Ryan Day. “Obrigado Mark Selby, ficarei eternamente grato pelo que fizeste”

Xavier OliveiraJaneiro 12, 201810min0

Ryan Day. “Obrigado Mark Selby, ficarei eternamente grato pelo que fizeste”

Xavier OliveiraJaneiro 12, 201810min0

Ryan Day, 37 anos, jogador profissional de snooker. Vencedor do Riga Masters desta temporada, conseguiu o seu primeiro título após 19 anos de se ter tornado profissional. É galês e deu uma entrevista em exclusivo ao Fair Play onde fala sobre o passado e o presente do snooker, entre outros temas. Para saberem mais sobre Ryan Day e acompanhar todas as novidades sigam-no no Twitter

Já lá vão 20 anos desde que o Ryan se tornou profissional. Nota algumas diferenças, desde então até agora, na maneira como o snooker é jogado?

RD. Hoje em dia eu sinto que existe maior experiência no snooker, aprendi a competir em vez de simplesmente embolsar bolas. Percebi que muitas vezes não posso fazer simplesmente isso, tenho que aguardar por um momento melhor. Mas no geral, penso que o snooker não está muito diferente agora quando comparado com o início da minha carreira como profissional.

A sua primeira final num major, como profissional, foi em 2007, na altura perdida para Shaun Murphy, o que é que ainda recorda dessa final do Malta Cup?

RD. Tenho mais recordações do torneio em si, não me lembro assim tão bem da final. Aconteceu na altura do aniversário do meu pai e alguns dos meus amigos e família viajaram para Malta para ver o torneio e nós todos juntos fizemos o caminho até à final e por isso recordo-me mais do resto da semana do que da final em si, foi realmente há muito tempo. Mas claro que isso é um marco importante na minha carreira porque foi a minha primeira final. Agora o sistema de qualificação é diferente, tenho que vencer quatro ou cinco encontros para conseguir chegar à primeira ronda dos torneios, por isso agora é mais difícil chegar a uma final.

Ryan Day em acção no Mundial 2014 (Fonte: Getty Images)
O quadro do Masters deste ano já é conhecido e o Ryan vai defrontar o Ding Junhui. O que é que podemos esperar deste encontro? Acha que vai ser mais fácil que o habitual pela baixa forma em que o Ding se encontra?

RD. Antes de mais estou ansioso por começar a jogar os encontros do Masters, já faz algum tempo desde que eu joguei esse evento e, portanto, isso é o mais importante para começar. Sobre o Ding, ele é um jogador de classe mundial nos últimos dez ou mais anos, sendo verdade que ele não está em muito boa forma, será sempre um encontro extremamente difícil. Eu sinto que vou ter que jogar perto do meu melhor nível para conseguir fazer frente a um jogador como ele.

O Ryan qualificou-se diretamente para o mundial do ano passado muito graças à vitória de Mark Selby sobre Mark Williams na final do China Open. Alguma vez teve a oportunidade de agradecer essa ajuda do Selby?

RD. (Risos) Sim, eu enviei-lhe uma mensagem de texto, mas na altura foi apenas uma pequena piada sobre o sucedido. A mensagem era algo do género, “Obrigado Mark Selby, ficarei eternamente grato pelo que fizeste”.

O Ryan é um dos jogadores galeses profissionais de snooker. As pessoas reconhecem-no facilmente no seu país? A paixão pelo snooker no País de Gales é comparável com o futebol, por exemplo?

RD. Obviamente que o rugby é o maior desporto no País de Gales. O futebol está a crescer nesse sentido, especialmente depois de termos atingido a meia-final no Euro 2016 e claro que o Gareth Bale ajudou ao crescimento da modalidade por lá. De qualquer forma, há muitos galeses que seguem o snooker com atenção e muitas vezes há pessoas que me reconhecem na rua e dirigem-me palavras bonitas, é sempre bom ouvir isso.

Ryan Day frente a Judd Trump no Mundial em Sheffield (Fonte: Getty Images)
O Ryan esteve presente no Lisbon Open 2014, em Portugal, o que de melhor recorda desse torneio e da cidade no geral?

RD. Sim, eu lembro-me bem do Lisbon Open. Não foi um torneio bem jogado da minha parte, mas gostei muito de jogar aí. Gostei especialmente de jogar em frente aos fãs portugueses de snooker e tenho muito boas memórias do torneio e dos portugueses.

Há sérias possibilidades de na próxima época haver um major cá em Portugal, o que é que pensa dessa hipótese e quão importante isso seria para a modalidade?

RD. Penso que são muito boas notícias, porque o snooker está a tornar-se cada vez mais global e nós estamos a levar a modalidade com grandes torneios para novos lugares. Se nós voltarmos a Portugal com um novo grande evento, com certeza que eu como muitos outros jogadores queremos muito ir e jogar esse torneio aí.

O Fair Play agradece ao Ryan Day, pela disponibilidade e simpatia demonstrada em todo o processo da entrevista. Desejando as maiores felicidades e o maior sucesso a este grande profissional. Um agradecimento especial ao Vasco Simões, que em representação do Eurosport Portugal, tornou possível esta entrevista.

Ryan Day no Masters 2010 (Fonte: Getty Images)

ENGLISH VERSION | VERSÃO INGLESA

Ryan Day, 37 years old, snooker professional player. Won his first major title this season, the Riga Masters 2017, after 19 years since became professional snooker player. He is welsh gave an exclusive interview to Fair Play, where talks about the past and the present of snooker, among other things. To keep update with everything about Ryan Day follow him on Twitter

So it has been twenty years since you’ve become a professional snooker player. Do you feel any difference from that time to now? Is snooker played in a different way?

RD. Now I feel that there is a bit more experience in snooker, I learned how to compete rather than just pot the balls, learned that sometimes I can’t just do that and I have to wait for it. I think that snooker is not too different now compared when I started as professional.

Your first major final was against Shaun Murphy back in 2007. Do you remember that last game of the Malta Cup?

RD. I remember more the tournament, don’t remember the final too much. It was in my dad’s birthday party and some of my friends and family travelled to Malta to watch the event and we managed all the way to the final, so I remember more of the week than the final, it was a lot of time ago. But of course it’s always an important mark in my career because it was the first final. Now the qualifying system is a bit different, I have to win four or five matches to reach first round of tournaments so it’s harder now to reach a final.

Ryan Day plays a shot against Judd Trump during their second round match in The Dafabet World Snooker Championship at the Crucible Theatre on 2014 in Sheffield, England. (Photo by Michael Regan/Getty Images)
Ding Junhui is your first opponent in this year’s Masters. What are you expecting from the match? Do you think that Ding’s poor form will give you some kind of advantage?

RD. First of all I’m looking for the Masters matches, it was a long time ago since I played the event, so it’s the most important thing to start. About Ding, he is a world class player over the last ten or more years, it’s true that he is not in good form, but it will be a very tough match. I feel have to play near of my best snooker to can compete against him.

Mark Selby’s victory over Mark Williams in the last year China Open helped you qualify for the World Championship this year. Did you ever thank him for that little “help”?

RD. (Laugh) Yes, I sent him a text message, but it was little funny joke. The message was something like, “Thank you Mark Selby, I will be grateful to you for all time”.

You are one of the most successful Welsh snooker players. Do people recognize you in the street? There’s a snooker sports culture in Wales or football/rugby are the only big sports over there?

RD. Rugby is obviously the biggest sport in Wales, football is growing in that way especially after the Wales great run in the Euro 2016 semi-final and Gareth Bale helped football to grow over there. By the way there are lot of Welsh people following snooker and sometimes some people recognize me in the street and say some nice words, that’s always good to hear.

Ryan Day and Judd Trump during their second round match in The Dafabet World Snooker Championship at Crucible Theatre on 2014 in Sheffield, England. (Photo by Gareth Copley/Getty Images)
Do you remember the Lisbon Open in 2014? Best memory of that time? Did you like play in Portugal?

RD. Yes, I remember Lisbon Open. It wasn’t so good of tournament for me, but I enjoyed playing in Portugal. I liked a lot to play in front of Portuguese snooker fans and I have good memories about that time and the people.

There are strong rumors that in next year Portugal can have a major. What do you think about it? And do you think is that important for a country to have a major?

RD. I think it’s very good news, because snooker is going worldwide and we are pushing new territories all the time for big events. If we go back to Portugal with a new big event and for sure that I, like a lot of players, really want to go and play there.

Ryan Day of Wales lines up a shot in his quarter final game against Stephen Maguire of Scotland during the PokerStars.com Masters tournament at Wembley Arena on 2010 in London, England. (Photo by John Gichigi/Getty Images)

Fair Play thanks Ryan Day, for the availability and sympathy shown throughout the interview process. Wishing all the best and greatest success to this big professional. A special thanks to Vasco Simões, who represented Eurosport Portugal and made this interview possible.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS