Arquivo de Ténis - Página 4 de 23 - Fair Play

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André Dias PereiraAbril 12, 20235min0

Chegou a Portugal como primeiro cabeça de série, esteve às portas da liderança mundial, venceu 10 torneios ATP e em 2022 foi finalista vencido em Roland Garros, US Open e ATP Finals. Apesar de todo este currículo, a verdade é que Casper Ruud é ainda pouco reconhecido entre os maiores da atual geração.

Esta semana venceu o Estoril Open, o seu primeiro título de 2023, e até reconheceu que em Portugal se escreve pouco sobre si e que prefere dessa maneira.

De fato, Casper Ruud tornou-se o mais recente campeão do único torneio nível ATP que se joga em Portugal. Com um triunfo sobre o amigo Miomir Kecmanovic (6-2 e 7-6), o norueguês subiu um lugar no ranking ATP, sendo agora quarto da geral. Dos dez títulos conquistados por Ruud nove foram na terra batida. É o ponto mais forte do noruguês. “É uma ótima forma de começar a temporada de terra batida”, reconheceu Ruud, que admite voltar novamente no futuro.

Este foi também o seu segundo triunfo sobre o sérvio, em três jogos disputados. Kecmanovic buscava o seu segundo título ATP. O sérvio, 34 do ranking, venceu o seu único torneio em Kitzbuhel, em 2020.

A verdade é Ruud é neste momento um dos melhores do mundo. Com muito ou pouco ruído em seu torno. É verdade que ainda lhe falta um grande torneio mas aos 24 anos é um tenista consistente. E essa consistência está na base do triunfo em solo português. Para chegar à final, o norueguês levou a melhor sobre João Sousa, Sebastian Baez (campeão em 2022) e também Quentin Halys. Às vezes com alguns sobressaltos, sim, mas no geral foi melhor que os seus rivais.

Sousa cai nos oitavos

A única vez que o agora número 4 do mundo esteve em desvantagem foi com João Sousa. A grande esperança portuguesa no torneio, vencedor em 2018. O tenista luso começou por vencer o primeiro set, 6-4, mas perdeu os seguintes por 6-2. Ainda assim, Sousa contou com uma vitória sobre Giulio Zeppieri (6-4, 1-6 e 6-3). O tenista português é hoje o 146 do mundo.

Outro nome importante no torneio foi o de Dominic Thiem. Hoje 106 do mundo, a sua classificação não reflete o seu talento. Aliás, o austríaco já foi top-5 do mundo mas tem sofrido com lesões. No Estoril caiu nos quartos de final perante Quentin Halys (6-1 e 6-4), uma das surpresas do torneio. O francês é 66 do mundo e nunca chegou em qualquer final. Ainda assim, o sol do Estoril foi uma boa monta para o seu talento que o levou até às meias-finais.

O contingente espanhol, sempre muito presente no torneio luso, também não foi feliz. Alejandro Fokina e Zapata Miralles foram os melhores, ao atingirem os quartos de final. Bautista Agut caiu no seu primeiro jogo, 16 avos de final, diante Quentin Halys (7-6, 7-5), e Ramos Viñolas (campeão em 2021) nos 32 avos de final, contra Jurij Rodionov (3-6, 6-1 e 6-4).

Com o tiunfo em Portugal, Casper Ruud encara com mais confiança a temporada de terra batida. Após ter chegado à final de Roland Garros o ano passado, o noruguês busca ainda o seu primeiro major. Ainda que não seja o grande favorito é certamente um nome a ter em conta em Paris.

O torneio marca ainda a despedida do árbitro Carlos Ramos. O juíz de cadeira foi o primeiro a completar o Carreer Grand Slam: arbitrou as finais dos quatro Majors masculinos e também a final dos Jogos Olímpicos.

Todos os vencedores

Casper Ruud foi o primeiro noruguês a vencer o torneio que se realiza desde 1990. O primeiro campeão foi Emilio Sanchez. De resto, Espanha tem sido o país mais dominante no que diz respeito a campeões. São já 14 títulos. O torneio já teve vários campeões que são referências mundiais, como Federer, Djokovic, Wawrinka, Del Potro, Tsitsipas, Thomas Muster, Juan Carlos Ferrero, Carlos Costa, Carlos Moya, entre outros. Contudo, nunca ninguém venceu o Estoril Open por três ocasiões. Ainda assim, houve quem o vencesse por duas vezes, como Carlos Costa (1992 e 1994) e nos casos de Albert Montañes (2009-2010), Delo Potro (2011-2012) Carlos Moya (1999-2000) e Thomas Muster (1995-1996), de forma consecutiva.

2023 – Casper Ruud

2022 – Sebastian Baez

2021 – Albert Ramos Viñolas

2020 – Não se realizou por motivos de Covid-19

2019 – Stefanos Tsitsipas

2018 – João Sousa

2017 – Pablo Carreño Busta

2016 – Nicolas Almagro

2015 – Richard Gasquet

2014 – Carlos Berlocq

2013 – Stanislas Wawrinka

2011 – 2012 – Juan Martin Del Potro

2009 e 2010 – Albert Montañes

2008 – Roger Federer

2007 – Novak Djokovic

2006 – David Nalbandian

2005 – Gaston Gaudio

2004 – Juan Ignacio Chela

2003 – Nicolay Davidenko

2002 – David Nalbandian

2001 – Juan Carlos Ferrero

1999 e 2000 – Carlos Moya

1998 – Alberto Berasategui

1997 – Alex Corretja

1995 e 1996 – Thomas Muster

1994 – Carlos Costa

1993 – Andrei Medvedev

1992 – Carlos Costa

1991 – Sergui Bruguera

1990 – Emilio Sanchez

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André Dias PereiraMarço 22, 20232min0

Carlos Alcaraz está de volta ao topo do ténis mundial. E isso, apesar de se saber ser uma questão de tempo, é também algo que nos diz muito sobre o que está para vir.

O espanhol havia-se tornado, em 2022, o mais jovem número 1 mundial. Traído por uma lesão que o impossibilitou de jogar o Australian Open, Alcaraz viu Novak Djokovic recuperar a liderança do ATP. O talento e capacidade do espanhol nunca estiveram em causa mas o momento serviu para testar a sua maturidade e força mental. Recorde-se, a título de exemplo, que quando Medvedev chegou a número 1 do mundo passou por dificuldades para aguentar a pressão. E a verdade é que o seu ano de 2022 foi abaixo das expectativas.

Só que, tudo indica, Carlos Alcaraz passou o teste com distinção. Ao vencer Indian Wells – justamente sobre Daniil Medvedev, o espanhol tornou-se também o mais jovem de sempre a recuperar a liderança da hierarquia mundial. Mais um recorde de precocidade a somar a tantos outros ao longo da sua ainda curta carreira. O anterior recorde pertencia a Marat Safin, com 20 anos de idade.

Esta temporada, Alcaraz somas já os títulos de Buenos Aires e Indian Wells, tendo ainda chegado à final do Rio Open. Aliás, o espanhol e o russo são, provavelmente, os dois jogadores em melhor forma no circuito.

Foi por isso sem surpresa que se encontraram na final de Indian Wells. Alcaraz levou a melhor por 6-3 e 6-2, interrompendo a série de 19 vitórias consecutivas de Medvedev. Foram apenas 35 minutos de jogo. Este é já o terceiro Masters 1000 que o espanhol ganha. Os outros foram em Miami e Madrid. E o mais impressionante é que em todos eles não cedeu qualquer set.

Campanha imaculada

Neste torneio, Alcaraz deixou para trás Thanasi Kokkinakis (6-3, 6-3), Tallon Griekpoor (7-6 e 6-3), Jack Draper (retirou-se do jogo), Felix Aliassime (6-4 e 6-4) e Jannik Sinner (7-6 e 6-3). Já Medvedev levou a melhor sobre Brandon Nakashima (6-4 e 6-3), Ilya Ivachka (6-2, 3-6, 6-1), Alexander Zverev (6-7, 7-6 e 7-5), Alejandro Fokina (6-3 e 7-5) e Frances Tiafoe (7-5 e 7-6).

Para além dos finalistas, destaque para as performances dos semi-finalistas Jack Sinner e Frances Tiafoe, a confirmarem o bom momento de carreira.

Vamos ver como os tenistas evoluem nos próximos meses. Por enquanto, um dos torneios que mais chama a atenção é o de Barcelona, que acontece em Abril. Quatro jogadores do top-5 já confirmaram presença: Alcaraz, Tsitsipas, Ruud e Medvedev. Quem também poderá jogar é Nada, mas o espanhol continua a recuperar de lesão e o seu regresso é uma incógnita.

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André Dias PereiraMarço 9, 20233min0

O ano de 2022 não foi exatamente o melhor para Daniil Medvedev. Ainda assim, o russo emplacou dois títulos nos torneios de Los Cabos e Viena. É verdade que chegou a outras três finais, mas para quem já foi número 1 os seus registos estiveram longe de entusiasmar.

Talvez por isso, Medvedev entrou a todo o vapor em 2023. Para já, em três meses de competição, conquistou mais troféus que em toda a temporada passada. Aconteceu em Roterdão, Doha e Dubai.

Ainda é cedo para tirarmos conclusões sobre até onde pode chegar este ano o atual número 6 do mundo. Apesar de ser conhecido pela sua frieza e eficiência, o russo sentiu demasiadamente a pressão de ser líder do ranking. E agora há também Alcaraz para desafiar a liderança de Novak Djokovic.

Em Roterdão, na Holanda, o russo voltou ao top-10 mundial após vencer Jack Sinner na final, por 5-7, 6-2 e 6-2. Uma vitória de virada, que obrigou Medvedev a jogar de forma mais agressiva que o habitual. Mas não se pense que foi uma caminhada fácil em termos de rivais. Para trás ficaram adversários como Van de Zandschulp, De Minaur, Dimitrov ou Aliassime. E a verdade é que apesar dos oponentes, o russo só cedeu um set em todo o torneio.

Num torneio que contou com as presenças dos veteranos Wawrinka e Gasquet, mas também de Rublev e Zverev, a grande sensação foi Tallon Grikpoor. O holandês chegou às meias-finais deixando para trás nomes como Mikael Ymer, Alexander Zverev e Gijs Brower.

Medvedev domina Médio Oriente

Se Medvedev dominou na Holanda, no Médio Oriente arrasou. Dois torneios, duas vitórias. Primeiro em Doha. O russo levou a melhor sobre Andy Murray na final por duplo 6-4. O britânico, antigo número 1 mundial, é atualmente o 55 do mundo e já não ganha um torneio desde 2019. Em Doha voltou a jogar finais, tendo deixado pelo caminho Aledander Zverev, nos quartos de final.

O russo não deu hipóteses, como nas meias finais também não deu a Felix Aliassime: 6-4 e 7-6. As suas outras vitórias no torneio foram com Christopher O’Connel e Liam Broady.

A terceira e última vitória do russo aconteceu no Dubai. Contra o compatriota e amigo Andrey Rublev, Medvedev ganhou por duplo 6-2. Neste torneio o russo tornou-se também o primeiro jogado do ano a vencer o líder Nova Djokovic. Aconteceu nas meias-finais, por duplo 6-4. O torneio tinha, aliás, um quadro com vários outros nomes relevantes como Zverev, Hurckacz, Coric, Aliassime ou Zandschulp.

Ao todo são já 14 vitórias consecutivas para Medvedev, que vai ascendendo novamente no ranking. Agora segue-se Indian Wells onde volta a ser um novamente sonante para conquistar o título. A grande pergunta é se o russo pode voltar, a curto prazo, intrometer-se na luta pela liderança mundial e ganhar Majors. Por enquanto ainda parece cedo para responder, mas o talento e o momento de forma do jogador fazem parecer que sim. É certo que as coisas no ténis mudam muito rapidamente, mas Medvedev é seguramente um nome a acompanhar com atenção em 2023.

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André Dias PereiraFevereiro 28, 20233min0

Carlos Alcaraz foi o grande nome do circuito em 2022. Mas uma lesão que já vinha da temporada passada acabou por condicionar este inicio de época e a sua participação no Australian Open. Mas o espanhol está de volta ao circuito e já fez saber que o ano passado não foi um acaso. Por enquanto, participou em dois torneios, ambos na América o Sul. Venceu em Buenos Aires e foi finalista vencido no Rio de Janeiro. Curiosamente, o adversário foi o mesmo, o britânico Cameron Norrie.

Na Argentina, o número 2 o mundo acabou por levar a melhor por 6-3 e 7-5. Ao longo de todo o torneio, Alcaraz cedeu apenas um set. Aconteceu diante Laslo Djere, nos oitavos de final: 6-2, 4-6 e 6-2. No mais, o vice-líder mundial deixou para trás Dusan Lajovicb (6-4 e 6-2) e o compatriota Zapata Mirallas (6-2 e 6-2). O torneio contou ainda com nomes como Diego Schwartzman, Fabio Fognini e João Sousa. O português acabou por cair no seu primeiro jogo, diante Juan Carlos Varillas. O peruano, 77 do mundo, foi uma das sensações, chegando às semi-finais. Menos bem esteve iego Schwartzman. A jogar em casa acabou surpreendido por Zapata Miralles, outro semi-finalista e que viria também a alcançar essa condição no Brasil uma semana depois.

Embalado pelo triunfo na Argentina, Carlos Alcaraz seguiu para o Rio de Janeiro como cabeça de série, em busca o seu segundo título na prova. Mas desta vez foi Cameron Norrie quem levou a melhor, por 5-7, 6-4 e 7-5. Uma vitória de virada, revelando grande força mental por parte do britânico. Foi apenas o segundo triunfo de Norrie diante Alcaraz em seis jogos. Este foi o quinto título ATP do britânico na carreira e o primeiro de 2023. Uma vitória que lhe permitiu subir para o 12 lugar do ranking.

Alcaraz em dúvida para Acapulco

Mas embora a vitória do britânico tenha sido intensa, importa destacar também que Alcaraz sentiu dores durante toda a semana na coxa direita. E isso acabou por pesar também na final. Ainda assim, o número 2 do mundo optou por jogar não se retirar da decisão, conforme explicou depois o seu técnico. Para chegar à final, levou a melhor sobre Mateus Alves, Fabio Fogini e outra vez Dusan Lajovic. Por seu lado, Norrie eliminou Juan Cerundolo, Thiago Monteiro, Hugo Dellien e Zapata Miralles. No Brasil, Alcaraz teve ainda a chance de conhecer a favela da Rocinha.

O espanhol tenta recuperar a condição e número 1 mundial. E isso até pode acontecer em Acapulco. Contudo, as últimas notícias indicam que não deverá jogar o torneio ATP 500 do México. Justamente por motivo de queixas apresentadas no Rio de Janeiro.

Duzentos pontos separam Alcaraz de Djokovic. O sérvio, no mais, bateu o recorde de Roger Federer e tornou-se o jogador com mais semanas como número 1 do mundo. São agora 378 semanas a liderar o ranking.

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André Dias PereiraJaneiro 30, 20233min0

Novak Djokovic está de volta ao topo do mundo. No regresso a Melbourne, após ter sido “cancelado” e deportado da Austrália, por não estar vacinado, o sérvio regressou agora em grande estilo. Nolan não apenas venceu o seu 10 título, reforçando a condição de maior campeão do torneio, como igualou Nadal com 22 Majors e regressou à liderança da hierarquia mundial.

Não por acaso, Djokovic considerou esta a sua vitória mais importante na Austrália. E não é para menos. O episódio da temporada passada acabou por condicionar toda a época. E se olharmos o 2022 de Nolan ela foi marcada por altos e baixos. É também por isso que era importante arrancar bem.

Este ano já sem Federer, o torneio australiano teve outra grande baixa. Carlos Alcaraz, número 1 mundial, não recuperou de uma lesão que vinha o ano passado e ficou também e fora. Quer isto dizer que para além da vitória no torneio, a liderança mundial deveria ter um novo dono.

E a verdade é que Djokovic mostrou desde cedo que queria muito ganhar. E quando assim é fica muito difícil para os outros. A final, aliás, acabou por ser muito mais tranquila do que o esperado. Djokovic precisou de pouco menos de 3 horas para levar de vencido Tsitsipas por 6-3, 7-6 e 7-6. Ainda não foi desta que o grego venceu um Major. Tsitsipas conta com 16 títulos na carreira, entre os quais o ATP Finals e dois Masters Monte Carlo, mas não consegue um Grand Slam. Esta foi a sua segunda derrota em finais, após Roland Garros em 2021.

Ao longo do torneio, Djokovic perdeu cedeu apenas um set. E isso diz bem da capacidade de Nolan, mesmo aos 35 anos. A pergunta que se repete é até quando o sérvio vai continuar a dominar.

Djokovic voltou para ficar

A resposta não é simples, porque depende de vários fatores. Entre os quais a própria motivação de Nolan. Com esta vitória, Djokovic igualou o número de Grand Slams de Nadal (22). Mas a verdade é que o espanhol parece cada vez mais reduzido fisicamente. E um bom exemplo foi a sua eliminação na segunda ronda perante o norte-americano Mackenzie MacDonald. O espanhol foi traído por mais uma lesão e parece cada vez mais distante de poder disputar muitos torneios ao ano. Ainda assim, é expectável que jogue Roland Garros e se apresente como o grande favorito.

E do mesmo jeito que Nadal perdeu parte de si e da sua motivação com a saída de cena de Federer, o mesmo pode acontecer com Djokovic quando o espanhol também se aposentar. Por enquanto, nada aponta para o abrandamento do sérvio, que por certo quererá sair do ténis como o maior campeão da história. Mas por enquanto volta a subir ao trono da hierarquia mundial para estender a sua dominância.

Nesta equação também é preciso considerar a ascensão de Carlos Alcaraz. Como o o espanhol vai consolidar a sua evolução é a grande pergunta. O herdeiro natural de Nadal, tem tudo para lhe seguir as pisadas. Um jogo extremamente físico, tendo também já demonstrado forte capacidade mental. Alcaraz deverá dominar a cena mundial nos próximos anos, mas Djokovic por certo terá capacidade e foco para continuar relevante e disputar títulos. Se Nadal ainda terá essa capacidade fora de Paris é a grande questão para o ano 2023.

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André Dias PereiraJaneiro 14, 20233min0

Arranca esta segunda-feira, dia 16, o primeiro Major do ano. A época já começou, é verdade, mas é em Melbourne que se mede o barómetro do que 2023 nos pode trazer.

O primeiro torneio do ano não vai contar, porém, com o número 1 do mundo. Carlos Alcaraz, sensação espanhola que explodiu o ano passado, não recuperou de uma lesão no joelho e está fora do Australian Open. É a segunda vez que o torneio não poderá contar o líder do ranking. Recorde-se que o ano passado, Djokovic não jogou por conta de problemas relacionados à não vacinação contra o Covid-19.

Também por isso, o sérvio deverá estar ultra motivado para alcançar o seu décimo título na Austrália. E Nolan já mostrou ao que veio em 2023. Venceu o primeiro ATP 250 do ano, em Adelaide. A vitória na final contra o norte-americano Sebastian Korda por 6-7, 7-6 e 6-4, correspondeu ao 92 título ATP, o quarto maior registo na Era Open.

Depois disso, Djokovic jogou ainda uma partida de exibição contra Nick Kyrgios, onde reencontrou o público de Melbourne. Aliás, será interessante acompanhar o australiano no torneio. Depois do ótimo 2022, o certame será uma boa oportunidade para entender se o enfant terrible do ténis vai manter o nível alto. Polémico, Kyrgios assumiu inclusivamente que se ganhasse poderia aposentar-se.

Nadal aposenta-se em 2023?

Alcaraz não vai marcar presença, mas outro espanhol deverá estar no lote dos favoritos. Nadal, claro. O maiorquino é o campeão em título e apesar de não ser o maior favorito, ninguém dúvida que possa repetir o feito do ano passado. Uma coisa é certa. Apesar dos 36 anos, continua no topo. É o maior campeão de Grand Slam, com 22 troféus, e um nome a ter sempre em conta. O ano de 2023 deverá manter a toada de equilíbrio dos últimos anos mas de acordo com Zverev, Rafa poderá aposentar-se após Roland Garros.

Por enquanto trata-se apenas de um rumor, mas uma coisa é certa. Com a aposentadoria de Federer, em 2022, uma parte do espanhol ficou para trás. Foi o próprio quem o admitiu. Uma saída no seu torneio de eleição seria como que apoteótico.

Mas nem só dos históricos vive este Australian Open. Casper Ruud e Medvedev são nomes importantes a acompanhar. Ruud teve um ano recheado de finais e vitórias importantes o ano passado. Chegar a número 1 do mundo é o seu grande objetivo, mas fazê-lo com um triunfo em Melbourne daria uma consistência maior a esse feito.

Já Medvedev, com um 2022 de altos e baixos, quer começar bem a temporada para ganhar um embalo importante. Em Adelaide, caiu nas meias-finais contra Djokovic. Na chave do Australian Open, poderá jogar com Nadal nos quartos de final.

Há ainda Aliassime, Tsitsipas e Rublev. O russo vai enfrentar Dominic Thiem logo na ronda inaugura, em um dos jogos de maior cartaz da ronda inagural. O grande ano de 2022 de Aliassime também suscita interesse para saber se terá sequência em 2023. O canadiano teria um caminho espinhoso para chegar à final com potenciais adversários como Pospisil, Wawrinka, Cameron Norrie, Tsitsipas, Nadal ou Casper Ruud.

Mas, por enquanto, tudo fica no campo da especulação. O espetáculo vai começar.

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André Dias PereiraDezembro 30, 20223min0

A temporada de tênis de 2023 arranca em Melbourne, na Austrália, e vai contar com a presença de Novak Djokovic. O sérvio está de volta à Oceania, após a ausência em 2022. Recorde-se que o atual número 5 do mundo foi deportado de Melbourne por não estar vacinado contra a Covid-19, uma exigência, aliás, do governo australiano para quem chegava e fora o país.

O episódio arrastou-se e tornou-se em uma novela que acabou por marcar negativamente a temporada de Djokovic. Mas esse é um episódio que parece ter ficado para trás. À chegada a Austrália, o sérvio assume que é algo que não quer voltar a viver.

Aos 35 anos Djokovic quer provar que ainda pode continuar a disputar a dominância do ténis mundial. Após um ano dominado por Nadal e Alcaraz – e em que Federer se aposentou – o ano e 2023 pode ser determinante para o futuro de Djokovic. Ou, pelo menos, do que podemos esperar dele até ao final da sua carreira.

E para isso nada melhor do que começar a temporada na Austrália. É justamente ali onde o sérvio é rei. Djokovic é o maior campeão a história do Australian Open, com 9 troféus. Um bom arranque pode ser o que o ex-número 1 do mundo precisa para alcançar a estabilidade mental e competitiva que faltou na época passada.

O Australian Open arranca a 16 de janeiro mas antes acontecem outros torneios preparatórios. A começar já com a United Cup, esta quarta-feira, dia 29. Trata-se de um torneio misto, de 18 equipas, imaginada como a Hopman Cup, e que acontece nas cidades e Sidney, Perth e Brisbane. Seguem-se os torneios de Adelaide e Auckland, a partir de 9 de janeiro.

Um novo ciclo para 2023

Federer, Nadal e Djokovic dominaram a cena mundial nas últimas duas décadas. Porém, nos últimos anos, a sucessão tem vindo a consolidar-se. Com a aposentadoria de Federer, e o avançar de idade de Nadal e Djovkovic, o ténis vai-se renovando naturalmente.

Isso não quer dizer, porém, que o espanhol e o sérvio não possam ser competitivos. Ainda em 2022 Nadal ganhou o Australian Open e Roland Garros, enquanto Nolan venceu Wimbledon. Conforme o maiorquino referiu recentemente, o seu objetivo neste momento não é ser número 1 mundial mas sim competitivo em todos os jogos e torneios. Aliás, nem Nadal e Djokovic nada têm a provar.

No sentido inverso, Carlos Alcaraz foi o grande nome de 2022. Aos 19 anos tornou-se o mais jovem número 1 do mundo. O título no US Open e os recordes de precocidade elevaram-no ao patamar de sucessor e herdeiro de Rafael Nadal. Será interessante agora acompanhar a sua evolução e como responde à exigência de ser líder mundial. Esse foi, de resto, um problema que Daniil Medvedev enfrentou quando atingiu o topo. O ano do russo não foi para esquecer, mas passou longe da expetativa em seu redor.

E há ainda Casper Ruud. O norueguês esteve perto de chegar a líder mundial e jogou finais importantes, como US Open, Roland Garros e ATP Finals. Talvez por isso, os títulos de Gstaad, Buenos Aires e Geneva tenham sabido a pouco. Atualmente número 3 do mundo, Ruud acredita que atingir a liderança mundial é uma questão de tempo. “A temporada passada mostrou que tenho potencial. Se continuar a trabalhar duro posso estar nessa posição”, reconhece.

No ténis tudo pode acontecer. E mudar rapidamente. A nova temporada está a começar e qualquer previsão pode mudar a cada semana, lesão ou título inesperado. As emoções estão de volta.

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André Dias PereiraDezembro 9, 20222min0

Kamil Majchrzak, 26 anos, é o mais recente tenista a cair nas malhas do doping. Foi o próprio tenista, 77 do ranking mundial, quem o anunciou através das redes sociais. Majchrzak testou duas vezes positivo, mas frisa que não tomou qualquer substância proibida. “É um grande choque, não tenho ideia de como isso aconteceu”, disse em comunicado, destacando ainda que vai “lutar pela sua inocência”.

Por enquanto, a Federação Internacional ainda não se pronunciou sobre o tema. Não são, por isso, ainda conhecidas as substâncias que estão na base da acusação.

O caso levanta uma velha polémica no ténis: a credibilidade dos testes. Nos bastidores sempre circulou a ideia de que o doping só chegava para os tenistas menos bem rankeados. No caso dos atletas de topo, historicamente, são poucas as suspeitas. Mas há algumas excepções.

No quaro feminino, Martina Hinguis foi identificada como tendo usado cocaína. A tenista suíço também alegou inocência e acabou por se retirar, voltando em 2013 para jogar duplas. André Agassi também também assumiu doping na sua biografia. Mas o último grande caso terá sido o de Maria Sharapova. A tenista russa, foi identificada com uma substância desconhecida no próprio dicionário de remédios: Moldónium. Sharapova reconheceu ter usado a substância mas desconhecia a sua proibição. Como pena foi suspensa por dois anos do circuito.

Outros casos

Em 1998 Petr Korda venceu o Australian Open. Mas as acusações de Doping perpetuaram-se no tempo. O ex-tenista testou positivo para esteroides, após um jogo diante Tim Henman, em Wimbledon. Foi suspenso por 12 meses e quando tentou regressar ao circuito não obteve sucesso.

Outro caso foi o de Guillermo Cañas. O argentino foi suspenso por dois anos, em maio de 2008, por consumo de Hidrocholorothiazide,

Também Marin Cilic esteve envolvido em situação de doping, em 2013. O croata foi acusado do uso de Niquetamida, durante o ATP Munique. Cilic argumentou, à época, que sua mãe comprou glicose errada.

Por enquanto é ainda cedo para entender o que pode acontecer com Kamil Majchrzak. O polaco tornou-se profissional em 2013 mas por enquanto ainda não venceu qualquer título ATP.


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