Carlos Alcaraz, 18 anos, tem batido vários recordes de precocidade desde que estreou no circuito ATP em 2019.
Carlos Alcaraz, 18 anos, tem batido vários recordes de precocidade desde que estreou no circuito ATP em 2019.
Alexander Zverev conquistou, pela segunda vez, o Masters Final. Em uma final contra Medvedev, o alemão venceu por duplo 6-4. O título premeia uma temporada em cheio de Zverev. Aos 24 anos, o alemão é um nome grande do circuito, já há muito tempo entre top-10, mas que ainda não conseguiu ganhar um Major.
Mas se os Grand Slam são o seu calcanhar de Aquiles, o mesmo não se pode dizer de Masters. E em 2021 ninguém ganhou mais do que o alemão. São ao todo 59 vitórias que culminaram em 6 títulos: Acapulco, Madrid, Viena, Cincinatti, Jogos Olimpícos Tóquio e ATP Finals. Na carreira são já 19 troféus.
Em Turim, onde se jogou o ATP Finals, Zverev conseguiu vencer na final aquele que tem sido o seu algoz no circuito. Medvedev tinha vencido os últimos cinco confrontos entre os dois. Incluindo na fase de grupos deste ATP Finals. Também por isso, reconheceu o alemão, fez um dos seus melhores jogos do ano.
Zverev começou por vencer Hurkackz (6-4 e 6-2) e o Berretini, que desistiu por lesão. A única derrota foi precisamente para Medeved (3-6. 7-6, 6-7). Os dois avançaram para as meias finais onde encontraram Djokovic e Casper Ruud.
O norueguês voltou a mostrar que atravessa um bom momento. Na primeira vez que jogou o ATP Finals, Ruud levou a melhor sobre o repescado Cameron Norrie (1-6, 6-3 e 6-4) e Hurkacz (6-2 e 6-2). A única derrota na fase de grupos foi diante Djokovic, que ganhou os três jogos.
Casper Ruud, número 8 do mundo, ganhou 5 torneios em 2021. É já o melhor tenista norueguês de sempre e o primeiro do seu país a jogar a competição. Pela consistência demonstrada e até pela idade, 22 anos, o mais provável é que no futuro possamos continuar a vê-lo neste torneio. Este ano, o sonho terminou nas meias-finais, diante Medvedev (6-4 e 6-2).
Quem também caiu nas meias finais foi Djokovic. Zverev repetiu o triunfo das meias finais em Tóquio, desta vez por 7-6, 4-6 e 6-3. Foi a quarta vez, em 11 jogos, que o alemão ganhou do sérvio. Apesar do desaire, este foi um grande ano para Nolan com triunfos em três dos quatro Grand Slam do calendário, igualando Federer e Nadal com 20 Majors.
Menos felizes estiveram Stefanos Tsitsipas e Matteo Berretini. O grego desistiu da prova devido a uma lesão no ombro direito. Jogou apenas um jogo, perdendo para Rublev por duplo 6-4. Para o seu lugar entrou Cameron Norrie, que acabou por perder os dois jogos feitos. O italiano também foi afastado na partida com Zverev. Foi substituído por Jannik Sinner. O também italiano ganhou de Hurkackz (duplo 6-2) mas perdeu para Medvedev.
“Não há melhor forma de terminar a temporada, por isso estou pronto para as férias”, disse Zverev. Com 59 vitórias é o jogador que mais ganhou em 2021. Mas os registos do alemão vão muito além disso. Ele é o décimo jogador da história a ganhar o torneio por mais de uma vez. Os outros são Federer (6), Djokovic, Sampras e Lendl (5), Nastase (4), McEnroe (3), Borg, Hewitt e Zverev (2).
Zverev é também o quarto jogador da história ganhar do número 1 e número 2 do mundo nas meias finais e final do torneio. A última vez que isso aconteceu foi em 1990.
O alemão olha agora para 2021 com forças renovadas. O próximo passo será a conquista de um Grand Slam. E esse tem sido o “Nemesis”. Mas até pelo declínio do Big-3, sobretudo Nadal e Federer, é bem possível que possamos começar a ver Zverev mais vezes em finais. Mesmo tendo a concorrência de Medvedev, Tsitsipas ou Rublev.
Para do processo passará também pela sua força mental. E o alemão tem investido muito nisso nos últimos anos. Agora, porém, seguem-se férias…
Waking up as the #NittoATPFinals champion for a second time ? pic.twitter.com/uPORvc9TbX
— ATP Tour (@atptour) November 22, 2021
Djokovic vai terminar 2021 como número um do mundo. Sem surpresa, aliás. A novidade aqui é que isso acontece pela sétima vez o que representa um novo recorde. Mais um para o sérvio. Para isso, Nolan não apenas jogou o ATP Paris como conseguiu ganhar sobre Medvedev (4-6, 6-3 e 6-3).
O sérvio vingou, assim, a derrota para o russo na final do US Open. Djokovic seguirá como o líder mais velho a terminar o ano como número do mundo. Um feito que coroa um ano de ouro.
Na verdade, 2021 ficará na história do sérvio por vários motivos. Ganhou quase tudo o que havia para ganhar. Foram, para já, 5 títulos: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon, Belgrado e Paris. A estes ainda se pode juntar o ATP Finals, que se joga esta semana.
Mas nem tudo foram alegrias. A derrota na final do US Open será, por certo, um momento que marcará a vida desportiva de Djokovic. O sérvio, conhecido por ter uma forte força mental, sentiu o momento e acabou por perder para Medvedev. Em caso de vitória conseguiria o rally Grand Slam na mesma temporada, o que não acontece desde Rod Laver. Outra derrota importante foi nos Jogos Olímpicos. Djokovic caiu nas meias finais perante Zverev e nem a medalha de bronze conseguiu.
Olhando o ano o sérvio é ainda o maior protagonista do circuito. E, na comparação com Nadal e Federer, o que tem melhores condições para ser o primeiro jogador a alcançar 21 Majors, em Austrália, em 2022. Nadal vai voltar a jogar ainda este ano. Por um lado, isso deve-se à pressão de patrocinadores, mas também para olhar para o Australian Open. Federer também deverá voltar a jogar em Melbourne.
Sim, Djokovic é ainda o principal jogador em atividade, mas Medeved é quem está mais perto para a sucessão. O campeão de US Open foi vice em Paris e tenta esta semana revalidar o título de 2020 no ATP Finals. Djokovic não tem dúvidas. Ele será o próximo número 1 do mundo. Mas por enquanto esse é um cenário que só poderá acontecer em 2022.
Quando falamos de ténis, dificilmente associamos a Noruega a algum feito, ou jogador histórico. Contudo, Casper Ruud está aí para provar o contrário. Aos 22 anos, o norueguês não é apenas o maior nome da história do país na modalidade. Ele está ao lado de Erling Haaland (futebol) e Johannes Klaebo (Ski) como uma das maiores celebridades norueguesas. A pergunta que se impõe é: onde pode chegar o melhor tenista norueguês de sempre?
O caso não é para menos. Só este ano Ruud já conquistou 5 torneios: Geneve, Bastad, Gstaad, Kizbuhel e San Diego. Um feito que o coloca como o primeiro jogador, desde James Blake (2006), a ganhar 5 torneios 250 ATP. Em 2020, Casper Ruud venceu também em Buenos Aires. São, portanto, 6 títulos aos 22 anos. E não é tudo. Ele é também o primeiro norueguês a ganhar um torneio ATP e a chegar às meias-finais de um Masters 1000. Aconteceu em Monte Carlo (2021), Madrid (2021) e Itália (2020).
Sem surpresa, Ruud é o norueguês mais bem classificado de sempre, ocupando atualmente a oitava posição do ranking ATP.
Filho do ex-tenista Christian Ruud, Casper cresceu com Rafael Nadal como seu maior ídolo. Não por acaso, ao bom estilo europeu, a terra batida é o seu ponto mais forte. Aliás, a maioria dos seus resultados mais expressivos aconteceram nesse piso. É, por isso, reconhecidamente um dos melhores jogadores de terra batida da atualidade.
Ruud tornou-se profissional em 2015. Ainda com idade de júnior, iniciou o ano de 2016 liderando o ranking dessa categoria. Foi, também aí, o primeiro norueguês a conseguir esse feito.
Casper Ruud começou por ganhar experiência em torneios Futures e com isso foi subindo no ranking. Rapidamente, chegou à sua primeira final, em Espanha, ganhando sobre Carlos Taberner, em Paguera. Venceu, depois, mais 4 finais. Em Setembro jogou o seu primeiro Challenger. Ao ganhar a Taça de Sevilha, tornou-se o quarto mais jovem de sempre a fazê-lo. Terminou o ano como 225º do ranking ATP.
Após impressionar em 2016, recebeu um Wild Card para jogar um ATP 550. Foi no Rio Janeiro. Chegou à sua primeira meia-final da categoria e foi o mais jovem, desde Borna Coric, em 2014, a fazê-lo. Ainda em 2017 recebeu um Wild Card para jogar o seu primeiro Masters 1000. Aconteceu em Miami.
A sua primeira participação em um Grand Slam decorreu em 2018, no Australian Open. Ruud teve que passar pelos qualifyers. Aos 17 foi o primeiro norueguês a consegui-lo. Acabou por ser eliminado na segunda ronda, por Diego Schwarzman, mas mais tarde apurou-se para Roland Garros e US Open. A sua evolução tem sido gradual. É, por isso, sem surpresa que o seu melhor desempenho em Majors tenha acontecido este ano. No Australian Open chegou à quarta ronda.
O ano de 2019 foi o da sua primeira final ATP Tour. Aconteceu no Clay Court, no EUA, mas perdeu para Cristian Garin. Nesse momento, Casper igualava o seu pai com o maior feito da história do ténis norueguês. Os dois eram, até então, os únicos a chegar a finais ATP. Ainda em 2019, alcançou a sua primeira vitória em Masters 1000. No Open Itália, ganhou a Nick Evans e Nick Kyrgios. Acrescente-se que, nos últimos tempos, o norueguês e o australiano têm vindo a trocar farpas nas redes sociais.
O primeiro título de Casper Ruud e do ténis norueguês chegou em 2020. Foi em Buenos Aires diante o português Pedro Sousa. No mesmo mês chegou à final do ATP Chile, mas perdeu para Thiago Wild. Antes de tudo disso, liderou o seu país a uma importante vitória sobre os EUA na primeira ronda da ATP Cup.
Casper Ruud começava a ganhar consistência e o ano de 2021 tem colhido frutos disso. Para além dos 5 títulos ATP ainda fez parte da equipa europeia que ganhou a Laver Cup.
Casper Ruud tem um estilo que favorece um jogo no fundo do court. É lá que gosta de controlar o jogo e dar fortes pancadas com de forhand. Apesar de ser destro, consegue poderosas pancadas de backhand. É na terra batida que se sente mais confortável, mas ainda precisa de ser mais consistente nos pisos mais rápidos. Para um jogador em ascensão, agora no top-10 mundial, e já com alguns títulos, é importante alcançar rondas mais avançadas em Majors. Sobretudo no Australian Open e US Open, mas também no relvado de Wimbledon.
Aos 22 anos, Casper Ruud tem o mundo à sua frente. Com um pouco mais de agressividade, veremos até onde aquele que já é o melhor tenista norueguês de sempre pode chegar.
Cameron Norrie tornou-se o primeiro britânico a ganhar Indian Wells e está na corrida para o Masters Final, em Turim.
Pelo quarto ano consecutivo a Europa leva a Laver Cupa. Mesmo sem o Big-3, os europeus conquistaram o seu triunfo mais robusto.
Novak Djokovic não parece ter dúvidas, Daniil Medvedev “será em breve o próximo número 1 mundial.” As declarações não foram apenas generosas. Pelo que vimos, o russo é o mais sério candidato à sucessão do sérvio.
Flushing Meadows engalanou-se para prestigiar o número 1 do mundo, que buscava o Calendar Grand Slam e se tornar recordista de Majors (21). Do cinema (Brad Pitt, Di Caprio…) a ex-tenistas (Maria Sharapova e até Rod Laver, o último a conquistar todos os Majors em um único ano) ninguém quis faltar. Mas todos acabaram por assistir ao primeiro título de Daniil Medvedev. E pelo nível apresentado não deverá ser o último. De facto, o russo jogou, provavelmente, a melhor partida da sua carreira. E não fez por menos. Um triplo 6-4.
O russo jogou a um nível tal que Djokovic nunca teve o jogo controlado. E por mais soluções que tentasse, o russo sempre se superiorizava. E muita dessa superioridade deveu-se ao saque, por vezes aberto, por vezes fechado. Medvedev conquistou 80% dos pontos em primeiro jogo de serviço e nada menos do que 16 ases. Verdadeiramente, o número 2 mundial nunca deu brecha para Djokovic aproveitar. Sobretudo nos dois primeiros sets, roçou a perfeição. E sempre que cometia algum erro, ou Nolan repondia, tirava um às da cartola.
Não há erro em dizer que não foi Djokovic quem perdeu, foi Medvedev quem ganhou. E deve ser valorizado por isso. Afinal, aos 25 anos ele é apenas o terceiro russo a conseguir ganhar um Major. Os outros foram Evgeni Kafalnikov (Roland Garros, 1996, e Australian Open, 1999) e Marat Safin (US Open, 2005, e Australian Open, 2005).
O título de Medvedev trás ao debate a importância do saque. Ele é a base do seu jogo e da sua confiança, condicionando adversários e a forma como o jogo decorre. Claro que Medvedev tem muitos outros atributos, como a sua força mental e consistência. Sobretudo em piso rápido. O russo lidera o ATP Tour neste tipo de piso com 12 títulos, 17 finais e 147 vitórias desde 2018. Não apenas é credível a hipótese de se tornar o líder da hierarquia mundial como poderá liderar uma nova tendência no ténis mundial, o investimento do peso de jogo no saque e em ases. E quem sabe se Medveded não poderá chegar à liderança do ranking antes de 2022. Isto porque Djokovic diz não ter planos para jogar outros torneios até ao final do ano.
Ao final do US Open, o sérvio desabou todo o peso e expectativa que carregava às costas. Levará tempo para se recompor e, convenhamos, aos 34 anos já deve priorizar torneios para gerir o seu esforço. É pouco expectável que o multicampeão abandone os courts, até porque é quem mais condições tem para se isolar como o maior campeão de Grand Slams. Roger Federer, 40 anos e a contas com 3 cirurgias, poderá mesmo não regressar mais. Nadal, 35 anos, também se encontra reduzido fisicamente e deverá priorizar Grand Slams nesta fase da carreira.
Não é por Djokovic ter perdido que a sua qualidade é posta em causa. Seria pouco sério fazê-lo num ano em que ganhou o Australian Open, Wimbledon e Roland Garros. E sobretudo o nível apresentado nas meias-finais mostra que continua a ser o principal jogador do circuito. Para o mal de Alexander Zverev. O alemão não conseguiu repetir a vitória sobre o sérvio nas meias-finais das Olimpíadas de Tóquio e perdeu por 6-4, 2-6, 4-6, 6-4 e 2-6. Zverev, que já ganhou Masters 1000, ATP Master e Ouro Olímpico, continua sem conseguir vencer um Major.
Nesta edição há ainda a destacar outros três nomes: Felix Auger-Aliassime, Carlos Alcaraz e Botic Van de Zandschulp. Após alcançar os quartos de final em Wimbledon, Aliassime chegou agora às meias-finais do US Open, caindo para o campeão (6-4, 7-5, e 6-2). Nos quartos de final deixou para trás outra surpresa, Carlos Alcaraz. O espanhol, 18 anos, eliminou Cameron Norrie, Arthur Rinderknech e Stefanos Tsitsipas. Alcaraz é o 38º do mundo e conquistou este ano o seu primeiro título ATP em Umag (Turquia). Já Zandschulp, oriundo dos qualifying, alcançou também os quartos de final após afastar Carlos Taberner, Casper Ruud, Facundo Bagnis, Diego Schwarzman. Acabou por ser afastado também por Medvedev. Cabe dizer ainda que o campeão russo ao longo de todo o seu percurso perdeu apenas um set. Foi justamente contra o holandês.
Com alguns Masters 1000 ainda pela frente, Medvedev tenta aproximar-se da liderança de Djokovic. Parece ser uma questão de tempo, embora tudo possa mudar em caso de lesão ou algum outro fator mais improvável. Com Federer mais fora do que dentro dos courts, e tendo em conta a intermitência de Nadal, a sua idade, tal como a de Djokovic, é muito provável que a priorização na luta pelo número de Majors abra oportunidades à sucessão do Big-3 na liderança mundial. E ninguém parece tão preparado para isso quanto Medvedev.
The best champion celebration ever and it’s not even close. ?#USOpen pic.twitter.com/wSW6SK6eHS
— Blair Henley (@BlairHenley) September 12, 2021
A grande interrogação do US Open, que arrancou esta segunda-feira, dia 30, é saber quem pode travar Novak Djokovic. O número um mundial é o grande favorito à conquista do torneio nova-iorquino. E não é para menos. Sem Nadal, Thiem (lesionados) e Federer (sujeito a nova operação), o sérvio surge como o grande favorito.
Em caso de vitória, Djokovic consegue dois feitos importantes: tornar-se o primeiro jogador a ganhar 21 Majors e vencer os 4 Grand Slam no mesmo ano, algo que nenhum tenista conseguiu desde Rod Laver.
E há razões para acreditar que Nolan se apresentará ao mais alto nível. A principal das quais é a que, desde as olimpíadas, o sérvio abdicou dos torneios de Tóquio e Cincinatti para se preparar para o US Open. Isso quer dizer que Djokovic se deverá apresentar no seu auge físico, técnico e mental.
É verdade que o líder do ranking mundial saiu feio na fotografia dos jogos de Tóquio, mas a história do sérvio mostra-nos que é nestes momentos que ele se supera. É através dos pontos baixos que Djokovic responde com o seu melhor ténis. Um bom exemplo foi o Australian Open deste ano.
Mas sem Nadal, Federer e Thiem, quem pode travar o sérvio? Bem, a verdade é que as ausências de jogadores históricos tem feito emergir finalmente novos talentos. Sobretudo Zverev, Tsitsipas e Medvedev. Os três encontram-se, provavelmente, no seu auge de carreira. E a tendência é continuar a melhorar. O alemão, por exemplo, tem melhorado muito o seu saque. Não por acaso, eliminou Djokovic nas meias finais dos Jogos Olímpicos. Medvedev, número 2 do mundo, tem jogado o fino do ténis. Só este ano já ganhou em Marselha, Maiorca e o ATP 1000 do Canadá. É bem verdade que não tem um estilo elegante, mas é extremamente eficiente e tem uma ambição e força mental como poucos.
Tsitsipas também é uma boa aposta para alcançar, pelo menos, as quartos de final Em Roland Garros, por exemplo, empurrou Djokovic para um jogo de cinco sets. Será interessante acompanhar o primeiro jogo da ronda inaugural contra Andy Murray. Apesar do estatuto do britânico, o grego encontra-se hoje em outro patamar e é amplamente favorito. Caso avance, Tsitsipas poderá enfrentar Cameron Norris, Ugo Humbert ou Cristian Garin.
Há ainda Andrey Rublev. O número sete do mundo procura ainda ser consistente. Este ano ganhou o torneio de Roterdão mas mostrou ter condições para vencer qualquer um.
Se olharmos para o ranking mundial, pela primeira vez desde 2005, apenas um jogador do Big-3, Djokovic, está no top 3. Isso diz-nos que, aos poucos, o ténis se vai renovando. Mesmo tendo em conta a longevidade de Federer, Nadal e Djokovic.
Se olharmos para a chave do torneio, percebemos que o sérvio não deverá ter problemas nos primeiros jogos. A começar com o dinamarquês Rune. Mais à frente poderá jogar com Nishikori. O japonês tem-se mostrado este ano bem regular e consistente mas longe dos melhores tempos. Caso dê a lógica, apenas nas meias finais o sérvio poderá defrontar Zverev. Caso o faça será a reedição das semi-finais de Tóquio. O ouro olímpico então conquistado pelo alemão mostra a boa fase em que se encontra. Aliás, este pode ser também o momento chave para o alemão conquistar o seu primeiro Major. Apontado como um dos mais promissores tenistas do circuito, a verdade é que o alemão tem falhado nos momentos chave. Veremos, pois, se os Jogos de Tóquio foram o virar de ficha ou uma exceção que confirma a regra. Certo é que olhando para o ténis de Zverev, o alemão está muito mais sólido e com um saque que já se tornou uma arma. Veremos se é o suficiente.
Alexander Zverev conquistou, em Pequim, a sua primeira medalha de ouro no ténis. Um título maior na sua carreira, já recheada de vitórias, mas ainda sem conseguir conquistar o tão desejado Grand Slam. Aos 24 anos, o alemão soma 16 títulos, incluindo, agora, o ouro olímpico. Só em 2021 o número 5 mundial já conquistou, para além da olimpíada, troféus em Acapulco e no Masters 1000 de Madrid.
Zverev não se apresentava como um dos principais candidatos ao ouro, contudo, antes da prova, à imprensa alemã, o número 5 do mundo considerava esse um dos seus grandes objetivos do ano. E se olharmos ao seu talento e capacidade é sempre em um jogador a ter em conta. Quem o diz é o seu histórico. Contra Federer venceu 4 de 7 jogos, contra Nadal soma 3 vitórias e 6 derrotas e contra Djokovic tem 2 trunfos contra 6 do sérvio.
Uma dessas vitórias sobre Djokovic foi precisamente nas meias-finais de Tóquio. O alemão superou o sérvio por 1-6, 6-3 e 6-1, impedindo o número 1 mundial de fazer o Golden Grand Slam (associar o ouro olímpico a todos os Majors ganhos).
Na final, Zverev ganhou a Karen Khachanov (6-3 e 6-1) e não escondia o orgulho de ter alcançado o patamar mais alto no ténis. Para isso, deixou também para trás Daniel Galan (6-2, 6-2), Nikoloz Basilashvili (6-4 e 7-6) e Jeremy Chardy (6-4 e 6-1).
Conquistado o ouro olímpico, Zverev espreita o grande objetivo que ainda falta. Os Grand Slam. Para um atleta com o seu talento e habituado a estar desde muito jovem entre primeiros lugares do ranking, alcançar um Major é algo que lhe tem sido cobrado pela crítica e também por si. E por algumas vezes tem batido na trave. O ano passado foi finalista vencido no US Open e foi semifinalista no Australian Open. Já este ano caiu também nas meias finais em Roland Garros.
Apesar da versatilidade do seu ténis a verdade é que Zverev tem sido por vezes irregular e isso tem-lhe custado alguns troféus. Ainda assim, desde 2016 nunca passou um ano sem títulos. E em 2018 conseguiu mesmo alcançar o troféu do Masters Final. Para além disso, desde 2016 foi finalista vencido por 9 ocasiões, incluindo 3 finais de Masters 1000: Miami, Roma e Shangai.
Zverev faz parte de uma geração vítima do domínio do Big-3, contudo, aos 24 anos, o futuro é seu. E apesar de ele ser considerado “o próximo” grande nome do ténis e o sucessor de Federer, Djokovic e Nadal, a verdade é que conquistar Majors se tornou, em dado momento, uma obsessão sua. As tentativas frustradas têm-se transformado em um peso na sua carreira. A verdade, porém, é que hoje Zverev parece ser um jogador mais leve em court. E com confiança torna-se um dos favoritos a ganhar qualquer Major. A começar já no US Open.
Der ? Moment! #Zverev #Olympia2020 | #Tokyo2020 | #Olympics pic.twitter.com/r3gS6oY5pK
— ZDF (@ZDF) August 1, 2021
A resposta à pergunta do título é controversa e divide opiniões no mundo do ténis. Sobretudo entre os fãs. E, por certo, a pergunta está na cabeça de Roger Federer. Prestes a completar 40 anos de idade, ainda faz sentido o multicampeão suíço jogar ao mais alto nível?
Há alguns anos que se vem questionando até quando Roger Federer vai continuar no circuito. O helvético sempre respondeu que quando a família pedir para sair ou não sentir que pode ser competitivo, sobretudo contra Nadal e Djokovic, sairá pela próprio pé.
Após ser igualado em número de Majors pelo espanhol e pelo sérvio (20), poucos apostam hoje que Federer possa ainda ganhar mais algum Grand Slam. Mas isso talvez nem seja o mais importante. Em Wimbledon caiu nos quartos de final. Pior do que a derrota, foi a forma como ela aconteceu. O desaire por 6-3, 7-6 e 6-0, para Hubert Hurzkacz, foi seu o pior resultado dos últimos 19 anos no All England Club. Para quem se habituou a ganhar e chegar a tantas finais, derrotas como esta pesam na imagem do tenista.
O seu último Grand Slam conquistado foi o Australian Open, em 2018. No ano seguinte foi finalista vencido em Wimbledon. Os quatro títulos conquistados em 2019 (Basileia, Halle, Miami e Dubai) foram, aliás, os seus últimos desde então. Recorde-se também que Federer esteve afastado um ano a recuperar de duas cirurgias ao joelho direito.
Talvez o suíço já não esteja no auge da sua capacidade para voltar a ser a máquina vencedora que habituou os fãs, mas é imprudente e injusto dizer que já não é competitivo. Antes pelo contrário. Não há memória de outro tenista na história que apresente a performance de Federer nesta idade.
A verdade é que a poucos dias de fazer 40 anos (8 de agosto) Federer segue firme no top-10 mundial, como número 9. E chegar aos quartos de final de um Grand Slam continua a ser um registo muito bom para qualquer tenista. Conforme referido antes, talvez o seu passado vitorioso pese quando vimos Fed cair antes das fases decisivas. E aí entra outra pergunta: Qual vai ser a última imagem de Federer antes de se aposentar?
Por enquanto, o suíço deixa em aberto todas as possibilidades. Após perder em Wimbledon, reconheceu que “é momento de pensar”, não prometendo voltar ao All England Club, embora gostasse de o fazer.
Talvez o US Open possa ser chave para responder a isso. Caso o joelho de Federer responda bem, ele consiga ser competitivo, mesmo não chegando às meias-finais, pode acontecer que o suíço permaneça no circuito nos próximos anos. Caso haja uma nova derrota vexatória, como em Wimbledon, ou o joelho não esteja bem, é possível que estejamos a ver os últimos momentos do helvético nos courts. Ou, pelo menos, em Majors. Isto porque, até pela idade e menor vigor físico, jogar a 5 sets pode ser já demasiado exigente. Mas jogar Masters a três sets, em momentos estratégicos do ano pode configurar-se como alternativa.
Provavelmente Federer terminará a carreira sem ser o jogador com mais Grand Slam. Contudo, está apenas a 7 títulos ATP de igualar Jimmy Connors como maior campeão do circuito da história. Talvez seja esse o mais acessível e derradeiro recorde que o multicampeão suíço pode ainda almejar.
Após uma temporada e meia marcada pela pandemia e algumas incertezas, os fãs pedem ainda que Fed faça uma última temporada completa de despedida. A grande quantidade de patrocínios associados ao suíço também tem dado força à sua continuidade, embora dinheiro não seja, há muito tempo, problema para ele.
Certo é que o dia da despedida dos courts estará cada vez mais próximo. E quando isso acontecer ficará um vazio para todos: fãs de ténis e desporto no geral, jogadores, treinadores e ATP. Enfim, será o fim de uma era para que outra nasça. E há tanto a acontecer no ténis…
"Of course I would like to play it again, but at my age you're just never sure what's around the corner."
Has Roger Federer played his last match at Wimbledon? ?#Wimbledon #bbctennis pic.twitter.com/xnZfFOTIA1
— BBC Sport (@BBCSport) July 7, 2021