“Cromos” entre os postes: Jorge Campos e Thomas N’Kono

Pedro PereiraFevereiro 26, 20223min0

“Cromos” entre os postes: Jorge Campos e Thomas N’Kono

Pedro PereiraFevereiro 26, 20223min0
Jorge Campos e Thomas N'Kono recebem as maiores honras da Caderneta dos Cromos e são apresentados neste artigo em duas histórias

Guarda-redes, guardião, o último defesa entre os postes, como quiserem chamar, ele é uma unidade especial do futebol e a Caderneta dos Cromos conta-te duas histórias de dois ícones do Desporto-Rei, especiais por todos os contornos possíveis… fica a conhecer Jorge Campos e Thomas N’Kono.

JORGE CAMPOS, UM GUARDIÃO AUTÊNTICO

Por muito que vasculhem pelas infinitas páginas das vossas cadernetas, duvido que encontrem um guarda redes tão carismático e tão extravagante quanto Jorge Campos. Guarda redes e não só, perdão. Nas primeiras épocas no UNAM/Pumas, Campos não jogava, tapado pelo experiente guarda redes Adolfo Ríos. Cansado de não poder entrar em campo, pediu ao treinador para jogar a avançado. E teve a sua oportunidade… que ganhou. Naquele ano, marcou 14 golos no Campeonato Mexicano. Nas temporadas seguintes, voltou para a baliza mas de vez em quando ainda dava show na frente (dá uma olhada nos stories).

Autenticidade. Cada vez mais raro nos dias de hoje, não acham?

Jorge Campos era um artista de camisolas extravagantes. Que o diga a de 1994. Os que hoje metem as mãos à cabeça com os equipamentos mais urbanos e disruptivos desta época, por exemplo, seriam os mesmos que criticariam os berrantes e triangulares equipamentos de Jorge. Mas isso não é para hoje.

Para Campos, o futebol foi uma forma de se expressar. Utilizava-o para alegrar a sua vida e de quem o assistia. Era um espectáculo à parte e ele sabia-o. Números aleatórios sem prisão pelos tradicionais 1,12 ou 24; gola alta à Cantona, mangas no antebraço, tamanhos XL, camisolas psicadélicas, um sorriso na cara e um autêntico gato na área, fosse para defender ou atacar. Que lembremos este cromo como inspiração para sermos autênticos dentro e fora do campo.

El Brody, como é conhecido no México nasceu no paraíso Acapulco. A sua carreira começou no UNAM passando ainda por Atlante, LA Galaxy, Cruz Azul, Chicago Fire (não a série), Pumas, Tigres e terminou a carreira em 2004 no Puebla.

Hoje em dia é dono de uma franquia de fast food chamada @sportortas_tuxtla e comenta eventos desportivos na Azteca. Nos seus tempos livres, prática golfe e surf.

THOMAS N’KONO, UM GUARDIÃO DE PAIXÃO

Estávamos no ano de 1990, ano de Campeonato do Mundo na Itália. Quem o viu, diz que foi um dos piores campeonatos de sempre, temperado com pouco sal. Porém, ficou também lembrado como o primeiro Mundial em que uma seleção africana conseguiu chegar aos quartos de final da competição.

Muito por culpa deste senhor que vêem na fotografia. Nesse ano, um rapazinho de 12 anos assistiu ao Mundial e ficou fascinado com as qualidades daquele guarda redes. Esse menino jogava a médio até entao. Mas o encanto foi tão grande que fez aquele menino experimentar a baliza no ano seguinte no seu clube da terra. N’Kono, o maior das balizas camaronesas, tinha inspirado o menino Gianluigi Buffon.

O Bonascola tinha ganho um novo guardião. Passados cinco anos estava a estrear-se como profissional no Parma. Tudo por culpa de N’Kono, que teve o dom e o engenho de inspirar. Inspirar. Grande função dos campeonatos do Mundo.

Buffon e N’Kono acabaram, mais tarde, por se tornarem amigos. Buffon viajou em 2002 para os Camarões para assistir ao jogo de despedida do seu idolo. Mais fantástico ainda: Buffon deu o nome do seu ídolo ao seu filho, Thomas.


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