2024: “Recuerdos” felizes
Estamos cada vez mais perto de 2025 e começamos a ver por todo o lado familiares, amigos ou apenas conhecidos a partilhar recordações do ano que está a findar, aproveitando para fazer balanços e escrever os desejos para o ano seguinte. Seguindo essa ideia, vou fazer algo semelhante, mas com os pontos altos do ano desportivo (futebol e F1).
Deixar a nota, que nem todos vão concordar com os meus pontos, visto que não apoiamos todos as mesmas equipas, mas pode ser que este artigo sirva para também vocês pensarem naquilo que vos deixou felizes ao longo do ano com os vossos clubes, pilotos, equipas, etc (dependendo da modalidade em que estiverem a pensar).
Vou fazer isto mais ou menos por ordem cronológica, para fazermos uma espécie de viagem pelo ano:
- De certeza que há quem ainda se lembre que Lionel Scaloni no final de 2023 deixou no ar a dúvida se deveria continuar a dirigir a seleção da Argentina. “La Scaloneta” proporcionou muitas alegrias a quem apoia Lionel Messi, incluindo a conquista em 2022 do troféu que lhe faltava, e por isso, foi com muita alegria e alívio que em janeiro recebemos a notícia de que ele tinha decidido manter-se à frente do projeto.
- André Villas-Boas ter oficializado a sua candidatura à presidência do FC Porto. Serei sempre muito grata a Jorge Nuno Pinto da Costa por tudo o que fez pelo clube, mas sentia que estava na hora de tentar algo novo, ter sangue novo a gerir o clube, a tentar fazer as coisas de forma diferente, para variar. Meses depois, tudo se alinhou e AVB foi mesmo eleito presidente do clube.
- Hamilton anunciado na Ferrari. Se fiquei triste por isso levar ao fim da parceria C2? Claro que sim! Mas quem é que se vai chatear de ter um piloto 7 vezes campeão a representar a nossa equipa? 2025 está quase aí e estou mesmo muito curiosa para ver como vão correr as coisas.
- Quem leu este artigo que escrevi em fevereiro sabe que com a saída de Sainz no final da época, queria muito que ele tivesse direito a subir ao degrau mais alto do pódio uma última vez pela Ferrari e logo na terceira corrida do ano tivemos direito a um 1-2 da Ferrari com Carlos Sainz a voar alto depois de ter sido afastado do GP anterior devido a uma apendicite que o levou a ser operado de urgência.
- Xabi e o seu Leverkusen a vencerem a Bundesliga. No final da primeira volta já torcia por este desfecho e cheguei a partilhar com vocês a minha análise sobre a equipa e acho mesmo que este foi daqueles momentos que alegrou qualquer adepto de futebol (excepto os do Bayern). Afinal de contas estávamos há 11 anos a ver o mesmo clube a vencer e quer queiram quer não, começava a ser aborrecido.
- Outro dos meus desejos para a temporada de F1 era ver Lando Norris vencer pela primeira vez. Quem ainda se lembra de ele dizer que se retirava quando isso acontecesse? Ora então, aconteceu, foi em Miami e pareceu um passeio no parque para o rapaz. No pódio vimos Lando com uma expressão de quem tinha finalmente conseguido aquilo que tentava há muito (venceu no seu 110.º GP). Não se retirou, obviamente! O rapaz gosta só de ser engraçado.
- O Manchester City fez história e conquistou o 4.º campeonato (e infelizmente por este andar o último dos próximos tempos). O Arsenal ainda ameaçou, mas no final a festa fez-se de azul celeste.
- A equipa feminina do Barcelona (que já nos habituou há muito a bom futebol) conquistou novamente a Champions League, num jogo contra as mulheres do Lyon e onde as suas duas estrelas Bonmatí e Putellas marcaram os golos que permitiram a vitória.
- O GP do Mónaco, apesar de ser um “desfile” de carros há algum tempo (devido às dimensões que eles têm hoje em dia acabar por dificultar ultrapassagens), foi um GP mágico. Foi a redenção daquele que nasceu ali. Charles Leclerc, depois de vários anos a ser perseguido pelo azar, conseguiu conquistar o sonho e venceu em casa. Naquele dia o Mónaco vestiu-se de vermelho e vimos Leclerc no pódio com a mesma expressão de dever cumprido e de paz que tínhamos visto em Lando Norris no pódio em Miami.
- A conquista da Taça de Portugal. O Sporting esteve na frente do marcador, mas Evanilson e Taremi levaram a equipa à vitória naquele que foi o último jogo do iraniano com o emblema azul e branco. O primeiro troféu sob a presidência de AVB e o último com Sérgio Conceição a comandar a equipa.
- Parece que foi o ano de todos terem direito a despedidas bonitas na F1, e Lewis Hamilton conseguiu vencer o “seu” GP no último ano em que correu pela Mercedes. Agora é torcer para repetir o feito no seu primeiro ano pela Ferrari!
- A Argentina conquistou novamente a Copa América, numa final em que Messi saiu lesionado, e a vitória veio da tripla substituição ao minuto 97. Entrou Leo Paredes, Lo Celso e Lautaro Martínez e foram exatamente esses 3 que fizeram acontecer o golo que permitiu a seleção Albiceleste levantar mais um troféu.
- A reviravolta na Supertaça Cândido de Oliveira. Quem diria que o Porto daria a volta a um 3-0 aos 24 minutos e conseguiria vencer por 3-4 no primeiro jogo do homem dos calções a comandar a equipa. Talvez o jogo mais alucinante que vi neste ano civil.
- Tão bom como vencer o GP de sua casa é vencer o GP da casa da sua equipa. Charles Leclerc venceu no Mónaco e em Monza no mesmo ano. A única maneira de tornar isto ainda mais perfeito era se isto tivesse levado (em conjunto com mais vitórias) à conquista do mundial de pilotos e construtores, mas pronto, em 2025 tentam novamente.
- O regresso de Gavi. Todos os “culers” sentiram a sua falta desde que se lesionou ao serviço da seleção em 2023 e, foi com muita alegria, que assistimos ao seu regresso aos relvados. Já tínhamos saudades daquela raça que ele leva para dentro do campo.
- O 1-2 da Ferrari em Austin. Lando e Max compunham a linha da frente quando a corrida começou, mas a disputa entre os dois levou Leclerc ao 1.º lugar e depois foi só manter até ao final. Sainz beneficiou de uma estratégia bem pensada e o undercut correu bem, passando Max e fazendo assim companhia ao colega nos degraus mais altos do pódio.
- A vitória do Barcelona na Champions contra o Bayern. Não apaga aquele 2-8, mas sempre dá para trazer um pouco de paz. O Barcelona andava a ser o saco de pancada do Bayern há algum tempo e o divertimento de Müller nas redes sociais sempre que via um sorteio em que o Barcelona ficasse com a sua equipa.
- O El Clásico no Bernabéu. Foi daqueles jogos que só deu Barcelona, que foram 90 minutos de um futebol que já não víamos há muito a ser praticado nestes confrontos entre as duas equipas. A equipa blaugrana voltou de lá com os 3 pontos e encheu o coração a todos os adeptos (vamos ignorar os resultados mais recentes da equipa porque este artigo é sobre os bons momentos do ano).
- O Ballon D’Or de Rodri. O médio influente no City, o talismã da sorte que bastava estar em campo para a equipa não perder, mereceu conquistar esta distinção individual.
- A última vitória de Sainz pela Ferrari. O Smooth Operator venceu no México e foi a última vez que terminou em P1 pela Scuderia Ferrari. Bem, a última vez até talvez regressar. Não sabemos o futuro e a parceria Charles-Carlos pode voltar a existir novamente após o final do contrato de Hamilton. Só o tempo dirá, mas não vamos assumir à cabeça que é uma ideia impossível de acontecer.
- E para terminar, Colapinto. E podia só deixar isto assim. Colapinto apareceu do nada, não era de todo quem se esperava que viesse quando começaram a surgir os primeiros rumores do despedimento de Logan Sargeant, mas foi ele que veio. E no pouco tempo em que esteve, marcou. O argentino ganhou um lugar no meu coração de adepta de Fórmula 1 e só espero que em breve seja possível voltar a vê-lo na grelha.
Estes foram os momentos que guardei ao longo do ano. Talvez haja mais 2 ou 3 que não mencionei aqui, mas a lista já ia extensa e estes foram sem dúvida os que mais retive e que me proporcionaram felicidade em termos desportivos neste ano de 2024.
Resta-me portanto desejar 2 coisas: um bom ano de 2025 a todos os leitores do Fairplay e que o próximo ano nos traga tantas ou mais alegrias nas modalidades que tanto apreciamos.