André Dias Pereira, Author at Fair Play - Página 16 de 23

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André Dias PereiraJaneiro 7, 20192min0

Ano novo vida nova para Kei Nishikori. O japonês quebrou um jejum de três anos e nove finais para voltar a erguer um troféu ATP. Aconteceu em Brisbane. Naquela que é uma antecâmera do Australian Open, o número nove mundial conquistou o seu 12º título.

O nipónico levou a melhor sobre Daniil Medvedev por 6-4, 3-6 e 6-2. E as coisas até poderiam ter sido resolvidas mais rapidamente. É que Nishikori desaproveitou nada menos que oito break points no segundo set.

Nishikori começa assim da melhor maneira o ano e confirma o crescimento de forma que havia mostrado no final de 2018. Recorde-se que o nipónico esteve, em 2017, afastado durante muito tempo dos courts e foi, aos poucos, recuperando a confiança e melhorando os seus resultados. O ano passado foi finalista vencido em Viena, Tóquio e Monte Carlo.

Com a vitória em Brisbane o japonês é o oitavo cabeça de série para o Australian Open. Isto porque Juan Martin Del Potro está afastado por lesão, contraída no final da temporada passada e que o impediu também de jogar o Masters Final.

Em Brisbane, Nishikori começou por vencer o norte americano Denis Kudla, por 7-5 e 6-2. Seguiu-se, depois, um adversário mais duro. O búlgaro Grigor Dimitrov, longe da forma patenteada no final de 2017, perdeu por duplo 7-5. Já nas meias-finais, o japonês levou a melhor sobre o francês Jeremy Chardy por duplo 6-2.

Por seu lado, Medvedev, 22 anos, deu bons sinais de que em 2019 pode continuar a ascender no circuito. Esta foi a sua quarta final no espaço de um ano. Em 2018, venceu Toquio, Winston Salem e Sydney.

Murray longe do seu melhor

O torneio de Brisbane não contou com a presença de Rafael Nadal, a contas com uma distensão na coxa esquerda, mas contou com Andy Murray. O britânico caiu 240 posições após paragem de quase dois anos por lesão. O escocês mostrou que está muito longe da sua melhor forma. Prova disso foi a eliminação precoce, na segunda ronda, precisamente frente a Medvedev (7-5 e 6-2). Também Milos Raonic, quinto cabeça de série, foi afastado pelo russo (6-7, 6-3 e 6-4).

Outros nomes que não surpreenderam foram os australianos Nick Kyrgios e Alex de Minaur. Os dois foram eliminados nos 16 anos de final. Kyrgios, vencedor de Brisbane em 2018, foi eliminado por Jeremy Chardy (6-7, 6-2 e 6-3) e De Minaur pelo compatriota Jordan Thompson (6-4 e 6-2). Veremos o que ambos podem fazer agora no primeiro Major do ano. Os dois representam as maiores esperanças dos australianos em chegar longe na prova.

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André Dias PereiraDezembro 13, 20187min0

Um ano que começou por ser de sonho terminou com mais interrogações do que certezas. Foi assim o 2018 de Roger Federer. Aos 37 anos, o multicampeão suíço não tem nada a provar. É o jogador com mais Grand Slam (20), o mais velho a vencer um Major e também a ser número um mundial. Mas até onde pode chegar o suíço? Tem condições para continuar a aumentar o seu legado em 2019?

Depois de um 2017 arrebatador, com sete títulos ATP, a expectativa era alta para saber se o helvético poderia recuperar a condição de número 1 mundial. Ou, pelo menos, voltar a ganhar um Grand Slam. E a resposta não poderia ter sido mais assertiva. Em Janeiro conquistou o Australian Open pela sexta vez, revalidando o título do ano anterior.  No mês seguinte regressou à condição de número 1 mundial. Tornou-se o mais velho de sempre a conseguir esse feito, após nova vitória (a terceira) em Roterdão. Federer estava em estado de graça. E as paragonas dos jornais eram retumbantes perante o crescimento da sua lenda.

Com Nadal em crescendo, mas longe do seu melhor, e Djokovic ainda há procura da melhor forma, Federer tinha em Del Potro e Cilic, nesta fase do ano, os seus grande rivais. E foi precisamente diante o argentino que perdeu o seu primeiro jogo do ano, na final de Indian Wells. Ainda assim, as 17 vitórias consecutivas em início de temporada representaram um record para o suíço. Foi, contudo, sol de pouca dura. E os primeiros sinais de que Federer já não tem o fulgor de outros tempos, deu-se em Miami. Caiu surpreendentemente na primeira ronda para Thanasi Kokkinakis.

Em boa verdade, voltar a alcançar a liderança mundial nunca foi uma obsessão para Federer. O próprio assumiu que, aos 36 anos, seria difícil consegui-lo, ou pelo menos, manter essa condição. E, talvez seja bom reconhecer que se tratou de algo circunstancial. Não que Roger Federer não o pudesse conseguir. O ano de 2018 mostrou que Federer, Nadal e Djokovic continuam dominantes no circuito. E com o espanhol ainda em fase de calibração e Djokovic a reccuperar confiança, Federer soube, com profissionalismo, gerir os torneios para reconquistar o topo da hierarquia.

A gestão na terra batida

Em 2017, a ausência na terra batida foi uma fórmula de sucesso para um retumbante segundo semestre. Só que essa fórmula não resultou em 2018, mesmo falhando Roland Garros. É certo que esse piso nunca foi o seu ponto forte, ou uma prioridade. Sobretudo depois de completar o carreer Grand Slam e se ter destacado como o maior campeão de Major. Só que essa gestão também lhe trouxe críticas. Ion Tiriac, diretor do Open de Madrid, foi um deles, comparando o suíço a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

E em boa verdade, Federer nem precisou da terra batida para voltar a ser líder mundial. O suíço não tinha qualquer ponto a defender e no regresso aos courts venceu em Roterdão e Estugarda, voltando a ser número 1. Outra vez, mais elogios. Agora de John McEnroe. “Não entendo como pode, nesta idade, jogar ainda a este nível”, disse.

Estávamos, por esta altura, a meio da temporada. Wimbledon aproximava-se e Federer era o grande favorito. Mesmo aos 36 anos. Mesmo já tendo atravessado diferentes gerações, de Sampras e Dimitrov. Mesmo, uma semana antes, ter perdido para Borna Coric a final de Halle, que lhe retirou a liderança mundial. Poucos levaram a sério esse aviso. Não que Federer tenha estado mal. Mas teve mais dificuldades em converter pontos no primeiro serviço (74) e converteu apenas um break point.

Roger Federer poderá voltar à terra batida em 2019. Foto: Independent.co.uk.

Federer cai com estrondo em Wimbledon

Uma semana depois, o choque. Roger Federer é eliminado nos quartos de final de Wimbledon perante Kevin Anderson. “Senti-me bem, mas não foi o meu dia”, justificou o octacampeão do All England Club. Como em Halle, o suíço pareceu displicente e distraído. Foi assim ao cancelar um serviço por um avião passar, ou ao falhar completamente uma direita depois de um fã ter gritado. Por algum motivo, Federer nunca esteve no total comando da partida, não dando sequência a pontos importantes.

Essa falta de consistência prolongou-se por outros torneios, já na temporada de piso rápido. Em Cincinnati perdeu a final para Djokovic. Mas a grande desilusão deu-se no US Open, onde perdeu para John Millman na quarta ronda, num jogo onde cometeu 77 erros não forçados, 10 duplas faltas e finalizando apenas 49% de primeiros serviços. Foi um dos piores registos da sua carreira, mas ainda assim, garantiu os pontos suficientes para jogar o Masters Final, onde cairia nas meias-finais diante Alexandre Zverev. Nos Masters de Shangai e Paris caiu para Borna Coric e Novak Djokovic, os carrascos de 2018. Pior que as derrotas, a forma como foram alcançadas fizeram soar os alarmes sobre o que esperar ainda de Federer.

E agora, 2019?

Federer tenta, em 2019, tornar-se o maior campeão de torneios ATP. Foto: BBC.com

Aos 37 anos parece claro que Roger Federer tem ainda capacidade para gerir o seu prestígio nos courts, vencer alguns torneios e ir longe em Grand Slam. O suíço refere que nesta idade é impossível prever o que vai acontecer dentro de dois anos, mas sente-se bem no circuito e, nesta fase da carreira, tudo depende da sua família.

Numa temporada muito pode acontecer e 2018 é uma boa prova disso mesmo. Mas a ideia que fica do ano que agora acaba é que, por exemplo, Novak Djokovic está à frente do suíço. É número 1 mundial e com o regresso do sérvio ao mais alto nível é praticamente utópico pensar que Federer poderá recuperar a liderança na hierarquia.

Tal como em 2016 e 2017 o sucesso da temporada do suíço dependerá da gestão dos torneios que fizer. E ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, tudo aponta para que o helvético volte a jogar a terra batida em 2019. “É uma hipótese em cima da mesa. Tenho avaliado e há várias ofertas, mas vamos ver”, explicou. Uma dessas hipóteses é jogar o ATP Barcelona. A prova tem sido dominada por Nadal (11 títulos) e nunca contou com a participação do suíço nos últomos 10 anos. A organização tem feito agora um esforço para recuperar a participação de Federer.

Com Djokovic ainda a um nível excepcional, Nadal intermitente devido a lesões, e com a consolidação de Zverev e Thiem, para além de outros jogadores da nova geração, é pouco provável que Federer volte a erguer Majors. Wimbledon será por certo o foco da sua temporada e a razão de toda a sua preparação. E, em boa verdade, é no All England Club que tem mais chances de ser feliz. Mas mais depressa, talvez, consiga quebrar o último recorde que lhe resta. Ultrapassar Jimmy Connors como o maior campeão de torneios ATP. Connors somou 109 e Federer está com 102.

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André Dias PereiraDezembro 3, 20182min0

Marco Cecchinato, diz o próprio, sempre quis ser famoso. E há um ano o seu nome era pouco mais que desconhecido no circuito mundial. O ano de 2018 tornou-o em uma das principais surpresas e reconhecido em quase todo o lado. Aos 26 anos, o italiano conseguiu galgar mais de 40 posições no ranking e fecha a temporada como 20 mundial. “Fora do court mudou muita coisa. Agora as pessoas reconhecem-me no aeroporto, em bares ou restaurantes”, disse o italiano.

O seu sucesso assentou em dois títulos, os primeiros na carreira, mas não só. Ao afastar Novak Djokovic em Roland Garros, Cecchinato atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Ali acabaria por perder para Dominic Thiem. Apesar disso, terminaria o torneio francês como 27º mundial. Um registo impressionante se considerarmos que começou a prova como 72º da hierarquia mundial.

Nascido em Palermo, Cecchinato tornou-se profissional em 2010. E só em 2015, no US Open, fez a sua estreia em Grand Slam. No ano seguinte experimentou a sua maior adversidade. Foi suspenso 18 meses pela Federação Italiana de Ténis e obrigado a pagar uma multa de 40 mil euros por apostas e resultados combinados. Cecchinato recorreu da decisão e acabou por lhe ser dada razão.

Já este ano, em Budapeste, conquistou o seu primeiro título. O italiano levou a melhor sobre John Millman por 7-5 e 6-4. Diga-se, contudo, que Cecchinato havia integrou o quadro principal após repescagem. Com isso, tornou-se o nono jogador a conquistar o título nessa condição. “Perdi no domingo, mas consegui conquistar o título. Tavez seja um sonho”, disse na altura.

Mais tarde, Cecchinato voltaria a conquistar um segundo troféu. Em Umag. O italiano apresentou-se como terceiro cabeça de série. Em 1h32 conseguiu levar a melhor sobre Guido Pella: 6-2 e 7-6.

Mais do que um tenista de terra batida

Aos 26 anos o italiano encontra-se na melhor fase da carreira. Para manter, ou até mesmo subir o seu nível, serão necessários mais jogos com adversários top-20 e top-10. Contra Thiem, em Roland Garros, mostrou bons argumentos, jogando de igual para igual em muitos momentos do jogo. Apesar de ter sido a grande sensação em Roland Garros deste ano, Cecchinato garante que pode jogar bem em todas as superfícies. As meias-finais em Eastbourne ou a terceira ronda em Shangai mostram que não se trata apenas de um jogador de terra batida.

De resto, Cecchinato estava entre os nomeados para o prémio de jogador que mais melhorou em 2018. O prémio acabaria por ir para o grego Stefanos Tsitsipas.

O italiano vai agora preparar a nova época em Alicante, Espanha. Será, pois, um nome a acompanhar no início de 2019.

Marco Cecchinato venceu em Bucareste o seu primeiro título ATP

André Dias PereiraNovembro 26, 20182min0

Marin Cilic foi elevado à categoria de herói nacional. Ao vencer o francês Lucas Pouille (7-6, 6-3 e 6-3), o número sete mundial carimbou o terceiro ponto  sobre a França (3-1) e o segundo título da Croácia na Taça Davis, a mais importante competição de selecções de ténis.

Jogado no estádio Pierre Maruoy, em Lille, a França apresentava-se como a grande favorita. Não só pela tradição – 10 títulos – mas também porque jogava em casa e tinha um elenco recheado de estrelas. Entre outros, Lucas Pouille, Jo Wilfred Tsonga e Jeremy Chardy. Já a Croácia, tinha Marin Cilic e Borna Coric como principais trunfos.

Coric abriu vantagem para a Croácia, vencendo Chardy por 3-0 (6-2, 7-5 e 6-4). Cilic ampliou a vantagem ganhando ao experiente Jo Wilfred Tsonga (6-3, 7-5 e 6-4). O melhor que os gauleses conseguiram foi reduzir a desvantagem no jogo de duplas. Herbert e Mahut levaram a melhor sobre Dodig e Pavic (6-4, 6-4, 3-6, 3-6 e 7-6).

Cilic foi depois chamado de novo a jogar. E contra Pouille o croata fez jus ao seu favoritismo para fechar a final por 3-1 e devolver um título que fugia desde 2005. O treinador Yannick Noah tinha optado, à última hora, por trocar Jeremy Chardy por Pouille. Uma estratégia que se revelou infrutífera e que visava recrear o heroico triunfo sobre Steve Darcis o ano passado. A França não conseguiu, porém, tornar-se a primeira equipa a recuperar de uma desvantagem de 2-0.

Por seu lado, a Croácia revisitou a vitória de 2005. Os croatas eram, então, liderados por  Ivan Ljubicic e Mario Ancic. Em 2016, estiveram perto de voltar a vencer, contudo a Argentina levou a melhor por 3-2.

Taça Davis muda em 2019

“Não é todos os dias que te tornas campeão mundial. É um sonho tornado realidade”, disse Cilic. O troféu finaliza com chave de ouro um ano de altos e baixos para o gigante, em que venceu também o torneio de Queens.

Esta foi a última edição da Taça Davis antes da mudança de figurino. A partir do próximo ano os jogos, ao invés de serem jogados ao longo de todo o ano, deverão ocorrer todos em uma semana, em Novembro. Alguns jogadores, como Zverev, estão relutantes quanto a essa possibilidade.

Os paíse serão divididos em seis grupos, onde todos jogarão entre si. Dos 18 finalistas,12 são definidos através de uma fase de qualificação, envolvendo 24 países, e que será jogada em Fevereiro. Também participam da fase final os quatro semi-finalistas de 2018 e dois convidados. Os seis vencedores dos grupos, mais os dois segundos melhores classificados, apuram-se para os quartos de final.

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André Dias PereiraNovembro 19, 20184min0

Aos 21 anos de idade Alexander Zverev já tem muitos títulos para contar um dia aos seus netos. Desde que começou, em 2016, com uma vitória na Russia, em São Petersburgo, não mais parou. O ano passado venceu 5 (Canadá, Washington, Roma e Montpellier) e este ano venceu três. De todos, nenhum foi tão relevante quanto o Masters Final conquistado este domingo.

No torneio que reúne os oito melhores tenistas do ano, e entre algumas polémicas pelo meio, Zverev venceu Novak Djokovic por 6-4 e 6-3, tornando-se o terceiro alemão a conseguir essa proeza. Os outros foram Michael Stich (1993) e Boris Becker (1995).

Zverev mostrou-se muito sólido, confirmando todos os seus serviços no primeiro set. O alemão aproveitou o único break point cedido pelo sérvio para fazer o 5-4 e depois servir para o 6-4.

No segundo set o alemão quebrou o serviço a Djokovic logo no início por mais de uma vez, mas o sérvio respondeu bem. Só que Zverev soube manter Nolan encostado às cordas levando-o a cometer erros suficientes para consolidar a vitória final.

A precocidade de Zverev torna-o o mais jovem a vencer o ATP Finals desde, precisamente, Novak Djokovic. O sérvio também venceu a prova pela primeira vez com 21 anos de idade. Aliás, Nolan, hoje com 31 anos, falhou a possibilidade de igualar Federer com seis títulos.

Zverev, o maior da nova geração

Não é por acaso que Zverev é o nome maior da nova geração. Com 10 títulos já conquistados leva vantagem de sobra, nesse capítulo, sobre os jogadores com idade até 21 anos. Stefanos Tsitsipas, que na semana passada venceu a Next Gen Finals, é segundo classificado com dois títulos. Zverev passa também a integrar o restrito lote de jogadores que conseguiu eliminar nas meias-finais e final Roger Federer e Novak Djokovic. Os outros são Rafael Nadal, Andy Murray e David Nalbandian. De resto, diga-se que o alemão leva vantagem de 2-1 nos confrontos diretos com Djokovic.

Integrado num grupo com Djokovic, Cilic e Isner, o alemão perdeu apenas para Djokovic (6-4 e 6-1). Diante Isner ganhou (7-6, 6-3), repetindo o feito com Marin Cilic (7-6, 7-6). Por seu lado, o sérvio venceu os três jogos, confirmando ser o grande favorito à vitória final.

No outro grupo, Roger Federer e Kevin Anderson dominaram Dominic Thiem e Kei Nishikori. Federer confirmou, contudo, que não está no seu melhor, perdendo o jogo inaugural para o japonês (7-6 e 6-3). O suíço acabou por se redimir com Thiem (6-2 e 6-3) e Anderson (6-4 e 6-3).

Nas meias-finais, Zverev acabou por cravar o fim do percurso do suíço (7-5 e 7-6). Mas não sem polémica. No segundo set, quando Fed vencia o tie-break por 4-3, na sequência de uma troca de bolas, o alemão desistiu de um ponto, alegando que havia uma bola solta por um dos apanha-bolas. O juíz acabaria por devolver o ponto a Zverer, para irritação de Federer e do público que começou a vaiar. Zverev venceria por 7-5.

Na outra meia-final, Djokovic não teve dificuldade para ultrapassar Anderson por duplo 6-2. A derrota do sérvio, contudo, não apaga a grande temporada que fez e que o deixa como número 1 mundial.

Com o final do ATP Finals, chega também ao fim os grandes torneios de ténis. Com os títulos já alcançados e o estatuto de top-5 mundial, será importante acompanhar a evolução de Zverev em Grand Slam, onde até aqui não tem convencido. Por todos os motivos e mais alguns é um jogador de quem é esperado que um dia atinja a liderança mundial. Alia uma grande capacidade técnica a pujança física, sendo forte em todos os pisos de jogo. Até onde poderá ir?

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André Dias PereiraNovembro 15, 20182min0

Muitos reconhecerão em Lacoste uma importante marca de roupa. Nem todos saberão, contudo, que o seu criador, René Lacoste, para além de empresário foi um importante jogador de ténis na década de 20. O seu estilo de jogo fê-lo ser apelidado precisamente de crocodilo, que anos mais tarde (1929) seria imagem de marca. Mas não só. Recorrentemente é relatado o episódio de uma viagem a Boston, em 1923, por ocasião da Taça Davis. René Lacoste repara em uma mala feita em couro de crocodilo. O treinador, Alan Muhr, disse que se Lacoste ganhasse compraria a mala para ele. Este episódio, testemunhado por um jornalista do Boston Evening Transcript, também está na origem do seu apelido.

Lacoste nasceu em Paris em 1904. Fez parte de um quarteto de tenistas franceses, apelidado de Quatro Mosqueteiros, que dominaram o circuito. Para além de Lacoste, o quarteto era composto por Jean Borotra, Henri Cochet e Jacques Brugnon.

René Lacoste não era reconhecido especialmente pelo seu talento. Mas à semelhança de outros desportistas, compensava com uma enorme capacidade de trabalho e treino. Estudava meticulosamente os adversários para poder explorar as suas debilidades, ao ponto de ter diários sobre o estilo de jogo de seus rivais. Essa capacidade estratégica acabaria por ser replicada na sua vertente empresarial.

Ao todo, Lacoste venceu sete títulos individuais de Gand Slam, em França (1925, 1927 e 1929), EUA (1926 e 1927) e Wimbledon (1925 e 1928). Porém, o francês nunca jogou o Australian Open. O francês venceu ainda três títulos em duplas, dois em França e um nos EUA. Os seus resultados levaram-no a número 1 do mundo entre 1926 e 1927.

Lacoste morre vítima de tuberculose

Em 1933 fundou juntamente com André Gillier a La Société Chemise Lacoste, que produzia camisolas de ténis que Lacoste frequentemente usava em suas partidas.

Lacoste terminou a carreira cedo. Devido a tuberculose, aposentou-se aos 25 anos de idade, passando a dedicar-se à área empresarial.

Em 1963 voltou a mostrar estar na vanguarda, patenteando a primeira raquete de ténis em aço tubular, que mais tarde viria a ser utilizada por Jimmy Connors. Até então, eram quase sempre feitas de madeira.

Atualmente, Novak Djokovic é o embaixador global da marca.

Lacoste está entre as personalidades que mais influenciaram o ténis. A 12 de Outubro de 1996 morreu, com 92 anos.

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André Dias PereiraNovembro 12, 20183min0

Stefanos Tsitsipas coroou o ano de 2018 com a vitória na Next Gen Finals. A prova reúne os tenistas com até 21 anos de idade do circuito que mais se destacaram no ano. Frente ao australiano Alex de Minaur, El Greco, como também é conhecido, venceu por 2-4, 4-1, 4-3 (7-3) e 4-3 (7-3) e leva um prize money de 407 mil dólares.

“Estou incrivelmente grato pela oportunidade de jogar aqui em Milão e ser o segundo vencedor do torneio. É um momento muito especial para mim. Acho que posso tirar alguma confiança dessa conquista e jogar melhor no futuro”, disse o grego, que dá sequência ao triunfo do coreano Hyeon Chung, vencedor a edição inaugural.

Mais do que uma promessa, Tsitsipas é já uma certeza no ténis. No mês passado conquistou em Estocolmo o seu primeiro torneio ATP, frente Ernest Gulbis. Esta temporada foi também finalista vencido em Toronto e em Barcelona. Em ambas havia perdido para Rafa Nadal.

Aos 20 anos de idade, Tsitsipas é 15º do mundo e está em clara ascensão no torneio. Em final de temporada, El Greco tenta, na próxima época, evoluir o seu jogo e tentar entrar no top-10 mundial. Treinado pelo pai, Apostolos Tsitsipas, El Greco é já o nome maior da história do ténis do seu país. Com um jogo agressivo, sobretudo no fundo do court, e um saque forte, o grego precisa também evoluir mais em Grand Slam. A quarta ronda em Wimbledon, este ano, foi o seu melhor resultado. No Australian Open caiu na primeira ronda, e em Roland Garros e US Open, na segunda.

De Minaur, o futuro da Austrália

Também Alex de Minaur teve um ano para recordar. Apesar de não ter ainda vencido qualquer torneio ATP, foi finalista este ano em Sidney e Washington. Aos 19 anos é 31º do mundo, jogando com grande maturidade para a sua idade. Aos 18 anos já representava a sua selecção na Davis Cup. E o ano de 2018 não podia ter começado melhor. Ao atingir as meias-finais em Sidney e Brisbane tornou-se o primeiro jovem, desde Rafael Nadal, a conseguir esse feito. Para trás deixou jogadores experientes como Fernando Verdasco, Damir Dzumhur ou Feliciano Lopez. No Australian Open, Wimbledon e US Open atingiu a terceira ronda. Na Next Gen teve ainda o mérito de atingir a final sem perder qualquer set.

Pode dizer-se, pois, que os dois jovens mais promissores do ano se defrontaram na final de um torneio que tem tudo para continuar a evoluir. Para já, fica a ideia de que Tsitsipas está num estágio mais avançado que De Minaur, contudo, os dois terão por certo conquistas importantes no futuro.

Diga-se que em terceiro lugar da Nex Gen ficou Andrey Rublev. O russo levou a melhor sobre Jaume Munar por 1-4, 4-3 (7-4), 2-4, 4-2 (7-3).

A vitória de Stefanos Tsitsipas sobre Alex de Minaur

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André Dias PereiraNovembro 5, 20182min0

Em Paris, na cidade Luz, Karen Khachanov conseguiu o título importante que lhe faltava para dar o salto na carreira. Aos 22 anos, o russo, vencedor de três títulos em 2018 alcança o 11º de um ranking agora liderado por Novak Djokovic.

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André Dias PereiraOutubro 29, 20182min0

O ano pode não ter corrido assim tão bem. A forma pode não ser a melhor. O fulgor pode não ser o de outros tempos. Aconteça o que acontecer Roger Federer será sempre o filho de Basileia. Dentro e fora dos courts. Este domingo o helvético venceu pela nona vez o ATP Basileia (2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2014, 2015 e 2017), naquela que foi a sua 14ª final da competição. O suíço acumula agora 71 vitórias e nove derrotas em casa, sendo o maior campeão em Basileia.

Este foi ainda o seu 99º título da carreira e o quarto título de 2018. Aos 37 anos, o suíço aproxima-se do recorde de títulos de Jimmy Connors (109).

Federer levou 1h36 minutos para vencer Marius Copil, a sensação do torneio, por 7-6 (7-5) e 6-4. A jogar em casa e embalado pelo público, o número 3 mundial não foi brilhante – como não o tem sido neste segundo semestre do ano – mas conseguiu cumprir o objetivo de ganhar.

O romeno, diga-se, fez o que pode. E ter chegado à final já foi impressionante. Para trás deixou Ryan Harrison, Marin Cilic Bautista Agut e Alexandre Zverev. Aos 28 anos, Copil ainda não conquistou qualquer título ATP, tendo chegado a duas finais, ambas em 2018: Sofia e Basileia. Com este resultado deve subir 20 posições no ranking ATP, passando a ser 73 do mundo.

“Esta foi uma semana mágica”, reconheceu Federer no final do jogo. O suíço, recorde-se, foi o vencedor do Australian Open e finalista vencido em Wimbledon. O segundo semestre de 2018 não tem sido o melhor, acumulando muitos erros não forçados que lhe têm custado algumas derrotas e deixado muitas interrogações. Ainda assim, o suíço prepara-se para o ATP Finals que tem lugar em Dezembro e representa a oportunidade de ainda fechar bem o ano.

Roger Federer vence pela nona vez em casa 

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André Dias PereiraOutubro 25, 20183min0

Na década de 20 ninguém foi tão bem sucedido quanto William Tatem Tilden. Ou Bill Tilden, como ficou mais conhecido. Durante sete anos foi número um mundial, conquistando dez Grand Slam. Três em Wimbledon e sete no US Open. Mas não só. A sua galeria conta também como sete Taças Davis e oito Majors em duplas: sete US Open e um Wimbledon.

Se dentro dos courts Tilden foi um dos mais bem sucedidos, fora deles ficou conhecido por escândalos sexuais com menores de idade.

Mas vamos por partes. O seu talento não se revelou cedo. Aliás, no ensino preparatório, em Germantown, Philadelphia, não tinha lugar na equipa da escola. Tímido, só em 1910 começou a se dedicar aos treinos e ao estudo do jogo. Aos poucos, foi começando a jogar e a ganhar torneios. Primeiro em Germantown, depois na Peirce School of Business. Ao lado de Mary Brown, jogadora de ténis e golf, conquistou os dois primeiros títulos do US Open, em pares mistos.

Dedicado ao treino, Tilden foi jogando torneios, acumulando troféus e treinando mais. O momento da viragem deu-se em 1920. Nesse ano tornou-se o primeiro norte-americano a vencer Wimbledon ao ganhar a Gerald Patterson. Ainda em 1920 ganhou também pela primeira vez o US Open em singulares e a Taça Davis, derrotando a França, composta pelo quarteto que ficou conhecido como os Quatro Mosqueteiros: Jacques Brugnon, Henri Cochet, Jean Borotra e Jean René Lacoste. Este quarteto ficou célebre por acumular 20 Grand Slam individuais e 23 em duplas.

Tilden começara, a partir de então, uma das mais bem sucedidas carreiras de sempre. O seu domínio nos courts era esmagador. Sobretudo no US Open. Só ali, entre singulares, pares e pares mistos acumulou 13 títulos em dez anos. Em singulares foi pentacampeão do US Open entre 1920 e 1925 Apenas em Paris, em Roland Garros, perdeu as duas finais que jogou, em 1927 e 1930.

Bill Tiden: profissionalismo, controvérsias e morte

A precisar de dinheiro, em 1930 Bill Tilden tornou-se profissional. Ali permaneceu por 16 anos e jogou com adversários como Fred Perry ou Don Budge. A popularidade de Tilden continuava a fazer dele o jogador que o público mais queria ver jogar. Em 1931 e 1935 venceu o US Open, agora como profissional, e em 1933 e 1934 ganhou, finalmente, Roland Garros.

Em 1945, então com 52 anos, Tilden e Vinnie Richards ganharam o US Open, em duplas. Um feito impressionante pela idade e também porque, os dois tinham conquistado 27 anos antes a mesma prova enquanto amadores.

Bill Tilden foi também treinador da Alemanha na Taça Davis. A sua popularidade, velocidade e habilidade, mas sobretudo o seu domínio na década de 20 tornam-no frequentemente referência entre os maiores tenistas da história. Em 1959 entrou no International Hall of Fame.

Fora dos courts a sua vida fica também marcada por escândalos sexuais com menores de idade. Em 1946 foi detido por assediar um rapaz de 14 anos e em 1949 por dar boleia a um jovem de 16 anos. Foi condenado a cumprir pena de prisão, onde permaneceu por sete meses.

Bill Tilden morreu em 1953 aos 60 anos de idade com problemas no coração. Apesar de todas as polémicas associadas, o seu legado e influência no ténis perduram até hoje.

Bill Tilden vs Bill Johnston, em 1925


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