5 Jogadores da Selecção Nacional sub-20 a seguir
O rugby é um desporto de equipa e que requer o trabalho de todos para se chegar à vitória. Contudo, é também um desporto onde as individualidades têm de existir de modo a dar outra dimensão à equipa nos momentos mais dificeis. Escolhemos 5 jogadores que estão nas contas dos seleccionadores nacionais de sub-20 para o Mundial “B” a realizar entre Agosto-Setembro de 2018
GABRIEL POP (GDS CASCAIS)
Já falámos algumas vezes do 3/4’s formado na ER Galiza e GDS Cascais, clube onde deu o salto para o escalão sénior, mas voltamos a investir na ideia de que Gabriel Pop é um dos atletas mais vibrantes na sua posição. A sua alta estatura, passada bem trabalhada e capacidade de aceleração, tornam-no um jogador ameaçador no jogo ao largo, impulsionando-se bem nas situações de 3 para 2 ou 2 para 1.
É um daqueles “produtos” das Academias de Alto Rendimento e de um trabalho de ponta dos clubes, que não jogo só com os aspectos físicos, mas também com uma panóplia de “truques” que possibilitam-lhe criar sérias dificuldades à linha de defesa contrária.
Não fez parte da equipa que foi ao Campeonato do Mundo “B” em 2017, nem na conquista do Europeu de sub-20 em 2018, pelo que terá agora uma oportunidade única para fazer parte de um elenco que vai tentar fazer a mesma prestação que na época passada. É um desiquilibrador nato, rápido a tomar decisões e excelente a a perfurar uma defesa “dura” de rins.
Depende agora do que o defesa/ponta vai fazer nos treinos de preparação para o Mundial, a realizar entre o final de Agosto e início de Setembro.
MANUEL CARDOSO PINTO (AEIS AGRONOMIA)
Dispensa apresentações o nº15 da equipa da Tapada e um jogador absolutamente contagiante na sua forma de jogar… será Manuel Cardoso Pinto um dos jogadores mais difíceis de parar no 1 para 1?
Dotado de um slalom apaixonante (quem se esquece daquele ensaio contra a Roménia em 2017?), o defesa assumiu a titularidade na Agronomia logo aos 18 anos, saltando etapas não por força das circunstâncias, mas pela qualidade que detinha e detém nos pés e mãos.
Não é espectacular no jogo ao pé, ficando-se pelo completo e confiável… mas é dos melhores perseguidores de bolas altas em Portugal, fazendo bom uso da sua leitura de jogo, velocidade desamparada e timing de salto.
Tem sido sempre titular na selecção comandada por Luís Pisarra, falhando apenas um jogo nos últimos 11 (contra a selecção Regional do Centro-Norte), o que atesta à confiança que a equipa técnica tem nos dotes do “agrónomo”.
Difícil de descortinar o que vai fazer, tanto segue o plano de jogo, como decide fazer um plot twist e mudar o sentido de jogo, aproveitando algum erro que um adversário fez.
Como se pode descrever a sua forma de estar no campo? Alegre. Essa alegria é transportada em tudo o que faz dentro de campo, apresentando-se sempre com um sorriso na cara e um side step nos pés!
JOSÉ ROQUE (RC MONTEMOR)
É o típico asa alentejano recheado de excelentes placagens, onde aplica uma dureza total, para além de ser um atleta extremamente leal à equipa, não desistindo de trabalhar de forma imparável no breakdown, em busca sempre de um turnover ou de complicar a vida aos seus adversários.
É aquele tipo de jogador que não sabe fazer outra coisa que não trabalhar a 150% a cada novo ruck, alinhamento, formação ordenada, bola rápida ou apoio ao ataque.
Rigoroso, raçudo e firme, tanto pode actuar na posição de 7 ou 8, como pode avançar para a 2ª linha, garantindo sempre uma qualidade de jogo irrepreensível e notória para este nível.
É o exemplo perfeito de como as escolas do RC Montemor estão a desenvolver bons atletas que vão entrar nas contas da selecção principal dentro de poucos anos.
Gosta de participar no jogo, não tem qualquer problema em assumir o protagonismo na hora de carregar a oval e tem um jeito especial para ganhar metros no pick and go. Um avançado daqueles que é uma excelente combinação entre o móvel e o “pesado”, entre o duro e o ágil.
NUNO MASCARENHAS (GDS CASCAIS)
Dos melhores jogadores da sua geração, o talonador do Cascais tem feito uma evolução fantástica na sua qualidade de jogo, assumindo-se como um nº2 que facilmente podia ir parar a asa (noutros contextos).
Fez uso de uma velocidade imparável no espaço de 3-5 metros, onde aquela “agressividade” no contacto (o momento entre o baixar e entrar é dos melhores no CN1) que faz qualquer treinador ficar orgulhoso de um primeira-linha.
Dificilmente deixa escapar jogadores em fuga, apresentando uma placagem eficaz e confiante, algo que tem sido vislumbrado nas suas prestações pela Selecção Nacional.
Já é um Lobo (como Manuel Cardoso Pinto) e isso só prova o seu estupendo valor. Consistente na introdução de bola no alinhamento, é na formação-ordenada que se denota alguma da sua melhor qualidade enquanto talonador. Sabe aproveitar o espaço concedido pelo pilar do lado direito, criando mossa nas FO, o que permite conquistar penalidades ou mesmo bolas neste sector.
Lembrar que foi um dos responsáveis por aquela placagem milagrosa contra a Roménia em 2017, impondo-se como um dos líderes destes sub-20.
JOÃO FEZAS VITAL (GD DIREITO)
Consistente. É o adjectivo que mais facilmente fica etiquetado ao jovem asa do GD Direito, que tanto assumiu a capitania nos sub-18 e sub-20 de Portugal, algo que demonstra já uma linha de confiança alta para com o asa dos “advogados”.
Normalmente os atletas que recebem por mais que uma vez a braçadeira de capitão durante o seu tempo nas selecções jovens, é um indicar amplamente positivo no sentido da responsabilidade, espírito de sacrifício e exemplo para o grupo.
João Fezas Vital é um jogador agressivo no contacto, sempre pronto para distribuir um par de placagens de magoar (é dos atletas que mais facilmente placa, cai no chão, levanta-se e volta a estar disponível para ir ao breakdown ou defender), recuperar bolas no breakdow ou liderar os seus colegas no sentido certo.
É um daqueles asas que se estima no rugby português, com uma confiança pura e positiva, motivado para atacar a bola, bater as pernas e arranjar uma forma de penetrar na linha de vantagem adversária de forma a garantir o espaço (e tempo) suficiente para que se tenha uma 2ª bola mais rápida e que imponha uma pressão superior à equipa do outro lado.
É daqueles jogadores que pouco se nota dentro de campo, mas a sua presença é sentida durante todo o jogo, seja lá no meio do ruck, no apoio a quem leva a bola, no saltar no alinhamento.