EuroCup 2021 – Monegascos e a conquista histórica
Hoje passamos para a segunda maior competição de clubes no basquetebol europeu, a EuroCup, que tal como a Europeu Cup deu-nos um vencedor inédito, neste caso além de inédito para o Mónaco é também para o basquetebol francês. Final a dois jogos que o Mónaco venceu e por isso venham daí que temos muito para falar.
Primeiro jogo- Primeira amostra francesa
Mónaco 89 – 87 UNICS Kazan
Nesta final estavam duas das equipas e destaque no basquetebol europeu, duas equipas que tinham as defesas em grande evidência e por isso mesmo existiam grande curiosidade para estes dois jogos. Os franceses começaram com tudo, em busca de garantir cedo o controlo e o domínio do jogo. A equipa gaulesa começa por cima, os triplos iam caindo e nesta altura o Kazan ia sentindo alguns problemas, isto porque não conseguiam parar a mobilidade francesa e os triplos não paravam de cair. Valeu novamente, Dimitris Priftis o treinador grego deste Kazan que parou o jogo e soube recuperar a sua equipa, que sendo um conjunto muito experiente fez-se valer desse conhecimento do jogo para reentrar na partida. Para consumar essa recuperação, Priftis tinha surpreendido ao lançar o poste Artem Klimenko de início, mas o ucraniano tardava em entrar em jogo, assim que entrou, o Kazan passou a ganhar mais bolas na luta das tabelas e com isso o jogo começou a equilibrar.
Jogo muito cerebral, grande duelo entre os treinadores, muito tático e cada vez mais equilibrado. Os monegascos iam sentindo mais problemas, acumularam algumas faltas e com isso o técnico do Mónaco, Zvezdan Mitrovic viu-se obrigado a rodar a equipa, uma vez mais a rotação francesa mostrou serviço e ajudou a que conseguissem vencer este primeiro período.
No segundo quarto, foram os russos a começar melhor, a equipa da casa cometia muitos turnovers nesta altura e com isso iam falhando no ataque, muitos passes errados e muitas precipitações que levavam a que o Kazan estivesse à vontade na partida. Poucos triplos, muito os bases da equipa russa em jogo neste segundo quarto, tanto Isaiah Canaan como Jordan Theodore, iam sendo as figuras em maior destaque. Do lado do Mónaco, as maiores figuras eram Lessort e Jaleel O’Brien, os dois iam segurando a equipa defensivamente e com isso impediam que as coisas piorassem ainda mais. No regresso dos balneários os russos continuavam por cima, foi até metade do terceiro quarto que a superioridade russa se manteve.
Para mudar o jogo, surgiu Rob Gray, foi ele o principal responsável pela melhoria dos monegascos neste jogo, isto porque deu maior velocidade e mais opções, mudou o jogo ofensivo da equipa que assim passou a estar por cima do encontro. Do lado do Kazan era a vez de Klimenko segurar a equipa, o poste ucraniano ia sendo fundamental para que a equipa russa conseguisse continuar dentro do jogo.
A defesa do Mónaco foi fundamental para a melhoria monegasca pois conseguiram conter o jogo interior russo. No último quarto, tudo muito equilibrado e percebia-se que vencia quem errasse menos e essa equipa foi o Mónaco. Nos russos foi muito Klimenko, o poste continuava em alta e a ser a figura do lado russo, marcando 8 pontos nesse quarto. Gray continuou em alta e conseguiu assim liderar o Mónaco para a vitória.
Segundo jogo
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Segundo jogo- A demonstração final dos campeões
UNICS Kazan 83 – 86 Mónaco
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No segundo jogo, a competição fechou com chave de ouro. Mais um jogo equilibrado e com as defesas a assumirem o grande protagonismo da partida. Mais um jogo onde Klimenko entrou em grande e assumiu desde cedo o protagonismo na equipa visitante. Os russos até começaram melhor, com o treinador Dimitris Priftis a tentar surpreender lançando uma equipa um pouco diferente na busca por apanhar os franceses de surpresa. Esta estratégia inicial conseguiu sem dúvida surpreender os monegascos que viram os russos abrir uma vantagem de 7-2, mas os monegascos começaram a reagir cedo sob a batuta de Rob Gray, que mais uma vez assumiu o peso do jogo. O jogo conseguiu ser desde cedo muito equilibrado, as duas equipas em grande luta, em grande disputa e com as defesas a serem sempre preponderantes.
Duas equipas com pouco aproveitamento de lançamentos do perímetro, os franceses reagiram através do seu banco mais uma vez, o banco monegasco foi muito importante para esta conquista europeia e neste segundo jogo da final isso foi novamente muito evidente. No primeiro quarto continuou o bom basquetebol, aquele basquetebol de muita qualidade e isso foi um dos fatores em destaque nesta final.
No segundo quarto tivemos mais Mónaco, a equipa conseguiu aproveitar os erros dos russos que na busca pelo resultado acabavam por cometer muitos erros. Voltavam a ser as defesas os fatores determinantes, eram quem fazia maiores diferenças, os ataques começavam a sentir dificuldades para aparecer. 47-48, vantagem para a equipa visitante ao intervalo, um jogo como esperado muito aberto, duas equipas com defesas fortes que ia impedindo que alguns dos maiores talentos conseguissem ter espaço, mas jogo muito intenso, com a equipa visitante a conseguir levar uma vantagem curta para os balneários.
O que fez maior diferença foi que o UNICS teve melhor aproveitamento na curta e média distância (61% contra os 33% do Mónaco), enquanto o Mónaco foi melhor de lançamentos de longa distância (57% contra 36% do UNICS).
O regresso não mudou nada, duelo por cada ponto, duas equipas fortes na defesa e nenhuma a querer errar de forma a não comprometer a conquista. Muita intensidade, muitos duelos e acaba o período com os russos na frente por um ponto, mostrando assim como o jogo estava em aberto e como o último período ia ser uma luta intensa. No último quarto, o UNICS entrou mal, a cometer muitos turnovers e foi isso que fez a diferença, levou a que os monegascos conseguissem a vantagem mais tranquila do jogo, isto porque os russos iam errando muito.
Os franceses iam conseguindo dominar o jogo, a vantagem chegou a ser de 6 pontos o máximo neste jogo, mas mesmo a errar muito os russos foram reagindo e aproveitando algum levantar do pé do Mónaco. Acabou com uma vitória para o Mónaco por 3 pontos, uma final a dois jogos com muita luta, muita intensidade, duas equipas que mostraram que podiam estar na segunda maior competição de clubes e que não perdiam nada para algumas equipas da Euroleague.
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Mónaco venceu e conquistou algo inédito para o clube e para o basquetebol francês, um troféu importante para um projeto ambicioso. Nesta competição fica tal como na EuropeCup, o crescimento das equipas, o aumento de qualidade e uma luta insana por uma taça que acabou por ir para o Mónaco.
MVP
O MVP desta competição para mim é o Danilo Andjusic, podíamos falar de Rob Gray o MVP das finais, podíamos falar de Jaka Blazic e de vários outros, mas para mim a grande figura desta edição da EuroCup é o sérvio Danilo Andjusic o base dos franceses do JL Bourg-en-Bresse que foi o segundo maior pontuador da competição, teve um papel preponderante no Bourg, ajudou a que a equipa sonhasse e chegasse mais longe do que se podia esperar, um dos jogadores de maior qualidade e que mais se evidenciou nesta temporada da EuroCup.