Selection Sunday: O Domingo caótico do College Basketball

Tiago MagalhãesFevereiro 29, 20205min0

Selection Sunday: O Domingo caótico do College Basketball

Tiago MagalhãesFevereiro 29, 20205min0
Selection Sunday está na cabeça de todos os apaixonados pelo NCAA March Madness e o Fair Play partilha algumas ideias e informações desta data tão especial do calendário do basket norte-americano

Estamos a passos largos da parte mais importante desta temporada para as universidades de topo do College Basketball nos Estados Unidos, o March Madness.

Aqui, as 68 melhores universidades durante a fase regular e nos torneios dentro da sua conferência, serão selecionadas num evento transmitido a nível mundial, com o intuito de se formular um bracket (que nada mais é que um calendário com rondas eliminatórias), que seja o mais justo possível para que todas as universidades possam lutar pela Final 4 e, consequentemente, o título de campeão.

Mas, como funciona essa seleção? Quem seleciona? Quais são os critérios usados por essas pessoas? E o mais importante, porque existe todos os anos universidades que se sentem injustiçadas com esta seleção?

A verdade é que não é fácil, nada fácil.

Como são as equipas selecionadas?

A primeira forma, e a mais lógica é terem bons resultados, simples como isso.  O melhor resultado que pode haver é vencer o torneio dentro da sua conferência, e aí automaticamente têm um lugar garantido no March Madness. Este fator, apesar de ser o mais difícil de obter, acaba por ser o mais importante, não só pelo título na conferência, mas também porque “elimina” tudo o que fizeram na fase regular. (Ex: Duke acaba a temporada com 10 vitórias e 15 derrotas de recorde, porém chegam ao ACC Tournament e vencem, automaticamente estão selecionados para o March Madness).

A segunda forma é muito mais subjetiva, e em alguns casos, bastante controversa, que é garantindo um convite numa poll enorme de equipas com bons resultados. Esta forma é determinada através da seleção por parte de um comité, que tem em conta vários e numerosos dados, para que consigam estabelecer uma razoável poll de 36 equipas que não garantiram o apuramento automático.

Quem forma o comité que seleciona e quais são os critérios usados?

O comité de seleção é formando por 10 pessoas que pertencem a NCAA, neste caso em específico, a todas as competições relativas a Division I (existem três divisões dentro da NCAA).  Para além destes membros, todas as universidades têm nesta seleção administradores presentes a par de administradores de cada uma das 32 conferências existentes.

Os critérios usados, bem… na verdade, ninguém sabe em concreto quais são visto estes serem exclusivos das pessoas que integram o comité e demais presentes nesta seleção. Todavia é certo que o peso dos rankings dentro da conferência, o seu recorde durante a fase regular, as estatísticas nos confrontos entre equipas dentro da mesma “bolha” de opções e claro, o seu historial passado nas competições NCAA é tomado em conta.

Porque existem todos os anos universidades que se sentem injustiçadas com esta forma de seleção? E o que podem fazer para melhorar o processo da mesma?

A subjetividade da seleção estará sempre presente, e como tal, inerentemente, existirão sempre casos que terão menor consenso e criarão dificuldades no entendimento das escolhas.

Esta seleção é um processo que apesar de ter medidas e critérios bastante rigorosos, que foram melhorados praticamente todos os anos (através da NCAA Evolution Tool), tem também uma componente de subjetividade que acaba por variar de pessoa para pessoa, e claro não sejamos inocentes, de todo o poder económico que o torneio acaba por gerar não só para as universidades, mas para as televisões e sobretudo para os patrocinadores.

O que acontece depois de todas as equipas serem selecionadas?

Em primeiro lugar, as equipas que não forem selecionadas poderão ser acolhidas por competições “secundárias” como o NIT e o CBI. São torneios de menor expressão, onde a competição é feita exatamente da mesma forma com rondas eliminatórias e que determinarão um campeão em título.

As 68 equipas selecionadas para o March Madness receberão um ranking, a que é chamado “seed”. As equipas com melhor ranking receberão o #1 seed e assim sucessivamente até ao #16, e as mesmas serão divididas por quatro regiões de forma equilibrada, com vista a obter-se a melhor Final 4 possível na teoria, claro está.

Após estabelecerem-se os “seeds”, na primeira ronda do torneio o #1 de cada região defrontará o #16 dessa mesma região. Todas as rondas têm eliminatórias com apenas um jogo, o verdadeiro “win or go home” e muito da mística deste torneio está criada à volta das surpresas.

(Nota: Antes do torneio em si começar, existe uma eliminatória chamada “First Four” onde as, na teoria, 4 equipas com pior ranking defrontam-se numa meia final para determinar quais entram no torneio).

Onde será a Final 4 este ano? E quem vai lá estar?

A Final 4 este ano será disputado em Atlanta, no estado da Georgia no Mercedes-Benz Stadium, que acolherá pela quinta vez este evento.

Quanto a quem vai lá estar, se a seleção já é difícil, imaginem apostar nas quatros equipas que lá chegarão. Estamos perante um dos anos mais abertos das últimas décadas e certamente que teremos um torneio com muitas surpresas e muitas histórias.


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