“Cromos” do futebol português: Rodolfo Rodriguez e Jacinto João

Pedro PereiraJaneiro 18, 20223min0

“Cromos” do futebol português: Rodolfo Rodriguez e Jacinto João

Pedro PereiraJaneiro 18, 20223min0
Dois nomes que deixaram marca no futebol português por razões diferentes, e que podes ficar a conhecer neste artigo de Pedro Pereira

Dois “cromos” do futebol português, um de poucas memórias, e outro carregado de grandes recordações, que a Caderneta dos Cromos faz questão de colar nesta caderneta para o Fair Play!

RODOLFO RODRIGUEZ, O HOMEM QUE (QUASE) PAROU SOUSA CINTRA…

Rodolfo Rodriguez foi reforço do Sporting CP na época de 1988. O guarda redes uruguaio chegava com 32 anos ao futebol português mas com selo de qualidade. Porém, o clube leonino estava em fase de transição de direção, treinadores e um pouco instável.

Ao que parece, alguns ordenados demoravam a cair na conta dos atletas. No caso de Rodolfo, quando saiu no verão de 89 de Alvalade, alguns ordenados ficaram mesmo por pagar o que o deixou profundamente irritado com Sousa Cintra.

Poucos meses depois de Rodriguez ter saído de Alvalade, Sousa Cintra vai ao Brasil para contratar Bebeto. E em quem Sousa Cintra confia para ir buscar Bebeto? Figger! Empresário que dizia conseguir trazer Bebeto. Que curiosamente era empresário de Rodolfo. É o famoso “vem cá que eu já te fod*”.

Sousa Cintra vai no avião e recebe o toque de Figger a dizer que têm de se encontrar no Uruguai. Que conveniente. Sousa Cintra aceita e eis que quando aterra, é levado pelo empresário para um hotel nos subúrbio da cidade onde aterrara. Só aí Sousa Cintra percebeu que estava numa cilada. Qual Bebeto? Hoje é dia de pagamento ao menino Rodolfo.

Sousa Cintra lá deve ter dado as desculpas do costume, viu uma nesga de fuga e conseguiu sair daquele cenário perigoso. Sim, perigoso! O dirigente leonino quando chegou a Portugal contou a história toda e disse que Rodolfo o ameaçou ee morte com uma arma, dizendo que se Sousa Cintra morresse num bairro de meninas do Uruguai, ninguém suspeitaria de nada. Medo.

Confrontado com a situação, Rodolfo disse que o presidente era mentiroso e que aquela história não tinha nada de verdadeira. Que não tinha havido nem ameaças, nem armas, nem pagamento. Inclusive Sousa Cintra fugiu sem pagar o hotel onde ficou hospedado. Rodolfo chegou mesmo a dizer que Sousa Cintra não tinha ficado assustado com a arma.. no máximo tinha ficado assustado com a cara de Rodolfo que era muito feia. Ahahahha eu amo uma ironia. Acrescentou em declarações ao jornal Abola que não faria nada a Sousa Cintra porque “ele morto nunca me poderia pagar o que me deve”.

Que clima. Mas a história é linda.

JACINTO JOÃO, UM SENHOR DO SADO

Jacinto João foi um jogador de excelência do futebol português durante os anos 60 e 70. Nascido em África (mais um). Era conhecido por JJ, como Jorge Jesus é carinhosamente chamado hoje em dia. Gosto particularmente de Jacinto João porque nunca representou nenhum dos 3 grandes clubes portugueses. Chegou à seleção, convenceu a imprensa e os adeptos jogando pelo Vitória Futebol Clube.

Para além deste clube, representou apenas a querida Portuguesa em 75/76. Era um avançado rápido, forte e habilidoso. Na época de 71/72, Pedroto deliciava-se no banco com Jacinto e José Torres na sua frente de ataque. Nesta época, conseguiu levar o Setúbal ao segundo lugar do campeonato.

Jacinto João conquistou um titulo importante para os sadinos, a Taça de Portugal de 67, frente à Académica . Com o jogo preso num teimoso 2-2, Jacinto João fez o golo da vitoria já nos descontos. A Taça de Portugal viajava para o Sado.


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