Arquivo de Mariana Silva Pereira - Fair Play

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José AndradeMarço 31, 20228min0

Sejam bem-vindos à nossa quarta e última parte em que falamos sobre alguns dos muitos talentos que estão a brilhar nos Estados Unidos da América. Venham connosco e fiquem a conhecer as últimas craques portuguesas que brilham no outro lado do Oceano Atlântico.

Beatriz Jordão – A sorridente poste

Passamos para Beatriz Jordão, uma poste natural de Pombal, que encanta pela capacidade física e pelo sorriso sempre presente no rosto. Beatriz Jordão começou pelo Basquete Clube de Pombal, depois o Núcleo do Desporto Amador de Pombal (NDAP), seguido do Centro de Alto Rendimento (CAR), o CPN e antes de deixar Portugal, o Quinta dos Lombos. Beatriz Jordão conta com uma vasta experiência nas seleções jovens, onde começou com apenas 12 anos na altura com uma convocatória para as sub15. Falamos de uma poste que impressiona pela altura, a capacidade física e claro, tudo o que acrescenta na luta das tabelas.

No Quinta dos Lombos, na época 2015-2016, temporada em que se estreou na elite do basquetebol nacional, atuou em 10 jogos conseguindo médias de 6.5 pontos, 4.0 ressaltos, 0.4 assistências, 0.8 desarmes de lançamento e 0.6 roubos de bola de média por jogo. Em 2016-2017 foi utilizada em 5 jogos, mas na temporada seguinte já se assumiu como uma peça muito importante, jogando em 26 jogos num total de 442 minutos. As médias nesta temporada de 2017-2018 foram de, 5.5 pontos, 4.9 ressaltos, 1.3 assistências, 0.7 desarmes de lançamento e 0.4 roubos de bola por jogo, esta que foi a sua última temporada antes de se mudar para a Florida, saiu como figura do Quinta dos Lombos ela que ao longo das épocas foi várias vezes a jovem jogadora da semana.

Antes de irmos aos dados nos Estados Unidos, temos que destacar que Beatriz Jordão fez parte da seleção de sub16 que venceu a medalha de prata da divisão B, mas a poste de Pombal entre as várias distinções tem a presença na melhor equipa nesse europeu de sub16, onde foi mesmo a melhor poste, fez parte da outra medalha de prata em sub16, mas no Europeu principal, tem ainda a presença na segunda equipa do Europeu sub20 de 2018 e os dois títulos conquistados no Quinta dos Lombos, a supertaça e a Taça da Federação.

Nos Estados Unidos da América, chegou à Florida e assumiu logo um papel de peça importante, começou logo no 5 inicial e com uma estreia de luxo onde anotou 17 pontos e 10 ressaltos, mas uma lesão em dezembro acabou por fazê-la perder a temporada inteira. Em 2019-2020 depois de ultrapassar os problemas físicos, jogou em 30 dos 32 jogos, sendo aposta no 5 inicial em 10 partidas, conseguindo nessa temporada médias de 2.9 pontos e 29 ressaltos por jogo.

O ano passado, naquela que foi a sua última época na Florida, foi aposta em 21 dos 23 jogos, conseguiu mesmo perdendo algum espaço médias de 2.7 pontos e 3.3 ressaltos por jogo sendo a segunda melhor da equipa na percentagem em lançamentos de campo e a terceira com melhor média de ressaltos nesta equipa. Esta temporada mudou-se para Iowa State onde voltou a assumir um papel importante, sendo que leva 26 jogos ao longo de 402 minutos e anota médias de 6.6 pontos, 4.1 ressaltos, 17 assistências, 31 desarmes de lançamento e 12 roubos de bola sendo a melhor da equipa nos desarmes de lançamento, a quinta com mais roubos de bola, a quinta com mais ressaltos e a quarta com melhor média de ressaltos, sendo ainda a segunda jogadora com melhor média em relação aos lançamentos de campo na equipa. Uma jogadora em crescendo, que melhorou muito no que diz respeito ao jogo de pés e principalmente em relação à agilidade, uma evolução que conjugada com a sua muita capacidade na luta das tabelas a torna numa poste cada vez melhor e mais completa. Uma poste muito talentosa que estará na elite do basquetebol internacional.

Tess Santos – Talento imenso

De seguida vamos falar de Tess Santos, uma extremo de 22 anos que já leva 5 anos nos “States”. Tess Santos passou pelo SL Benfica e pelo Algés, jogou e mostrou muito nas duas principais categorias do basquetebol feminino nacional. Tess Santos é internacional jovem por Portugal desde os sub16 onde esteve na conquista da medalha de prata em 2015 até às sub20. Indo aos números, na época de estreia em 2017-2018 em Presbyterian College a sua primeira equipa nos Estados Unidos da América, Tess Santos foi titular em 18 dos 28 jogos, foi eleita a caloira da semana em algumas ocasiões conseguindo ainda médias de 3.7 pontos, 3.2 ressaltos, 1.0 assistências e 0.9 roubos de bola por jogo. Na segunda temporada no estrangeiro, Tess Santos assumiu ainda mais protagonismo ao ser titular em 26 dos 30 jogos com média 28.1 minutos por jogo, conseguiu máximo de carreira em relação aos pontos, ressaltos e roubos de bola, com média de 4.4 pontos, 4.5 ressaltos e 1.1 assistências por jogo.

Na temporada seguinte, Tess manteve o seu estatuto de uma das peças mais importantes, passou para 28 jogos como titular em 30 jogados. Subiu ainda as suas médias para 4.5 pontos e 2.6 ressaltos, mais e melhor rendimento da portuguesa. Em relação à última temporada, foi titular nos 20 jogos em que foi aposta, conseguindo 29.5 minutos de média por jogo, uma subida também em relação ao tempo de jogo, conseguindo ainda subir as suas médias para 6.4 pontos e 2.7 ressaltos, continuava a evoluir como jogadora e a ter cada vez mais espaço e preponderância na equipa. Esta temporada, Tess Santos mudou-se para a Universidade de Denver, onde leva 30 jogos, num total já de 918 minutos, conseguindo assim um protagonismo ainda maior e tendo jogado menos de 25 minutos por apenas uma vez esta temporada.

A evolução de Tess Santos é ainda mais visível esta temporada, cresceu como defensora, leva para já 2.9 de média por jogo em relação aos ressaltos e assumiu ainda maior protagonismo na marcação de pontos, leva 7.4 de média por jogo. Tess Santos sempre impressionou pela sua capacidade atlética, melhorou no tiro exterior e está uma jogadora cada vez mais completa que vai com toda a certeza nos maiores palcos do basquetebol internacional, ela que já se despediu de Denver.

Mariana Silva Pereira – Craque que impressiona

Saltamos até Denver para falar de Mariana Silva Pereira, uma base portuguesa de 19 anos que se mudou esta época para os Estados Unidos da América. Passou pelo Estoril, pelo Carnide e na época passada no GDESSA. A base portuguesa tem vindo a subir de nível muito rápido, foi uma jogadora que se destacou muito ainda nem na adolescência estava, desde os primeiros passos de Mariana Silva Pereira no basquetebol que se fala em um diamante gigante do nosso basquetebol feminino. O ano passado, naquela que foi a sua primeira época ao mais alto nível, Mariana Silva Pereira foi aposta em 19 jogos, somou 175 minutos com médias de 1.7 pontos, 0.9 ressaltos, 0.6 assistências e 0.6 roubos de bola. O muito potencial de Mariana Silva Pereira valeu o salto para Denver, onde rumou à Metropolitan State University of Denver Athletics para representar às Roadrunners.

Nesta primeira experiência além-fronteiras, Mariana tem sido destaque em Denver, tem vindo a conquistar o seu espaço e já vai mostrando a sua qualidade de forma muito clara. A portuguesa sagrou-se recentemente campeã, Denver venceu a conferência RMAC, algo que não conseguiam desde 2005. Nesta época, Mariana Silva Pereira vai brilhando já muito, estamos perante mais uma promessa do nosso basquetebol que não precisou de muito para ganhar um lugar de destaque e estaremos a falar de uma atleta que vai estar no topo do basquetebol nacional, muita margem de progressão nesta jovem lisboeta.

Chegámos ao fim da nossa lista, ficaram aqui alguns dos grandes destaques portugueses nos States ficaram ainda jogadoras como a Leonor Ferreira, a Ana Carolina Jesus , a Cláudia Viana, a Ana Baptista, ou a Marta Rodrigues por falar, estaremos cá em breve para falar de cada uma delas e muito mais, mas espero que tenham gostado deste olhar para alguns dos enormes talentos que levam o basquetebol feminino nacional mais longe.


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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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