O espanhol foi afastado de Roland Garros logo na primeira ronda, mas garante ainda ter objetivos pela frente. Djokovic, Alcaraz, Sinner e Ruud seguem firmes na caminhada pela final.
O espanhol foi afastado de Roland Garros logo na primeira ronda, mas garante ainda ter objetivos pela frente. Djokovic, Alcaraz, Sinner e Ruud seguem firmes na caminhada pela final.
Cinto anos, uma lesão grave e algumas tentativas depois, Juan Martin del Potro voltou a conquistar um título ATP. Foi na madrugada de domingo, em Acapulco, México. A Torre Tandil levou a melhor sobre Kevin Anderson, por duplo 6-4, arrecadando o seu 21º troféu ATP 500.
Mais do que a vitória final, Del Potro mostrou-se no México a um nível altíssimo. Em toda a campanha só cedeu um set, contra David Ferrer. Os seus golpes de direita, os slices, enfim, todo o encanto que o tornaram em um dos mais populares tenistas do circuito, estiveram ali. Aos 29 anos, Del Potro está novamente no auge, apontando baterias para repetir o feito de 2009, quando venceu o US Open.
A edição deste ano do torneio de Acapulco contava com nada menos que cinco tenistas do top-10 mundial. E del Potro eliminou três consecutivamente. O percurso do argentino começou com Mischa Zverev (6-1 e 6-2), seguindo-se David Ferrer (6-4, 4-6 e 6-3). Nos quartos de final, del Potro afastou Dominic Thiem (6-2 e 7-6) e nas meias-finais Alexandr Zverev (6-4 e 6-1).
“Ganhar um título tão importante nestes momentos significa imenso para mim e para a minha equipa, pelo que estamos bastante felizes”, disse del Potro após a vitória. E não é para menos. Apesar dos títulos de Estocolmo (2016 e 2017) e Sidney (2014), desde Basileia (2013) que Del Potro não conquistava um troféu ATP 500.
O torneio contou também com a presença de Hyeon Chung, semi-finalista no Australian Open. O coreano seria eliminado por Kevin Anderson (6-3 e 6-1) nos quartos de final.
Com esta vitória, Juan Martin Del Potro regressa, esta segunda-feira ao top-8 mundial e segue para Indian Wells.
Preserverança. Se há palavra que possa descrever o sucesso de Roger Federer seja essa. O multicampeão suíço não teve um início de carreira meteórico como Rafael Nadal. Mas também não teve um despertar tardio, como Agassi. Federer foi, por assim, dizer despertanto aos poucos para o campeão que este domingo ergueu pela 20ª vez um título de Grand Slam. De tal forma que raramente foi manchete no início de carreira. Talvez por ser tão improvável à época um percurso tão lendário, Federer tenha chorado quando, este domingo, ergueu pela sexta vez o Autralian Open, igualando o record de Novak Djokovic.
Ao ganhar na final a Marin Cilic – 6-2, 6-7 (5), 6-3, 3-6 e 6-1 – Federer tornou-se no primeiro tenista masculino, seja na Era Open ou na anterior, a atingir as duas dezenas de troféus. Os outros são todos do quadro feminino: Margaret Court (24), Serana Williams (23) e Steffi Graff (22). Mais impressionante, desde que são disputados Grand Slam na Era Open, 1968, que o suíço ganhou 10% dos torneios.
Mas o que este Australian Open nos disse não foi só não haver sinal de abrandamento por parte de Federer. O torneio Asiático e do Pacífico reafirmou que estamos perante a melhor fase da história do ténis. Uma fase com uma lenda ainda em alto nível como Federer, veteranos que dominam o circuito como Marin Cilic, Rafael Nadal e Novak Djokovic (apesar das eliminações precoces destes últimos) e uma nova geração que quer disputar já títulos importantes, como os surpreendentes Chung Hyeon e Kyle Edmund, para além de Grigor Dimitrov e Nick Kyrgios.
Num torneio marcado pelo calor e algumas polémicas relativamente aos jogos em courts secundários de Djokovic, o suíço voltou a mostrar aos 36 anos o porquê de ser o maior de sempre e um nome a ter em conta em 2018. Aliás, não será descabido pensar que Federer poderá anda chegar a número 1. Para recuperar o ceptro que perdeu a 29 de Outubro de 2012 dependerá do desempenho no ATP 500 Dubai, onde defende 45 pontos (segunda ronda).
Se Federer foi o campeão ovacionado, Cilic foi o digno vencido. O croata voltou a disputar uma final depois da vitória no US Open 2014 mas acabou por não resistir ao melhor ténis do suíço, embora tenha tido o mérito de ter sido o único a vencer sets (2) a Roger neste torneio, empurrando a partida para um quinto e decisivo jogo. Vencedor de 17 títulos ATP (o último em Istambul, em 2017) o croata deixou para trás Ryan Harrison, Pablo Cerraño Busta (naquela que foi a 100ª vitória do croata em Major), Rafael Nadal e Kyle Edmund. Pela segunda vez na carreira, o croata venceu Nadal (3-6, 6-3, 6-7, 6-2 e 2-0) beneficiando da desistência do espanhol, por dores na virilha.
O maiorquino, recorde-se, recuperava de lesão antes do arranque da prova, tendo estado em dúvida até perto do seu início, o que condicionou a sua preparação física. Tal como a Novak Djokovic. O sérvio voltou aos courts após paragem por mais de 6 meses mas está longe da sua melhor forma, acabando por ser afastado na quarta ronda pelo surpreendente Chung Hyeon (7-6, 7-5 e 7-6). Nolan sofreu com dores no cotovelo – pediu atendimento médico – e volta a deixar a incógnita para o que poderá fazer em 2018.
Se a geração veterana continua a dominar o circuito, o que nos mostra o alto nível de ténis que vivemos é que a nova geração está ávida de grandes conquistas e com capacidade de jogar de igual para igual. No calor de Melbourne, ninguém foi mais surpreendente que Chung Hyeon. O sul-coreano, 21 anos, que começou a jogar ténis para ajudar a manter a sua visão, foi semi-finalista de Wimbledon, em juniores, em 2013, e chegou agora, pela primeira vez, às meias-finais de um Grand Slam. Para trás deixou não apenas Djokovic, mas também Tennys Sandgren (6-4, 7-6 e 6-3), nas meias-finais e, antes, na terceira ronda, Alexandr Zverev (5-7, 7-6, 2-6, 6-3 e 6-0).
O alemão, número 5 mundial, voltou a cair precocemente na competição, não conseguindo traduzir em resultados o estatuto que ocupa no ranking. “Definitivamente não é um problema físico, então tenho descobrir o que acontece comigo nos momentos decisivos em Grand Slam. Aconteceu em Wimbledon, aconteceu em Nova York e aconteceu aqui. Eu ainda sou jovem, então ainda tenho tempo“, disse o alemão, de 21 anos.
Outro nome importante neste torneio foi o de Kyle Edmund. O britânico e legítimo herdeiro de Andy Murray, começa a obter resultados mais ajustados ao seu talento e expectativa de carreira. Depois de um 2017 irregular, Edmund (que passou pelo Estoril Open), 23 anos, chegou pela primeira vez a uma meia-final de Grand Slam, sendo afastado pelo favorito Marin Cilic (6-2, 7-6 e 6-2). Antes, contudo, afastara Grigor Dimitrov, agora número 4 mundial e um dos tenistas em melhor forma no circuito.
O búlgaro, aliás, falhou as meias-finais alcançadas em 2017 e proporcionou um dos melhores jogos do torneio diante Nick Kyrgios, vencedor de Brisbane. Foi uma maratona na quarta ronda de 3h30 – 7/6 (7-3), 7/6 (7-4), 4/6 e 7/6 (7-4) – que condicionou o jogo do búlgaro diante o coreano, sempre inteligente na abordagem aos seus jogos. Kyrgios era, de resto, a grande esperança australiana em chegar a um título que falha a um atleta da casa desde Chris O’Neill, em 1978.
Uma palavra também para Alex de Minaur, que surpreendeu no início do ano. O australiano, de 18 anos, voltou a dar show nas preliminares ao afastar Feliciano Lopez, mas acabaria eliminado na primeira ronda perante a maior experiência de Thomas Berdych.
O Australian Open disse-nos que temos um circuito equilibrado, com várias gerações com capacidade para lutar pelos títulos e em que os mais jovens aliam talento e ambição a capacidade de trabalho para evoluirem. Os veteranos levam ainda vantagem, com a lenda Federer à cabeça. Mas o suíço só deverá jogar um número limitado de jogos e torneios, à excepção dos Grand Slam, enquanto Nadal e Djokovic tentam recuperar físicamente para voltar a disputar títulos. E há ainda que contar com os regressos de Wawrinka, Murray e Nishikori. Que fase vive o ténis
O Australian Open, primeiro Major da temporada, sempre foi um torneio que serviu para medir o pulso do que pode ser o resto do ano. E porque estamos em época de Star Wars, este ano o torneio serve como que um despertar da força.
Acima de tudo, o Australian Open, que arranca esta segunda-feira, é marcado por regressos e ainda algumas ausências importantes. Primeiro, e como habitualmente, o regresso do ténis ao mais alto nível – apesar de alguns torneios de prestígio já realizados como Brisbane, Doha ou Sydney – mas, acima de tudo, servirá para medir o pulso ao nível de tenistas que regressam de lesões mais, ou menos, prolongadas como Djokovic ou Nadal Servirá também para perceber se Federer, tal como Rafa, poderão repetir 2017, e que evolução podem ter estrelas de gerações mais recentes como Grigor Dimitrov, Alexandr Zverev, Nick Kyrgios, Dominic Thiem, Alexandr Dolgopolov ou Jack Sock.
O ano de 2017 foi marcado pelo reavivar da velha rivalidade Fedal (Federer venceu em Australia e Wimbledon, Nadal ganhou Roland Garros e US Open) enquanto Djokovic, Murray e Wawrinka acumulavam lesões graves, que os atiraram para fora dos courts.
Djokovic e Wawrinka pouparam-se nos primeiros torneios de 2018 para regressarem agora, em Melbourne. Afastado desde Julho de 2017, por lesão no cotovelo direito, Novak Djokovic apostou na mesma estratégia de Federer e Nadal: parar meia temporada para recuperar fisicamente. E, a avaliar pelo treino com Alexandr Zverev, foi uma aposta ganha. Nolan venceu Zverev, número 5 do mundo, por 6-1 e 6-4. Foi dominador, confiante e apresentou novas estratégias de saque. É seguramente um dos candidatos à vitória (é o maior vencedor de sempre, com 6 títulos), mas resta saber se já está nesse patamar, ou se temos de esperar por Roland Garros e Wimbledon.
Certo é que o sérvio estará na mesma chave de Roger Federer (podem encontrar-se nas meias-finais), campeão em título, e vencedor da Taça Hopman no início do ano, juntamente com Belinda Bencic. Aos 36 anos, o maior campeão de Grand Slam quer continuar a fazer história, mas admite que “repetir 2017 será muito difícil”. A sua estratégia assenta numa muito selectiva escolha de torneios, para preservar a sua condição física e garantir qualidade nos que integra.
Quem também regressa em Melbourne é Stan Wawrinka. Vencedor em 2014, o suíço esteve afastado de torneios por seis meses. Stan optou por falhar Abu Dhabi e Tie Break Tens para agora se apresentar ao melhor nível possível. Antigo número 3 do mundo e actual número 9, Stan garante que ainda lhe falta confiança e mais condição física. Por isso, deverá fazer um torneio em crescendo, começando com Ricardas Berankis na ronda inaugural.
De fora da prova estarão Andy Murray e Kei Nishikori. O britânico, que previa regressar no início de 2018, deverá, afinal, voltar apenas em Wimbledon. O antigo número 1 mundial tem feito várias cirurgias por conta de uma lesão no quadril. Segundo o seu treinador, Miles Maclaga, é mesmo provável que o escocês tenha que readaptar o seu jogo em função da sua nova condição. Também Kei Nishikori só voltará após o final do torneio.
Quem também fará a sua primeira aparição em jogos oficiais em 2018 é o número 1 mundial, Rafael Nadal. Rafa, também a recuperar de lesão, optou por falhar Brisbane e treinos com João Sousa. Vencedor em 2009, Nadal quer dar sequência ao excelente 2017, depois de ter atravessado o calvário de lesões e de terem decretado o seu óbito tenisticamente falando. Com o regresso de Djokovic e também Wawrinka, conseguirá o maiorquino manter as vitórias do ano passado? A resposta a essa pergunta começará a ser dada em Melbourne. Uma das novidades para o Australian Open será o regresso às cavas, que marcaram o seu estilo no início de carreira. Apesar dos primeiros jogos de treino não terem sido entusiasmantes, o espanhol deverá subir o seu nível à medida que avança no torneio. Será, porventura, o grande favorito à vitória.
Mas, certamente, o primeiro Major não se deverá centrar somente nos veteranos. Grigor Dimitrov, actual número 3, é um dos jogadores a seguir com atenção. Vencedor do último ATP Final, o búlgaro foi semi-finalista em Brisbane e desde que mudou de treinador, atravessa o melhor momento na carreira. O ano de 2018 poderá ser a consolidação do búlgaro, que aponta agora baterias para vitórias em Grand Slam. Em 2017, caiu nas meias-finais para Nadal.
Alexandr Zverev tem um potencial insuspeito. Todos o dizem. Ser número 4 do mundo aos 20 anos, prova isso mesmo. Mas, o certo é que as suas aparições em Grand Slam não fazem ainda jus à sua capacidade. Nunca passou da quarta ronda e melhorar esse registo será o caminho natural em 2018. Será já em Melbourne?
Outro nome a seguir é Nick Kyrgios. Porque joga em casa, porque é um dos mais populares e controversos jogadores do circuito e porque atravessa um grande momento de forma. Rod Laver, que dá nome ao court principal, diz que Kyrgios (17º) tem o melhor saque do mundo. Para já, começou o ano a vencer em Brisbane e, num dia bom, pode vencer qualquer um. A sua confiança e carisma junto do público podem levá-lo mais longe que nunca este ano em Melbourne.
Da nova geração será igualmente interessante acompanhar a evolução do ucraniano Alexandr Dolgopolov. a quem muitos olham como possível futuro número 1 mundial. Uma nota também para Alex de Minaur. Australiano de 18 anos de idade e 167 do ranking, é a maior sensação de 2018. Semi-finalista em Brisbane depois de vencer Milos Raonic e Feliciano Lopez foi também finalista vencido em Sydney. Com um ténis de grande maturidade e versatilidade, será interessante ver o que faz num Grand Slam.
Este ano há candidatos para todos os gostos, de diferentes gerações e em diferentes momentos de forma. Saber quem vai ganhar é tão difícil quanto saber quem vai dominar 2018. Como aconteceu o ano passado, entre Federer e Nadal.
O triunfo na Laver Cup reafirmou o domínio do ténis na Europa, com Federer e Nadal, sobre o mundo.O Fair Play foi tentar perceber o porquê dessa tendência.