João B. Melo. “Vamos para o Uruguai jogar jogo-a-jogo!”

Francisco IsaacAgosto 30, 20176min0

João B. Melo. “Vamos para o Uruguai jogar jogo-a-jogo!”

Francisco IsaacAgosto 30, 20176min0
Esta é a entrevista com o pilar e um dos capitães da Selecção Nacional. Como decorreu a preparação para o Mundial, quais os objectivos de equipa e individuais e o qual é o prazer de ser internacional por Portugal

De partida para o Uruguai, João Bernardo Melo, um dos capitães dos sub-20 de Portugal, teve ainda tempo para falar sobre a época transacta, o que o motiva a jogar rugby e qual vai ser a postura dos jovens Lobos no Rugby World Trophy, com início a dia 29 de Agosto frente à equipa da casa.


João estamos a poucas semanas do início do Campeonato do Mundo de sub-20… como está a ser a preparação? Custaram as primeiras semanas de preparação-física?

Estamos a preparar a competição há algum tempo, sempre muito focados na componente física e agora nas ultimas semanas temos treinado bastante as fases estáticas e defesa a partir das mesmas. No inicio custa sempre mais, mas sabemos ao que vamos e só assim poderemos competir com as restantes equipas.

Quem é que surpreendeu nos treinos? E qual é o vosso objectivo colectivo?

Sinceramente penso que toda a equipa tem vindo a surpreender. Cada semana que passa superamos-nos a nós próprios e temos vindo a evoluir bastante, sendo que ninguém se tem deixado ficar na sua zona de conforto.

Não entramos em nada para perder. Vamos para o Uruguai para jogar jogo a jogo, tal como fizemos na Roménia.

Falemos um pouco sobre a tua época… campeão pelo CDUL (no último segundo de jogo), campeão europeu de sub-20 e, praticamente, com as “duas pernas” no Mundial. Como foi possível? E abdicaste de alguma coisa para atingir estas metas?

Tem sido uma época muito boa tanto no CDUL como na seleção. Tanto numa equipa como noutra, o trabalho metido no campo ou no ginásio foi muitíssimo .A meio da época ninguém dava nada pelo CDUL e se alguém dissesse que íamos ser campeões ninguém acreditava, a não ser nó próprios . Quanto ao europeu foi também uma semana inesquecível. Penso que a forma como defendemos e como analisávamos as outras equipas antes dos jogos fizeram a diferença.

Como foi jogar por Portugal no Europeu? Consegues transmitir aos leitores a sensação de ouvir o hino e cantá-lo?

É sempre um orgulho imenso representar o nosso país. Ouvir e cantar o hino envolve sempre uma mistura de emoções difícil de explicar.

Como começaste a jogar rugby? E experimentaste outras modalidades antes de ficares completamente entregue ao mundo da Oval?

Comecei a jogar por influência de amigos que já jogavam, sendo que continuei a fazer natação e a jogar futebol ao mesmo tempo.

Houve em algum momento vontade de desistir do rugby ou sempre foi “fácil”?

Nunca pensei em desistir do rugby, porque não faz parte do meu caráter desistir do mais difícil, mesmo quando me lesionei gravemente no ombro.

João B. Melo em 2015 (Foto: João Peleteiro Fotografia)
Uma maldade: preferias arriscar um gruber numa situação de 2 para 1 ou um passe por entre as pernas com dez segundos para terminar o jogo?

Se o passe fosse curto…

Qual é o aspecto do teu jogo que precisas de melhorar? És um 1ª linha “clássico”, moderno ou um mix dos dois?

Preciso de melhorar as fases estáticas, visto que é um ponto que cada vez se tem tornado mais importante. Penso ser um mix dos dois.

Porquê o CDUL? O que há de especial na equipa dos Universitários?

Se olharmos para a história do CDUL temos a resposta. Tudo o que o CDUL já ganhou e já provou em campo e fora do mesmo são suficientes para qualquer jogador querer jogar no clube.

Qual é o jogador-modelo do CDUL? E quem é o membro da equipa que está sempre a “chatear” no sentido de vos melhorar?

Sem dúvida que o Gonçalo Foro é o modelo a seguir e o mais “chato”

Tiago Girão ou Gonçalo Foro… qual é a importância de ambos para os jogadores mais novos? E tu já te sentes o peso de ser um exemplo para os mais “novos”, como internacional sub-20 que és?

São dois jogadores que foram fundamentais na ultima época do CDUL. Lembro-me de ter 12,13 anos e ir vê-los jogar. Claro que para os mais novos é sempre especial jogar com eles, queremos sempre dar o nosso melhor ao lado deles. Quanto à segunda pergunta, tento sempre ajudar os mais novos quando precisam e eles a mim, por isso não sinto qualquer peso.

Como foi a tua estreia sénior pelo CDUL? E recordas-te do que te disseram no final do jogo?

O primeiro jogo foi logo no inicio desta época contra a académica em casa. Do final do jogo só me lembro do clássico corredor.

Gostavas de tentar jogar fora de Portugal? E se sim, para que país ou clube?

Para já estou bem em Portugal. Quero evoluir como jogador no meu país.

Um desafio… perguntas rápidas e sem medo de responder: colega mais “divertido” na Selecção su-20? E o que se pudesses fazias uma placagem sem meter os braços?

Os mais palhacinhos são sem dúvida o Duarte Torgal e o Caetano Castelo Branco. Quanto à placagem metia-a no Zé Luis Cabral.

Escolhe uma sitação destas três: um para um contra o Manuel Cardoso Pinto, recepção de um passe de hospital e subsequentemente seres placado pelo Vasco Ribeiro ou placar ou fazer três séries de shuttles ao sol?

Shuttles ao sol

Nova Zelândia ou Inglaterra? Dylan Hartley ou Dane Coles?

Nova Zelândia e Jamie George

Arriscar um drop numa final de campeonato ou seguir rápido uma penalidade numa situação de 3 para 3 numa eliminatória para o Mundial?

Penalidade rápida

Que jogo gostavas de repetir?

Portugal –Espanha e CDUL-Agro, apesar de não o ter jogado.

Queres deixar uma mensagem para os nossos leitores, comunidade de rugby e os teus colegas de equipa.?

Só pedir para que apoiem sempre a equipa nas 3 semanas que estivermos no Uruguai. Apesar de estarmos longe sentimos sempre o apoio e a força que vêm de Portugal.

Campeões da Europa (Foto: João Peleteiro Fotografia)

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