Arquivo de Magda Silva - Fair Play

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José AndradeSetembro 12, 20227min0

A Seleção Nacional sub-16 feminina fez história em Matosinhos no Campeonato da Europa e é sobre o percurso que levou à segunda melhor prestação portuguesa de sempre na competição e alguns dos destaques individuais que vamos falar hoje.

Fase de grupos – Mostrar desde o começo ao que vínhamos

Portugal chegava a Matosinhos para provar que a presença na divisão A não era por acaso e a fase de grupos provou isso mesmo. Ótima entrada frente à Polónia com um triunfo por 56-53, um jogo complicado, mas onde já foi possível ver a alma lusitana a fazer a diferença. Neste confronto com as polacas, o conjunto de Mariana Kostourkova entrou algo receoso e com isso as dificuldades iniciais que assistimos, mas a garra portuguesa permitiu que nunca deixassem que a turma da Polónia fugisse e com o passar do jogo fomos vendo o melhor de Portugal num jogo onde o trabalho defensivo fez a maior diferença principalmente na parte final da partida.

Seguiu-se o desaire com a Bélgica por 53-51, um jogo muito equilibrado, onde a nossa seleção até entrou muito bem, só que depois, fruto de um período menos positivo, acabou por não conseguir bater um dos conjuntos mais fortes deste Europeu numa das partidas mais equilibradas desta fase de grupos com a decisão a ser até ao último lance de jogo. A última partida desta fase de grupos foi de “coroação”, vitória por 79-58 que garantiu a passagem aos oitavos-de-final e serviu para desfazer todas as duvidas em relação aos jogos anteriores e confirmar que estávamos mesmo para lutar pelos primeiros lugares, o sonho era real. Uma primeira parte de luxo onde o conjunto luso dominou nos dois lados do campo e uma segunda parte onde a equipa técnica conseguiu gerir as atletas mais utilizadas sem que nunca se perdesse a vantagem ou existisse um momento de quebra na intensidade lusitana.

Fase do mata-mata: Orgulho, muito orgulho

Com o 2º lugar garantido na fase de grupos, a seleção nacional sub16 feminina chegou à fase das decisões tendo pela frente a Chéquia nos oitavos de final, um jogo suado, onde a equipa das quinas não deu margem para dúvidas e venceu por 80-61. Triunfo que garantiu a permanência na Divisão A e dessa forma era atingido o principal objetivo proposto pela estrutura lusa. Este encontro foi de domínio luso, só no terceiro quarto existiu uma reação da Chéquia, mas nada que criasse grandes dificuldades às portuguesas. Seguiu-se a Hungria nos quartos de final e mais um triunfo muito suado e ainda mais apertado, desta feita por 56-53. A equipa das quinas conseguia atingir as meias-finais ao bater uma das seleções mais fortes deste europeu e dessa forma continuar a sonhar com algo mais neste Campeonato da Europa. Jogo sempre muito equilibrado e foi a “fuga” no terceiro quarto que fez a diferença para a nossa seleção, mas foi uma partida onde as lusas foram obrigadas a lutar mais frente a uma adversária muito competente e experiente.

Nas meias-finais o embate com a superpoderosa França que acabou por triunfar de forma clara por 87-36, o conjunto gaulês viria mesmo a conquistar o Campeonato da Europa na final frente à Espanha. Jogo muito complicado, onde as francesas estiveram sempre por cima, a diferença neste jogo foi mais notada mesmo com a muita entrega da seleção nacional sub-16 feminina neste duelo. Partida dominada pelas gaulesas e com isso Portugal ficou na luta pelo pódio frente à Croácia. No jogo do terceiro e quarto lugar, a Croácia acabou por levar a melhor por 72-58, onde o cansaço se fez notar e acabou por fazer toda a diferença.

Ficou uma prestação histórica e de excelência com a nossa seleção a conseguir mostrar que Portugal subiu de nível e pode mesmo continuar a sonhar nos diversos escalões, ainda existe muito a fazer e um caminho longo a percorrer como se viu nos embates com as seleções mais fortes, mas tanto neste Campeonato da Europa como em todo o verão foi dado um passo em frente para a consolidação de Portugal entre as melhores seleções da Europa conseguindo em todos os Europeus terminar com um lugar histórico.

Sair com alguns dos destaques individuais da competição

Dentro dos nomes que mais se destacaram neste Campeonato da Europa na seleção nacional sub-16 feminina, o primeiro que mais saltou à vista foi o de Clara da Silva que se colocou como uma das candidatas a MVP e ao cinco ideal da competição. A poste portuguesa, que atua em Espanha, foi figura em todas as partidas e confirmou aquilo que já sabíamos, é uma das melhores atletas da sua posição a nível europeu, podemos esperar grandes feitos da nossa poste. Depois temos que destacar Carolina Silva, a jogadora mais nova neste europeu acabou a ser a 6th Woman da nossa seleção ao ser aquela que sempre que entrou brilhou, nunca realizou um mau jogo, esteve bem dos dois lados do campo, independente do tempo de jogo ou da altura em que entrava rendia e fazia a nossa seleção subir de nível, uma das melhores jogadoras deste europeu embora não tão valorizada como devia. Dos muitos destaques, temos que falar de Rita Nazário que esteve sempre nas bocas de todos em cada duelo, foi uma das jogadoras que mais se mostrou neste Campeonato da Europa.

Leonor Peixinho acabou a ser uma das atletas que mais foi crescendo ao longo da competição terminando como uma das portuguesas com melhor rendimento, apareceu sempre dos dois lados muito bem e fez sempre a diferença mostrando-se ainda no tiro exterior. Mencionar Ema Karim e Magda Silva que agitaram todos os duelos, muito pela intensidade defensiva de cada uma e depois ainda pela técnica e qualidade no ataque. Sofia Sousa acabou a ser um dos nomes que todos saem a recordar, a sua fibra saltou à vista de todos, em alguns jogos acabou por atingir as 5 faltas, mas o que impressionou todos foi a garra e a entrega de uma jogadora que mesmo com menor estatura conseguiu anular atletas bem mais altas e até mesmo “abafar” várias delas em alguns dos encontros. Destaque ainda para Maria Amaro, outras das jogadoras que saltou sempre bem do banco e Gabriela Fernandes, a capitã que foi uma das melhores lusas neste europeu, com um trabalho soberbo em todos os duelos, mesmo que não tão vistoso ou tão destacado, a atleta que nesta nova época vai estar no Galitos foi das melhores, esteve bem em todos os jogos e acabou por ser uma das menos faladas, algo que não devia ter acontecido por tudo o que Gabriela Fernandes fez neste Campeonato da Europa.

Ficou aqui tudo sobre a participação da nossa seleção nacional sub-16 feminina neste Campeonato da Europa em Matosinhos onde conseguimos a segunda melhor prestação de sempre neste escalão.

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José AndradeAgosto 14, 20227min0

Carnide foi o palco para os jogos de preparação dentro do 3º estágio de preparação da Seleção Feminina sub-16 que está cada vez mais perto de começar a disputar o Campeonato da Europa em Matosinhos que começa já no próximo dia 19, e por isso mesmo hoje olhamos para esses duelos e alguns dos destaques.

Demonstração de força e da muita qualidade

A Seleção Feminina sub16 disputou quatro jogos em Carnide tendo vencido três deles e perdido o último num duelo muito intenso com a Grécia no penúltimo estágio de preparação, visto que nos próximos dias 15 e 16 vamos defrontar Espanha em Matosinhos. Foram partidas muito importante com vista à preparação do Campeonato da Europa e que nos permitiram ver mais desta equipa das quinas que nos deixou à vista em Carnide que está pronta para o Europeu.

O primeiro jogo foi frente à Grécia o conjunto mais forte presente em Lisboa e Portugal saiu vencedor por 81-61 entrando assim com tudo nestes jogos de preparação. A equipa das quinas entrou muito bem, nunca foi um jogo fácil, mas as lusas conseguiram estar sempre por cima e ter o ascendente da partida. Num jogo onde se viu a eficácia portuguesa e em especial a defesa alta que nos deixou sempre confortáveis conseguindo muitos roubos de bola e ganhar vantagem aproveitando os contra-ataques. Duelo muito intenso frente a um adversário complicado, mas onde permitiu ver a força da nossa defesa, a forma como Maryana Kostourkova, André Janicas e Mariana Guedes têm trabalhado com estas jogadora fazendo com a seleção nacional tenha na defesa um dos seus pontos mais fortes, não só pela capacidade de ganhar nos duelos no garrafão como pela defesa alta muito pressionante que como se viu em Carnide deixou todos os adversários em dificuldades. Este primeiro jogo com a Grécia foi de alta intensidade, muito rápido, a seleção das quinas colocou sempre as gregas em dificuldades através dessa pressão intensa e da muita agressividade.

Com a Suécia, dois jogos bem distintos, foram duas vitórias seguras, no primeiro duelo por 97-40 e no segundo por 71-52. Como esperado, Portugal melhor e sem as dificuldades sentidas com a Grécia. Estes confrontos com as Suecas permitiram ver mais de outras jogadoras, deu para se observar o valor e a profundidade desta seleção feminina sub-16. No segundo jogo, principalmente na segunda parte, o conjunto luso já sentiu mais problemas na defesa, fruto também de um baixar de intensidade que permitiu às suecas chegar mais vezes junto do cesto. Foram dois jogos com a Suécia que serviu para aumentar as expetativas para com esta seleção feminina sub-16. Dois triunfos confortáveis, onde Portugal não deu grandes hipóteses às suecas que nunca conseguiram travar o ataque luso e na defesa as portuguesas ganharam nos duelos interiores uma vez que as suecas procuravam sempre penetrar e não o conseguiram devido à nossa defesa que não concedia espaços com um período de exceção na segunda parte do segundo jogo onde as suecas conseguiram lançar mais de média e longa distância.

No último jogo em Carnide, Portugal não conseguiu vencer, foi o duelo mais complicado e bem diferente do primeiro que tínhamos assistido em Carnide. Se no primeiro jogo a alta intensidade foi o que marcou todo o jogo, neste segundo foi bem diferente uma vez que as gregas conseguiram baixar a velocidade da partida, gerindo muito a posse com ataques longos e com muitas trocas de bola. Gregas por cima, com a seleção portuguesa sempre a dar luta, mas sem conseguir a superioridade que tínhamos visto nos dias anteriores. Menor velocidade, mais duelos principalmente entre as jogadoras interiores, mais vezes as gregas a procurar superioridades que em alguns momentos foram conseguindo e por isso um jogo mais a jeito da seleção helénica.

62-70 foi o resultado final deste confronto final em Carnide, as gregas levaram a melhor e mesmo com mais dificuldades, foi um jogo onde as expetativas com as portuguesas cresceram, pode parecer estranho, mas devido a ter sido o primeiro jogo onde a equipa das quinas foi exposta a maiores problemas e vendo a forma como a Seleção Feminina sub-16 soube contornar, mostrar ainda mais no plano tático procurando sempre mais soluções para dar a volta a este duelo, tudo isso serviu para que as expetativas crescessem mesmo que o resultado final não tenha sido o melhor. Jogo mais físico e mais lento, foi esta a chave para Portugal não vencer, mas nem por isso jogamos mal, muito pelo contrário e é aí que está o ponto para estes duelos que vamos ter com a Espanha nos dias 15 e 16 mesmo antes do Campeonato da Europa começar.

Nos destaques individuais temos várias jogadoras que se foram conseguindo mostrar, mas hoje vamos olhar para três delas.

Clara Silva – melhor poste do Europeu?

Começamos por um dos talentos desta Seleção Feminina sub-16, uma poste que se destaca não pela altura, mas também pela sua qualidade de jogo de pés, além disso tem muita qualidade de passe e está a crescer no lançamento exterior. Clara Silva foi das jogadoras que mais se evidenciou nestes jogos de preparação e se já sabíamos que é um dos maiores talentos desta geração no basquetebol europeu, depois de assistir o nível dos seus jogos podemos mesmo colocar a chance de ser a melhor poste neste próximo Campeonato da Europa.

Gabriela Fernandes – Nome a guardar para destaque no Campeonato da Europa

O nosso segundo nome em evidência é Gabriela Fernandes, jogadora que antes destes estágios foi anunciada como reforço no Galitos e tal como disse nessa altura, estamos perante uma das maiores promessas do nosso basquetebol e depois de vermos o que jogou em todas as partidas em Carnide, podemos ter todas as certezas que a jovem que esteve no GDRAR vai ser uma das candidatas a figura neste Europeu.

Magda Silva – Sempre em alta

No terceiro destaque vamos até Magda Silva, jogadora que foi preponderante em todos os duelos, fosse titular ou lançada no decorrer dos duelos, Magda Silva “mexeu” sempre com o jogo, dando sempre outra dinâmica ao ataque luso. Além da qualidade ofensiva a agressividade defensiva foram sempre outras das armas em maior evidência neste duelos e por isso mesmo sabemos que estamos perante uma das jogadoras que vai ser mais preponderante neste Europeu.

As ilações finais para o Campeonato da Europa em Matosinhos vão ser feitas depois dos duelos com Espanha, mas podemos sonhar, vamos para uma grande competição em casa, num local onde já foi feita muita história para o basquetebol luso e onde vamos poder entrar novamente a pensar em atingir um feito igualmente histórico porque esta geração que está na Seleção Feminina sub-16 é de imensa qualidade e vai chegar mais do que pronta para encantar e conquistar a Europa em Matosinhos.


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