Arquivo de Daniil Medvedev - Página 3 de 4 - Fair Play

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André Dias PereiraJulho 14, 20215min0

A edição de 2021 do torneio de Wimbledon chegou ao fim. Aqui elencamos os destaques e as desilusões de um torneio que consagrou Djokovic, fez ressurgir Shapovalov e teve um surpreendente Hubert Hurkacz.

Esta foi, aliás, uma edição que começa a traduzir alguns ventos de mudança no circuito. O vencedor ainda foi o incontestado Novak Djokovic. Na final com Berrettini, Nolan levou a melhor por 7-6,6-4, 6-4 e 6-3. No mais, em 62 dos últimos 65 Majors pelo menos um tenista do Big-3 chegou à final. Contudo, o sérvio foi o único desse restrito grupo a jogar as meias-finais.

É verdade que Nadal ficou fora do torneio por opção. Para preservar a sua condição física, o espanhol também não jogará os Jogos Olímpicos. Mas o campeoníssimo Roger Federer caiu nos quartos de final perante a sensação Hubert Hurkacz. O suíço perdeu por 6-3, 7-6 e 6-0. Esta foi a primeira vez que Federer ficou a zero em um set, em 119 jogos em Wimbledon. Djokovic, Nadal e Federer somam agora 20 Grand Slam cada. Mas começa a ser difícil imaginar que Federer, 40 anos, possa voltar a erguer um novo Major. Por enquanto, tal como o espanhol, estará fora das olímpiadas, mas neste caso por lesão.

Novak Djokovic

O campeão. O tenista sérvio venceu Matteo Berritini (6-7, 6-4, 6-4 e 6-3) e soma agora 20 Majors, seis dos quais em Wimbledon. Djokovic chegou à final tendo apenas cedido um set. Foi na ronda inaugural diante Jack Draper (4-6, 6-1, 6-2 e 6-2). Depois, porém, levou a melhor de forma imaculada sobre Denis Kudla, Cristian Garin, Marton Fucsovic e Denis Shapovalov. Tudo leva a crer que o sérvio se torne o maior campeão de Majors, superando Nadal e Federer. Atualmente já o tenista com maior semanas de número 1 mundial e maior campeão de Masters 1000.

Matteo Berrettini

O italiano é o grande nome do ténis italiano da atualidade. Vencedor de 5 títulos ATP, Berretini, 25 anos, conseguiu, talvez, o seu maior feito na carreira alcançando pela primeira vez a final de um Grand Slam. No final do jogo, foi o próprio quem reconheceu o momento histórico que viveu só de chegar até ali. Atualmente na nona posição do ranking, Berretti, todavia, um nome em crescendo no circuito que já provou poder incomodar qualquer um. Em Wimbledon, diga-se, deixou para trás nomes como Guido Pella, Botic Van de Zandschulp, Aljaz Bedene, Ilya Ivashka, Felix Augur-Aliasime e Hurbert Hurkacz. É inequívoco, todavia que 2021 está a ser o melhor de sua carreira. Para além de ganhar os torneios de Londres e Belgrado, foi também finalista vencido em Madrid e agora Wimbledon.

Hubert Hurkacz

Que torneio. Que ano. O polaco, 24 anos, já ganhou 3 torneios na carreira, dois deles este ano: Miami e Delray Beach. Os mais atentos já sabiam ao que vinha, sobretudo depois de uma conquista de um Masters 1000. E a verdade, todavia, é que Hurkacz não desapontou chegando às meias-finais, deixando para trás nada menos do que Daniil Medvedev e Roger Federer. Acabou por cair na meia-final perante Berrettini (6-3, 6-0, 6-7 e 6-4).  Ainda assim, mostrou um jogo bastante versátil e solidez defensiva, o que aliado a um bom momento de forma, o tornou num dos nomes grandes deste torneio e que vale a pena acompanhar no futuro. Para já subiu a número 11 do ranking ATP.

Denis Shapovalov

Com uma carreira de altos e baixos, o canadiano mostrou em Wimbledon que ainda pode aspirar a grandes feitos. É um dos mais talentosos jogadores do circuito mas, ainda assim, ganhou apenas um torneio na carreira. Aconteceu em Estocolmo, em 2019. Em Wimbledon chegou às meias-finais, perdendo para Djokovic (7-6, 7-5, 7-5). Mas o canadiano pode levar boas ilações do torneio dos Cavalheiros. “Agora sei a que nível posso jogar”, reconheceu Shapovalov, depois de deixar para trás Kohlschereiber, Andujar, Murray, Bautista Agut e Khachanov.

Daniil Medvedev

O russo era apontado como um dos candidatos ao título, porque é o número 2 mundial e também porque já mostrou capacidade para ser competitivo em todos os pisos, tendo no bolso, entre outros, o título de Australian Open (2021) e o Masters Final (2020), para além de ter sido finalista vencido no US Open (2020). A verdade, porém, é que o russo não passou dos oitavos de final, caindo perante Hubert Hurkacz (2-6, 7-6, 3-6, 6-3 e 6-3). Com esta derrota, Djokovic garantiu, logo ali, a continuidade como número 1 do mundo após Wimbledon.

Alexander Zverev

Ainda não foi desta. Tal como Shapovalov, a carreira de Zverev tem sido de altos e baixos. E apesar de mais vencedora – 15 títulos, dois dos quais este ano (Madrid e Acapulco) – a verdade, porém, é que continua aquém do seu talento e projeção. Outra vez, o alemão não passou dos oitavos de final, perdendo para o talentoso Felix-Auger Alissime (6-4, 7-6, 3-6, 3-6 e 7-4). Os seus principais resultados em Grand Slam continuam a ser as meias-finais do Australian Open (2020) e Roland Garros (2021).

Andrey Rublev

O número 7 do mundo foi uma sombra em Wimbledon. Tal como o seu compatriota Medvedev ou o alemão Zverev, Rublev também não chegou, sequer, aos quartos de final. Foi afastado por Marton Fucsovic (6-3, 4-6, 4-6, 6-0 e 6-3). Depois de um ano de 2020 com 5 títulos, o russo atravessa uma fase menos boa. Para já, este ano ganhou o torneio de Roterdão. Aos 23 anos, porém, tem tudo para continuar a evoluir e a médio prazo entrar, quem sabe, num top-5.

O campeão Djokovic

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André Dias PereiraMarço 9, 20212min0

Andrey Rublev é, sem dúvida, um dos mais talentosos tenistas do circuito. Com apenas 23 anos soma 8 títulos ATP, tendo jogado o ATP Finals em 2020. Este domingo, o russo venceu em Roterdão, o seu quarto título ATP 500 consecutivo. A edição deste ano contava com nomes sonantes como Tsitsipas, Coric, Nishikori, Zverev, Medvedev, Chardy, Norrie ou Minaur.

Rublev acabou por levar a melhor diante um surpreendente Marton Fucsovics. O húngaro, 46 do ranking, tem como principal registo o título de Geneve, em 2018. Apesar de um jogo equilibrado, que o russo venceu por 7-6 e 6-4, passou a ideia de que Rublev teve sempre o controlo. Ao longo da semana, Rublev perdeu apenas um set. Aconteceu nos quartos de final contra Jeremy Chardy: 7-6, 6-7 e 6-4.

Rublev segue imparável com 20 vitórias consecutivas em torneios da categoria 500. Ao longo da semana, com maior ou menor dificuldade foi ultrapassando adversários valorosos. Entre eles, Andy Murrray (7-5 e 6-2) e Stefanos Tsitsipas (6-3 e 7-6), nas meias-finais.

Fucsovic, a sensação

Já Fucsovic escreveu um conto de fadas. Arrancou na primeira qualificação vencendo Artur Rinderknech (6-2 e 6-4), seguindo-se outro francês, Pierre Herbert (6-4 e 6-3), Reilly Opelka (7-6, 6-7 e 7-6). Eliminou ainda Alessandro Fokina (6-3 e 6-2), Tommy Paul (6-4 e 6-3) e Borna Coric (6-4 e 6-1).o

Esta foi, de resto, uma edição com algumas surpresas. Daniil Medvedev caiu ainda numa fase inicial contra o sérvio Dusan Lajovic (7-6 e 6-4). O russo é o número 2 do mundo e se tornou o primeiro não pertencente ao Big-4 (Federer, Nadal, Djokovic e Murray) a consegui-lo nos últimos 16 anos. Quem também caiu nos 32 avos de final foi Alexander Zverev. O alemão foi eliminado por Alexander Bublik. O cazaque, 44 do ranking, está a fazer uma boa temporada. Apesar de nunca ter vencido qualquer título, Bublik 23 anos, já atingiu este ano duas finais: Singapura e Antaliya.

Ainda longe do seu melhor tempo, Kei Nishikori foi afastado nos quartos de final por Borna Coric. O japonês, porém, disputou um bom jogo com Alex de Minaur (6-3, 2-6 e 7-5). Desde Brisbane, em 2019, que o nipónico não vence um torneio ATP.

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André Dias PereiraFevereiro 22, 20213min0

O sérvio voltou a fazê-lo. Nunca se deve duvidar de Novak Djokovic em Melbourne. Não por acaso é o recordista de títulos do Australian Open: são agora nove. Mesmo não estando na melhor forma será sempre um candidato ao título.

Nas últimas duas semanas o sérvio não foi dominador tão como habitualmente. Esteve quase afastado, mas chegando à final mostrou ao que veio. E nem a consistência de Daniil Medveded serviu ao russo. Em três sets Djokovic venceu por 7-5, 6-2 e 6-2.

Djokovic chegou a Melbourne com um ponto de interrogação. Depois dos altos e baixos do final de 2020, e dos problemas extra court, importava saber em que momento estava o sérvio. E a verdade é que o número um mundial fez uma prova em crescendo. Começou por vencer Jeremy Chardy (6-3, 6-2 e 6-1), mas depois sentiu dificuldades contra Taylor Fritz. Numa batalha de 5 sets, com Djoko a sentir dores. Perdeu vantagem no terceiro set, chegando mesmo a ter um pé fora da competição, mas venceu por 7-6, 6-4, 3-6, 4-6 e 6-2. Depois, contra Milos Raonic, mais sofrimento: 7-6, 6-4, 3-6, 4-6 e 6-2.

Aos trancos e barrancos mas foi avançando até estabilizar. Contra Alexander Zverev venceu por 6-4. 7-6 e 6-3. Ainda não foi desta que o alemão, 23 anos, venceu um Major. Um dos mais promissores jogadores do circuito, o número 7 mundial voltou a desperdiçar pontos importantes. E de nada valeu “ter encostado Djokovic às cordas”, como considerou o seu irmão, Mischa Zverev.

Nas meias finais, Djokovic venceu o outsider da competição. Aslan Karatsev viveu um conto de fadas em Melbourne. O russo, 27 anos, 42 do ranking ATP, atingiu as meias-finais de um Major pela primeira vez. Um grande registo para quem nunca chegou, sequer, a qualquer final de torneios ATP. Mas o sérvio não facilitou e ganhou por 6-3, 6-4 e 6-2.

Medvedev, ainda não foi desta

Se havia alguns pontos de interrogação no início sobre Djokovic, o mesmo não se pode dizer de Medvedev. O russo fez um grande 2020, vencendo o ATP Finals e chegando à final do US Open. Ao chegar a mais uma final, sobe agora à tereira posição do ranking. Aliás, há 20 jogos que Medvedev não perdia. Para trás, deixou adversários como Popisil, Roberto Baena, Filip Krajinovic, Mckenzie Macdonald, Rublev e Tsitsipas.

Ainda não foi, porém, desta que Medvedev conquistou um Major, mas parece uma questão de tempo até isso acontecer. O russo é hoje o valor mais fiável da nova geração e uma ameaça real ao domínio de Djokovic. Aliás, o Australian Open voltou a confirmar a qualidade de Rublev e de Tsitsipas. O grego, no mais, afastou Rafael Nadal, por 6-3, 6-4 e 6-2.

Com a queda de Nadal, a ATP confirmou que Djokovic vai chegar às 311 semanas como líder do ranking, superando as 310 de Roger Federer. Este foi, de resto, o Major número 18 do sérvio, que está apenas a dois dos recordes do suíço e de Nadal.

 

 

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André Dias PereiraFevereiro 5, 20213min0

Um caso positivo de Covid-19 no hotel onde os tenistas estão instalados fez disparar os alarmes. Mais de 600 pessoas foram colocadas em quarentena. Especulou-se sobre a realização do primeiro Grand Slam do ano, mas o que é certo é que vai mesmo acontecer e arranca segunda-feira, dia 8. A menos que, até lá, aconteça algo que mude a situação drasticamente. Por enquanto, os jogadores estão em risco moderado.

Sob o signo do Covid, esta edição torna-se, por isso, mais imprevisível. Todos os olhares estarão centrados em Novak Djokovic. O sérvio é número 1 mundial e recordista de títulos em Melbourne. Campeão em 2020, o sérvio é, ainda, o maior favorito, mas não incontestado. Campeão em título, Djokovic tenta aumentar a sua lenda na Austrália e reduzir distâncias para os 20 Majors de Federer e Nadal.

O sérvio não terminou 2020 da melhor maneira e muito dependerá da forma como se encontra agora. Mas já deu para notar, no final de 2020, que outros nomes podem hoje encarar o sérvio e jogar para ganhar. O principal é ainda Rafael Nadal. O espanhol também procura se isolar como o maior campeão de majors, mas terá que melhorar o que fez na edição passada. Em 2020, o maiorquino caiu nos quartos de final perante Dominic Thiem. O austríaco é número 3 mundial e foi finalista vencido o ano passado, ganhando ainda o US Open. É por isso um dos favoritos a estrear-se a ganhar em Melbourne. O ano de 2020 foi, aliás, o melhor da carreira de Thiem. No final do ano foi também finalista vencido no Masters Final. A sua versatilidade em diferentes tipos de court, tornam-no muito difícil de bater, seja em que contexto for.

Os Outsiders

É preciso ter também em conta a armada russa. Daniil Medvedev e Andrey Rublev já mostraram ter capacidade para altos voos. Nos últimos dois anos Medveded ganhou nada menos que seis títulos, entre eles, em 2020, o Masters Final e o ATP Paris. A sua frieza, serviço forte e versatilidade tornam-no um candidato a chegar muito longe não apenas em Melbourne mas ao longo de todo 2021. Será, pois, interessante acompanhar a sua evolução após o brilhante 2020. Já Andrey Rublev tem vindo a evoluir muito. Não foi feliz no Masters Final mas 2020 conquistou 3 títulos ATP: Hamburgo, Viena e São Petersburgo. Rublev é top-10 e é o desafiante a outros nomes como Tsitsipas, Zverev ou Federer. O suíço, recorde-se, está fora do Australian Open, ainda a recuperar de 2 operações.

Um nome que também será interessante manter no radar é Jannik Sinner. Longe de estar entre os favoritos, o italiano, 19 anos, alcançou os quartos de final no último Roland Garros. Foi convidado por Nadal para treinar após o retorno do ténis na sequência da pandemia, e revela uma calma e maturidade muito acima da idade.

Independente de nomes, tudo pode acontecer, sobretudo em contexto de Covid. A qualidade do ténis, contudo, está assegurada.

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André Dias PereiraJaneiro 25, 20213min0

O ano de 2020 fica para a história, não só do ténis mas do desporto em geral, como o mais desafiador para todas as organizações. O arranque da época de 2021 não promete, pelo menos para já, ser diferente. Para enquanto, o Australian Open foi adiado para 8 de fevereiro e a ATP Cup encurtada para o período entre 1 e 5 do mesmo mês. É ainda cedo para se falar em outras competições mas é possível que o clima de incerteza continue a ser feito mês a mês. Isso certamente, também tem impacto na preparação da temporada e rendimento dentro dos courts.

São vários os questionamentos que se fazem nesta altura da temporada. Agora, em 2021, mais ainda. O principal é saber se o big-3 ainda continuará a dominar a cena do ténis. Ou se é possível termos novas figuras no topo da hierarquia. Por ora, Novak Djokovic e Rafael Nadal são as únicas certezas num ano incerto. O sérvio e o espanhol ocupam ainda as duas primeiras posições com Dominic Thiem a espreitar de perto, no terceiro posto.

A recuperar de 2 cirurgias Roger Federer está afastado do Australian Open e deste início de temporada. Aos 39 anos ainda não dá para descartar do suíço, mas é pouco crível que possa voltar a liderar o ranking. Com 20 títulos Major é o recordista do circuito. Há muito que já não se apresenta como o maior favorito a ganhar um Grand Slam mas não seria totalmente surpreendente se ainda ganhasse mais 1 até se aposentar. Com 19 Majors, Nadal pode igualar ou até ultrapassar esse registo em 2021. É, outra vez, um dos principais candidatos a ganhar o Australian Open e, sobretudo, a vencer Roland Garros.

A força mental de Djokovic levada ao limite

Mas há, também, Djokovic. O sérvio tem-se apresentado, nos últimos anos, como o mais regular. Contudo, a sua resiliência e força mental será testada como nunca antes. Após os eventos da Adria Cup, que culminaram na infeção de vários tenistas e staff, o sérvio tem sido alvo de duras críticas. Mais, o sua impopularidade tem crescido . Se, em outras ocasiões, Nolan se tem valido disso para fortalecer o seu jogo, o Masters Final mostrou um lado do sérvio poucas vezes visto: desatento, de cabeça quente e a cometer demasiados erros não forçados.

Dominic Thiem, Daniil Medvedev têm sido, nos últimos dois anos, os grandes desafiantes ao big-3. O austríaco é já número 3 mundial, a morder os calcanhares a Rafael Nadal. Thiem é também tido como o sucessor do espanhol no reinado da terra batida. Em 2020 venceu ainda o US Open, o seu primeiro Major. É um dos mais consistentes do circuito e candidato a ganhar qualquer Grand Slam. O ano passado foi ainda finalista vencido em Melbourne.

Entretanto, o russo foi o campeão do Masters Final em sua segunda participação. Medvedev viveu o período incrível em 2020. Para além dos triunfos do ATP Finals e ATP Paris, ganhou 4 títulos em 2019 e 3 em 2018. Outros tenistas, como Tstsipas, Rublev, Zverev ou Schwartzman deverão também se manter no topo da cena do ténis mundial, causando sensação aqui e ali.

Mas, outra vez, tudo dependerá da evolução e impacto da pandemia no circuito que, por agora, mantém ainda o público fora dos courts.

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André Dias PereiraNovembro 24, 20203min0

Não foi exatamente uma surpresa, mas, concordamos, também não era o esperado. O título do ATP Finals de Daniil Medvedev confirma o que nos últimos anos tem vindo a pronunciar-se. O melhor tenista da (ótima) geração russa, com capacidade de ser top-3 e estar na primeira linha para suceder ao Big-3.

Aos 24 anos, Medvedev vive o melhor momento de sua carreira. Venceu pela primeira vez o ATP Finals, depois de ter ganho o ATP Paris. É número 4 do mundo e está apenas a 655 pontos de Dominic Thiem, terceiro classificado de uma lista liderada por Novak Djokovic.

O austríaco, aliás, foi o tenista vencido na final de domingo: 4-6, 7-6 e 6-4. Thiem volta a perder uma final depois de ter caído em 2019 para Stefanos Tsitsipas. E, diga-se, até começou bem. No primeiro set, conseguiu quebrar um serviço ao russo e controlar a vantagem para vencer por 6-4. Só que a frieza, precisão e força mental de Medvedev fizeram a diferença nos sets seguintes. Aliás, o russo está a tornar-se conhecido por não festejar as suas vitórias. Após o triunfo, limitou-se a cumprimentar o rival. A explicação deve-se a problemas com o público durante o US Open de 2019. À época teve problemas logo no seu primeiro encontro, tendo sido vaiado por mau comportamento. O russo chegaria até à final, onde perdeu para Nadal, naquele que era, até aqui, o seu melhor resultado. Ainda assim, diga-se, acumula já 9 títulos ATP desde 2018.

Thiem termina como número 3

O percurso de Medveved em Londres foi imaculado, vencendo todos os jogos. No mais, o russo tornou-se apenas o quarto jogador nos últimos 30 anos a derrotar os três primeiros do ranking mundial, na mesma semana. Em um ATP Finals foi, no mais, a primeira vez que aconteceu. “É incrível vencer o top 3 aqui. São os melhores jogadores do mundo. Isso significa muito e mostra do que sou capaz quando estou a jogar bem”, disse o russo.

Incluído em um grupo com Djokovic, Zverev e Schwartzman, o russo não apenas ganhou todos os jogos como não cedeu qualquer set. Nas meias-finais, deixou para trás Rafael Nadal. O espanhol continua em busca do seu primeiro ATP Finals, o grande título que lhe falta. E, tal como Thiem, ganhou o primeiro set, só que Medvedev buscou a reviravolta: 3-6, 7-6, 6-3.

Thiem também confirmou o bom momento que atravessa, repetindo a final de 2019. Num grupo com Nadal, Rublev e Tsitsipas, o austríaco proporcionou, talvez, o melhor jogo do torneio e um dos melhores do ano contra o espanhol, ganhando por duplo 7-6. E nas meias-finais ultrapassou Novak Djokovic.

O austríaco termina a temporada como número 3 mundial e campeão do US Open. Um grande ano desportivo, apesar de tudo.

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André Dias PereiraNovembro 10, 20202min0

Daniil Medeved, 24 anos de idade, é por esta altura uma certeza no circuito ATP. O russo soma oito títulos ATP, o mais recente dos quais em Paris, no domingo. Diante Alexander Zvderev, Medvedev venceu de virada: 6-7, 6-4 e 6-2.

Foi uma semana especial para o russo. Não apenas porque venceu o primeiro título da temporada, mas pela forma em que se apresentou. O russo superou ladversários como De Minaur (5-7, 6-2 e 6-2), Diego Schawrtzman (6-3 e 6-1) e  Milos Raonic (6-4 e 7-6), mostrando que se pode intrometer nos próximos tempos na disputa pelo número 1 do mundo.

Para já, contudo, esse é um cenário ainda remoto. Todavia, com este título, Medvedev sobe a número 5 mundial ultrapassando o suíço Roger Federer. Apesar de este ter sido o primeiro título de 2020, o russo atingiu as meias-finais no último US Open, perdendo para Dominic Thiem. Em 2019, recorde-se, o russo foi finalista vencido diante Rafael Nadal. Mais recentemente, em Roland Garros, não esteve tão bem, caindo na primeira ronda.

O triunfo de Paris acaba por ser mais um passo na carreira de Medvedev que vai ganhando cada vez mais confiança. Que o diga Zverev, reconhecendo, após sofrer o empate em sets, que iria perder o encontro. Apesar de ter sido vice-campeão, o alemão também se deve orgulhar do seu percurso em Paris. Para trás, deixou jogadores como o favorito Rafael Nadal (6-4 e 7-5) e Stan Wawrinka (6-3 e 7-6).

O Masters de Paris é o penúltimo torneio importante do calendário de ténis. A partir de domingo terá início o ATP Finals, competição que reúne os oito melhores do mundo na temporada. Medvedev e Zverev estarão lá, assim como Rafael Nadal, Novak Djokovic, Dominic Thiem, Stefanos Tsitsipas, Andrey Rublev e Diego Schwartzman.

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André Dias PereiraJaneiro 20, 20203min0

Arrancou este domingo, dia 19, mais uma edição do Australian Open. O primeiro Grand Slam do ano é também a primeira grande oportunidade de 2020 de vermos em court os maiores tenistas do mundo.  E são vários os cenários e recordes que podem ser quebrados.

Ano após ano, a principal pergunta por esta altura persiste. Até quando o Big-3 do circuito continuará a dominar os Major. Outra vez, Nadal, Djokovic e Federer são os grandes favoritos, mas é possível acreditar que outros nomes possam surgir. Medvedev, Thiem ou Tsitsipas são bons exemplos disso.

Desde 2011 todos os vencedores de Grand Slam têm hoje mais de 30 anos e apenas 6 dos 36 torneios disputados não foram ganhos pelo Big-3.

De uma forma ou de outra, algo de especial vai acontecer. Senão vejamos. Rafael Nadal entra em court não apenas para defender a sua condição de líder da hierarquia, mas também para igualar Roger Federer. Caso vença o Australian Open, o espanhol alcança os mesmos 20 Grand Slam que o helvético. Finalista vencido em 2019, Nadal conquistou Roland Garros e US Open mostrando que ainda o pode fazer. Cinco anos mais novo que Federer é muito provável que o maiorquino se torne o maior campeão de Grand Slam. Até porque Federer parece uns furos abaixo dos seus rivais – em 2019 não venceu qualquer Major, sendo finalista de Wimbledon – e também porque Nadal continua a ser o grande favorito em Roland Garros, onde venceu 12 das últimas 15 edições.

Por seu lado, Novak Djokovic tenta recuperar o estatuto de número 1 mundial. Campeão em título do Australian Open, o sérvio é como que um anti-herói junto do público. Ainda assim, Nolan é o maior campeão em Melbourne, com sete títulos. A seu favor, tem ainda a recente vitória na ATP sobre Espanha de Rafael Nadal. Os dois são os grandes favoritos à conquista do primeiro Major do ano.

Mas é preciso não ignorar Federer. Mesmo aos 38 anos o suíço transporta uma aura de campeão que pesa nos grandes momentos. É certo que em 2019 não venceu nenhum Slam, mas foi finalista no All England Club e ganhou em Melbourne em 2017 e 2018. O suíço reconhece que não é o principal favorito, mas ninguém subvaloriza as suas possibilidades. Recorde-se que o helvético continua a perseguir o recorde de 109 títulos de Jimmy Connors. Atualmente conta com 102 e de acreditar que possa ganhar mais alguns em 2020. Vencer um Major seria a cereja no topo do bolo.

A nova geração

Um dos grandes desafios para Federer é segurar o terceiro posto mundial. O russo Danill Medvedev (4º), o austríaco Dominic Thiem (5º), o grego Stefanos Tsitsipas (6º) e o alemão Alexander Zverev (7º)  espreitam o top 3 e não seria nenhuma surpresa caso vencessem o Australian Open. O ano de 2019 confirmou isso mesmo.

Tsitsipas é, aliás, o campeão em título do Masters Final, que resultou de um ano fulgurante. O russo, por seu lado, chegou, em 2019, a nada menos que 5 finais ATP tendo ganho 4 delas. Ambos já mostraram capacidade para vencer qualquer adversário e têm mentalidade vencedora. Vencer um Major parece, pois, uma questão de tempo.

E há ainda Dominic Thiem. O austríaco foi finalista do Australian Open e há algum tempo que ronda um grande título. Em 2019, ganhou 5 torneios ATP e foi ainda finalista do Masters Final. A terra batida é o seu ponto forte mas o austríaco já mostrou capacidade também em outros pisos.

O espetáculo vai começar.

 

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André Dias PereiraDezembro 13, 20193min0

O ano de 2019 trouxe algumas confirmações e também algumas novidades para circuito. Atualmente, no top-10, 4 jogadores têm menos de 25 anos e Dominic Thiem tem 26. Isto indica, pelo menos, que as novas gerações estão, aos poucos, a consolidar-se entre a elite.

Stefanos Tsitsipas é um nome incortornável. Aos 21 anos é já um nome sólido e uma referência no circuito. O título no Masters Final é. para já, o mais relevante. E, mesmo o grego não sendo um dos favoritos à partida – afina, era a sua primeira participação – não foi de todo surpreendente. Em 2018, El Greco já havia ganho o seu primeiro torneio, em Estocolmo, tendo sido finalista vencido em Barcelona. Os bons resultados levaram-no a terminar o ano em 15º do ranking ATP. E bem se pode dizer que 2019 foi a todo o vapor. Tsitsipas venceu nada menos que 3 torneios. Marselha, Estoril e ATP Finals. Apesar de alguma oscilação exibicional ao longo do ano – explicada com o desgaste físico e participação em muitos torneios – o grego subiu 9 posições e acaba 2019 em 6º lugar. Tsitsipas tem, aliás. a possibilidade de se tornar o segundo jogador, depois de Djokovic, a ganhar o prémio de tenista que mais evoluiu ao longo do ano.

Daniil Medvedev é outro nome que cresceu este ano, confirmando a tendência de 2018. Nesse ano, o russo ganhou os seus primeiros 3 torneios (Sidnei, Tóquio e Winston-Salem) e alcançou o 16º lugar. Na temporada passada, somou mais 4 torneios, entre os quais 2 Masters 1000: Shangai, São Petersburgo, Cincinnati e Sofia. Foi finalista em outros 5 torneios e jogou pela primeira vez o Masters Final. De resto, entre Julho e Outubro, Medvedev somou um recorde de 23 vitórias e 6 finais consecutivas. Subiu, com isso, 11 posições e acaba 2019 como quinto da hierarquia mundial.

A ascensão meteórica de Berrettini e Aliassime

Para Matteo Berrettini o ano de 2019 ficará, por certo, gravado para a eternidade. Aos 23 anos subiu nada menos do que 46 posições, terminando o ano em 8º lugar. O italiano, que em 2018 ganhou Gstaad, este ano somou os títulos de Budapeste e Estugarda, jogando ainda a final de Munique. O ponto mais alto foi, todavia, no US Open onde chegou às meias-finais. Também em Shangai, atingiu as semi-finais de um Master 1000 pela primeira vez. Veremos o que reserva 2020 e se o italiano vai dar consistência ao nível em que se encontra.

Se Berrettini subiu 46 posições, Felix Auguer-Aliassime ascendeu…88 posições. Apesar de apenas 21 anos, o canadiano é quase um veterano. Isto porque está no ranking ATP desde os 14 anos, tendo aos 17 sido o mais jovem a chegar ao top-200. Só que foi em 2019 que passou a ter, ainda mais, os holofotes em cima de si. Para isso muito contribiu, não apenas o seu estilo de jogo, mas a final do Rio Open, que lhe garantiu uma subida de 40 posições. Depois, foi semi-finalista em Miami, e subiu ao top-40. As finais de Lyon e Estugarda foram a cereja em cima de um bolo que celebra o ano de 2019. Por enquanto, faltam os títulos, mas ninguém dúvida que 2020 possa ser o ano certo para chegarem.

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André Dias PereiraNovembro 11, 20193min0

Arrancou este sábado, dia 9, e prolonga-se até domingo, 17, mais uma edição do ATP Finals. Um torneio que, este ano, serve também para definir quem acaba 2019 como líder da hierarquia mundial.

Novak Djokovic é, porventura, o grande favorito à conquista do último grande troféu do ano. Mas não terá tarefa fácil. Num grupo com Federer, Thiem e Berretini, o sérvio começou por ganhar ao italiano por 6-2 e 6-1. Vencedor do ATP Finals por 5 vezes, apenas o suíço tem mais troféus. O sérvio quer, por isso, repetir uma vitória que foge desde 2015, até porque isso representaria voltar a ser número 1 mundial.

Menos bem esteve Roger Federer. O suíço entrou a perder diante Dominic Thiem. O austríaco mostrou que, depois do Big-3, é o mais consistente do mundo. O número 5 mundial preciou de 1h40 para ganhar por duplo 7-5. Há oito anos que Federer não vence o ATP Finals. O suíço é o tenista que mais vezes disputou o torneio. Este ano representa a sua 17ª participação. Em 73 partidas venceu 52 e perdeu 16, a contar com a deste final de semana. Ao todo, Federer ganhou 6 títulos (2003, 2004, 2006, 2007, 2010, 2011) e perdeu 4 finais (2005, 2012, 2014, 2015).

Com esta vitória, Dominic Thiem fica mais perto de alcançar, pela primeira vez, um lugar entre os 4 melhores do torneio. Até o momento, ele foi eliminado em todas as oportunidades na fase de grupo.

Nadal tenta vitória inédita

No outro grupo, Rafael Nadal é o grande favorito. O atual número 1 mundial tenta, em Londres, um título inédito em sua carreira. Uma falha importante num dos maiores currículos da história da modalidade. Ainda assim, o espanhol garante que não é obsessão. E o seu grupo, reconheça-se, apresenta muitas barreiras. Medvedev, Zverev e Tsitsipas, são rivais que atravessam fases diferentes. Esta segunda-feira, o espanhol entra em court para jogar com o alemão, campeão em título. Em 2019, Zverev venceu apenas em Genebra.

O treinador do Nadal, Carlos Moya, garante que ele está a 100%. Mais do que vencer pela primeira vez o ATP Finals, o espanhol precisa de ganhar para se manter como número 1 mundial.

Já Medvedev e Tsitsipas são estreantes no torneio. O grego esteve em foco no primeiro semestre do ano, com vitórias no Estoril e em Marselha. Já o russo tem estado intratável no segundo semestrel. Para além de finalista do US Open, venceu dois Masters 1000.

O ATP Finals este ano tem ainda a particularidade de cruzar duas gerações. Fededer, Nadal e Djokovic, que andam no topo há mais de uma década, e por outro lado, cinco jogadores em que o mais velho (Thiem) tem 26 anos.

“Roger, Rafa e Novak, que são lendas absolutas do nosso esporte por muito tempo, e meio que todos nós crescemos assistindo a eles vencerem tudo que é possível”, lembrou Zverev. Uma ideia partilhada também pelo estreante Tsitsipas.

Os veteranos são, ainda, os favoritos, mas só no próximo domingo se saberá se chegou a vez da nova geração.

 


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