo mesmo na lista de convocados para a final da Liga dos Campeões – suplente não utilizado.

Na maior prova de clubes europeus, Krikc fez três golos, um dos quais contra o Sporting Clube de Portugal na fase-de-grupos mas acabou por jogar 17 minutos em 630 possíveis da fase a eliminar da competição… mas vá, era um atleta de 18 anos numa equipa apetrechada de espectaculares avançados como Eto’o e Thierry Henry. Todavia, este factor da “idade jovem” não pode servir de desculpa para o facto da sua utilização ter caído abruptamente nas temporadas seguintes, com a 2010/2011 a marcar o fim de Bojan no Barcelona: durante a época foi titular em só 15 de 37 jogos e na Liga dos Campeões só teve oportunidade de jogar em 59 minutos.

No fim das contas, o internacional espanhol (foi convocado em 2008) ajudou a levantar dez troféus no espaço de quatro épocas pelos blaugrana com as duas Champions a serem as honras mais altas conquistadas, sempre como suplente não utilizado. Desta lista é talvez o menos “incógnito” mas a maioria dos adeptos não se recorda de Bojan Krikc no banco de suplentes do Barcelona nas finais da Liga dos Campeões.

ANTONIO NUÑEZ (FC LIVERPOOL)

Xabi Alonso, Luis Garcia, Fernando Morientes, Antonio Nuñez Tena e Josemi… o que é que têm em comum? Foram todos jogadores do FC Liverpool durante alguns anos, com Xabi Alonso a ficar para sempre na memória dos adeptos dos Reds pela sua vasta panóplia de qualidades de grande nível. Os outros tiveram alguma, pouca ou quase nenhuma importância no emblema inglês em específico Josemi e Antonio Nuñez Tena. Alguém se recorda de Nuñez? Formado parcialmente no Real Madrid, o médio chegou a Liverpool em 2004 a troco de 2M€ e foi um pedido expresso de Rafa Benítez, um pedido que ainda hoje não só levanta dúvidas como é profundamente criticado seja pela falta de qualidade do espanhol, por só ter surgido na equipa A do Real Madrid com 24 anos ou porque o seu registo enquanto jogador sénior era “vazio”.

Se fizermos fast-forward para Maio de 2005, os críticos tinham razão pois Antonio Nuñez acabou por se revelar um elemento insípido e de débil qualidade para fazer a diferença ou sequer entrar como suplente numa equipa da dimensão como era o Liverpool. Contudo, ninguém pode lhe tirar o título de campeão europeu conquistado pelos Reds naquela final louca frente ao AC Milan, apesar de não ter alinhado nesse encontro – jogou 5 jogos da campanha europeia dos Reds, com o momento mais alto a ser os 6 minutos na 2ªmão das meias-finais frente ao Chelsea FC.

Foi um autêntico “incógnito” neste título do Liverpool, como Josemi (ainda ficou por terras de Sua Majestade mais uma temporada), mas pertence à lista dos campeões europeus para todo o sempre.

MCDONALD MARIGA (INTERNAZIONALE)

Já escrevemos sobre o internacional queniano para a nossa rubrica de “Estrelas que caíram cedo demais” e agora surge nesta mini-lista de jogadores que tiveram o direito de levantar o troféu mais desejado de conquistar na Europa… mas quando é que McDonald Mariga fez parte de uma equipa campeã europeia de clubes? Em 2009/2010, ao serviço do Inter de Milão treinado na altura pelo português José Mourinho.

Mariga chegou proveniente do Parma em Janeiro desse ano, sendo um dos poucos reforços de inverno do emblema milanês a par de Goran Pandev, e foi rotulado pelo treinador português como uma “aquisição de bom calibre(…) promissor jovem”, entre outras observações. Trinco de origem com possibilidade de poder jogar um pouco mais no meio do terreno de jogo, Mariga acabaria por ter uma vida pouco feliz em Milão acabando por cair em diversos empréstimos até acabar a carreira no Oviedo, já pulsado por várias lesões e problemas físicos, ficando muito aquém do que prometia inicialmente.

Mas antes de iniciar esta descida meteórica até às divisões inferiores do futebol espanhol, Mariga pôde sorrir em 2010 quando fez parte do tal elenco vencedor da Liga dos Campeões, alinhando em três encontros entre os quais o emotivo e extremamente controverso Barcelona-Inter de Milão, no qual jogou uns meros 58 segundos… o suficiente para blindar a defesa dos nerazzurri de sofrer um segundo e letal golo por parte dos blaugrana.

Daquele banco recheado de estrelas do Inter, Mariga era de longe o mais desconhecido e que os adeptos têm dificuldade em recordarem da sua presença neste elenco memorável do clube italiano.


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