Arquivo de Modalidades - Página 2 de 417 - Fair Play

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Francisco IsaacNovembro 4, 20245min0

Portugal já tem equipa para os internacionais de Outono 2024, com algumas novidades, regressos, ausências e certezas nesta lista de Simon Mannix para os encontros frente aos Estados Unidos da América e Escócia. Mas quem encaixa em cada secção? E o que podemos esperar dos Lobos?

NOVIDADES

Comecemos pelos estreantes, principalmente por Lucas da Silva, o talonador do CA Brive. Esta é a 3ª convocatória do avançado, que já tinha sido chamado por Patrice Lagisquet no Verão de 2022 e depois por João Mirra em Fevereiro de 2024, não tendo comparecido devido a pedidos expressos do Brive. Neste momento é o melhor marcador de ensaios da Pro D2 e um dos jogadores com melhor taxa de introdução no alinhamento da segunda divisão do rugby francês, podendo ainda se adicionar cinco turnovers e uma percentagem de 90% na eficácia a placar. Não beliscando o mérito e qualidade de Luka Begic – neste momento é titular no Stade Montois -, da Silva é um jogador numa forma estrondosa e que está a ser aliciado por clubes do Top 14, podendo vir a ser um elemento bastante útil para os Lobos… caso compareça às convocatórias.

Outra estreia nas chamadas à selecção nacional sénior masculina é a de Enzo Lopes, formação do Bassin D’Arcachon (Nationale 2). Formado no Union Bordeaux Bègles, o formação de 20 anos tem qualidade para chegar longe na modalidade, apesar de estar a sentir algumas dificuldades para se afirmar no seu novo clube da 4ª divisão francesa profissional. Neste momento está atrás de Samuel Marques, Pedro Lucas e Hugo Camacho, mas com tempo poderá conquistar um lugar na equipa.

Fábio Conceição, Vasco Leite, António Campos e Sebastião Stilwell são as restantes novidades no grupo de trabalho. Os três últimos três deverão estar na convocatória para o Campeonato da Europa sub-20 masculino.

RETORNOS

No que toca a regressos, Simon Mannix promoveu as chamadas de José R. de Andrade (AEIS Agronomia), Hugo Aubry (AS Béziers-Hérault), Lucas Martins (Agen), Raffaele Storti (Stade Français), Steevy Cerqueira (Orléans) e Samuel Marques (AS Béziers-Hérault) reforçando a equipa com jogadores experientes e que estiveram envolvidos nos trabalhos de preparação para o Mundial de Rugby 2023, ou que jogaram mesmo nessa competição. A chamada mais significativa é a de Samuel Marques, com o formação a poder voltar a vestir a camisola de Portugal depois do seu último encontro há mais de um ano e um mês. Samuel Marques está num excelente momento de forma, com nove jogos a titular nesta temporada o que já se transmitiu em 101 pontos (25 penalidades e 13 conversões), um número alto e que demonstra a importância do nº9 no Béziers-Hérault.

Lucas Martins que depois de ter surpreendido os adeptos portugueses entre os meses de Fevereiro e Abril, com cinco ensaios concretizados pelos Lobos, volta a estar nas chamadas da selecção nácional sénior. O ponta está a atravessar um dos melhores momentos da carreira, com dois ensaios marcados, cinco quebras-de-linha e doze defesas batidos nos cinco jogos em que começou pelo Agen. Hugo Aubry também está no grupo de trabalho, isto após ter falhado Julho devido a uma lesão grave, sendo o momento perfeito para voltar a vestir a camisola verde-e-vermelha.

Para fechar o capítulo dos regressos mais significativos, Steevy Cerqueira. O segunda-linha passou por um período cinzento, com uma lesão gravíssima sofrida ao serviço do Chambéry, que acabou por não renovar o contrato e a deixar o Lobo sair, com o futuro a ficar em dúvida até assinar pelo Orléans da Nationale 2. Neste novo clube encontrou uma segunda vida e é considerado um dos melhores jogadores da Nationale 2, especialmente na influência que tem na avançada do Orléans.

As principais ausências passam por Anthony Alves, Francisco Fernandes, David Wallis, Rodrigo Marta, Joris Moura (a atravessar um dos melhores momentos de forma da carreira), isto em comparação aos atletas convocados em 2024. Rodrigo Marta e Vincent Pinto estão de fora por lesão (4 a 5 semanas), enquanto Francisco Fernandes também está a contas com um problema físico. Joris Moura, ao que foi apurado por nós, ficou no clube a pedido do mesmo, uma vez que a luta pela manutenção na Pro D2 passa pelos próximos 3 jogos.

No geral, esta é uma das melhores convocatórias de Portugal e que olha para o futuro, sem deixar de lado alguns dos melhores jogadores do passado. Com uma linha de 3/4s que procura produzir soluções para o par de centros – Gabriel Aviragnet está na linha de sucessão, assim como Rodrigo Marta – e um bloco de avançados que tem de encontrar consistência nas fases-estáticas e na defesa ritmada, os Lobos têm soluções para todas as posições, algo extremamente importante para o que se segue em 2025, 2026 e, claro, 2027.

Importante dizer que certos atletas deverão regressar aos clubes após o primeiro jogo, a pedido dos clubes em França. Apesar de ser uma situação complicada, o objectivo máximo passa pelo apuramento para o Mundial de Rugby 2027, com os jogos contra a Alemanha e Bélgica a serem mais importantes que estes de Novembro.

Lembrar também da agenda dos Lobos para este Novembro: dia 9 de Novembro em Coimbra pelas 17h00 e dia 16 em Edimburgo pelas 15h10.

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Luís MouraNovembro 3, 20244min0

Uma semana depois o filme voltou a repetir-se. A Ferrari venceu, desta vez com Sainz e sem dobradinha. Max Verstappen e Lando Norris tornaram a exceder os limites de pistas na luta por um campeonato que parece decidido. O México, em suma, foi a repetição do Texas, mas com um desfecho mais severo. Ao final de contas, o que se passou? Carlos Sainz foi, sem dúvida, o piloto mais completo do fim-de-semana. Conquistou a pole position sem grande discussão, todavia, contra as expetativas.

Depois do domínio de Leclerc, as fichas recaiam sob o monegasco, pelo menos nas hostes da Ferrari. A juntar à boa performance do Brasil, estava o facto de Sainz estar de saída da equipa em 2025. Ainda assim, o espanhol não se intimidou, e, perante o seu companheiro de equipa dominou o grande prémio e trouxe a vitória para casa. O adjetivo correto para caracterizar a performance do espanhol é mesmo domínio, principalmente na corrida, na qual não deu qualquer hipótese à concorrência. Esta vitória do Sainz poderá mesmo ser a última pela Ferrari. A faltar apenas quatro corridas esta época, e dada a concorrência entre os pilotos da frente do pelotão, é difícil que Sainz volte a vencer. É ainda importante destacar a falta de apoio dada ao espanhol. A Ferrari mal festejou o triunfo, inclusive Leclerc, que se mostrou pouco empático com o seu companheiro de equipa na hora da vitória.

Contudo, novamente, o destaque da corrida não foi o vencedor, mas sim Max Verstappen e Lando Norris. É caso para questionar: o que se passa na cabeça destes dois?

Por um lado, Verstappen. Os três campeonatos do mundo que conquistou parece não lhe terem dado mais tranquilidade e prova disso são as disputas que tem travado com Norris esta temporada, o único piloto que nos últimos anos ameaçou verdadeiramente a sua liderança. Vivemos na Áustria o primeiro episódio de uma longa que série que ainda não terminou. Quando bateu em Norris, na curva três, abriu um precedente de comportamentos, especialmente no seu campo, que prejudicam o desportivismo da competição. Repetiu-se no Texas e agravou-se no México. Verstappen foi penalizado em 20 segundos e arruinou a sua corrida, única e exclusivamente por culpa própria. A primeira penalização é discutível, no entanto, o seu comportamento no segundo incidente com Norris é altamente condenável. Verstappen não quis travar e, por pouco, não causou uma grave colisão com Norris, que poderia ter consequências indesejáveis. A atitude de Max foi irresponsável, o que não se justiça num piloto três vezes campeão do mundo. Talvez Max nunca venha a mudar.

Por outro lado, Norris. Foi uma mera vítima no último grande prémio, mas tem entrado numa luta que muito provavelmente não é dele. Quando teve a oportunidade de confortavelmente ameaçar a liderança de Max não foi capaz, e, agora, vê-se obrigado a correr atrás do prejuízo. Claro que nenhum piloto, em nenhuma circunstância, deita a toalha ao chão, mas Norris continua a entrar em confusões, nas quais é o único perdedor.

Segue-se o Brasil. Um fim-de-semana especial para a Fórmula 1. Vem à memória dos adeptos os tempos de Senna, a sua glória e ambição, mas também o seu desportivismo. Para quem nunca viu o brasileiro a correr, como eu, restam as histórias de quem teve esse privilégio. É descrito como um campeão, na verdadeira ascenção da palavra. Era importante que Max, como Hamilton, se inspirasse em Senna, e luta-se para trazer ao de cima o que de melhor há no desporto motorizado.


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