WEC de regresso com domínio da Toyota

Luís MouraMarço 20, 20235min0

WEC de regresso com domínio da Toyota

Luís MouraMarço 20, 20235min0
Luís Moura traz as novidades do campeonato de WEC, numa corrida em Sebring que teve o seu quê de incidentes e grandes momentos

O campeonato do mundo de resistência regressou, na passada sexta-feira, com a prova das 1000 milhas de Sebring. Uma prova histórica no campeonato, numa pista também ela emblemática e com muitas particularidades. Desde o asfalto degradado, aos ressaltos e buracos ao longo dos 6 Km da pista americana, os pilotos e equipas tiveram um enorme desafio na gestão dos pneus e na conservação da mecânica do carro.

Este ano, destaca-se o regresso de equipas históricas ao campeonato, com o objetivo de competir ao mais alto nível em Le Mans (ponto alto da temporada, com as 24 horas no circuito de La Sarthe). Entre essas equipas, estão a Ferrari, a Porsche e a Peugeot.

A prova começou com uma surpresa na qualificação. A pole foi conquistada pelo Ferrari nº 50 pilotado por Antonio Fuoco. Na segunda e terceira posição ficaram, respetivamente, o carro nº 8 e nº 7 da Toyota Gazoo Racing. Foi uma surpresa para os fãs de endurance que esperavam, mais uma vez, um domínio da Toyota em qualificação. Na categoria LMP2, o mais rápido foi o nº 23 da United Autosport, seguido do nº 28 da Jota. A fechar o pódio ficou o carro nº 31 da Team WRT. Já o carro nº 22 de Felipe Albuquerque qualificou-se em sétimo na categoria. Nos LMGTEAM, o nº 85 da Iron Dames conquistou a pole, seguido do nº 33 da Corvette Racing e do nº 25 da Ort Bytf.

No começo da corrida, o Ferrari nº 50 manteve a liderança, contudo, sofreu uma forte pressão dos Toyota que mantiveram uma distância curta, até ao momento do primeiro safety car, provocado pelo despiste do 83 da Richard Mille AF Corse (carro da categoria LMGTEAM). Neste momento, a Ferrari adotou uma estratégia de corrida diferente e parou o líder, mais cedo que todas as outras equipas da mesma categoria. Foi aqui, que hipotecou todas as esperanças de lutar pela vitória com a Toyota, deixando o caminho livre para os atuais detentores do campeonato gerirem, a seu belo prazer, a corrida até final, tendo sido o carro nº 7 o primeiro a cruzar a linha de meta, seguido do nº 8.

Apesar do erro estratégico da Ferrari (que não só a tirou da luta pela vitória, como também provocou uma luta desnecessária com a Porsche e a Cadillac) a equipa teve uma corrida muito positiva com o carro nº 50. Um bom ritmo de corrida, fiável e consistente, um bom presságio para o resto da época, o que deve animar os adeptos do WEC.

O mesmo não se poderá dizer do carro nº 51, também da Ferrari. Teve uma prova para esquecer. Na qualificação, acabou em quarto. Na corrida teve vários problemas, nomeadamente, com um toque num GT, que provocou um furo e um peão. Posto isto, o carro ficou parado durante algum tempo no pit para reparações, no entanto, foi obrigado a recolher às boxes, com o relógio a marcar 1 hora e 48 minutos para o final da prova. Também foi penalizado com um pit-stop and go, acabando afundado na classificação.

A Porsche, como anteriormente referido, também está de volta ao campeonato, após o interregno de alguns anos. Teve um regresso aceitável, terminado a prova em quinto e sexto, com o carro nº 5 e nº6, respetivamente. Sem problemas de fiabilidade geriu a corrida que foi, certamente, valiosa para recolher dados para o que aí vem no campeonato. A Cadillac também esteve fiável e consistente, terminado com o seu carro na quarta posição.

A grande derrotada da tarde foi a Peugeot. Desde a apresentação do carro que surgiram algumas dúvidas em relação ao conceito aerodinâmico (protótipo diferente dos restantes Hypercar, nomeadamente, na asa traseira). Tiveram problemas com um dos carros, mesmo antes da corrida começar. O outro carro da equipa, o nº 94, também passou por dificuldades. Esteve parado muito tempo na boxe para análise completa da parte elétrica do motor. Uma vez investigado o problema, e com as condições de segurança reunidas, o carro voltou à pista com a corrida já hipotecada, para recolher informações para o futuro. Corrida completamente desastrosa para a marca francesa. Juntamente com a Pegout, a Glickenhaus Racing e a Floyd Vanwall Racing Team, tiveram enormes dificuldades, tendo sido forçadas a abandonar a corrida.

Na classe LMP2, em corrida, houve diversas mudanças. O primeiro classificado foi o nº 48 da Hertz Team Jota, seguido do nº 22 da United e de Filipe Albuquerque com uma fantástica recuperação. A fechar os lugares de pódio, ficou o nº 63 da Prema Racing, que estava na liderança na penúltima volta, no momento em que, foi obrigado a parar na boxe para abastecer.

Na categoria LMGTEAM, o grande vencedor foi o nº 33 da Corvette Racing (que se tinha qualificado na segunda posição). Na segunda posição ficou o nº 77 da Dempsey-Proton Racing, seguido do nº 57 da Kessel Racing na terceira posição.

A primeira ronda do WEC ficou, inevitavelmente, marcada pelas novidades na categoria máxima da competição (Hypercar). A Toyota está um passo à frente de todas às outras equipas, o que é normal, devido à elevada experiência de competição, fruto dos 11 anos consecutivos a correr no WEC.

A próxima ronda do Campeonato do Mundo de Resistência é em Portimão, no Autódromo Internacional do Algarve, no fim de semana de 14 a 16 de abril.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS