Onde é que anda o Flop: Loum sem espaço e sem glória
Mamadou Loum, formado nos quadros do SC Braga, e que parecia vaticinado a uma carreira nos melhores clubes portugueses e até com hipóteses de singrar na Europa, mas que acabou por criar um défice de 8M€ nas contas do FC Porto, do qual o clube dos azuis-e-brancos nunca recuperou. Loum despontou ao serviço da equipa B dos guerreiros, conquistando protagonismo na Liga Ledman Pro e afirmando-se como um dos melhores trincos da segunda liga, impondo-se no choque físico e na recuperação de bolas a partir do ‘miolo’ de jogo.
Ao fim de dois anos, Loum tinha somado cerca de 52 jogos o que lhe valeu um empréstimo ao Moreirense na temporada 2018/2019. Em Moreira de Cónegos, o médio arrebatou a atenção dos adeptos e imprensa, com aquele jogo frente ao SL Benfica (3-1) a ter ficado na retina, não só pelo golo marcado mas também pela capacidade em desmontar o ataque da equipa encarnada. A fisicalidade inteligente e a postura imperturbável quando pressionado pelo bloco adversário eram notáveis, o que acabou por convencer o FC Porto a avançar para a sua contratação em Janeiro de 2019, assinando por 5 anos com o FC Porto a troco de 8M€, um valor impressionante especialmente quando o emblema da Invicta se encontrava em dificuldades financeiras profundas. Colocando agora um ponto final ao diálogo mais factual, precisava o FC Porto de um trinco/médio de desconstrução? E fazemos esta questão pelo facto de Loum ter somado uns meros 23 jogos em três temporadas no clube, passando a maior parte do tempo encostado e sem grande utilização, com Sérgio Conceição a dar grande importância aos talentos individuais do internacional senegalês.
O treinador pareceu nunca contar com Loum, aparecendo esparsamente e sem grandes minutos para se mostrar, sendo notório que não importava ou não tinha qualquer utilidade efectiva no plantel. Com isso em mente, a questão torna-se ainda mais forte: precisava de um clube com tantos problemas financeiros recrutar um jogador de 22 anos com pouca experiência de Primeira Liga a troco de 8M€? Todos sabemos que a capacidade da então direcção dos Dragões em negociar jogadores por um valor aceitável era praticamente inexistente, e que vários negócios ruinosos surgiram por esta altura, seja Nakajima, Zé Luís, entre outros, demonstrando que Loum não foi uma excepção mas a regra no que toca a contratações.
Não querendo questionar se o jogador tinha capacidade para jogar pelo FC Porto, a verdade é que nunca teve uma real oportunidade para se mostrar, apesar de ter sido o próprio Sérgio Conceição a aconselhar o SC Braga a contratá-lo. Depois de ver que o seu destino no clube não ia de forma alguma se alterar, Loum acabou cedido ao Aláveis em 2021/2022, somando 2320 minutos ao serviço do Alavés, no qual marcou dois golos, com os espanhóis a acabarem despromovidos e sem condições para avançar para a contratação do internacional senegalês. Na época seguinte actuou pelo Reading na Championship inglesa, o Al-Saed da Liga Saudita até sair a troco de 0€ para o FC Arouca, onde actua hoje em dia.
Voltando aos tempos de Loum no FC Porto, tinha o médio condições para atingir outro patamar? Poucas. Apesar da imponência física, o ex-SC Braga tinha alguns problemas na saída com bola controlada, tomando más decisões na colocação de bola nos espaços e a derrapar sempre que a equipa era apanhada em contrapé. Porém… podia ter evoluído com mais tempo de jogo? Nunca saberemos. Loum tinha capacidade para crescer e obter outro estatuto no clube, mas o facto de que esteve três anos completamente fora das quatro-linhas ou sem minutos úteis, acabou por desgastá-lo e a passar de um atleta avaliado em 8M€ para 500m€. Um flop com F maiúsculo, não por culpa própria, mas muito por conta da falha de leitura do clube na hora de ataque o mercado de transferências. Fica também na memória um confronto físico com Pepe nos treinos em 2021, uma nota sem importância mas que diz muito do ambiente do clube nesse momento.