Onde é que anda o Flop: um Castillo da Luz feito de papel

Francisco IsaacAgosto 10, 20253min0

Onde é que anda o Flop: um Castillo da Luz feito de papel

Francisco IsaacAgosto 10, 20253min0
Internacional chileno que prometia adicionar letalidade ao ataque do Benfica mas que acabou sem marcar um golo, esta é a história de Nicolás Castillo

O Verão de 2018 foi intenso na Liga Portugal, com o SL Benfica a fazer altos esforços para recrutar uma série de activos de modo a regressar ao topo da cadeia alimentar do campeonato português. Nesse Verão chegaram Gabriel, Odysseas Vlachodimos, Chiquinho, Cristian Lema e mais uns quantos nomes que acabaram por fazer pouco história na Luza, apesar de terem estado envolvidos na conquista da Primeira Liga no final da temporada, com Bruno Lage a conseguir salvar aquilo que parecia ser uma temporada destinada ao nada. Entre as contratações esteve também Nicolás Castillo, internacional chileno que tinha até então feito mossa ao serviço do UNAM Pumas do México. Poucos se recordam de Castillo, e não é de estranhar pois o chileno acabou por resistir uns meros seis meses em Lisboa, saindo praticamente pelo mesmo valor que custou aos cofres dos encarnados, uns meros 7,5M€.

Numa espécie de avanço até à conclusão, Castillo admitiu que o fracasso na Luz foi muito devido à sua falta de compromisso com a equipa, fraquejando no trabalho extra que devia ter feito, especialmente no que toca à adaptação a uma nova realidade competitiva. O chileno tinha conseguido marcar 26 golos em 42 jogos pelo UNAM, não esquecendo que ajudou o seu país a conquistar uma Copa América em 2015, tendo pelo meio embolsado um par de outros troféus na América do Sul. Porém, curiosamente, o avançado já tinha ruminado pelo continente europeu no passado, isto quando jogou pelo Club Brugge, seguindo-se uma curta passagem pelo Mainz da Bundesliga eo Frosinone da Serie A. Se na Bélgica até tinha recebido alguns aplausos muito por graças dos 12 golos que marcou numa só época, o mesmo não se pode dizer na Alemanha ou Itália.

Novamente, e como iria acontecer no SL Benfica, Castillo não conseguia manter o mesmo nível competitivo durante a época, oscilando constantemente, em especial quando era atirado para ambientes mais competitivos e em que teria de trabalhar o triplo para garantir um lugar no 11. Em 2015 voltou para a América do Sul, assinando pelo Universidade Católica do Chile, recuperando força a nível anímico e físico. Depois de se reerguer, Nicolás Castillo voltou a ter uma chance de se afirmar na Europa, mas a vida na Luz, como dissemos, foi extremamente esquecível.

Com um Benfica pressionado a ir atrás de títulos, Castillo não teria vida facilitada nem um lugar cativo na lista de convocados, acabando por falhar a maioria dos jogos nesses únicos seis meses em que esteve na capital portuguesa. Em 11 jogos, o chileno mostrou-se altamente perdulário e sempre desalinhado no que toca ao ritmo competitivo e maturidade táctica, passando do banco e/ou titularidade para reserva do plantel das águias. Chegado Janeiro de 2019, os encarnados aproveitaram para colocar Castillo no mercado, conseguindo recuperar todo o investimento depositado na sua contratação em Julho de 2018. Numa operação ‘estranha’, o chileno foi contratado pelo Américas do México por 7,3M€, conferindo alguma marca orçamental ao Benfica. Isto foi a história do avançado em Portugal. Seguiu-se um título México, mas a vida de Nicolás Castillo acabou por sofrer constantes retrocessos, com uma trombose na perna esquerda a deixá-lo profundamente debilitado e afastado dos relvados por mais de um ano e meio. Merecia mais sorte, sobretudo quando retornou ao México.


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