Arquivo de Guido Pella - Fair Play

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André Dias PereiraAgosto 21, 20202min0

Falta pouco para o arranque do US Open. Entre 31 de agosto de 13 de setembro, joga-se o segundo major do ano. Um cenário impensável há um ano, mas que foi viabilizado pela pandemia do Covid-19. Também por isso, a pouco tempo do início, há tantas polémicas.

O último episódio envolve Guido Pella e Hugo Dellien. Os dois tenistas estão de quarentena, em Nova Iorque, depois de terem estado em contato com pessoas infetadas com Covid. Pella e Dellien foram afastados de Cincinnati e podem também ficar de fora do US Open. Cincinnati foi movido para Nova Iorque no sentido de ser uma preparação do US Open. A situação deixou descontente vários jogadores do circuito. De acordo com o diário espanhol Marca, pode haver um movimento para boicotar Cincinnati e US Open. O argumento é o de que os jogadores só devem retirar-se do torneio se partilharem quarto com um caso positivo de Covid-19, o que não aconteceu.

Quem também falhou o primeiro torneio após o regresso do ténis é Kei Nishikori. O japonês foi infetado pelo vírus na Florida e deve falhar o master norte-americano. Ausência garantida é a Rafael Nadal. O atual número dois mundial explica que a ausência de controle do vírus nos EUA e sua saúde foram os motivos para falhar o US Open. No quadro feminino, Simona Halep também priorizou a sua saúde e não jogará.

De acordo com a organização sete jogadores do top-10 mundial deverão jogar a prova. Entre eles está Novak Djokovic, envolvido recentemente em polémica por organizar um torneio beneficente nos balcãs que causou a infeção de jogadores e adeptos.

O tenista sérvio apresenta-se como o grande favorito, dentro da quadra. Recorde-se que as pontuações foram congeladas desde o início da quarentena. A busca pelo 18 Grand Slam foi uma das principais motivações do número 1 mundial para jogar. Djokovic tem, de resto, sido um crítico sobre as condições de participação. Os jogadores farão testes regularmente, não poderão sair do espaço montado no aeroporto, não poderão ir a  Manhattan e só poderão entrar com um acompanhante no recinto do torneio.

Depois de uma paragem tão longa, é importante saber a forma como estão os jogadores. Certamente, será um US Open diferente, dentro e fora de court. De uma forma ou outra, a bola vai rolar.

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André Dias PereiraJulho 9, 20183min0

Terminou na segunda ronda a participação Wawrinka em Wimbledon. Este é, aliás, o único torneio em falta para o suíço completar o carreer Grand Slam. Contudo, o helvético estava longe de representar um favorito à vitória final. Depois de recuperar de uma lesão no joelho que obrigou a uma longa paragem, Stan regressou à competição em Roma, perdendo da ronda inaugural para Steve Johnson.

Wawrinka entrou em Wimbledon ainda à procura da melhor forma física e longe do seu melhor ténis. Outrora top-3 mundial, o suíço é hoje 224 do ranking ATP. Havia, portanto, uma expectativa q.b. sobre o que poderia o helvético fazer na prova. E logo na ronda inaugural, o adversário era nada menos que Grigor Dimitrov, número 6 mundial.

Em bom rigor, o búlgaro também não atravessa a melhor fase da carreira. Depois de um 2017 com quatro títulos, entre os quais o ATP Finals, em 2018 ainda não logrou qualquer troféu. O encontro com Wawrinka era, pela história e estatuto dos dois, o jogo mais aguardado para ronda inaugural do Torneio dos Cavalheiros. A vitória acabou por sorrir, de virada, para o suíço: 1-6, 7-6 (7-3), 7-6 (7-5) e 6-4.

O triunfo do helvético representou uma dose importante de confiança. Contudo, não foi suficiente para ultrapassar, na ronda seguinte, o italiano Thomas Fabbiano, 133 do mundo: 7-6 (9-7), 6-3 e 7-6 (6-4). Esta foi, também, a primeira vez que o italiano venceu um set em Major esta temporada. A derrota de Wawrinka acabou por representar uma desilusão depois do feito perante o búlgaro. “Estou muito desiludido por perder um encontro como o de ontem e de hoje. Acho que ontem estava a jogar muito bem”, disse. O helvético acredita também irá regressar à melhor forma. “Aceito sempre que quando estás fora por algum tempo pode demorar algum tempo até voltar ao bom nível e resultados. Não espero que os resultados apareçam de um dia para o outro, depois de uma boa semana de treinos. Sei o quão duro é o ténis, toda a minha carreira tem sido assim.”

Quem também partilha da mesma ideia é Gael Monfils. “Não tenho dúvidas de que vai ficar bem e vai voltar a ficar tão forte como antigamente. Ele trabalha muito e é super apaixonado pela modalidade. Ele é um campeão. Acredito que seja apenas uma questão de tempo.

Marin Cilic, outro favorito, também está fora de Wimbledon. Terceiro cabeça de série e finalista vencido em 2017, o croata foi afastado pelo argentino Guido Pella na segunda ronda.

Quem pode roubar a cena a Federer?

Wimbledon segue agora para os quartos de final. Roger Federer é o grande favorito. O suíço já deixou para trás Dusan Lajovic, Lukas Lacko e Adrian Mannarino não tendo perdido qualquer set. Federer busca o nono título em Wimbledon e o 21º Grand Slam da carreira. Só que Rafa Nadal, Novak Djokovic e Juan Martin Del Potro também ainda estão em cena. Destaque também para Kei Nishikori que, aos poucos, vai regressando à melhor forma. Tal como Wawrinka, Murray (que desistiu de Wimbledon) e Djokovic atravessou o deserto das lesões e busca a melhor forma. Só que, tal como Djokovic, e ao contrário de Wawrinka, o nipónico já tem mais jogos nas pernas desde que regressou da lesão. Neste seu percurso eliminou de Nick Kyrgios (6-1, 7-6 e 6-4).

Existe, também, a possibilidade de Djokovic e Nadal se enfrentarem nas meias-finais. Tudo está, portanto, ainda em aberto. Esta segunda-feira marcou o arranque da semana decisiva de Wimbledon. Alguém pode roubar a cena Federer? Domingo, tudo vai ser decidido.

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André Dias PereiraJunho 18, 20182min0

No regresso ao courts e à liderança mundial, Roger Federer conquistou o ATP Estugarda, este domingo. Frente ao canadiano Milos Raonic (6-4 e 7-6), o suíço conquistou o 98º título da carreira.

Um dia depois de voltar ao topo da hierarquia Federer conquistou o terceiro título de 2018. Os outros foram o Australian Open e o ATP Roterdão. Aos 36 anos de idade, Federer reforça a condição de jogador mais velho a ser número 1 mundial. Antes dele, André Agassi era o recordista, sendo líder com 33 anos.

Federer e Nadal têm alternado a liderança mundial em 2018. O suíço caiu para número 2 após uma estreia decepcionante em Miami, mas recuperou em Maio com a eliminação de Nadal nos quartos de final do ATP Madrid.

O helvético precisou apenas de 1h20 para levar de vencido Milos Raonic e o ATP Estugarda. O suíço admitiu que terminou o torneio jogando o seu melhor ténis. O que não deixa de ser surpreendente. Recorde-se que Federer vem de uma paragem de mais de três meses por opção de não jogar a temporada de terra batida. A decisão vem na sequência de uma estratégia de sucesso em 2017 e que o levou a realizar um segundo semestre ao mais alto nível.

Federer espreita 100º título em Wimbledon

Apesar da derrota, Milos Raonic convenceu na relva. Para chegar à final, levou de vencido Mirza Basic, Marton Fucsovic e Lucas Pouille. Já Federer, isento da ronda inaugural, venceu depois Mischa Zverev, Guido Pella e Nick Kyrgios.

A vitória sobre Kyrgios terá sido uma das mais difíceis do helvético no torneio. Precisou, inclusivamente, de virar o resultado: 6-7, 6-2 e 7-6.

Com Wimbledon no horizonte, Federer poderá chegar no Reino Unido ao 100º troféu da carreira. Depois de ultrapassar, em 2017, Ivan Lendl com 94 títulos, o suíço tornou-se o segundo jogador com mais troféus na história. Apenas é superado por Jimmy Connors, com 109. Agora com 98 títulos, o helvético irá participar também no torneio de Halle. Mas quem dúvida de Federer?

 

Federer conquistou assim o seu 98º título na carreira


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