O 11 de jogadores brasileiros que passaram em Portugal e falharam

Francisco IsaacMaio 28, 20238min0

O 11 de jogadores brasileiros que passaram em Portugal e falharam

Francisco IsaacMaio 28, 20238min0
Luís Fabiano, Bruno Cortez ou Elias formam um 11 de jogadores brasileiros que falharam em atingir o seu potencial no futebol português

Voltamos às listas de jogadores que passaram por Portugal e acabaram por não render aquilo que esperavam, seja pelo nome ou destaque com que foram apresentados, expectativas geradas pela sua qualidade individual mostrada no clube anterior, ou potencial interessante e de calibre alto. Desta vez vamos ao 11 de jogadores brasileiros que não conseguiram singrar por terras lusas, uma nacionalidade que continua a rechear o futebol português com grandes jogadores, exibições e títulos.

MARCELO MORETTO (SL BENFICA)

Marcelo Moretto passou pelo SL Benfica sem grande impacto, apesar de ter sido alvo de uma super disputa entre as “águias” e o FC Porto, com ambos os titãs do futebol português a disputarem o guarda-redes durante Janeiro de 2006. Depois de 10 dias de intensas negociações, os encarnados acabaram por contratar o guardião do Vitória FC a troco de 1M€ e… foi uma ligeira decepção. Apesar de ter começado bem, somando 18 jogos como titular, Moretto rapidamente se esfumou e na temporada 2006/2007 acabou relegado para a condição de 3ª opção, saindo no Verão seguinte. Ficou ligado a alguns golos infelizes.

BRUNO CORTEZ (SL BENFICA)

Chegou à Luz com toda a pomba e circunstância, apresentado como a solução para os problemas de lateral-esquerda no SL Benfica, que na altura era comandado por Jorge Jesus. Veio por empréstimo do São Paulo e o lateral-esquerdo internacional pelo Brasileiro por uma ocasião acabou por sair logo passado 5 meses, jogando apenas 6 jogos e 415 minutos. Ainda recebeu a medalha de campeão, mas depois de todo o barulho gerado, esperava-se bem mais de um lateral com algum reconhecimento no Brasil.

Foto: Getty Images

SIDNEI (SL BENFICA)

Era tido como uma das maiores esperanças do futebol brasileiro, com o central jovem do Internacional a conquistar a atenção do SL Benfica no ano de 2008, acabando por ser contratado a troco de 7M€, um valor alto para a altura e pela jovem idade do defesa na altura (20 anos). Sidnei tinha boa imprensa, era alto e compacto, apresentando uma agilidade e agressividade acima da média, o que acabou por ser suficiente para as “águias”. Infelizmente, depois de uma primeira época a titular, Sidnei acabou no bando de suplente e, subsequentemente, esquecido na lista de opções para o eixo-defensivo, com alguns erros na abordagem ao ataque adversário a ficarem na retina. Entrou no rodízio de empréstimos até 2015, altura em que os encarnados conseguiram-no vender ao Deportivo por 6M€.

GLADSTONE (SPORTING CP)

Gladstone na sua longa carreira passou por cerca de 20 clubes diferentes, com o Sporting CP e Gil Vicente a terem sido dois dos clubes portugueses que o brasileiro representou, não conseguindo singrar em nenhum destes emblemas. Foi emprestado aos “leões” pelo Cruzeiro e, apesar de todas as expectativas reunidas, foi um flop tremendo, com 13 jogos jogados e uma série de erros de entendimento no eixo-defensivo que comprometeram a sua estadia em Portugal. Depois de ter acabado por sair pela porta pequena no Sporting CP em 2007/2008, Gladstone voltaria a terras lusas em 2014/2015 e voltou a ser mais do mesmo. Pouco acerto nos pés, apesar de um bom jogo aéreo.

EDCARLOS (SL BENFICA)

Edcarlos não jogou a lateral-direito, mas para este 442 funcionar, tivemos de optar pelo defesa que passou pelo SL Benfica. Chegou à Luz com 22 anos e 15 internacionalizações pela selecção sub-20 do Brasil, sendo considerado um verdadeiro talento canarinho que só precisava de um empurrão para se afirmar ao mais alto nível. Igual a Sidnei, Edcarlos gozou de uma primeira temporada com várias aparições no 11, mas umas quantas atrapalhações e erros individuais, para além da má temporada geral da equipa principal, acabaram por condenar a empréstimos e à saída em 2010. Custou 2M€ e foi vendido por 1,3M€. Curiosamente, enquanto foi titular na Liga Portugal, o SL Benfica não concedeu nenhum desaire…

ELIAS (SPORTING CP)

Elias foi internacional brasileiro de créditos firmados, e que tinha o mínimo de talento para chegar ao mais alto patamar do futebol mundial, com a sua saída para o Atlético de Madrid em 2010 a ser mais que natural. Porém, a estadia na capital espanhola durou uma temporada, e acabou ser vendido ao Sporting CP por 8M€, um valor que nunca chegou a ser totalmente recuperado. O trinco mal trabalhava para a equipa, com uma demonstração de pouco interesse a vir ao de cima, o que criou algumas divergências com a equipa técnica e adeptos, muito por conta do talento que possuía e demonstrado em determinados momentos. O internacional brasileiro forçou uma saída para o Corinthians por empréstimo e mais tarde saíra em definitivo para o emblema paulista. 65 jogos em Alvalade, 5 extremamente bons golos mas no geral um jogador que passou ao lado da glória.

LÉO LIMA (FC PORTO)

Os gritos de Co Adriaanse com o médio-ofensivo brasileiro foram desnecessários, mas o facto é que Léo Lima tinha problemas em compreender a exigência táctica que os “dragões” procuravam impor no esquema do treinador neerlandês. Brilhou em alta pelo Marítimo CS, com uma série de grandes prestações coroadas com golos e assistências, mas, ao serviço do FC Porto, cedeu perante a pressão e tratamento dada pelo treinador dos azuis-e-brancos. Entrou num corrupio de empréstimos e saiu a custo-zero em 2006. 2M€ para 6 jogos e nenhuma titularidade jogada.

CELSINHO (SPORTING CP)

Quem liga o FM07 ou 08, rapidamente encontra em Celsinho um dos maiores talentos dessa edição do videojogo, e com toda a razão, pois o extremo brasileiro era uma maravilha tecnicamente. O problema é que não gostava de trabalhar e teve dificuldades em aceitar a carga táctica e o impacto físico dos defesas portugueses, que com 19 anos era perceptível. Os comportamentos extrafutebol também não auguravam nada bom, e acabou cedido por empréstimo a diversos clubes, nunca conseguindo impor o seu futebol.

EVERTON “CEBOLINHA” (SL BENFICA)

Chegou a Portugal por 20M€ e considerado como um dos maiores fantasistas do futebol brasileiro e acabou por não só não ganhar um lugar no SL Benfica, como foi extremamente criticado pelas exibições fracas que registou ao serviço das “águias“, entrando em rota de colisão com Jorge Jesus. O despique com o treinador e o facto de ter sido usado constantemente utilizado fora de posição, foram dois ingredientes para que o problema se tornasse numa complicação monumental, com Rui Costa a vender o internacional brasileiro em 2022 a troco de 14M€, recuperando parte do investimento alocado.

GABRIEL BARBOSA (SL BENFICA)

Estivemos entre Gabigol e Alan Kardec, com os dois jogadores a terem vivenciado a mesma situação de pouco ou nenhum uso e em que as expectativas eram imensas à sua volta. Optámos pelo actual goleador do Flamengo, muito pelo barulho que a contratação fez na altura, tanto por chegar por empréstimo do Inter de Milão, como por se tratar de um internacional pelo Brasil e pelas qualidades de artilheiro que possuía, prometendo iniciar uma nova era no Estádio da Luz. Apesar de tudo isto, Gabigol realizou cerca de 5 jogos na temporada 2017/2018, saindo antecipadamente do emblema lisboeta em Janeiro, só seis meses depois de ter chegado, com Rui Vitória a ter sido criticado pela forma como o tratou, destacando-se uma série de comentários menos “profissionais”. A verdade é que Gabriel Barbosa – Gabigol era nome de “artista” como Rui Vitória disse – só marcou um golo e nunca atingiu o nível que prometia pelas “águias”.

LUÍS FABIANO (FC PORTO)

Duas Ligas Europa, uma série de outros troféus somados pela carreira, mas só um troféu levantado pelo FC Porto na única temporada em que serviu o emblema da Invicta entre 2004/2005 e, também, somente três remates certeiros desferidos em quase 30 jogos. O “Fabuloso”, como era chamado, teve uma passagem completamente indiscreta pelo Dragão e que defraudou todos os adeptos, sendo que maior parte da culpa adveio do momento pouco positivo do clube, isto após dois anos de glória de José Mourinho. Luís Fabiano esteve longe, bem longe do nível que mostraria em Sevilha, mas ainda assim valeu cerca de 10M€ e trouxe uma liquidez positiva de 6,5M€.


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