Os 3 melhores atletas portugueses de 2020

Fair PlayDezembro 30, 20206min0

Os 3 melhores atletas portugueses de 2020

Fair PlayDezembro 30, 20206min0
O Fair Play escolheu os 3 melhores atletas portugueses de 2020 e explicamos neste artigo quem são e o porquê das nossas escolhas

O Fair Play escolheu três atletas que brilharam neste ano de 2020, evidenciando-se nas suas modalidades seja pela conquista de medalhas, pódios ou façanhas de um patamar tão alto que ninguém esperava por tais conquistas. Do Judo ao mundo do automobilismo, estes são os atletas portugueses do ano de 2020!

TELMA MONTEIRO (JUDO)

Por João Camacho

16 Anos depois da sua estreia ao mais alto nível e da sua primeira medalha num Campeonato da Europa, ainda com 18 anos, a atleta do Sport Lisboa e Benfica continua a evidenciar uma consistência e resiliência notáveis, continuando em destaque ao conquistar resultados impressionantes nas principais competições mundiais, sendo este reconhecimento natural e totalmente merecido!

No atípico ano de 2020, Telma conquistou a prata da categoria dos 57Kg dos campeonatos da Europa que decorreram em Novembro, em Praga. Foi a sua 14ª medalha em 14 presenças (5 de Ouro, 2 de Prata e 7 de Bronze). Épico! Telma, que acabou de celebrar o seu 35º aniversário, está a caminho da sua 5.ª presença nuns Jogos Olímpicos (Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020-2021), esteve na disputa de 3 medalhas de bronze, em 3 das 4 etapas do circuito Mundial de 2020 que se realizaram, num calendário marcado por uma longa paragem e com muitos cancelamentos.

A capacidade de se reinventar, de continuar a sua preparação, muito condicionada pelas restrições impostas em resposta à pandemia Covid19, são a prova, na verdade Telma não tem rigorosamente nada a provar, de como esta Judoca é uma das grandes referências Mundiais deste desporto. Relembro que é uma das atletas mais medalhas na história do Judo!

Agora é continuar o trabalho, a dedicação, porque apesar da incerteza com que nos deparamos, parece haver muita confiança que no Verão de 2021 haverá Jogos Olímpicos de Tóquio! Aproveitem, desfrutem deste enorme talento!

Obrigado Telma!!!

JOÃO ALMEIDA (CICLISMO)

Por Gonçalo Melo

Em Setembro poucos o conheciam, em Outubro era o nome mais falado do desporto português. Nascido em A-dos-Francos, no concelho das Caldas da Rainha, a 5 de Agosto de 1998, João Almeida estreou-se no nível máximo do ciclismo neste atípico 2020, depois de se ter transferido da Hagens Berman Axeon, equipa conhecida por apostar em jovens talentos (Rúben Guerreiro, Tao Geoghegan Hart, Eddie Dunbar ou Jasper Philipsen são exemplos), para a super Deceunick Quick-Step, mas para seguidores fieis da modalidade, o “duro” das Caldas não era certamente um desconhecido.

Em 2018 foi vice campeão nacional de estrada e CR em sub 23, e somou grandes prestações no Baby Giro e no Tour de l´Avenir (nomes dados ao Giro e Tour para sub 23), onde ficou em 2º e 7º, respetivamente, provas que tiveram a participação de nomes como Tadej Pogacar, Alexsander Vlasov ou Iván Ramiro Sosa. Em 2019, torna-se campeão absoluto português em sub 23, e junta ainda ao currículo a Liége-Bastogne-Liége do mesmo escalão, e a classificação de melhor jovem no sempre duríssimo Tour of Utah.

Já este ano, é 9º na geral da Volta ao Algarve, um grande feito tendo em conta que era o principal gregário de Remco Evenepoel. na geral da Vuelta a Burgos, apenas atrás do mencionado Evenepoel e de Mikel Landa, e 7º no competitivo Tour de l´Ain, onde estavam nomes como Roglic, Bernal, Quintana ou Kruijswijk. Já na fase final da preparação para o Giro, é 2º no Giro dell Emilia e 3º na Settima Internazionale Coppa e Bartali.

Chegava então o Giro, prova em que nem era suposto participar. Na teoria, seria apenas um apoio para Fausto Masnada e James Knox, mas após um grande CR na primeira etapa, conquista a Rosa depois de fechar a segunda etapa em 6º lugar. E não mais a largaria durante 15 etapas. Mesmo com vários entendidos a dar a queda de João Almeida como uma certeza, o jovem luso foi fazendo o seu papel, terminando 6 das 15 etapas em que vestiu de rosa no top 10, sendo que neste Giro, não terminou nenhuma etapa fora do top 30.

A etapa mais dura seria a 17. Tudo apontava para que João acusasse a pressão e as pernas falhassem no terreno inclinado, mas o jovem demonstrou uma frescura e capacidade trepadora enormes, e terminou a etapa no grupo dos favoritos. A rosa só mudaria de dono na etapa 18, na mítica ascensão ao Stelvio. A rosa de João Almeida caiu para o dorso de Wilco Kelderman, mas João Almeida não caiu. Terminou a etapa num honroso 7º posto, a 4:51 do vencedor, mas apesar da perda da Rosa, terminou o dia com a certeza que no futuro vão ter de contar com ele nas grandes voltas, ele que terminou essa etapa à frente de trepadores conceituados como Nibali, Majka ou Pozzovivo.

Mal podemos esperar pelo teu 2021, João!

ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA (FORMULA E)

Por Luís Pereira

O ano de 2020 será um ano inesquecível para António Félix da Costa. Félix da Costa conseguiu tornar-se Campeão da Fórmula E, numa época de sonho para o português.

A Fórmula E está cada vez mais competitiva, com pilotos de competências provadas, novos construtores, como a Mercedes (apoiada pela equipa da F1) ou a Porsche, é cada vez mais aceite como uma modalidade cada vez mais competitiva.

Félix da Costa sabia que tinha um grande desafio pela frente, ao entrar na DS Techeetah para enfrentar o Campeão em título, Jean-Éric Vergne. Por outro lado, da Costa sabia que entrava numa equipa que sabia vencer. Félix da Costa conseguiu mostrar que não tinha ido para a DS Techeetah por engano, com as primeiras corridas de 2020, da Costa conseguiu logo dois pódios, dois segundos lugares, que o ajudavam a amealhar pontos.

A isso ajudou a confiança crescente que Félixa da Costa ia tendo ao ser consecutivamente mais rápido do que o seu ilustre companheiro de equipa. Isso levou o piloto português a conseguir vencer a corrida em Marraquexe, o que o levava à liderança do Campeonato.

Com a pandemia houve alteração no calendário da Fórmula E, com o campeonato a ser finalizado numa Super Final em Berlim, com seis corridas. Se Félix da Costa já parecia em forma antes da suspensão do campeonato, quando voltou a existir ação em pista aí é que se viu que o título de Campeão estava destinado.

Félix da Costa conquistou duas poles e vitórias consecutivas, mais outro segundo lugar, o que o tornava Campeão da Fórmula E com duas corridas ainda por disputar. Além disso o piloto português conseguiu vencer o campeonato com a maior margem pontual até agora conseguida.

Foi um Campeonato completamente dominado, sem qualquer contestação, sem erros. Foi, até agora, a melhor época de Félix da Costa, e, presumidamente, um dos melhores pilotos do Mundo em 2020.


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