O velocista do Stade Montois regressou em grande, com Simão Bento a marcar dois ensaios nesta jornada da Pro D2
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O Grupo A da Euroliga feminina está quente, com vários destaques e bons jogos que Lucas Pacheco analisa ao pormenor neste artigo
Uma semana depois o filme voltou a repetir-se. A Ferrari venceu, desta vez com Sainz e sem dobradinha. Max Verstappen e Lando Norris tornaram a exceder os limites de pistas na luta por um campeonato que parece decidido. O México, em suma, foi a repetição do Texas, mas com um desfecho mais severo. Ao final de contas, o que se passou? Carlos Sainz foi, sem dúvida, o piloto mais completo do fim-de-semana. Conquistou a pole position sem grande discussão, todavia, contra as expetativas.
Depois do domínio de Leclerc, as fichas recaiam sob o monegasco, pelo menos nas hostes da Ferrari. A juntar à boa performance do Brasil, estava o facto de Sainz estar de saída da equipa em 2025. Ainda assim, o espanhol não se intimidou, e, perante o seu companheiro de equipa dominou o grande prémio e trouxe a vitória para casa. O adjetivo correto para caracterizar a performance do espanhol é mesmo domínio, principalmente na corrida, na qual não deu qualquer hipótese à concorrência. Esta vitória do Sainz poderá mesmo ser a última pela Ferrari. A faltar apenas quatro corridas esta época, e dada a concorrência entre os pilotos da frente do pelotão, é difícil que Sainz volte a vencer. É ainda importante destacar a falta de apoio dada ao espanhol. A Ferrari mal festejou o triunfo, inclusive Leclerc, que se mostrou pouco empático com o seu companheiro de equipa na hora da vitória.
The Master of Mexico ✨
Carlos Sainz, what a win! 💪#F1 #MexicoGP pic.twitter.com/jQZ8SsgbeU
— Formula 1 (@F1) October 27, 2024
Contudo, novamente, o destaque da corrida não foi o vencedor, mas sim Max Verstappen e Lando Norris. É caso para questionar: o que se passa na cabeça destes dois?
Por um lado, Verstappen. Os três campeonatos do mundo que conquistou parece não lhe terem dado mais tranquilidade e prova disso são as disputas que tem travado com Norris esta temporada, o único piloto que nos últimos anos ameaçou verdadeiramente a sua liderança. Vivemos na Áustria o primeiro episódio de uma longa que série que ainda não terminou. Quando bateu em Norris, na curva três, abriu um precedente de comportamentos, especialmente no seu campo, que prejudicam o desportivismo da competição. Repetiu-se no Texas e agravou-se no México. Verstappen foi penalizado em 20 segundos e arruinou a sua corrida, única e exclusivamente por culpa própria. A primeira penalização é discutível, no entanto, o seu comportamento no segundo incidente com Norris é altamente condenável. Verstappen não quis travar e, por pouco, não causou uma grave colisão com Norris, que poderia ter consequências indesejáveis. A atitude de Max foi irresponsável, o que não se justiça num piloto três vezes campeão do mundo. Talvez Max nunca venha a mudar.
Por outro lado, Norris. Foi uma mera vítima no último grande prémio, mas tem entrado numa luta que muito provavelmente não é dele. Quando teve a oportunidade de confortavelmente ameaçar a liderança de Max não foi capaz, e, agora, vê-se obrigado a correr atrás do prejuízo. Claro que nenhum piloto, em nenhuma circunstância, deita a toalha ao chão, mas Norris continua a entrar em confusões, nas quais é o único perdedor.
LAP 27 / 71
Verstappen pits – and serves his 20-second penalty.
The Red Bull re-emerges on the Hard tyre down in P15! #F1 #MexicoGP pic.twitter.com/kvpHBH0jfb
— Formula 1 (@F1) October 27, 2024
Segue-se o Brasil. Um fim-de-semana especial para a Fórmula 1. Vem à memória dos adeptos os tempos de Senna, a sua glória e ambição, mas também o seu desportivismo. Para quem nunca viu o brasileiro a correr, como eu, restam as histórias de quem teve esse privilégio. É descrito como um campeão, na verdadeira ascenção da palavra. Era importante que Max, como Hamilton, se inspirasse em Senna, e luta-se para trazer ao de cima o que de melhor há no desporto motorizado.
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Venceu Nadal e o seu prmeiro título ATP, tornou-se o primeiro português a chegar aos oitavos de final do Australian Open e aos quartos de final do US Open. Nuno Borges tornou-se o segundo tenista luso a ser top-30 do mundo.
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O New York Liberty enfim conquistou seu primeiro título da WNBA (sem contar a Comissioner’s Cup de 2023) após uma espera de 28 anos. Nada mais significativo para a liga, vez que o Liberty era a última das três únicas franquias originais (além de Los Angeles Sparks e Phoenix Mercury) a se manter em atividade, nem trocar de cidade, sem obter o troféu. A seca acabou e a cidade vê-se livre de uma sina nada auspiciosa para a franquia.
Após o boom inicial, nos anos finais dos anos 90, a liga viveu anos de queda na audiência e pouca valorização. Muitas trocas de cidade, franquias acabando, baixo investimento e um retorno financeiro pouco confiável, processo que começou a ser revertido a partir de 2020. O ‘ano da bolha’ engajou as jogadoras como nunca, mais ativas nas negociações e no planejamento da liga. O Liberty seguiu essa macro-tendência e após os vices em 1997, 1999, 2000 (derrotas para o mesmo adversário, o Houston Comets) e 2002 (perdeu para o Sparks), a franquia histórica passou por décadas de baixa.
O ostracismo coincidiu com o desleixo com que a franquia era gerenciada; a equipe chegou a ser deslocada para um ginásio minúsculo e mal localizado, onde jogou por duas temporadas. Mesmo contratações importantes, como a contratação de Tina Charles, ficavam isoladas em um mar de mediocridade, razão pela qual uma nova final foi atingida somente em 2023 – mas muita coisa havia mudado.
Fizeram um carro alegórico apenas para as lendas do New York Liberty. Isso é o que eu chamo de reconhecer o seu passado e respeitar quem fez parte dele! 🗽🤍
pic.twitter.com/NgIib3MZIg— NY Liberty Brasil (@nylibertybr) October 24, 2024
A franquia começou sua reconstrução em 2019, partindo do zero. Os novos donos (o casal Tsai) trocou tudo, desde o GM, passando pelo comando técnico, até chegar ao elenco. Em 2020, por exemplo, pela primeira vez o Liberty teve a escolha número 1 do draft, quando recrutaram Sabrina Ionescu, peça chave no título de 2024. Naquele ano, porém, com um time extremamente jovem, formado por jogadoras do draft, com pouca experiência, a campanha naufragou.
Gradativamente, a franquia foi se recolocando como contender, a partir de movimentos originados pelos donos de valorizar e investir na equipe. O time passou a sediar seus jogos no Barclay’s Center, construiu um centro de treinamentos, divulgou pesadamente e, na intertemporada entre 2022 e 2023, atraiu três jogadoras de primeira prateleira da WNBA: a pivô Jonquel Jones (MVP em 2021), a ala-pivô Breanna Stewart (1x MVP e bi-campeã) e a armadora Courtney Vandersloot (campeã em 2021). Elas se juntaram à ala-armadora Ionescu e à ala Betnijah Laney para formar um quinteto logo intitulado de ‘supertime’.
Para comandar o barco, nada menos que Sandy Brondello, campeã pelo Mercury e responsável por montar times competitivos anos após ano. Estava formada a espinha dorsal do elenco campeão. No primeiro ano juntas, a derrota na final (5ª derrota em final) para o Las Vegas Aces, o outro ‘supertime’ da liga, deixou marcas. O time precisaria melhorar ainda mais para atingir seu objetivo último. Veio a intertemporada, preparatória para 2024, e a direção trabalhou incansavelmente, buscando peças pontuais para bater seu arqui-rival Aces.
Curioso que Aces e Liberty representam os dois lados da mesma moeda; ambas franquias, com donos novos, se revitalizaram e ampliaram os investimentos. Por mais que tenham montado verdadeiros esquadrões, repletos de estrelas, ambos só conquistaram seu troféus devido às jogadoras coadjuvantes. Sem coletivo afiado, sem plano e estratégia tática, sem reservas capazes, não se conquista título na WNBA – demonstrando os limites da narrativa dos ‘supertimes’. Em uma liga pequena, de apenas 12 equipes, com tamanho talento, sempre houve esquadrões.
HOLY COURTNEY WILLIAMS pic.twitter.com/JYKu6P2L02
— CJ Fogler 🫡 (@cjzero) October 11, 2024
Quando a engrenagem começa a rodar, tudo se ajusta. NY já havia assegurado a chegada da ala alemã Leonie Fiebich (como moeda de troca em uma negociação) e convenceu-a a estrear na liga. Com uma ala desse quilate disponível, vinda de MVP na liga espanhola, estreia olímpica para seu país e um quase-MVP na Euroliga, Sandy Brondello fez a mudança crucial nos playoffs: sacou Vandersloot do quinteto titular e inseriu Fiebich, entregando a armação para Ionescu.
O ajuste repercutiu como raras vezes na liga: Brondello desmontou a dupla Ionescu/Sloot, maior vulnerabilidade defensiva de sua equipe no vice de 2023, deu liberdade para Ionescu comandar o show e abusar de suas infiltrações e inseriu uma verdadeira sniper no quinteto titular. Não à toa, a alemã assinalou estatísticas históricas (plus/minus essenciais para a vitória na semi sobre o Aces, além do aproveitamento bizarramente bom nas bolas de três pontos), acrescentando ainda a melhor defensora de perímetro do elenco, capaz de defender qualquer posição.
SABRINA IONESCU WITH THE DAGGER! 🗡️
She gives Sandy Brondello's New York Liberty a 2-1 lead heading into game 4 of the WNBA Finals! 🗽
WHAT. A. SHOT. 🤩
Get your WNBA action right here on ESPN! 🏀 pic.twitter.com/SHLOiIxW7g
— ESPN Australia & NZ (@ESPNAusNZ) October 17, 2024
Com tudo encaixado, a final (6ª da franquia de Nova Iorque) foi o momento de brilho de Brondello. A série contra o Minnesota Lynx (maravilhosamente descrita em New York Liberty: O grande campeão de 2024 da WNBA) entrou para a história, pelo equilíbrio nunca antes visto na história da liga. O desfecho veio somente na prorrogação do jogo desempate! Aqui, precisamos elogiar o tradicionalíssimo Minnesota: sem tantas estrelas individuais, a equipe de Cheryl Reeve apostou em um jogo coletivo e altruísta, construído em volta do talento indescritível de Napheesa Collier. A ala-pivô era cercada de jogadoras ágeis; uma das melhores defesas da temporada, com cobertura e comunicação acima da média, pareado por um ataque espaçado, com abuso de pick-and-roll.
Se o jogo 1, vencido pelo Lynx nos instantes finais, teve as digitais de Reeve, que apostou na formação baixa (small ball), Brondello deu o troco nas partidas seguintes. O duelo tático das técnicas foi um capítulo a parte na temporada, Reeve e Brondello seguiram ajustando durante a série: a técnica do Liberty praticamente obrigou a saída de Myisha Hines-Allen da rotação do Lynx ao torná-la uma nulidade ofensiva, liberando Breanna para cobrir o restante da quadra. No jogo 3, após um primeiro tempo fraco, Brondello simplificou o jogo e deixou a ala-pivô Breanna Stewart como principal condutora de bola e iniciadora do ataque (Ionescu estava mal até os minutos finais, quando acionou seu modo clutch).
A cereja do bolo veio no jogo 5, quando novamente o Liberty estava atrás do placar e sem poder de reação. Brondello partiu então, em um movimento arriscado, para o tudo ou nada, apostando em uma formação inédita nos playoffs, um big ball que vai na contramão da cartilha atual do basquete. Deu certo: com apenas uma “pequena” e 4 “altas”, o time voltou a ser competitivo, se recolocando na partida. Nyara Sabally (draftada em 2022) e Kayla Thonton (contratada como moeda de troca) mudaram o jogo, aliado ao evidente cansaço do Lynx (com menos peças a disposição). A formação escondeu as péssimas sequências de arremesso das suas protagonistas (Breanna com 9/36 e Ionescu, 6/34 combinados os dois jogos finais da série) e demonstrou, uma vez mais, o trabalho coletivo de New York.
Outros fatores influíram na série, como a contusão de Allana Smith no jogo 3, ou decisões questionáveis da arbitragem. Tampouco ajudou a péssima atuação de Courtney Williams na última partida, ou o calendário apertadíssimo das finais (série final esprimida em míseros 10 dias, impactando na condição física das atletas) mas nada apaga o trabalho formidável do Liberty, cujo título foi mais que merecido.
Antes de pensarmos nos próximos passos da liga, louvemos e exaltemos o indiscutível campeão. O New York Liberty enfim conquistou seu primeiro título e a hora é toda de comemoração. A liga e uma de suas poucas franquias originais fecham um ciclo, com promessas de mais crescimento para os próximos anos. Por ora, deixemos a mascota Ellie ditar as regras e colocar todo mundo para dançar ao ritmo da Big Apple.
In the final Ellie Stomp of 2024, Lil Mama crashes the party and performed her 2008 smash “Lip Gloss” alongside Ellie the Elephant and her dancers. pic.twitter.com/zWWjK6bFYB
— Jackie Powell (she/her) (@ClassicJpow) October 25, 2024