Só o “Pistol Man” dispara assim
Foi em Londres, no Alexandra Palace, que como habitualmente se jogou o Masters, com uma final a ser jogada entre dois ‘outsiders’ de entre todos os que se qualificaram para a edição deste ano do Masters. No final, saiu por cima Mark Allen, que regressou assim aos títulos dois anos depois.
Selby e Ding caíram à primeira
Para este Masters, tal como é habitual, qualificou-se o top-15 do circuito profissional, mais o campeão em título. E Ronnie O’Sullivan, precisamente como campeão em título, venceu na ronda inaugural Marco Fu por 6-0, não dando qualquer tipo de hipóteses ao jogador de Hong Knng. Quem também não deixou fugir a vitória foi Mark Allen, que apesar de mais dificuldades, bateu o belga Luca Brecel por 6-3, marcando encontro com o “Rocket”.
Num duelo 100% escocês, John Higgins teve pela frente o sempre difícil Anthony McGill, com o primeiro dos escoceses a sair por cima por 6-4. Tendo marcado encontro frente a Ryan Day, que surpreendeu muita gente ao bater Ding Junhui, num encontro em que o próprio sabia que ia ter muitas dificuldades, tal como confidenciou ao Fair Play, vencendo por 6-4.
Também Judd Trump, que partia como um dos grandes favoritos a chegar à final confirmou o seu favoritismo frente ao chinês Liang Wenbo, tendo batido este por 6-4. À sua espera estava Shaun Muprhy que frente ao seu compatriota Ali Carter mostrou-se a bom nível para bater o “Capitão” por 6-4.
No duelo em que talvez se previa um maior equilíbrio, entre Kyren Wilson e Barry Hawkins, o primeiro acabou por sair por cima ao ganhar por 6-4. E acabou por não marcar encontro frente a Mark Selby porque este foi surpreendentemente batido na “negra” pelo galês Mark Williams.
O’Sullivan cai com estrondo
A maior das surpresas dos quartos-de-final estava reservada para o encontro entre O’Sullivan e Mark Allen, sendo que a eliminação do “Rocket” já trouxe por si só alguma surpresa, o resultado esse é ainda mais surpreendente. O norte irlandês despachou Ronnie por uns expressivos 6-1, deixando o mundo do snooker boquiaberto principalmente pela qualidade demonstrada por este. Já John Higgins confirmou o seu favoritismo frente a Ryan Day e bateu o galês por 6-1, figurando na altura como o principal candidato a erguer o troféu do Masters.
Entre Judd Trump e Shaun Murphy era difícil apontar um vencedor claro do encontro, mas acabou por ser o primeiro dos ingleses a sair por cima. Trump despachou o “Magician” por 6-4 e marcou encontro frente ao promissor Kyren Wilson. Jogador promissor esse que ganhou ao veterano Mark Williams por 6-1, numa vitória incontestável do inglês.
Para uma surpresa, surpresa e meia
Se até então Kyren Wilson vinha a mostrar todo o seu potencial, nas meias-finais teria mostrar um pouquinho mais já que pela frente estava o fortíssimo Judd Trump. A favor do primeiro estava o forte jogo mental, que é algo que não abunda em Trump. E tal veio mesmo a confirmar-se, já que o Trump esteve a vencer por 5-2, muito perto de vencer o encontro e viu o seu adversário fazer a cambalhota no marcador para vencer por 6-5.
Se a primeira meia-final já tinha tido um desfecho que poucos previam, na segunda Higgins partia sempre à partida como favorito. Mas a teoria não se confirmou e Mark Allen mostrou que estava no Masters para vencer, acabando por eliminar o escocês por 6-3.
Uma final com uma certeza: Um campeão inédito
Foi o décimo encontro entre ambos, sendo que Kyren Wilson tinha vencido cinco encontros até então contra quatro do seu adversário. A primeira sessão não poderia ter sido mais equilibrada, com o resultado a fixar-se em 4-4. Na segunda sessão Mark Allen acabou por entrar e colocar-se a vencer por 7-5 ao intervalo. Kyren Wilson só conseguiu reagir quando Allen já vencia por 8-5, para reduzir para 8-7. Mas a partir daí, o norte irlandês puxou dos galões para levar de vencida o inglês por 10-7 e vencer a edição 2018 do Masters.
O mais histórico desta vitória de Mark Allen é o facto de desde 1987 que um norte irlandês não vencia esta prova de snooker, o último tinha sido Dennis Taylor. Mark Allen regressa assim aos títulos, e de que maneira, isto depois de dois anos de jejum.