“Cromos” que vão deixar uma eterna saudade: Fernando Chalana

Pedro PereiraSetembro 1, 20222min0

“Cromos” que vão deixar uma eterna saudade: Fernando Chalana

Pedro PereiraSetembro 1, 20222min0
Um místico das artes do futebol, Fernando Chalana é relembrado pela Caderneta dos Cromos numa memória de eterna saudade

A Caderneta dos Cromos relembrou um post escrito em 2017 sobre Fernando Chalana, o mágico que encantou o SL Benfica e Portugal, não só pelos ziguezagues que conseguia submeter os seus adversários, como pelo sorriso e bigode farfalhudo que tão bem e eloquentemente apresentava. Um memorial com direito a muita saudade…

PARABÉNS FERNANDO CHALANA

Ou como carinhosamente foi apelidado pelos franceses “Chalanix”, culpa das parecenças físicas e transcendentes com o herói gaulês de Uderzo. Num jogo entre Barreirense e Oriental, Pavic, na altura treinador principal do Benfica, foi assistir ao jogo com a missão de observar um suposto craque do Barreiro. Pavic viu dez minutos de jogo. Era óbvio. Tragam-no para a Luz. Chalana estreia-se pelo Benfica com 17 anos, em 1976, tornando-se no jogador mais jovem de sempre a jogar pela equipa A dos encarnados. Nesse ano, foi campeão pelos juniores e pelos seniores.

Jogou até 1984 pelo Benfica, tornando-se referência no clube lisboeta. Depois de um Europeu de 84 abismal onde destruiu a defesa francesa, Chalana é comprado pelo Bordéus, a troco de 350 mil contos. Muito dinheiro na altura. Foi com esse dinheiro que o Benfica construiu o terceiro anel do velhinho estádio da Luz.

O pequeno génio voltaria à Luz em 1987 para ser aplaudido pelo “seu” terceiro anel. Foram três anos de aplausos de encanto e de saudade. Saiu para o Belenenses em 1990 e termina a carreira em 1992, no Estrela da Amadora. Se há momentos duros para um jogador, o pior é o final da carreira. Esteve quatro anos sem conseguir entrar num estádio. Ficou sem dinheiro para pagar as contas da água e da luz. Os amigos desertaram porque Chalana já não era o Chalana. Os holofotes e os microfones mudaram as direções. As entrevistas são menos. Acabaram os gritos por Chalana.

Os meninos de hoje não sabem quem é Chalana. Os jovens adultos de hoje sabem que foi um treinador com dificuldades de comunicação. Os adultos mais velhos ainda se vão lembrando daqueles que, como Chalana, raramente aparecem a todo o momento em Prime Time. E é nesses momentos que as cadernetas são preciosas. Por favor, abram-nas e relembrem. Mostrem aos vossos filhos e netos. Mostrem esta publicação a alguém que mereça lembrar ou conhecer o talento de Chalana.

Porque, como disse Toni, há jogadores de hoje, de ontem e de sempre. O Chalana é de sempre!


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