Alcaraz: o príncipe reclama o trono

Carlos Alcaraz venceu, pela primeira vez, Roland Garros. O tenista espanhol conseguiu uma vitória muito suada e apertada sobre Alexander Zverev (6-3, 2-6, 5-7, 6-1, 6-2). Foram perto de 4h20 minutos de jogo. A partida teve quase tudo e, como é fácil de entender, obrigou os jogadores a uma autêntica batalha física, técnica e mental.

Alcaraz levou a melhor num jogo que pode ter sacrametado a passagm de testemunho para a nova geração. Esta foi a primeira final, desde 2004, que não contou com a presença de Nadal, Djokovic ou Federer. Para o espanhol este é já o terceiro Grand Slam conquistado, após US Open e Wimbledon. Quer isto dizer que está a apenas uma vitória no Australian Open de completar o carreer Grand Slam. E, até pela idade, isso parece ser mesmo uma questão de tempo.

Com o triunfo em Paris, o espanhol ascende à segunda posição da hierarquia mundial. Com apenas 21 anos de idade, não é difícil prever que o espanhol deverá dominar o circuito nos próximos anos. Apesar de se distanciar de comparações com Nadal, as semelhanças no estilo de jogo (físico e mental) e pela preferência pela terra batida, como é comum nos tenista espanhóis, não deixam margem para dúvidas de que estamos a assistir a uma passagem de testemunho. Aliás, os dois vão representar Espanha nos Jogo Olímpicos de Paris. No mais, o maiorquino caiu em Roland Garros logo na ronda inaugural precisamente diante Zverev. A grande questão é se Alcaraz será suficientemente consistente na carreira para ameaçar o recorde do seu ídolo em Roland Garros.

Ainda não foi desta, Zverev

O jogo com Alcaraz foi a primeira final de Grand Slam para Zverev. O alemão é um dos jogadores mais talentosos do circuito e desde cedo começou a acumular títulos. Ao todo são já 22, entre Masters, Masters Final e outros torneios de categoria 250 e 500. Em 2024, o alemão ganhou o torneio de Roma. Porém, Zverev nunca conseguiu ultrapassar a esperada barreira dos Majors. Às vezes em melhor forma, outras em pior, e apesar de capaz de vencer qualquer adversário, a verdade é que ganhou um medo quase cénico que o faz cair, cedo ou tarde, nos Grand Slam. Esta final, a primeira da carreira, pode representar, também por isso, uma mudança de chave importante para o jogador.

E não se pode dizer que esta caminhada tenha sido fácil. Para trás deixou adversários comoRafa Nadal, Rublev, Griekspoor, Rune, de Minaur e Casper Ruud. Por seu lado, Alcaraz levou a melhor sobre Bautista Agut, de Jong, Korda, Auger-Aliassime, Tsitsipas e Jack Sinner.

A final de Roland Garros fica ainda marcada por uma dupla falta, no quinto set, corrigida pela arbitragem com o jogo em 2-1 (15-40). “Há uma diferença se vai a 3-1 ou a 2-2. Mas é o que há”, criticou Zverev, que não joga o torneio de Estugarda devido ao cansaço acumulado em Paris.