O Longboard e a configuração das Quilhas
Após o artigo anterior de quilhas, perguntaram-me se podia ter sido mais técnico, poder até podia ter sido, mas apenas dentro do que estou habituado a usar e não sendo eu nenhuma estrela do desporto, vou tentar partilhar essa informação.
As quilhas no longboard têm várias funções, tal como nas pranchas de surf mas, irei apenas falar de Longboard que usa sidebites (ou estabilizadores) e uma quilha central, deixando a utilização da quilha single fin para outro artigo.
Trata-se de, conseguirmos virar quando queremos e segurar bem quando estamos à frente, no bico da prancha.
A colocação de quilhas é um trabalho minucioso dos shapers e malta que trabalha nas pranchas (laminadores experientes). Podem ser mais abertas ou mais fechadas, dependendo do tipo de ondas a que se destinam.
Mais abertas – significa que o surfista tem maior liberdade em controlar a prancha, ou seja, as quilhas mais abertas, permitem maior projecção sob o controlo do nosso equilíbrio. Indicado para ondas mais cheias, onde os tubos não existem com muita frequência, e com isso a probabilidade de partir pranchas também é mais baixa (risos).
Mais fechadas – Onde a prancha aparenta ser mais presa nas condições acima referidas, mas com melhor performance em ondas buracosas, e onde o tubo é o caminho a seguir, mas em termos de curvas em zonas de onda mais cheia, perdem projecção (entenda-se velocidade).
A minha configuração de quilhas preferida é: quilhas laterais (sidebites) um pouco maiores que o normal, e a central ligeiramente mais pequena (falo tamanhos entre as 5.5 até 7 em polegadas) e, costumo por norma colocar com um “intervalo” de mais ou menos 3 dedos entre a parte final dos sidebites e o início da central. Mas atenção é a minha configuração preferida. Isto permite-me fazer curvas mais largas, tipo Bottoms e cutbacks sem perder velocidade, e segurança no nose.
Se perguntar a outros longboarders eles terão outros gostos, por exemplo e falando de alguns amigos meus (Rodrigo Sphaier, João Dantas, João Gama, Luís Esteves, entre outros), usam sidebites médias e quilhas centrais 7″, compensam as laterais mais pequenas com a central ligeiramente maior mas, a distancia de os três dedos mantêm-se.
Outro grande amigo caparicano, o Zézinho Lafuente, prefere Thruster, onde são três quilhas iguais tipo as pranchas pequenas, isto porque ele tem um surf mais progressivo em termos de curvas mais apertadas.
Mas as opiniões diferem de surfista para surfista, cada um com a sua preferência, para se adaptar melhor ao seu estilo de surf.
Logo, a importância de ter as quilhas mais apropriadas, depende das “experiências” que vamos fazendo nas nossas pranchas, dependendo claro do tipo de ondas que vamos surfar, em determinada sessão.
Se um longboarder quiser a prancha mais solta de tail, deve colocar a quilha central mais para a frente e, mais “segura” colocando-a toda para trás.
Se reparem todos os surfistas tem um especial gosto por determinadas quilhas ou conjunto de quilhas, porque melhor se adaptam à sua configuração, depois existem os que dizem “assim tá fixe, nem vou mexer”.
Todos devemos, a meu ver, mexer nas quilhas para encontrar o equilíbrio que procuramos dentro de água e, com isso evoluir e melhorar a nossa própria performance. Experimentem e depois vejam se fizeram bem as afinações ou se devem experimentar outras quilhas de tamanhos diferentes, de forma a absorverem o comportamento da prancha.
O Material que utilizo regularmente:
Prancha Lufisurfco – MagicModel ou SeaCaptain – Disponíveis na Lufisurf Store Caparica
Fins: Sidebites Harley Ingleby XL, Quilha Central FluidFoil FCS (7″) – Disponíveis na SurfersStore Caparica.
Nota Informativa: (na Costa de Caparica existem vários tipos de quilhas nas lojas (The Collective, The Underground, Samadi, etc)).
#Aloha