Borna Coric conquistou, este domingo, o torneio de Halle. O triunfo do croata colocou um ponto final na sequência de vinte vitórias consecutivas de Roger Federer. O suíço cede, a partir desta segunda-feira, a liderança mundial para Rafa Nadal.
Aos 21 anos de idade, o croata conquista o seu segundo torneio ATP. O outro foi em 2017, em Marraquexe. Foram precisas mais de duas horas de jogo para Coric, 21º do ranking, vencer pelos parciais de 7-6 (8-6), 3-6 e 6-2.
Federer procurava a 99ª vitória em torneios na sua carreira, continua em busca do recorde de Jimmy Connors (109). Mas mais do que isso, só a vitória de Federer lhe interessava para manter a liderança mundial. O helvético vai chegar a Wimbledon como número 2 do mundo.
Coric, é, também, um dos mais proeminentes jogadores do circuito mundial. Em Portugal, foi dado a conhecer no Estoril Open. Esta foi, contudo, a sua primeira vitória sobre Federer. Antes, tinha ganho a Rafael Nadal e Andy Murray,
Para chegar à final, Coric deixou para trás jogadores como Alexanrer Zverev, Nikolov Basilashvili, Andrea Seppi e Roberto Bautista Agut.
Coric, campeão juvenil em 2013
Coric chegou ao profissionalismo em 2014, depois de ter vencido o US Open, como juvenil, em 2013. O adversário foi Thanasi Kokkinakis. O ano de 2018 está a ser, para já, o melhor da sua carreira. Para além do título de Halle, foi pela primeira vez semi-finalista num torneio ATP 1000. Foi em Indian Wells, sendo eliminado precisamente por Federer. Também ajudou a Croácia avançar na Davis Cup, derrotando Vasek Popisil e Denis Shapovalov.
O seu estilo de jogo defensivo, na linha ou junto da rede, bem como a forma como se move em campo, aliado a um jogo de serviço consistente, tornam-no em um jogador interessante de acompanhar. Um nome a reter em Wimbledon, que arranca a 2 de Julho.
No regresso ao courts e à liderança mundial, Roger Federer conquistou o ATP Estugarda, este domingo. Frente ao canadiano Milos Raonic (6-4 e 7-6), o suíço conquistou o 98º título da carreira.
Um dia depois de voltar ao topo da hierarquia Federer conquistou o terceiro título de 2018. Os outros foram o Australian Open e o ATP Roterdão. Aos 36 anos de idade, Federer reforça a condição de jogador mais velho a ser número 1 mundial. Antes dele, André Agassi era o recordista, sendo líder com 33 anos.
Federer e Nadal têm alternado a liderança mundial em 2018. O suíço caiu para número 2 após uma estreia decepcionante em Miami, mas recuperou em Maio com a eliminação de Nadal nos quartos de final do ATP Madrid.
O helvético precisou apenas de 1h20 para levar de vencido Milos Raonic e o ATP Estugarda. O suíço admitiu que terminou o torneio jogando o seu melhor ténis. O que não deixa de ser surpreendente. Recorde-se que Federer vem de uma paragem de mais de três meses por opção de não jogar a temporada de terra batida. A decisão vem na sequência de uma estratégia de sucesso em 2017 e que o levou a realizar um segundo semestre ao mais alto nível.
Federer espreita 100º título em Wimbledon
Apesar da derrota, Milos Raonic convenceu na relva. Para chegar à final, levou de vencido Mirza Basic, Marton Fucsovic e Lucas Pouille. Já Federer, isento da ronda inaugural, venceu depois Mischa Zverev, Guido Pella e Nick Kyrgios.
A vitória sobre Kyrgios terá sido uma das mais difíceis do helvético no torneio. Precisou, inclusivamente, de virar o resultado: 6-7, 6-2 e 7-6.
Com Wimbledon no horizonte, Federer poderá chegar no Reino Unido ao 100º troféu da carreira. Depois de ultrapassar, em 2017, Ivan Lendl com 94 títulos, o suíço tornou-se o segundo jogador com mais troféus na história. Apenas é superado por Jimmy Connors, com 109. Agora com 98 títulos, o helvético irá participar também no torneio de Halle. Mas quem dúvida de Federer?
Federer conquistou assim o seu 98º título na carreira
Sem surpresa. Rafael Nadal confirmou o favoritismo que lhe era atribuído e venceu pela 11ª vez Roland Garros. O espanhol não deu hipóteses a Dominic Thiem, que jogou pela primeira vez uma final de Grand Slam: 6-4, 6-3 e 6-2.
O legado do espanhol na terra batida caminha para números estratosféricos, mesmo para as próximas gerações. Em treze participações, Nadal tem apenas duas derrotas e ambas se explicam por lesão. A primeira, em 2009, diante Robin Sodering e a outra, em 2015, frente a Novak Djokovic. A percentagem de vitórias é de impressionantes 98%. São 86 triunfos em 88 jogos. E por falar em números, Rafa venceu 256 de 281 sets (91%). Agora com onze títulos, Nadal deixa ainda mais para trás Bjorn Borg, antigo recordista, com seis troféus.
A edição de 2018 foi mais um passeio do espanhol, que só perdeu um set em todo o torneio. Foi contra Diego Schwartzman, nos quartos de final. O número dois argentino perdeu por 4-6, 6-3, 6-2 e 6-2, num jogo que acabou interrompido pela chuva.
E nem Dominic Thiem conseguiu contrariar a força do número um mundial. O austríaco foi responsável, aliás, por uma das últimas derrotas do maiorquino na terra batida. Aconteceu o ano passado em Roma. Só que desta vez o melhor que conseguiu foi quebrar o jogo de serviço do espanhol no terceiro jogo. O problema é que foi acumulando erros que, contra Nadal, são fatais.
A sensação Marco Cecchinato
É preciso, contudo, realçar o percurso de Thiem. O austriaco atingiu a sua primeira final, depois de três meias-finais. Frente a Marco Cecchinato, Thiem confirmou o seu favoritismo: 7-5, 7-6 e 6-1. O italiano foi, de resto, a grande sensação do torneio. Número 72 do mundo, atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Para trás deixou Novak Djokovic, David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.
Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Pior estiveram Kei Nishikori, eliminado nos quartos de final, e, sobretudo, Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural.
Juan Martins Del Potro, um dos melhores do ano, não tem na terra batida o seu piso proferencial. Ainda assim, o campeão de Indian Wells, chegou às meias-finais, onde foi eliminado por Nadal: 6-4, 6-1 e 6-2.
Com Roland Garros, termina a temporada de terra batida. Como esperado, Nadal sai com a liderança mundial reforçada. Contudo, na relva, poderá voltar a ter em Roger Federer a maior ameaça. O suíço falhou toda a temporada da terra batida, repetindo a fórmula de sucesso do ano passado. Quem chegará em melhores condições a Wimbledon? Federer, deverá regressar em Halle.
Está decidido. Roger Federer vai falhar toda a temporada de terra batida, devendo regressar no torneio de Halle, na Alemanha. A confirmação foi feita pelo suíço após a derrota diante do australiano Thanasi Kokkinakis, no Masters 1000 de Miami. “Decidi não jogar em terra batida. Foi bom voltar a ser o número um em Roterdão, mas manter essa posição não é importante nesta altura”, esclareceu o helvético. Entre outros torneios, Federer falhará Roland Garros.
O multicampeão volta, assim, a repetir a estratégia de sucesso que o levou a fazer um bom segundo de semestre em 2017. Venceu Wimbledon e também em Halle, Shangai e Basileia.
A derrota perante Kokkinakis retirou-lhe a liderança mundial, mas conforme referiu, não é o mais importante neste momento. E, verdadeiramente, há boas chances de Federer recuperar essa condição mesmo sem jogar. Senão vejamos. Nadal defende 4.680 pontos nos próximos meses, apenas mais100 que Federer. Contudo, o helvético não terá nenhum desconto até a temporada de relva.
A temporada de terra batida, de resto, apresenta-se como uma incógnita quanto a favoritos. Tudo por conta das lesões. O último torneio de Nadal foi o Open de Austrália. Falhou, depois, Acapulco, Miami e Indian Wells. Apesar de dominante na terra batida há dúvidas sobre as condições em que defende o título de Roland Garros. Murray também só regressará na temporada de relva. Djokovic mostrou estar limitado em Miami e Indian Wells. Wawrinka também recupera de lesão ao joelho e não tem previsão de regresso. Dominic Thiem está inscrito em Monte Carlo mas recupera de lesão no tornozelo. Del Potro e Cilic, os melhores de 2018 a par de Federer, também não têm na terra batida o seu piso preferencial.
Um dos segredos da longevidade de Federer é a gestão do seu esforço. Por isso, a escolha de torneios é muito criteriosa. Até porque, aos 36 anos e com 20 Grand Slams, nada tem a provar, jogando para desfrutar do jogo. A terra batida, ocupa, de resto, um período grande do calendário, necessitando de recuperação e preparação. E é o próprio Federer quem o diz ao jornal francês Le Parisien. “Quem o joga vai precisar de desistir de outra coisa“. O título de Roland Garros em 2009, permite-lhe, igualmente, aceitar melhor esta decisão.
Oportunidade perdida?
Contudo, há quem não corrobore da mesma ideia. Ion Tiriac, director do Open de Madrid, considera que Federer não age de forma correta, comparando o tenista a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.
Federer já o disse. Quer continuar a somar títulos e ser número 1. Com os rivais enfraquecidos por lesões, esta seria uma boa chance para tentar somar um segundo troféu de Roland Garros e em outros torneios. Em todo o caso, seria sempre um favorito. O que nos leva a outra pergunta. Será justo um número 2 do mundo falhar um torneio Grand Slam? E que impacto representa um nome como Federer falhar Roland Garros? O certo é que o mesmo já acoteceu em 2017. Certo é que este ano haverá aumento de premiação. Cada vencedor irá receber 2,2 milhões de euros, mais 100 ml euros do que na última edição. A prova joga-se em 27 de Maio e 10 de Junho.
Em todo o modo é mais uma oportunidade perdida para os fãs verem o suíço jogar. Mas um bom segundo semestre, com o US Open e Masters Final na calha, rapidamente faria esquecer Paris e ver a lenda crescer ainda mais.
Ao longo da sua carreira o norte americano John Isner convive com a referência à sua altura. 2,08 metros. Este domingo, e aos 32 anos, foi o dia em que Isner foi gigante também no ténis. Natural de Greensboro, Carolina do Norte, foi em Miami que o norte-americano conquistou o mais relevante troféu da sua carreira.
E que semana foi esta para John Isner. O ponto alto foi este domingo com uma vitória na final diante o alemão Alexander Zverev: 6-7(4), 6-4 e 6-4. E Isner até perdeu o set inicial, mas recuperou nas duas partidas seguintes, terminando com nada menos que 18 ases. De resto, permitiu apenas três pontos de break a Zverev.
A caminhada para a vitória começou com Jiri Vasely (7-6, 1-6 e 6-3) e prosseguiu com Marin Cilic (7-5 e 7-6). Depois, venceu Hyeon Chung, carrasco de João Sousa, por 6-1 e 6-4, e Del Potro (6-1 e 7-6)
Já Zverev deixou eliminou Dimitri Medveded (6-4, 1-6 e 7-6), David Ferrer (duplo 6-2), Nick Kyrgios (duplo 6-3), Borna Coric (7-6, 4-6 e 6-4) e Pablo Carreño Busta (6-4, 5-7 e 7-6).
O norte americano aumentou para treze os títulos conquistados no circuito ATP. Contudo, este foi o primeiro da categoria Masters 1000, tendo sido finalista vencido em outros três anteriormente. Desde Andy Roddick, em 2010, que nenhum tenista norte-americano conseguia vencer o Masters de Miami. E com a vitória de Sloane Stephans no quadro feminino, foi quebrado o jejum da ‘dobradinha’ que perdurava desde 2004, ano em que Roddick e Serena Williams venceram em ambos os quadros.
Já para Zverev perdeu a chance de vencer o seu terceiro Masters 1000, depois das conquistas no Canadá e em Roma, em 2017.
Federer e Djokovic desiludem
Apontado como um dos principais favoritos, Roger Federer foi a grande desilusão do torneio. O suíço caiu logo na primeira ronda para Thanasi Kokkinakis (3-6, 6-3 e 7-6). Foi a segunda derrota da temporada de Federer, que o atira para fora da liderança mundial, a partir desta segunda-feira. Rafael Nadal é outra vez número um do mundo. Quem também desiludiu foi Novak Djokovic. O sérvio perdeu logo na ronda inaugural para o compatriota Filip Krajinovic (6-3 e 6-2). Entretanto, o ex-número um mundial já confirmou o final de sua parceria com André Agassi, seu treinador desde Maio de 2017. Eliminado nos oitavos-de-final do Australian Open, e nas rondas inaugurais de Indian Wells e agora Miami, o sérvio é 12º do ranking.
Com o afastamento de Federer e Djokovic, o caminho parecia aberto para Del Potro. Contudo, o vencedor de Indian Wells, acabaria afastado por Isner, que colocou um ponto final na invencibilidade do argentino. Foram 15 vitórias consecutivas naquele que foi o seu melhor arranque de temporada desde que é profissional.
Surpreendente foi o percurso do português João Sousa. O vimarense tornou-se o primeiro português a atingir os oitavos de final de um Masters 1000. Caiu de cabeça erguida perante o favoritismo de Hyeon Chung (6-4 e 6-3).
Sousa será uma das principais atracções do Estoril Open, que poderá também contar, quem sabe, com Novak Djokovic. Mas, para já, no sol de Miami quem mais brilhou foi o norte-americano John Isner, que se torna, esta segunda-feira, número 9 do mundo.
João Sousa, o conquistador. Não por ter nascido em Guimarães. Não apenas por ser o melhor tenista português de sempre. Sousa conseguiu, este domingo, a proeza de atingir os oitavos de final do Masters de Miami. Pela primeira vez um tenista luso atinge essa meta num Masters 1000.
Longe do 28º lugar que já ocupou no ranking, Sousa é hoje o 80º do mundo. Isso, contudo, não o impede de somar vitórias importantes, como a que teve diante oJared Donaldson , número 49 mundial. A vitória pelos parciais de 1-6, 6-3 e 6-4 demorou 1h53. O português pareceu apático no primeiro jogo, mas depois voltou a mostrar grande força mental e venceu 10 dos 14 jogos realizados.
O triunfo vem dar mais força à prestação do tenista luso que, na ronda anterior, eliminou nada menos que David Goffin, número nove mundial. Sousa não deu hipósteses, ganhando pelos parciais de 6-0 e 6-1. Goffin encontrava-se sem competir desde que foi afastado nas meias-finais do torneio de Roterdão, por Grigor Dimitrov. Depois de eliminar Alexander Zverev em Indian Wells, pelo segundo torneio consecutivo o vimarenense afastrou um tenista do top-10 mundial.
Na próxima ronda, que se joga esta terça-feira, dia 27, João Sousa terá pela frente uma das sensações do circuito em 2018. O coreano Hyeon Chung, semi-finalista do Australian Open, deixou para trás o norte-americano Michael Mmoh, por duplo 6-1. Antes, a vítima foi o australiano Matthew Ebden (6-3 e 7-5).
Federer perde liderança para Nadal
Para já, estão garantidos nos oitavos de final: João Sousa, Hyeon Chung, Marin Cilic, Jeremy Chardy, Juan Martin Del Potro, John Isner e Filip Krajinovic.
Eliminados estão, para ja, Roger Federer e Novak Djokovic. O sérvio voltou a desiludir ao ser afastado na primeira ronda por Benoit Paire (6-3 e 6-4). Já o suíço sofreu a segunda derrota da temporada, depois de ter perdido a final de Indian Wells para Del Potro. O algoz, agora, foi Thanasi Kokkinakis: 3-6, 6-3 e 7-6 (4), naquele que foi o primeiro encontro entre ambos no circuito ATP. Mais do que perder na estreia, Federer perde a liderança mundial para Rafael Nadal a partir desta segunda-feira. O suíço, agora, só deverá regressar em Junho, no torneio de Halle.
Juan Martin Del Potro. Outra vez ele. A segunda vez em três semanas. O argentino está imparável e Indian Wells dançou ao ritmo de Del Potro. Tal como em Acapulco, no México.
Ao vencer na Califórina, Juan Martin Del Potro conquistou o seu primeiro Masters 1000 da carreira. E também o seu 22º torneio ATP. O argentino quebrou ainda a sequência de 17 vitórias consecutivas de Roger Federer e a partir desta segunda-feira, dia 20, sobe ao sexto lugar do ranking ATP.
Esta final, de resto, colocou frente a frente os dois jogadores que mais pontos somaram em 2018. Foram mais de 2h30 de batalha para chegar ao registo de 6-4, 6-7 (8-10) e 7-6 (7-2). Del Potro ainda chegou a ter um match point desperdiçado, no segundo set, e foi também obrigado a salvar outros dois, no terceiro. O triunfo chegou ao fim de 2H41 de um jogo muito equilibrado.
Esta foi, igualmente, a sexta vitória do argentino diante o suíço, que soma 18 triunfos neste confronto directo. O mais especial continua a ser a vitória em 2009 na final do US Open, até agora a maior conquista da Torre de Tandil.
Mas esta vitória em Indian Wells terá sempre um sabor especial. Conforme salientou Del Potro, houve momentos, entre 2010 e 2015, quando atravessou um calvário de lesões, em que pensou que não voltaria a segurar numa raquete ao mais alto nível. Mas 2018 está a provar o contrário. Para já, sobe mais dois lugares no ranking ATP.
Para atingir a final, deixou para trás adversários como o proeminente Alex De Minaur (6-2 e 6-1), o espanhol David Ferrer (6-4 e 7-3), o compatriota Leonard Mayer (3-7, 7-6 e 6-3), o alemão Philipp Kohlschreiber (3-6, 6-3 e 6-4) e o canadiano Milos Raonic (6-2 e 6-3).
Coric, a surpresa e Djokovic, a desilusão
O croata Borna Coric, um habitué do Estoril Open, foi uma das sensações da competição. Aos 21 anos atingiu as meias-finais de Indian Wells, caindo para Roger Federer (7-5, 4-6 e 4-6). Outra boa prestação foi a do coreano HyeonChung. E tal como no Autralian Open foi afastado pelo suíço nos quartos de final.
No sentido oposto, Novak Djokovic desiludiu, caindo na ronda inaugural perante Taro Daniel, 109º mundial. O calvário do sérvio parece continuar e não se vislumbra o regresso ao seu melhor nível. Nolan já alterou a sua equipa técnica, alterou rotinas, mas só o tempo dirá o que será o futuro do ex-número 1 mundial no circuito.
Com o trunfo de Del Potro, Djokovic continua a ser o maior vencedor de Indian Wells, a par de Federer, com cinco conquistas.
Roger Federer está de volta à liderança do ranking mundial. O suíço conquistou, este domingo, pela terceira vez o torneio de Roterdão consagrando-se como o mais velho número 1 da história. Quando o helvético anunciou que ia participar no torneio holandês o mundo agitou-se. Federer tinha a chance real voltar ao lugar que, até há pouco, julgava já não ser possível. Talvez por isso tenha dito que voltou a sentir o mesmo quando, em 2004, o conquistou pela primeira vez.
O triunfo sobre Grigor Dimitrov na final de Roterdão (6-2 e 6-2) correspondeu ao 97º troféu na carreira. Em Grand Slam é recordista com 20 títulos, tendo chegado a 30 finais. É também o jogador com mais semanas no topo, 303, das quais 237 foram consecutivas. O intervalo entre a primeira vez que chegou a número 1, Fevereiro de 2004, e que regresso ao topo, Fevereiro de 2018, é também o maior da história.
Os números impressionam, mas mais incrível ainda é perceber que aos 36 anos Federer se mantém no topo. John McEnroe, ex-número 1 mundial, afirma não entender como Federer joga a este nível nesta idade. E não é para menos. O suíço tem o mérito de atravessar três gerações – de Pete Sampras a Grigor Dimitrov – mantendo-se sempre entre os favoritos.
O suíço está numa fase em que quer sobretudo desfrutar do ténis. E, por assim dizer, reinventou-se numa altura em que se falava na aposentadoria. Desde o arranque de 2017 conquistou dois Australian Open e Wimbledon.
Federer é 1º e Kevin Anderson sobe ao nono lugar
Federer continua a desafiar a idade e os conceitos de ténis a alto nível. Mas vai lembrando que só é possível porque a sua mulher lhe permite ter essa vida. Os dois próximos Grand Slam, Roland Garros e Wimbledon, vão esgrimir a liderança mundial. Nadal, o rival que Federer voltou a derrotar, é o grande favorito para Paris. Mas Federer é o detentor do torneio britânico.
Na revisão de ranking esta segunda-feira, registo para o segundo lugar de Rafael Nadal. O croata Marin Cilic é terceiro. A grande novidade no top-10 é o sul-africano Kevin Anderson, vencedor do torneio de Nova Iorque, este domingo. Pela primeira vez está no nono lugar. Já Dominic Thiem, vencedor do torneio de Buenos Aires, mantém a sexta posição.
Preserverança. Se há palavra que possa descrever o sucesso de Roger Federer seja essa. O multicampeão suíço não teve um início de carreira meteórico como Rafael Nadal. Mas também não teve um despertar tardio, como Agassi. Federer foi, por assim, dizer despertanto aos poucos para o campeão que este domingo ergueu pela 20ª vez um título de Grand Slam. De tal forma que raramente foi manchete no início de carreira. Talvez por ser tão improvável à época um percurso tão lendário, Federer tenha chorado quando, este domingo, ergueu pela sexta vez o Autralian Open, igualando o record de Novak Djokovic.
Ao ganhar na final a Marin Cilic – 6-2, 6-7 (5), 6-3, 3-6 e 6-1 – Federer tornou-se no primeiro tenista masculino, seja na Era Open ou na anterior, a atingir as duas dezenas de troféus. Os outros são todos do quadro feminino: Margaret Court (24), Serana Williams (23) e Steffi Graff (22). Mais impressionante, desde que são disputados Grand Slam na Era Open, 1968, que o suíço ganhou 10% dos torneios.
Mas o que este Australian Open nos disse não foi só não haver sinal de abrandamento por parte de Federer. O torneio Asiático e do Pacífico reafirmou que estamos perante a melhor fase da história do ténis. Uma fase com uma lenda ainda em alto nível como Federer, veteranos que dominam o circuito como Marin Cilic, Rafael Nadal e Novak Djokovic (apesar das eliminações precoces destes últimos) e uma nova geração que quer disputar já títulos importantes, como os surpreendentes Chung Hyeon e Kyle Edmund, para além de Grigor Dimitrov e Nick Kyrgios.
Num torneio marcado pelo calor e algumas polémicas relativamente aos jogos em courts secundários de Djokovic, o suíço voltou a mostrar aos 36 anos o porquê de ser o maior de sempre e um nome a ter em conta em 2018. Aliás, não será descabido pensar que Federer poderá anda chegar a número 1. Para recuperar o ceptro que perdeu a 29 de Outubro de 2012 dependerá do desempenho no ATP 500 Dubai, onde defende 45 pontos (segunda ronda).
O retorno de Cilic e as dúvidas sobre Nadal e Djokovic
Se Federer foi o campeão ovacionado, Cilic foi o digno vencido. O croata voltou a disputar uma final depois da vitória no US Open 2014 mas acabou por não resistir ao melhor ténis do suíço, embora tenha tido o mérito de ter sido o único a vencer sets (2) a Roger neste torneio, empurrando a partida para um quinto e decisivo jogo. Vencedor de 17 títulos ATP (o último em Istambul, em 2017) o croata deixou para trás Ryan Harrison, Pablo Cerraño Busta (naquela que foi a 100ª vitória do croata em Major), Rafael Nadal e Kyle Edmund. Pela segunda vez na carreira, o croata venceu Nadal (3-6, 6-3, 6-7, 6-2 e 2-0) beneficiando da desistência do espanhol, por dores na virilha.
O maiorquino, recorde-se, recuperava de lesão antes do arranque da prova, tendo estado em dúvida até perto do seu início, o que condicionou a sua preparação física. Tal como a Novak Djokovic. O sérvio voltou aos courts após paragem por mais de 6 meses mas está longe da sua melhor forma, acabando por ser afastado na quarta ronda pelo surpreendente Chung Hyeon (7-6, 7-5 e 7-6). Nolan sofreu com dores no cotovelo – pediu atendimento médico – e volta a deixar a incógnita para o que poderá fazer em 2018.
A ascensão de Edmund e Chung Hyeon
Hyeon atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Grand Slam (Foto: Reuters)
Se a geração veterana continua a dominar o circuito, o que nos mostra o alto nível de ténis que vivemos é que a nova geração está ávida de grandes conquistas e com capacidade de jogar de igual para igual. No calor de Melbourne, ninguém foi mais surpreendente que Chung Hyeon. O sul-coreano, 21 anos, que começou a jogar ténis para ajudar a manter a sua visão, foi semi-finalista de Wimbledon, em juniores, em 2013, e chegou agora, pela primeira vez, às meias-finais de um Grand Slam. Para trás deixou não apenas Djokovic, mas também Tennys Sandgren (6-4, 7-6 e 6-3), nas meias-finais e, antes, na terceira ronda, Alexandr Zverev (5-7, 7-6, 2-6, 6-3 e 6-0).
O alemão, número 5 mundial, voltou a cair precocemente na competição, não conseguindo traduzir em resultados o estatuto que ocupa no ranking. “Definitivamente não é um problema físico, então tenho descobrir o que acontece comigo nos momentos decisivos em Grand Slam. Aconteceu em Wimbledon, aconteceu em Nova York e aconteceu aqui. Eu ainda sou jovem, então ainda tenho tempo“, disse o alemão, de 21 anos.
Outro nome importante neste torneio foi o de Kyle Edmund. O britânico e legítimo herdeiro de Andy Murray, começa a obter resultados mais ajustados ao seu talento e expectativa de carreira. Depois de um 2017 irregular, Edmund (que passou pelo Estoril Open), 23 anos, chegou pela primeira vez a uma meia-final de Grand Slam, sendo afastado pelo favorito Marin Cilic (6-2, 7-6 e 6-2). Antes, contudo, afastara Grigor Dimitrov, agora número 4 mundial e um dos tenistas em melhor forma no circuito.
E agora, 2018?
O búlgaro, aliás, falhou as meias-finais alcançadas em 2017 e proporcionou um dos melhores jogos do torneio diante Nick Kyrgios, vencedor de Brisbane. Foi uma maratona na quarta ronda de 3h30 – 7/6 (7-3), 7/6 (7-4), 4/6 e 7/6 (7-4) – que condicionou o jogo do búlgaro diante o coreano, sempre inteligente na abordagem aos seus jogos. Kyrgios era, de resto, a grande esperança australiana em chegar a um título que falha a um atleta da casa desde Chris O’Neill, em 1978.
Uma palavra também para Alex de Minaur, que surpreendeu no início do ano. O australiano, de 18 anos, voltou a dar show nas preliminares ao afastar Feliciano Lopez, mas acabaria eliminado na primeira ronda perante a maior experiência de Thomas Berdych.
O Australian Open disse-nos que temos um circuito equilibrado, com várias gerações com capacidade para lutar pelos títulos e em que os mais jovens aliam talento e ambição a capacidade de trabalho para evoluirem. Os veteranos levam ainda vantagem, com a lenda Federer à cabeça. Mas o suíço só deverá jogar um número limitado de jogos e torneios, à excepção dos Grand Slam, enquanto Nadal e Djokovic tentam recuperar físicamente para voltar a disputar títulos. E há ainda que contar com os regressos de Wawrinka, Murray e Nishikori. Que fase vive o ténis
O Australian Open, primeiro Major da temporada, sempre foi um torneio que serviu para medir o pulso do que pode ser o resto do ano. E porque estamos em época de Star Wars, este ano o torneio serve como que um despertar da força.
Acima de tudo, o Australian Open, que arranca esta segunda-feira, é marcado por regressos e ainda algumas ausências importantes. Primeiro, e como habitualmente, o regresso do ténis ao mais alto nível – apesar de alguns torneios de prestígio já realizados como Brisbane, Doha ou Sydney – mas, acima de tudo, servirá para medir o pulso ao nível de tenistas que regressam de lesões mais, ou menos, prolongadas como Djokovic ou Nadal Servirá também para perceber se Federer, tal como Rafa, poderão repetir 2017, e que evolução podem ter estrelas de gerações mais recentes como Grigor Dimitrov, Alexandr Zverev, Nick Kyrgios, Dominic Thiem, Alexandr Dolgopolov ou Jack Sock.
O ano de 2017 foi marcado pelo reavivar da velha rivalidade Fedal (Federer venceu em Australia e Wimbledon, Nadal ganhou Roland Garros e US Open) enquanto Djokovic, Murray e Wawrinka acumulavam lesões graves, que os atiraram para fora dos courts.
O despertar de Djokovic e Wawrinka
Djokovic regressa após seis meses parado (Foto: Gazeta Esportiva)
Djokovic e Wawrinka pouparam-se nos primeiros torneios de 2018 para regressarem agora, em Melbourne. Afastado desde Julho de 2017, por lesão no cotovelo direito, Novak Djokovicapostou na mesma estratégia de Federer e Nadal: parar meia temporada para recuperar fisicamente. E, a avaliar pelo treino com Alexandr Zverev, foi uma aposta ganha. Nolan venceu Zverev, número 5 do mundo, por 6-1 e 6-4. Foi dominador, confiante e apresentou novas estratégias de saque. É seguramente um dos candidatos à vitória (é o maior vencedor de sempre, com 6 títulos), mas resta saber se já está nesse patamar, ou se temos de esperar por Roland Garros e Wimbledon.
Certo é que o sérvio estará na mesma chave de Roger Federer (podem encontrar-se nas meias-finais), campeão em título, e vencedor da Taça Hopman no início do ano, juntamente com Belinda Bencic. Aos 36 anos, o maior campeão de Grand Slam quer continuar a fazer história, mas admite que “repetir 2017 será muito difícil”. A sua estratégia assenta numa muito selectiva escolha de torneios, para preservar a sua condição física e garantir qualidade nos que integra.
Quem também regressa em Melbourne é Stan Wawrinka. Vencedor em 2014, o suíço esteve afastado de torneios por seis meses. Stan optou por falhar Abu Dhabi e Tie Break Tens para agora se apresentar ao melhor nível possível. Antigo número 3 do mundo e actual número 9, Stan garante que ainda lhe falta confiança e mais condição física. Por isso, deverá fazer um torneio em crescendo, começando com Ricardas Berankis na ronda inaugural.
Nadal e o desafio de 2018
Recuperado de lesão, Nadal tenta segundo título em Melbourn, com retorno das cavas. Foto: Brecorder.com
De fora da prova estarão Andy Murray e Kei Nishikori. O britânico, que previa regressar no início de 2018, deverá, afinal, voltar apenas em Wimbledon. O antigo número 1 mundial tem feito várias cirurgias por conta de uma lesão no quadril. Segundo o seu treinador, Miles Maclaga, é mesmo provável que o escocês tenha que readaptar o seu jogo em função da sua nova condição. Também Kei Nishikori só voltará após o final do torneio.
Quem também fará a sua primeira aparição em jogos oficiais em 2018 é o número 1 mundial, Rafael Nadal. Rafa, também a recuperar de lesão, optou por falhar Brisbane e treinos com João Sousa. Vencedor em 2009, Nadal quer dar sequência ao excelente 2017, depois de ter atravessado o calvário de lesões e de terem decretado o seu óbito tenisticamente falando. Com o regresso de Djokovic e também Wawrinka, conseguirá o maiorquino manter as vitórias do ano passado? A resposta a essa pergunta começará a ser dada em Melbourne. Uma das novidades para o Australian Open será o regresso às cavas, que marcaram o seu estilo no início de carreira. Apesar dos primeiros jogos de treino não terem sido entusiasmantes, o espanhol deverá subir o seu nível à medida que avança no torneio. Será, porventura, o grande favorito à vitória.
De Dimitrov a Dolgopolov
Mas, certamente, o primeiro Major não se deverá centrar somente nos veteranos. Grigor Dimitrov, actual número 3, é um dos jogadores a seguir com atenção. Vencedor do último ATP Final, o búlgaro foi semi-finalista em Brisbane e desde que mudou de treinador, atravessa o melhor momento na carreira. O ano de 2018 poderá ser a consolidação do búlgaro, que aponta agora baterias para vitórias em Grand Slam. Em 2017, caiu nas meias-finais para Nadal.
Alexandr Zverev tem um potencial insuspeito. Todos o dizem. Ser número 4 do mundo aos 20 anos, prova isso mesmo. Mas, o certo é que as suas aparições em Grand Slam não fazem ainda jus à sua capacidade. Nunca passou da quarta ronda e melhorar esse registo será o caminho natural em 2018. Será já em Melbourne?
Outro nome a seguir é Nick Kyrgios. Porque joga em casa, porque é um dos mais populares e controversos jogadores do circuito e porque atravessa um grande momento de forma. Rod Laver, que dá nome ao court principal, diz que Kyrgios (17º) tem o melhor saque do mundo. Para já, começou o ano a vencer em Brisbane e, num dia bom, pode vencer qualquer um. A sua confiança e carisma junto do público podem levá-lo mais longe que nunca este ano em Melbourne.
Da nova geração será igualmente interessante acompanhar a evolução do ucraniano Alexandr Dolgopolov. a quem muitos olham como possível futuro número 1 mundial. Uma nota também para Alex de Minaur. Australiano de 18 anos de idade e 167 do ranking, é a maior sensação de 2018. Semi-finalista em Brisbane depois de vencer Milos Raonic e Feliciano Lopez foi também finalista vencido em Sydney. Com um ténis de grande maturidade e versatilidade, será interessante ver o que faz num Grand Slam.
Este ano há candidatos para todos os gostos, de diferentes gerações e em diferentes momentos de forma. Saber quem vai ganhar é tão difícil quanto saber quem vai dominar 2018. Como aconteceu o ano passado, entre Federer e Nadal.
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